Escarlate: diferenças entre revisões

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Deriva-se do alemão ''Scarlath'' ou do flamengo ''Scarlaken'' donde tomaram os italianos o seu ''Scarlato'' e os ingleses o seu ''Scarleth'', outros o derivam do arábico ''yxquerlar'' que vale o mesmo que cor subida do carmesim ou grã fina. Entre nós, escarlata é a cor da grã ou cochonilha, ou pano tintonela. Cor de escarlata. ''Coccineus color, is. Masc. Plin.''
==Definição==
Palavra hispano-árabe (segundo Corominas) que designa, simultaneamente, uma cor e um tecido de seda bordado a ouro, muito comum na Idade Média<ref name=":0" />.  


Escarlata - panno. ''Pannus coccineus'' ou ''coccinus. Mart.'' ou ''cocco infectus'' ou ''cocco tinctus''. Vestido de escarlata. ''Coccinatus, a, um. Martial''<ref>Bluteau, ''Vocabulario Portuguez e latino'' (Tomo III: E), 212.</ref>.
Tecido de seda ou de cor vermelha viva. (Cf. Glossário Portas Adentro).


==Referências bibliográficas==
Fazenda tingida de vermelho ou escarlate com o decocto da cochinilha. Tecido antigo e o mais caro tecido medieval<ref>Costa, "Glossário", 145.</ref>. 
 
Deriva do alemão ''Scarlath'' ou do flamengo ''Scarlaken'' donde tomaram os italianos o seu ''Scarlato'' e os ingleses o seu ''Scarleth'', outros o derivam do arábico ''yxquerlar'' que vale o mesmo que cor subida do [[carmesim]] ou grã fina. Entre nós, escarlata é a cor da grã ou cochonilha, ou pano tintonela. Cor de escarlata. ''Coccineus color, is. Masc. Plin.'' Escarlata - panno. ''Pannus coccineus'' ou ''coccinus. Mart.'' ou ''cocco infectus'' ou ''cocco tinctus''. Vestido de escarlata. ''Coccinatus, a, um. Martial''<ref>Bluteau, ''Vocabulário Português e Latino,'' letra E: 212.</ref>.
 
 
- Outra(s) grafia(s): escarlata.
 
===Referências documentais=== <!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->
"Mofina Mendes (...) sonha com um brial de escarlata para o dia do seu casamento: ''e o dia que for casada / sairei ataviada / com um brial de escarlata''."<ref name=":0" />
 
===Outras informações=== <!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
Almeria era, no Ocidente Muçulmano, um dos centros mais importantes de produção de escarlata. E por ser uma região rica em cochonilha - corante vermelho - foi onde começou a tingir-se o tecido como uma cor encarnada. Este tecido era um produto de luxo, exatamente porque o preço do corante necessário para a sua produção era muito elevado<ref name=":0">Palla, ''Do essencial e do Supérfluo,'' 103 - 104.</ref>.
 
==Notas==<!-- a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography-->
<references />
<references />
==Bibliografia e Fontes==
==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
*Bluteau, Rafael. ''Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos...'' Tomo III: Letra D-EYC. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1713.  
==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Bluteau, Rafael. ''Vocabulário Português e Latino…'' Vol. 3. Coimbra: Colégio das Artes da Companhia de Jesus, 1712-1728.
 
Manuela Pinto da Costa, "Glossário de termos têxteis e afins". ''Revista da Faculdade de Letras. Ciências e técnicas do património'' 3, no. 1. (2004): 137-161.
 
Moraes, António de. ''Novo Dicionário Compacto de Língua Portuguesa.'' Vol. 2. Mem Martins: Horizonte, 1980.
 
Oliveira, Fernando de. ''O Vestuário Português ao Tempo da Expansão. Séculos XV e XVI.'' [Lisboa]: Grupo de Trabalho do Ministério da Educação para os Descobrimentos Portugueses, [1993].
 
Palla, Maria José. ''Do essencial e do Supérfluo''. ''Estudo lexical do traje e adornos em Gil Vicente.'' Lisboa: Editorial Estampa, 1992.
 
==Ligações Externas== <!--Ligações externas a sítios de internet, etc. que não foram utilizadas concretamente na construção da biografia -->
<!-- Comentários vossos e bibliografia citada pelas fontes -->[http://www.portasadentro.ics.uminho.pt/e.asp Glossário Portas Adentro, ICS-uMinho]
 
==Autor(es) do artigo==
 
* André Filipe Neto e Maria Teresa Oliveira (bolseiros de iniciação à investigação)
 
Projeto eViterbo, CHAM - Centro de Humanidades NOVA FCSH, 2017-18;
 
* Andreia Fontenete Louro (bolseira de iniciação à investigação)
 
Projeto DRESS, 2019;
 
* Inês Amaral Canhão (bolseira de iniciação à investigação)
 
Projeto Verão com Ciência, 2022;
 
==Financiamento==
VESTE _ Vestir a corte: traje, género e identidade(s), Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito da Norma Transitória - DL 57/2016/CP1453/CT0069.
 
DRESS _ Desenhar a moda das fontes quinhentistas, Fundação Calouste Gulbenkian, Projetos de Investigação em Língua e Cultura Portuguesa 2018, Ref.: 227751.
 
Verão com Ciência FCT, 2022.


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==Citar este artigo==
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[[Categoria: Têxteis]]
[[Categoria:Vestuário]]
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[[Categoria: Materiais]]
[[Categoria:Têxteis]]

Edição atual desde as 18h55min de 6 de setembro de 2022

Definição

Palavra hispano-árabe (segundo Corominas) que designa, simultaneamente, uma cor e um tecido de seda bordado a ouro, muito comum na Idade Média[1].

Tecido de seda ou lã de cor vermelha viva. (Cf. Glossário Portas Adentro).

Fazenda tingida de vermelho ou escarlate com o decocto da cochinilha. Tecido antigo e o mais caro tecido medieval[2].

Deriva do alemão Scarlath ou do flamengo Scarlaken donde tomaram os italianos o seu Scarlato e os ingleses o seu Scarleth, outros o derivam do arábico yxquerlar que vale o mesmo que cor subida do carmesim ou grã fina. Entre nós, escarlata é a cor da grã ou cochonilha, ou pano tintonela. Cor de escarlata. Coccineus color, is. Masc. Plin. Escarlata - panno. Pannus coccineus ou coccinus. Mart. ou cocco infectus ou cocco tinctus. Vestido de escarlata. Coccinatus, a, um. Martial[3].


- Outra(s) grafia(s): escarlata.

Referências documentais

"Mofina Mendes (...) sonha com um brial de escarlata para o dia do seu casamento: e o dia que for casada / sairei ataviada / com um brial de escarlata."[1]

Outras informações

Almeria era, no Ocidente Muçulmano, um dos centros mais importantes de produção de escarlata. E por ser uma região rica em cochonilha - corante vermelho - foi onde começou a tingir-se o tecido como uma cor encarnada. Este tecido era um produto de luxo, exatamente porque o preço do corante necessário para a sua produção era muito elevado[1].

Notas

  1. 1,0 1,1 1,2 Palla, Do essencial e do Supérfluo, 103 - 104.
  2. Costa, "Glossário", 145.
  3. Bluteau, Vocabulário Português e Latino, letra E: 212.

Fontes

Bibliografia

Bluteau, Rafael. Vocabulário Português e Latino… Vol. 3. Coimbra: Colégio das Artes da Companhia de Jesus, 1712-1728.

Manuela Pinto da Costa, "Glossário de termos têxteis e afins". Revista da Faculdade de Letras. Ciências e técnicas do património 3, no. 1. (2004): 137-161.

Moraes, António de. Novo Dicionário Compacto de Língua Portuguesa. Vol. 2. Mem Martins: Horizonte, 1980.

Oliveira, Fernando de. O Vestuário Português ao Tempo da Expansão. Séculos XV e XVI. [Lisboa]: Grupo de Trabalho do Ministério da Educação para os Descobrimentos Portugueses, [1993].

Palla, Maria José. Do essencial e do Supérfluo. Estudo lexical do traje e adornos em Gil Vicente. Lisboa: Editorial Estampa, 1992.

Ligações Externas

Glossário Portas Adentro, ICS-uMinho

Autor(es) do artigo

  • André Filipe Neto e Maria Teresa Oliveira (bolseiros de iniciação à investigação)

Projeto eViterbo, CHAM - Centro de Humanidades NOVA FCSH, 2017-18;

  • Andreia Fontenete Louro (bolseira de iniciação à investigação)

Projeto DRESS, 2019;

  • Inês Amaral Canhão (bolseira de iniciação à investigação)

Projeto Verão com Ciência, 2022;

Financiamento

VESTE _ Vestir a corte: traje, género e identidade(s), Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito da Norma Transitória - DL 57/2016/CP1453/CT0069.

DRESS _ Desenhar a moda das fontes quinhentistas, Fundação Calouste Gulbenkian, Projetos de Investigação em Língua e Cultura Portuguesa 2018, Ref.: 227751.

Verão com Ciência FCT, 2022.

DOI

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