Academia Real de Marinha e Comércio do Porto: diferenças entre revisões
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As aulas da Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foram estabelecidas provisoriamente no edifício do Colégio dos Meninos Órfãos, aquando da sua criação. Em consequência, em alvará de 1803, recomendava o poder régio ao Senado da cidade do Porto que atendesse aos proveitos resultantes da frequência das aulas da Academia Real pelos órfãos do Colégio, para que não se "''distraírem com a assistência aos enterros, e muito menos a pedir esmolas''"<ref>Ribeiro, 2:390.</ref>. Determinava-se, simultaneamente, a edificação de uma casa naqueles terrenos que viria a albergar as referidas Aulas, a ser financiado pelo "''producto da contribuição de um real em cada quartilho de vinho, que se vendesse na cidade do Porto, e districto do privilégio exclusivo da companhia, nos meses de julho a novembro; contribuição - explicava José Silvestre Ribeiro, esta'' (...) ''que duraria por tempo de dez anos''"<ref>Ribeiro, 2:389.</ref>. A referida contribuição seria estendida por ais dez anos, em 1813, e novamente em 1825<ref>Ribeiro, 2:390.</ref>. | As aulas da Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foram estabelecidas provisoriamente no edifício do Colégio dos Meninos Órfãos, aquando da sua criação. Em consequência, em alvará de 1803, recomendava o poder régio ao Senado da cidade do Porto que atendesse aos proveitos resultantes da frequência das aulas da Academia Real pelos órfãos do Colégio, para que não se "''distraírem com a assistência aos enterros, e muito menos a pedir esmolas''"<ref>Ribeiro, 2:390.</ref>. Determinava-se, simultaneamente, a edificação de uma casa naqueles terrenos que viria a albergar as referidas Aulas, a ser financiado pelo "''producto da contribuição de um real em cada quartilho de vinho, que se vendesse na cidade do Porto, e districto do privilégio exclusivo da companhia, nos meses de julho a novembro; contribuição - explicava José Silvestre Ribeiro, esta'' (...) ''que duraria por tempo de dez anos''"<ref>Ribeiro, 2:389.</ref>. A referida contribuição seria estendida por ais dez anos, em 1813, e novamente em 1825<ref>Ribeiro, 2:390.</ref>. | ||
==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino--> | ==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino--> | ||
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| colspan="5" |1789-1798 | |||
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|'''Ano''' | |||
|'''Nome da Cadeira''' | |||
|'''Matérias''' | |||
|'''Livros''' | |||
|'''Professores''' | |||
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|Matemática | |||
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|Professor, em 1789: José Pinto Rebelo (Capitão tenente do mar)<ref>''Almanach para o anno de M. DCC. LXXXIX.'', 342.</ref>. | |||
Professor, entre 1789 e 1798: Eusébio Dias Azedo (Sargento-mor de infantaria com exercício de Engenheiro)<ref>''Almanach para o anno de M. DCC. LXXXIX.'', 342.</ref><ref name=":1">''Almanach para o anno de M. DCC. XCII.'', 444.</ref><ref>''Almanach para o anno de M. DCC. XCIII.'', 466-467.</ref><ref>''Almanach para o anno de 1798'', 418.</ref>. | |||
Professor, entre 1792 e 1793, e 1798: José Maria Dantas (Tenente do mar)<ref name=":2">''Almanach para o anno de M. DCC. XCII.'', 445.</ref><ref>''Almanach para o anno de M. DCC. XCIII.'', 467.</ref><ref>''Almanach para o anno de 1798'', 418.</ref>. | |||
Professor, entre 1792 e 1793: António Pires da Silva Pontes (Tenente do mar)<ref name=":8">''Almanach para o anno de M. DCC. XCII.'', 445.</ref><ref>''Almanach para o anno de M. DCC. XCIII.'', 467.</ref>. | |||
Professor, entre 1792 e 1797: Francisco José de Lacerda (Tenente do mar)<ref name=":3">''Almanach para o anno de M. DCC. XCII.'', 445.</ref><ref>''Almanach para o anno de M. DCC. XCIII.'', 467.</ref><ref>''Almanach para o anno de 1797'', 364.</ref>. | |||
==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino--> | ==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino--> | ||
<!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente--> | <!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente--> |
Revisão das 16h41min de 4 de outubro de 2022
Academia Real de Marinha e Comércio do Porto | |
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(ARMCCP) | |
Outras denominações | Academia Real de Marinha e Comércio, Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto |
Tipo de Instituição | Ensino civil |
Data de fundação | 9 fevereiro 1803 |
Data de extinção | 13 janeiro 1837 |
Paralisação | Início: 1832 Fim: 1834 |
Localização | |
Localização | Colégio de Nossa Senhora da Graça dos Meninos Órfãos, Porto,- Início: 09 de fevereiro de 1803 Fim: 13 de janeiro de 1837 |
Antecessora | Aula de Náutica do Porto |
Sucessora | Academia Politécnica do Porto |
História
A Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foi criada em 9 de Fevereiro de 1803[1] no rescaldo da extinção da Aula de Náutica do Porto, também criada por iniciativa da Junta da Administração da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, e a Aula de Desenho e Debuxo do Porto. Surge em consequência das petições da referida Junta aos poderes régios com fim de a cidade do Porto ser dotada de aulas de comércio, matemática, inglês e francês, que remontavam a 1785[2][3]. Nestas, arguia a Junta pela necessidade de educação segundo o volume comercial da cidade suscitava, de forma que sem elas não podia "aquela profissão vir a ser exercida com o primor e perfeição que os interesses do estado demandam". A mais, os proveitos resultantes do estabelecimento da Aula Náutica do Porto para o comércio com os portos do Báltico, que se avolumou, tornavam necessário o "conhecimento das línguas vivas (...) não havendo até então na referida cidade do Porto estabelecimento algum, no qual fosse ensinados aqueles idiomas"[4].
Academia Real de Marinha e Comércio do Porto 2:387.
5:221-224; 346-350.
Outras informações
As aulas da Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foram estabelecidas provisoriamente no edifício do Colégio dos Meninos Órfãos, aquando da sua criação. Em consequência, em alvará de 1803, recomendava o poder régio ao Senado da cidade do Porto que atendesse aos proveitos resultantes da frequência das aulas da Academia Real pelos órfãos do Colégio, para que não se "distraírem com a assistência aos enterros, e muito menos a pedir esmolas"[5]. Determinava-se, simultaneamente, a edificação de uma casa naqueles terrenos que viria a albergar as referidas Aulas, a ser financiado pelo "producto da contribuição de um real em cada quartilho de vinho, que se vendesse na cidade do Porto, e districto do privilégio exclusivo da companhia, nos meses de julho a novembro; contribuição - explicava José Silvestre Ribeiro, esta (...) que duraria por tempo de dez anos"[6]. A referida contribuição seria estendida por ais dez anos, em 1813, e novamente em 1825[7].
Professores
1789-1798 | ||||
Ano | Nome da Cadeira | Matérias | Livros | Professores |
Matemática | Professor, em 1789: José Pinto Rebelo (Capitão tenente do mar)[8].
CurriculaAquando da sua criação, na Academia Real de Marinha e Comércio do Porto ministravam-se quatro aulas, a saber, de matemática, de comércio, de inglês e de francês. De imediato, por alvará de 29 de Julho de 1803, o programa era alargado com o acréscimo das aulas de filosofia racional e moral, e de agricultura[21]. Notas
FontesRibeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia''. Vol. 2. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1872, pp. 387-427. Ribeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia''. Vol. 5. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1876, pp. 221-224, 346-350. Ribeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia''. Vol. 6. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1876, pp. 150-151. BibliografiaAraújo, José Moreira de, Bernardo, Luís Miguel, Monteiro, Marisa. 250 anos da criação da Aula Náutica do Porto. Porto: Universidade do Porto, 2012. Ligações InternasPara consultar as pessoas relacionadas com esta instituição, nomeadamente professores e alunos, siga o link: Ligações ExternasAutor(es) do artigoFinanciamentoFundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017 DOICitar este artigo
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