Lã: diferenças entre revisões

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==Definição==
===Glossário=== 
A matéria felpuda que cobre a pele da ovelha e seus filhos e tem lugar de pêlo e seda que cobrem outros animais. Quer Ovídio que Minerva fosse aprimeira que ensinou a fiar e a tingir a lã. Plínio atribui esta invenção aos egípcios, Justino aos atenienses. No cap. 4 do Génesis, Lyrano faz inventora dos lanifícios a Naamá, irmã de Tubal-cain, mas não acho na escritura fundamento para esta opinião. Tertuliano, no livro de Pálio traz a opinião dos que dizem que Mercúrio, apalpando uma ovelha e experimentando a brandura da lã arrancara um froco dela, abrindo pois, e torcendo alguns cabelinhos com os dedos que conhecera que se podia fiar e fazer dela panos para vestidos. Até à invenção de fiar a lã, andavam os homens vestidos de pele das ovelhas, costume que ainda no tempo de Plínio era usado: ''Oves non ubique tondentur; durat quibusdam in locis vellendi mos, lib. 8, cap. 48''. E assim do verbo ''vellere'' que é arrancar, os latinos fizeram ''vellus''. Coroavam os romanos a porta do noivo com lã e no mesmo tempo com roca, fuso e arméu de lã, acompanhavam a noiva. Os sacerdotes chamados ''flamines'' andavam com fios de lã atados na cabeça, deram-lhe este nome como quem dissera ''filamines''. Vestiram-se de lã não só homens nobres, mas os maiores príncipes. Afirma Quinto Cúrcio que os vestidos de Alexandre Magno eram de lã fina, trabalhada por mão de sua irmã, tanto assim que vindo-lhe de Macedónia várias vestiduras de lã, ofereceu de sua própria mão uma delas a Sisigambis, mulher de Dario. Em obras de lã se ocupavam as mais ilustres Matronas Romanas. Os vestidos de César Augusto eram todos de lã fiada por sua mulher, irmã e filha. No ano de 371, reinando o imperador Valentiniano, choveu na cidade de Arras em Flandres muita lã. ''Lana, ae. Cic.''
A matéria felpuda que cobre a pele da ovelha e seus filhos e tem lugar de pêlo e seda que cobrem outros animais. Quer Ovídio que Minerva fosse aprimeira que ensinou a fiar e a tingir a lã. Plínio atribui esta invenção aos egípcios, Justino aos atenienses. No cap. 4 do Génesis, Lyrano faz inventora dos lanifícios a Naamá, irmã de Tubal-cain, mas não acho na escritura fundamento para esta opinião. Tertuliano, no livro de Pálio traz a opinião dos que dizem que Mercúrio, apalpando uma ovelha e experimentando a brandura da lã arrancara um froco dela, abrindo pois, e torcendo alguns cabelinhos com os dedos que conhecera que se podia fiar e fazer dela panos para vestidos. Até à invenção de fiar a lã, andavam os homens vestidos de pele das ovelhas, costume que ainda no tempo de Plínio era usado: ''Oves non ubique tondentur; durat quibusdam in locis vellendi mos, lib. 8, cap. 48''. E assim do verbo ''vellere'' que é arrancar, os latinos fizeram ''vellus''. Coroavam os romanos a porta do noivo com lã e no mesmo tempo com roca, fuso e arméu de lã, acompanhavam a noiva. Os sacerdotes chamados ''flamines'' andavam com fios de lã atados na cabeça, deram-lhe este nome como quem dissera ''filamines''. Vestiram-se de lã não só homens nobres, mas os maiores príncipes. Afirma Quinto Cúrcio que os vestidos de Alexandre Magno eram de lã fina, trabalhada por mão de sua irmã, tanto assim que vindo-lhe de Macedónia várias vestiduras de lã, ofereceu de sua própria mão uma delas a Sisigambis, mulher de Dario. Em obras de lã se ocupavam as mais ilustres Matronas Romanas. Os vestidos de César Augusto eram todos de lã fiada por sua mulher, irmã e filha. No ano de 371, reinando o imperador Valentiniano, choveu na cidade de Arras em Flandres muita lã. ''Lana, ae. Cic.''


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Lã miúda, que os tosadores tiram dos panos, misturada com pluma, palhas, etc. ''Tomentum, i. Neut. Senec. Philosoph.''<ref>Bluteau, ''Vocabulario Portuguez e latino'' (Tomo V: L), 5-7.</ref>.
Lã miúda, que os tosadores tiram dos panos, misturada com pluma, palhas, etc. ''Tomentum, i. Neut. Senec. Philosoph.''<ref>Bluteau, ''Vocabulario Portuguez e latino'' (Tomo V: L), 5-7.</ref>.


==Referências bibliográficas==
 
 
[http://www.portasadentro.ics.uminho.pt/t.asp Cf. Glossário Portas Adentro, ICS-uMinho]
 
 
Sinónimo(s):
 
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==Obra== <!-- Incluí projectos não realizados mas sobre os quais tenhamos informação. Pode incluir informação que não sendo segura, pode ser atribuída; por exemplo: uma determinada obra sobre a qual haja informação de que deve ser atribuída a x pessoa, não deve ser acrescentada na info-box, mas deve constar aqui-->
 
==Notas==<!-- a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography-->
<references />
<references />
==Bibliografia e Fontes==
==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
*Bluteau, Rafael. ''Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos...'' Tomo V: Letra K-NYS. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1716.  
==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Bluteau, Rafael, ''Vocabulário Português e Latino…'', 8 vols. e 2 Suplementos. Coimbra: Colégio das Artes da Companhia de Jesus, 1712-1728.
 
==Ligações Externas== <!--Ligações externas a sítios de internet, etc. que não foram utilizadas concretamente na construção da biografia -->
<!-- Comentários vossos e bibliografia citada pelas fontes -->
 
==Autor(es) do artigo==
André Filipe Neto e Maria Teresa Oliveira ; Andreia Fontenete Louro
 
==Financiamento==
Fundação Calouste Gulbenkian - Projetos de Investigação em Língua e Cultura Portuguesa 2019, Ref.: 227751.


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==DOI==
<!--A acrescentar posteriormente-->
==Citar este artigo==
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[[Categoria: Lã]]
[[Categoria: Têxteis]]

Revisão das 12h57min de 24 de janeiro de 2020

Definição

Glossário

A matéria felpuda que cobre a pele da ovelha e seus filhos e tem lugar de pêlo e seda que cobrem outros animais. Quer Ovídio que Minerva fosse aprimeira que ensinou a fiar e a tingir a lã. Plínio atribui esta invenção aos egípcios, Justino aos atenienses. No cap. 4 do Génesis, Lyrano faz inventora dos lanifícios a Naamá, irmã de Tubal-cain, mas não acho na escritura fundamento para esta opinião. Tertuliano, no livro de Pálio traz a opinião dos que dizem que Mercúrio, apalpando uma ovelha e experimentando a brandura da lã arrancara um froco dela, abrindo pois, e torcendo alguns cabelinhos com os dedos que conhecera que se podia fiar e fazer dela panos para vestidos. Até à invenção de fiar a lã, andavam os homens vestidos de pele das ovelhas, costume que ainda no tempo de Plínio era usado: Oves non ubique tondentur; durat quibusdam in locis vellendi mos, lib. 8, cap. 48. E assim do verbo vellere que é arrancar, os latinos fizeram vellus. Coroavam os romanos a porta do noivo com lã e no mesmo tempo com roca, fuso e arméu de lã, acompanhavam a noiva. Os sacerdotes chamados flamines andavam com fios de lã atados na cabeça, deram-lhe este nome como quem dissera filamines. Vestiram-se de lã não só homens nobres, mas os maiores príncipes. Afirma Quinto Cúrcio que os vestidos de Alexandre Magno eram de lã fina, trabalhada por mão de sua irmã, tanto assim que vindo-lhe de Macedónia várias vestiduras de lã, ofereceu de sua própria mão uma delas a Sisigambis, mulher de Dario. Em obras de lã se ocupavam as mais ilustres Matronas Romanas. Os vestidos de César Augusto eram todos de lã fiada por sua mulher, irmã e filha. No ano de 371, reinando o imperador Valentiniano, choveu na cidade de Arras em Flandres muita lã. Lana, ae. Cic.

A lã da tosquia de cada ano. Lanicium, ii. Neut. Virgil. Plin. Se queres ter lã. Si lanicum tibi curae, Virgil. (subentende-se est).

Coisa de lã. laneus, a, um. Cic.

A lã das ovelhas. Coma ovium. Columel.

Lã aparelhada e cardada, lana praeparata et pectica. Columel. Também se pode dizer pexa.

Lã ainda não lavada. Lã suja. Lana succida. Plin.

Umas feveras de lã. Lanula, ae. Fem. Cels.

A arte de fabricar lãs, de trabalhar lã. Lanificium, ii. Neut.

Oficial que trabalha em lã. Lanarius, ii. Masc. Plaut. Juvenal e marcial chamam às mulheres que fiam lã, Lanificae.

Que tem lã. Coberto de lã (falando em ovelhas), Lanaris, is. Masc. e Fem. re, is. Neut. Varro. Lanatus, a, um. Columel. Laniger, a, um. Virgil.

Pele de ovelha com lã. lanata pellis, Columel.

Que tem muita lã (falando de uma ovelha). Lanosus, a, um Columel.

(...)

Lã lidrosa. Vid. Lidroso.

Lã churda ou churra, é a das ovelhas, corredia e comprida, é a de menos preço e a de mais valor, também de ovelhas, fina e crespa, lhe chamam, lã meirinha, e há outras castas de lãs, lã de aninhos, brancos ou pretos, tintos em azul ou lavados, lã fiada, lã para colchões, lã de pêlo de camelo, etc.

Lã miúda, que os tosadores tiram dos panos, misturada com pluma, palhas, etc. Tomentum, i. Neut. Senec. Philosoph.[1].


Cf. Glossário Portas Adentro, ICS-uMinho


Sinónimo(s):

Alterações

Outras informações

Obra

Notas

  1. Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo V: L), 5-7.

Fontes

Bibliografia

Bluteau, Rafael, Vocabulário Português e Latino…, 8 vols. e 2 Suplementos. Coimbra: Colégio das Artes da Companhia de Jesus, 1712-1728.

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

André Filipe Neto e Maria Teresa Oliveira ; Andreia Fontenete Louro

Financiamento

Fundação Calouste Gulbenkian - Projetos de Investigação em Língua e Cultura Portuguesa 2019, Ref.: 227751.

DOI

Citar este artigo

  • Lã (última modificação: 24/01/2020). eViterbo. Visitado em