Lourenço da Cunha: diferenças entre revisões

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=== Dados biográficos ===
=== Dados biográficos ===
Da escassa informação existente sobre Lourenço da Cunha, sabe-se que terá obtido formação em Roma, de onde regressou em 1744, tendo aí assimilado os conhecimentos necessários à realização de quadraturas e cenografias permitindo-lhe ser mencionado como ''“o maior Pintor Portuguez que temos tido no genero de Architectura e perspectiva, igualou talvez Baccarelli na pratica, e excedendo-o na theorica...”''<ref>Machado, ''Collecção de Memorias Relativas às Vidas dos Pintores'', 196-197.</ref>.
Da escassa informação existente sobre Lourenço da Cunha, sabe-se que terá obtido formação em Roma, de onde regressou em 1744. Aí terá assimilado os conhecimentos necessários à realização de quadraturas e cenografias, permitindo-lhe ser mencionado como ''“o maior Pintor Português que temos tido no género de Arquitectura e perspectiva, igualou talvez Baccarelli na pratica, e excedendo-o na teórica'' (...)''”''<ref>Machado, ''Collecção de Memorias Relativas às Vidas dos Pintores'', 196-197.</ref>.


===Carreira===
===Carreira===
Regressado de Roma, ingressa a 25 de outubro de 1744 na Irmandade de S. Lucas, servindo na mesa de 1745 a 1753, e servindo duas vezes como juiz.  
Regressado de Roma, ingressa a 25 de outubro de 1744 na Irmandade de S. Lucas, servindo na mesa de 1745 a 1753, e servindo duas vezes como juiz. Posteriormente, trabalhou como cenógrafo sob alçada de [[Inácio de Oliveira Bernardes]], regendo mais tarde os teatros dos Congregados do Espírito Santo e o do Bairro Alto. Dessa feita, competindo, diretamente, com o Teatro Régio dirigido por [[Giovanni Carlo Bibiena]]<ref>Machado, 197.</ref>.  
 
Após o regresso de Roma e admissão à Academia de S. Lucas, trabalha como cenógrafo sob alçada de [[Inácio de Oliveira Bernardes]], regendo mais tarde os teatros dos Congregados do Espírito Santo e o do Bairro Alto competindo diretamente com o Teatro Régio dirigido por [[Giovanni Carlo Bibiena]]<ref>Machado, 197.</ref>.


===Outras informações===
===Outras informações===
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1740 – Pinta: teto da igreja do Santuário de Nossa Senhora do Cabo, Cabo Espichel.
1740 – Pinta: teto da igreja do Santuário de Nossa Senhora do Cabo, Cabo Espichel.


1740 - Pinta: perspectiva no Solar do Albuquerques (atribuição por Serrão, “O Conceito de Totalidade nos Espaços do Barroco Nacional", 267.).
1740 - Pinta: perspectiva no Solar do Albuquerques<ref>Atribuído a Lourenço da Cunha em Serrão, “O Conceito de Totalidade nos Espaços do Barroco Nacional", 267.</ref>.


==Notas==
==Notas==
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Carmen Almada e Luís Tovar Figueira, “Igreja do Cabo Espichel: recuperação de um interior.”<i> Monumentos </i>16, (2002): 122-127.  
Carmen Almada e Luís Tovar Figueira, “Igreja do Cabo Espichel: recuperação de um interior.”<i> Monumentos </i>16, (2002): 122-127.  


Magno Moraes Mello, “Falsos espaços e ilusão arquitectónica no tecto da nave do Santuário do Cabo Espichel.” <i>Sesimbra Cultural</i>, 4 (1994): 27-29.  
Magno Moraes Mello, “Falsos espaços e ilusão arquitectónica no tecto da nave do Santuário do Cabo Espichel.” <i>Sesimbra Cultural</i>, no. 4 (1994): 27-29.  


Mello, Magno. <i> A pintura de tectos em perspectiva no Portugal de D. João V </i>, Lisboa: Estampa, 1998.
Mello, Magno. <i> A pintura de tectos em perspectiva no Portugal de D. João V </i>, Lisboa: Estampa, 1998.
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Raggi, Giuseppina. "Arquitecturas do engano: a longa construção da ilusão." PhD thesis., Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2004.
Raggi, Giuseppina. "Arquitecturas do engano: a longa construção da ilusão." PhD thesis., Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2004.


Serrão, Vítor. “O Conceito de Totalidade nos Espaços do Barroco Nacional: A Obra da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres em Beja (1672-1698).” <i>Revista da Faculdade de Letras</i>, 5-XXI-XXII (1997): 245-267.
Vítor Serrão, “O Conceito de Totalidade nos Espaços do Barroco Nacional: A Obra da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres em Beja (1672-1698).” <i>Revista da Faculdade de Letras</i> XXI-XXII, 5(1997): 245-267.


==Autor(es) do artigo==
==Autor(es) do artigo==

Revisão das 17h01min de 29 de maio de 2023


Lourenço da Cunha
Nome completo Lourenço da Cunha
Outras Grafias valor desconhecido
Pai valor desconhecido
Mãe valor desconhecido
Cônjuge Jacinta Inês
Filho(s) José Anastácio da Cunha
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento 1709
Morte 1760
Sexo Masculino
Religião valor desconhecido
Residência
Residência Itália
Data Fim: 1744

Residência Lisboa, Lisboa, Portugal
Data Início: 1744
Fim: 1760
Formação
Formação Pintura
Data Fim: 1744
Local de Formação Roma, Roma, Itália


Biografia

Dados biográficos

Da escassa informação existente sobre Lourenço da Cunha, sabe-se que terá obtido formação em Roma, de onde regressou em 1744. Aí terá assimilado os conhecimentos necessários à realização de quadraturas e cenografias, permitindo-lhe ser mencionado como “o maior Pintor Português que temos tido no género de Arquitectura e perspectiva, igualou talvez Baccarelli na pratica, e excedendo-o na teórica (...)[1].

Carreira

Regressado de Roma, ingressa a 25 de outubro de 1744 na Irmandade de S. Lucas, servindo na mesa de 1745 a 1753, e servindo duas vezes como juiz. Posteriormente, trabalhou como cenógrafo sob alçada de Inácio de Oliveira Bernardes, regendo mais tarde os teatros dos Congregados do Espírito Santo e o do Bairro Alto. Dessa feita, competindo, diretamente, com o Teatro Régio dirigido por Giovanni Carlo Bibiena[2].

Outras informações

Do seu casamento com Jacinta Inês, nasce José Anastácio da Cunha, de quem o próprio Lourenço da Cunha terá sido o mestre de Matemática, e que veio a tornar-se lente de Matemática e Geometria na Universidade de Coimbra.

Obras

s.d. – Pinta: capela na Igreja dos Clérigos Pobres; Lisboa.

s.d. – Pinta: coro das Trinas do Mocambo, Lisboa (desaparecida).

s.d. – Pinta: retábulo para a “barraca” de S. Julião.

s.d. – Pinta: teto da casa do capítulo em São Domingos de Benfica, Lisboa.

1740 – Pinta: teto da igreja do Santuário de Nossa Senhora do Cabo, Cabo Espichel.

1740 - Pinta: perspectiva no Solar do Albuquerques[3].

Notas

  1. Machado, Collecção de Memorias Relativas às Vidas dos Pintores, 196-197.
  2. Machado, 197.
  3. Atribuído a Lourenço da Cunha em Serrão, “O Conceito de Totalidade nos Espaços do Barroco Nacional", 267.

Fontes

Machado, Cirilo Volkmar. Collecção de memórias, relativas às vidas dos pintores, e escultores, architetos, e gravadores portuguezes, e dos estrangeiros, que estiverão em Portugal / recolhidas e ordenadas por Cyrillo Volkmar Machado, pintor ao serviço de S. Magestade o senhor D. João VI. Lisboa: Victorino Rodrigues da Silva, 1823.

Raczynski, Atanazy. Dictionnaire historico-artistique du Portugal pour faire suite à lªouvrage ayant pour titre: Les arts en Portugal, lettres adressées à la Société artistique et scientifique de Berlin et accompagnées de documents / par Le Comte A. Raczynski. Paris: Jules Renouard et Cie, Libraires-Éditeurs, 1847.

Bibliografia

Cabeleira, João. “Arquitecturas Imaginárias. Espaço real e ilusório no Barroco português.” PhD thesis., Universidade do Minho, 2015.

Carmen Almada e Luís Tovar Figueira, “Igreja do Cabo Espichel: recuperação de um interior.” Monumentos 16, (2002): 122-127.

Magno Moraes Mello, “Falsos espaços e ilusão arquitectónica no tecto da nave do Santuário do Cabo Espichel.” Sesimbra Cultural, no. 4 (1994): 27-29.

Mello, Magno. A pintura de tectos em perspectiva no Portugal de D. João V , Lisboa: Estampa, 1998.

Mello, Magno. “De Bacherelli aux Jésuites. Itinéraire de la perspective à la cour portugaise au XVIIIe siècle.” Em L'Artiste et L'Œuvre a L'Epreuve de la Perspective, Cojannot-Le Blanc, Marianne; Dalai, Marisa; Dubourg Glatigny, Pascal (ed.). Roma: Ecole Française de Rome, 2006.

Oriol Trindade, António. "Um olhar sobre a perspectiva linear em Portugal nas pinturas de cavalete, tectos e abóbadas: 1470-1816." PhD Thesis., Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, 2008.

Raggi, Giuseppina. "Arquitecturas do engano: a longa construção da ilusão." PhD thesis., Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2004.

Vítor Serrão, “O Conceito de Totalidade nos Espaços do Barroco Nacional: A Obra da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres em Beja (1672-1698).” Revista da Faculdade de Letras XXI-XXII, 5(1997): 245-267.

Autor(es) do artigo

João Cabeleira

Lab2PT - Universidade do Minho

http://orcid.org/0000-0002-6800-8557

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

https://doi.org/10.34619/6115-vowv

Citar este artigo

Cabeleira, João. "Lourenço da Cunha", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 29/05/2023). Consultado a 29 de março de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Louren%C3%A7o_da_Cunha. DOI: https://doi.org/10.34619/6115-vowv