Honra: diferenças entre revisões
(Criou a página com "Nas Espanhas e particularmente na antiga Lusitânia significava esta palavra um certo espaço de terras demarcadas por pública autoridade com balizas, e neste distrito tinh...") |
m (Substituição de texto - "==Notas== <!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago Manual Style 17th edition (note), notas" ou seja ou sistema "shortened notes--> <references />" por "==Notas== <!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago Manual Style 17th edition (note), notas" ou seja ou sistema "shortened notes--> <references />") |
||
(Há uma edição intermédia do mesmo utilizador que não está a ser apresentada) | |||
Linha 1: | Linha 1: | ||
Nas Espanhas e particularmente na antiga Lusitânia significava esta palavra um certo espaço de terras demarcadas por pública autoridade com balizas, e neste distrito tinham os senhores de maior qualidade os seus palácios e quintas, com jurisdição sobre os vizinhos que como feudatários os reconheciam defendê-los contra qualquer externa violência, e os ditos senhores ficavam isentos de imposições ou tributos reais e apresentavam juízes civis e criminais para conhecimento de suas causas com apelação às reais chancelarias. Destas honras ainda que com mais limitados foros, vemos hoje alguma em Portugal, como na Província de Entre Douro e Minho, a Honra de Farazão, etc. e na Província da Beira as Honras de Lalim e Lasarim, que são dos condes de Tarouca. A razão porque as ditas terras e senhorios se chamam honras é porque como advertiu o intérprete da 2ª lei de Afonso IX, rei de Castela, part. 4, Tit. 26, os reis a davam aos cavalheiros beneméritos para os honrar. Também em França, em Inglaterra e em outros reinos da Europa se dava este nome a certos feudos e senhorios, como se pode ver no Glossário de Ducange, na explicação da palavra ''honor''. E Henrique Hunditon no seu livro De contemptu mundi, cap. 23, diz ''Possessiones magnas et varias, quas vulgo vocant honores.'' A instituição das honras era ou por carta del-rei ou por marcas e balisas, etc. ''Vid''. Mon. Lusit. Tom. 5, pág. 157, col. 3<ref>Bluteau, ''Vocabulario Portuguez e latino'' (Tomo IV: H), 53.</ref>. | Nas Espanhas e particularmente na antiga Lusitânia significava esta palavra um certo espaço de terras demarcadas por pública autoridade com balizas, e neste distrito tinham os senhores de maior qualidade os seus palácios e quintas, com jurisdição sobre os vizinhos que como feudatários os reconheciam defendê-los contra qualquer externa violência, e os ditos senhores ficavam isentos de imposições ou tributos reais e apresentavam juízes civis e criminais para conhecimento de suas causas com apelação às reais chancelarias. Destas honras ainda que com mais limitados foros, vemos hoje alguma em Portugal, como na Província de Entre Douro e Minho, a Honra de Farazão, etc. e na Província da Beira as Honras de Lalim e Lasarim, que são dos condes de Tarouca. A razão porque as ditas terras e senhorios se chamam honras é porque como advertiu o intérprete da 2ª lei de Afonso IX, rei de Castela, part. 4, Tit. 26, os reis a davam aos cavalheiros beneméritos para os honrar. Também em França, em Inglaterra e em outros reinos da Europa se dava este nome a certos feudos e senhorios, como se pode ver no Glossário de Ducange, na explicação da palavra ''honor''. E Henrique Hunditon no seu livro De contemptu mundi, cap. 23, diz ''Possessiones magnas et varias, quas vulgo vocant honores.'' A instituição das honras era ou por carta del-rei ou por marcas e balisas, etc. ''Vid''. Mon. Lusit. Tom. 5, pág. 157, col. 3<ref>Bluteau, ''Vocabulario Portuguez e latino'' (Tomo IV: H), 53.</ref>. | ||
== | ==Notas== | ||
<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago Manual Style 17th edition (note), notas" ou seja ou sistema "shortened notes--> <references /> | |||
<references /> | <references /> | ||
==Bibliografia e Fontes== | ==Bibliografia e Fontes== |
Edição atual desde as 16h43min de 16 de agosto de 2022
Nas Espanhas e particularmente na antiga Lusitânia significava esta palavra um certo espaço de terras demarcadas por pública autoridade com balizas, e neste distrito tinham os senhores de maior qualidade os seus palácios e quintas, com jurisdição sobre os vizinhos que como feudatários os reconheciam defendê-los contra qualquer externa violência, e os ditos senhores ficavam isentos de imposições ou tributos reais e apresentavam juízes civis e criminais para conhecimento de suas causas com apelação às reais chancelarias. Destas honras ainda que com mais limitados foros, vemos hoje alguma em Portugal, como na Província de Entre Douro e Minho, a Honra de Farazão, etc. e na Província da Beira as Honras de Lalim e Lasarim, que são dos condes de Tarouca. A razão porque as ditas terras e senhorios se chamam honras é porque como advertiu o intérprete da 2ª lei de Afonso IX, rei de Castela, part. 4, Tit. 26, os reis a davam aos cavalheiros beneméritos para os honrar. Também em França, em Inglaterra e em outros reinos da Europa se dava este nome a certos feudos e senhorios, como se pode ver no Glossário de Ducange, na explicação da palavra honor. E Henrique Hunditon no seu livro De contemptu mundi, cap. 23, diz Possessiones magnas et varias, quas vulgo vocant honores. A instituição das honras era ou por carta del-rei ou por marcas e balisas, etc. Vid. Mon. Lusit. Tom. 5, pág. 157, col. 3[1].
Notas
- ↑ Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo IV: H), 53.
Bibliografia e Fontes
- Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo IV: Letra F-J. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1713.