Lourenço Cunha d'Eça

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Formação
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Actividade
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Biografia

Carreira

No que concerne à sua formação militar, frequentou e obteve aprovação no primeiro ano do curso da classe de sargentos. Assentou praça a 9 de julho 1879, como voluntário no Regimento do Batalhão de Engenharia em Lisboa.

Em 22 de janeiro de 1882, Alberto Carlos fixou-se em Macau, onde ocupou o posto de 1.º sargento da Guarda Policial da cidade, tendo sido promovido ao posto de sargento ajudante em 14 de janeiro de 1893, com a matricula número 23. No mesmo ano, em 16 de Março, foi também promovido a alferes, sendo integrado no quadro oriental das forças ultramarinas. Embarcou para Timor em 24 de julho de 1895, e foi nomeado comandante militar de Aipelo em 19 de agosto daquele ano, e, igualmente, de Liquiçá em 27 de agosto. Em 9 de julho de 1903, foi promovido a tenente.

No que concerne à sua actividade no domínio das obras públicas, desempenhou funções de olheiro, tendo-se oferecido, voluntariamente, para acompanhar os trabalhos no Lazareto de Cacilhas em 1888. Nessas funções, distinguiu-se, sendo louvado pela sua boa vontade e aptidão.

Pertenceu ao quadro de comissões na qualidade de adido à Direção das Obras Públicas da Província de Macau e Timor, e preencheu, por duas vezes, a título provisório, o lugar de condutor de 2.ª classe das Obras Públicas de Macau. Nomeadamente, uma primeira colocação entre 24 de maio de 1893 e 15 de Novembro de 1893, data da tomada de posse de Filomeno Mâncio Spínola; e uma segunda colocação em 19 de janeiro de 1894 - para substituir o condutor de 1.ª classe Alcino António Sauvage, aquando de um período de licença para convalescência - que durou até 1 de julho de 1895. Embarcou para Timor no dia 24 desse mês.

Por várias vezes, Alberto Carlos foi proposto para o lugar de condutor de 2.ª classe. A 12 de janeiro de 1897, foi indicado pelo governador José Maria de Sousa Horta e Costa, para substituir António Heitor, que tinha sido promovido a condutor de 1.ª classe. O parecer, assinado por José Belchior Machado, da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar a esta proposta foi de que Alberto Carlos não reunia condições para a nomeação, uma vez que não era condutor do quadro do reino, nem possuía formação como condutor de obras públicas. Em 29 de novembro de 1897, foi feita nova proposta para que preenchesse o lugar que se encontrava vago desde o falecimento de Pita de Vasconcelos em janeiro de 1896. Em 9 de março de 1898, José Celestino da Silva repetiu a proposta para preencher o lugar vago no Distrito de Timor, que recebeu o mesmo parecer. Desta forma, Alberto Carlos continuou a ocupar o cargo de condutor de forma provisória, voltando a ser nomeado condutor interino de 2.ª classe a 30 de junho de 1898, e tomando posse a 1 de julho de 1898.

Com o embarque do chefe do serviço das de Obras Públicas de Timor António Heitor para o reino, com fim de gozar um ano de licença, Alberto Carlos passou a exercer funções de chefe interino a partir de 18 de maio de 1900. Em 1905, o lugar de chefe do serviço de Obras Públicas de Timor continuava vago, pelo que, a 17 de agosto de 1905, Alberto Carlos foi exonerado como condutor interino de 2.ª classe e nomeado chefe interino do serviço.

No desempenho do cargo de chefe interino da Repartição de Obras Públicas do Distrito Autónomo de Timor, assinou os relatórios anuais da repartição desde 1899 até, pelo menos, 1910.

Outras informações

Foi medalhado e premiado pelo serviço prestado aquando do incêndio no Palácio do Visconde de Ouguela em setembro de 1880, tendo igualmente participado na extinção de um incêndio que deflagrou a 18 de janeiro de 1886 na povoação Horta de Volong. Foi reconhecido com a medalha militar de cobre por comportamento exemplar em 1883; com a medalha de prata pela assiduidade de serviço no ultramar em 1893; e com a medalha de prata por comportamento exemplar em 1894.

Em Timor, foi nomeado vogal da comissão administrativa do Hospital Militar de Díli a 15 de dezembro de 1898; e em 8 de junho de 1901, foi nomeado interinamente para o cargo de comandante e inspetor do material de guerra, que deveria exercer em acumulação com as funções de chefe interino das obras públicas. Recebeu nomeação para defensor oficioso dos Conselhos de Guerra permanentes a 4 de outubro de 1901. Foi vogal suplente junto do Conselho de Guerra a 2 de maio de 1902; e vogal efetivo do mesmo conselho a 7 de setembro de 1903.

Enquanto chefe interino de secção das obras públicas do Distrito de Timor, deslocou-se a Macau entre 16 de janeiro de 1901 e 7 de março de 1901, em missão de serviço como portador das atas de eleição de deputado. No seu regresso a Timor, permaneceu para observação no lazareto em Motael, apresentando-se na secretaria do governo a 12 de março de 1901. A 21 de dezembro de 1901, voltou a embarcar para Macau como portador da ata de eleição de um deputado para o círculo n.º 33 Macau.

Integrou, desde 22 de julho de 1901, a comissão diretora do Museu Biblioteca Vasco da Gama, como vogal diretor.

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

Citar este artigo

Boavida, Isabel. "Lourenço Cunha d'Eça", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, {{{year}}} 2022. Consultado a 20 de setembro de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Louren%C3%A7o_Cunha_d%27E%C3%A7a. DOI: https://doi.org/10.34619/6vik-b6h5