Manuel Martins (4): diferenças entre revisões

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'''Manuel Martins (4) (Q2881)'''
==Biografia==  
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===Dados biográficos===
===Dados biográficos===

Revisão das 11h35min de 29 de maio de 2023


Manuel Martins
Nome completo Manuel Martins
Outras Grafias EQUAL
Pai João Martins
Mãe Domingas Moreira
Filho(s) Francisco; António; Manuela; Valério Martins de Oliveira; Maria Rosa
Nascimento janeiro de 1665
Lisboa, Portugal
Morte 23 de maio de 1727
Lisboa, Portugal
Sexo masculino



Manuel Martins (4) (Q2881)

Biografia

Dados biográficos

Manuel Martins nasceu na freguesia de Nossa Senhora das Mercês da cidade de Lisboa, possivelmente entre os dias 4 e 11 de Janeiro de 1665, tendo sido batizado a 11 de Janeiro seguinte[1], faleceu no hospital de São Lázaro em Lisboa a 23 de Maio de 1727, com 62 anos, e foi sepultado no mesmo hospital[2].

Era filho de João Martins, de alcunha o lapador, natural da freguesia de São Cosme do Vale, à época termo de Barcelos, hoje concelho de Vila Nova de Famalicão, que com cerca de 30 anos foi para Lisboa trabalhar como servente de pedreiros tornando-se depois mestre pedreiro, e, de Domingas Moreira, de alcunha a longa, natural de um lugar chamado a Portela na freguesia de Nossa Senhora de Oliveira do Sobral no termo de Torres Vedras. Tinha como avós paternos, Sebastião Martins do Carrazedo e Maria Fernandes, naturais da já referida freguesia de São Cosme do Vale. Tinha como avós maternos, António Jorge e Maria Francisca, natural de um lugar chamado a Portela na freguesia de Nossa Senhora de Oliveira do Sobral no termo de Torres Vedras[3].

Manuel Martins casou com Luísa de Oliveira a 5 de Setembro de 1689 na freguesia de Nossa Senhora das Mercês da cidade de Lisboa[4], a qual era natural da freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres da vila de Aljubarrota, mas tinha ido para Lisboa com poucos anos de idade na companhia de um seu irmão mais velho, Pedro de Oliveira, que exerceu primeiro o ofício de sapateiro, ocupando, depois, a posição de oficial do Rei na avaliação das dízimas na Alfândega das Sete Casas[3]. Luísa de Oliveira faleceu em Lisboa, na rua da Caridade, a 30 de Março de 1733 e foi sepultada no convento de São Francisco de Lisboa[5].

Manuel Martins e Luísa de Oliveira residiram inicialmente na freguesia de Nossa Senhora das Mercês da cidade de Lisboa, vivendo na parte de cima do Bairro Alto, perto das casas do Conde de Soure. Aí nasceram os primeiros filhos: Francisco Martins, batizado a 10 de Dezembro de 1690 (que também foi mestre pedreiro), António, batizado a 25 de Fevereiro de 1692, e, Manuela, batizada a 7 de Janeiro de 1694[6]. Pouco tempo depois nasceu Valério Martins de Oliveira na freguesia do Salvador na vila de Santarém, tendo sido batizado a 25 de Dezembro de 1695[7], que também foi mestre pedreiro. Na transição para o novo século, a família mudou-se para casas próprias no Beco do Regedor, por detrás da igreja de Santa Justa, onde entretanto nasceu mais uma filha, Maria Rosa, batizada a 7 de Julho de 1700[8].

Carreira

Manuel Martins foi um mestre pedreiro que viveu em Lisboa durante os reinados de D. Afonso VI, D. Pedro II e D. João V.

Sabe-se muito pouco da atividade profissional de Manuel Martins.

Não se encontrou a razão porque Manuel Martins e Luísa de Oliveira estariam em Santarém no final de 1695, quando nasceu o seu filho Valério. Do registo de batismo de Valério, lê-se que os padrinhos foram Manuel Miranda Pereira e Dona Catarina de Sena, religiosa de São Domingos das Donas de Santarém[9], podendo-se apenas especular que talvez Manuel Martins estivesse a executar obras naquele convento[10].

Além desta suposição, apenas se conhece o envolvimento na execução do teto da igreja da Misericórdia da vila de Almada, relatado pelo filho Valério Martins de Oliveira na sua obra escrita Advertencias aos modernos, que aprendem o Officio de pedreiro, publicada pela primeira vez em 1739: «e o tecto da Igreja da Misericordia da Villa de Almada, que fez o Pay do Autor deste livro, que naõ parece, senaõ fechada de abobeda, de taõ boa, que está»[11]. Esta informação parece ser ainda confirmada por testemunhas, na diligência de habilitação do seu filho Valério a familiar do Tribunal do Santo Ofício, as quais disseram: «o Pay do habilitando tiuera obras na outra banda do Tejo»[3].

Outras informações

Obra

  • Execução do teto da igreja da Misericórdia da vila de Almada.

Referências bibliográficas

  1. Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de Mercês, Livro 1 de Registo de Batismos, fl. 15. O intervalo possível da data de nascimento derivava da obrigação das crianças receberem o primeiro sacramento religioso na paróquia de nascimento nos primeiros oito dias de vida. Constituições Synodaes do Arcebispado de Lisboa, 23-26.
  2. Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de Santa Justa, Livro 4 de Registo de Óbitos, fl. 190
  3. 3,0 3,1 3,2 Arquivo Nacional Torre do Tombo, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações Incompletas, doc. 5372.
  4. Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de Mercês, Livro 1 de Registo de Casamentos, fl. 162v.
  5. Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de São José, Livro 6 de Registo de Óbitos, fl. 13.
  6. Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de Mercês, Livro 2 de Registo de Batismos, fl. 35v, 42, 51v.
  7. Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de Salvador (Santarém), Livro 4 de Registo de Batismos, fl. 40r.
  8. Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de Santa Justa, Livro 6 de Registo de Batismos, fl. 42.
  9. Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de Salvador (Santarém), Livro de Registo de Batismos, Livro 4, fl. 40r.
  10. Pinto, “As Advertencias de Valério Martins de Oliveira”, 94.
  11. Martins de Oliveira, Advertencias aos modernos, que aprendem o Officio de pedreiro, 153.

Fontes

Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de Mercês, Livro 1 de Registo de Casamentos.

Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de Mercês, Livro 2 de Registo de Batismos.

Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de Mercês, Livro 1 de Registo de Batismos.

Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de Salvador (Santarém), Livro 4 de Registo de Batismos.

Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de Santa Justa, Livro 6 de Registo de Batismos.

Arquivo Distrital de Lisboa, Paróquia de São José, Livro 6 de Registo de Óbitos.

Arquivo Distrital de Lisboa. Paróquia de Santa Justa, Livro 4 de Registo de Óbitos.

Arquivo Nacional Torre do Tombo, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações Incompletas.

Constituições Synodaes do Arcebispado de Lisboa, Novamente feitas no Synodo Diocesano que celebrou na Sé Metropolitana de Lisboa o Illustrissimo, & Reuerendissimo Senhor D. Rodrigo da Cunha Arcebispo da mesma cidade, do Conselho d’Estado de S. Magestade, em os 30 dias de Mayo do anno de 1640, Lisboa: Officina de Paulo Craesbeeck, 1656.

Martins de Oliveira, Valério. Advertencias aos modernos, que aprendem o Officio de pedreiro, Lisboa: Officina Sylviana da Academia Real, 1739.

Bibliografia

Pinto, Sandra M.G.. “As Advertencias de Valério Martins de Oliveira ou o manual dos mestres pedreiros e carpinteiros portugueses no período moderno”, in Mateus, João Mascarenhas (ed.) História da Construção em Portugal: Consolidação de uma Disciplina, Lisboa: By the Book, 2018, 77-101.

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Sandra M. G. Pinto

CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa

https://orcid.org/0000-0002-7367-3148

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871), ref. PTDC/ART-DAQ/31959/2017

CHAM - Centro de Humanidades, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade NOVA de Lisboa, através do projeto estratégico financiado pela FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., ref. UID/HIS/04666/2013.

DOI

https://doi.org/10.34619/pkah-l9gf

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