Academia Real de Marinha e Comércio do Porto: diferenças entre revisões

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As aulas da Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foram estabelecidas provisoriamente no edifício do Colégio dos Meninos Órfãos, aquando da sua criação. Em consequência, em alvará de 1803, recomendava o poder régio ao Senado da cidade do Porto que atendesse aos proveitos resultantes da frequência das aulas da Academia Real pelos órfãos do Colégio, para que não se "''distraírem com a assistência aos enterros, e muito menos a pedir esmolas''"<ref>Ribeiro, 2:390.</ref>. Determinava-se, simultaneamente, a edificação de uma casa naqueles terrenos que viria a albergar as referidas Aulas, a ser financiado pelo "''producto da contribuição de um real em cada quartilho de vinho, que se vendesse na cidade do Porto, e districto do privilégio exclusivo da companhia, nos meses de julho a novembro; contribuição - explicava José Silvestre Ribeiro, esta'' (...) ''que duraria por tempo de dez anos''"<ref>Ribeiro, 2:389.</ref>. A referida contribuição seria estendida por ais dez anos, em 1813, e novamente em 1825<ref>Ribeiro, 2:390.</ref>.
As aulas da Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foram estabelecidas provisoriamente no edifício do Colégio dos Meninos Órfãos, aquando da sua criação. Em consequência, em alvará de 1803, recomendava o poder régio ao Senado da cidade do Porto que atendesse aos proveitos resultantes da frequência das aulas da Academia Real pelos órfãos do Colégio, para que não se "''distraírem com a assistência aos enterros, e muito menos a pedir esmolas''"<ref>Ribeiro, 2:390.</ref>. Determinava-se, simultaneamente, a edificação de uma casa naqueles terrenos que viria a albergar as referidas Aulas, a ser financiado pelo "''producto da contribuição de um real em cada quartilho de vinho, que se vendesse na cidade do Porto, e districto do privilégio exclusivo da companhia, nos meses de julho a novembro; contribuição - explicava José Silvestre Ribeiro, esta'' (...) ''que duraria por tempo de dez anos''"<ref>Ribeiro, 2:389.</ref>. A referida contribuição seria estendida por ais dez anos, em 1813, e novamente em 1825<ref>Ribeiro, 2:390.</ref>.
==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
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<!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente-->
<!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente-->

Revisão das 16h41min de 4 de outubro de 2022


Academia Real de Marinha e Comércio do Porto
(ARMCCP)
Outras denominações Academia Real de Marinha e Comércio, Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto
Tipo de Instituição Ensino civil
Data de fundação 9 fevereiro 1803
Data de extinção 13 janeiro 1837
Paralisação
Início: 1832
Fim: 1834
Localização
Localização Colégio de Nossa Senhora da Graça dos Meninos Órfãos, Porto,-
Início: 09 de fevereiro de 1803
Fim: 13 de janeiro de 1837
Antecessora Aula de Náutica do Porto

Sucessora Academia Politécnica do Porto


História

A Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foi criada em 9 de Fevereiro de 1803[1] no rescaldo da extinção da Aula de Náutica do Porto, também criada por iniciativa da Junta da Administração da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, e a Aula de Desenho e Debuxo do Porto. Surge em consequência das petições da referida Junta aos poderes régios com fim de a cidade do Porto ser dotada de aulas de comércio, matemática, inglês e francês, que remontavam a 1785[2][3]. Nestas, arguia a Junta pela necessidade de educação segundo o volume comercial da cidade suscitava, de forma que sem elas não podia "aquela profissão vir a ser exercida com o primor e perfeição que os interesses do estado demandam". A mais, os proveitos resultantes do estabelecimento da Aula Náutica do Porto para o comércio com os portos do Báltico, que se avolumou, tornavam necessário o "conhecimento das línguas vivas (...) não havendo até então na referida cidade do Porto estabelecimento algum, no qual fosse ensinados aqueles idiomas"[4].

Academia Real de Marinha e Comércio do Porto 2:387.

5:221-224; 346-350.

Outras informações

As aulas da Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foram estabelecidas provisoriamente no edifício do Colégio dos Meninos Órfãos, aquando da sua criação. Em consequência, em alvará de 1803, recomendava o poder régio ao Senado da cidade do Porto que atendesse aos proveitos resultantes da frequência das aulas da Academia Real pelos órfãos do Colégio, para que não se "distraírem com a assistência aos enterros, e muito menos a pedir esmolas"[5]. Determinava-se, simultaneamente, a edificação de uma casa naqueles terrenos que viria a albergar as referidas Aulas, a ser financiado pelo "producto da contribuição de um real em cada quartilho de vinho, que se vendesse na cidade do Porto, e districto do privilégio exclusivo da companhia, nos meses de julho a novembro; contribuição - explicava José Silvestre Ribeiro, esta (...) que duraria por tempo de dez anos"[6]. A referida contribuição seria estendida por ais dez anos, em 1813, e novamente em 1825[7].

Professores

1789-1798
Ano Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
Matemática Professor, em 1789: José Pinto Rebelo (Capitão tenente do mar)[8].


Professor, entre 1789 e 1798: Eusébio Dias Azedo (Sargento-mor de infantaria com exercício de Engenheiro)[9][10][11][12].


Professor, entre 1792 e 1793, e 1798: José Maria Dantas (Tenente do mar)[13][14][15].


Professor, entre 1792 e 1793: António Pires da Silva Pontes (Tenente do mar)[16][17].


Professor, entre 1792 e 1797: Francisco José de Lacerda (Tenente do mar)[18][19][20].

Curricula

Aquando da sua criação, na Academia Real de Marinha e Comércio do Porto ministravam-se quatro aulas, a saber, de matemática, de comércio, de inglês e de francês. De imediato, por alvará de 29 de Julho de 1803, o programa era alargado com o acréscimo das aulas de filosofia racional e moral, e de agricultura[21].

Notas

  1. Araújo, 250 anos da criação, 20-21.
  2. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:387.
  3. Araújo, 250 anos da criação, 21.
  4. Ribeiro, 2:388.
  5. Ribeiro, 2:390.
  6. Ribeiro, 2:389.
  7. Ribeiro, 2:390.
  8. Almanach para o anno de M. DCC. LXXXIX., 342.
  9. Almanach para o anno de M. DCC. LXXXIX., 342.
  10. Almanach para o anno de M. DCC. XCII., 444.
  11. Almanach para o anno de M. DCC. XCIII., 466-467.
  12. Almanach para o anno de 1798, 418.
  13. Almanach para o anno de M. DCC. XCII., 445.
  14. Almanach para o anno de M. DCC. XCIII., 467.
  15. Almanach para o anno de 1798, 418.
  16. Almanach para o anno de M. DCC. XCII., 445.
  17. Almanach para o anno de M. DCC. XCIII., 467.
  18. Almanach para o anno de M. DCC. XCII., 445.
  19. Almanach para o anno de M. DCC. XCIII., 467.
  20. Almanach para o anno de 1797, 364.
  21. Ribeiro, 2:390.

Fontes

Ribeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia''. Vol. 2. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1872, pp. 387-427.

Ribeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia''. Vol. 5. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1876, pp. 221-224, 346-350.

Ribeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia''. Vol. 6. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1876, pp. 150-151.

Bibliografia

Araújo, José Moreira de, Bernardo, Luís Miguel, Monteiro, Marisa. 250 anos da criação da Aula Náutica do Porto. Porto: Universidade do Porto, 2012.

Ligações Internas

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Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

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