Aula de Artilharia de São Julião da Barra: diferenças entre revisões
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==História==<!--História geral da instituição. Este é o local para colocar toda a informação que justifica o que está na infobox e outra complementar, subdividida em períodos, se necessário--> | ==História==<!--História geral da instituição. Este é o local para colocar toda a informação que justifica o que está na infobox e outra complementar, subdividida em períodos, se necessário--> | ||
Geral para as Aulas: | |||
Introduzindo os príncipios de uma necessária formação militar especializada, Lippe promoveu uma profunda reforma curricular da Aula de Forticação e Arquitectura Militar. No ''Plano que Sua Magestade Manda Seguir e Observar no Estabelecimento, Estudos e Execícios das Aulas dos Regimentos de Artilharia, aprovado e publicado em 15 de Julho de 1763'' | |||
instituindo um novo tipo de aulas periféricas, no fundo tentanto modernizar e uniformizar o funcionamento da rede de Aulas de Fortificação, que passaram a ser designadas por Aulas Regimentais de Artilharia, portanto geralmente anexas ao regimento dessa arma organizado em cada uma das praças. | |||
A partir de 1763 encontra-se documentada a instituição de numerosas Aulas Regimentais de Artilharia: São Julião da Barra, Valença (provável docência de José Anastácio da Cunha desde 1764 e mais tarde, em 1783, do suiço Jean Victoire Miron de Sabionne), Almeida (onde por volta de 1762 Miguel Luís Jacob escrevia ''Tratado de Fortificação Regular e Irregular'', quase uma tradução do tratado ''Architecture Militaire ou l'Art de Fortifier'', publicado em 1741 por Louis de Cormontaingne, discípulo directo de Vauban), Estremoz (com a presença de Valleré), Olivença (onde António Lobo Infante de Lacerda traduziu ''Elemens de Fortification'' de Guillaume Le Bond, a partir da 7ª edição de 1775), Faro (1774), Tavira (de 1788 a 1811 destaca-se a docência do Lente de Geometria José Sande de Vasconcelos, engenheiro militar que acompanhou o processo de construção de Vila Real de Santo António), ilha da Madeira (1767), ilha Terceira (1799) e Goa (1773). No Rio de Janeiro a aula foi também convertida em Aula do Regimento de Artuilharia, surgindo documentado a adopção dos manuais de Bélidor em 1774, enquanto na Baía se criava em 1761 a Aula Militar de Fortificação e Geometria, ainda em funcionamento em 1784 e na qual se destacou a actividade de José António Caldas, conservando-se um significativo conjuntos de desenhos, datado de 1778 e 1779, que constitui boa parte dos exercícios práticos dos formandos e um inestimável documento sobre o método e contéudo dessa aprendizagem (Bueno, 2000: 53). | |||
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==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino--> | ==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino--> | ||
Margarida: As Aulas de Artilharia eram regidas por um lente de nomeação régia, por norma o comandante do regimento ou o sargento-mor, a quem competia a explicação e a tradução dos livros adoptados, enquanto a estrita observância do método seguido deveria ser vigiada pelo coronel-inspector dos corpos de Artilharia (Vieira, 1990:7-17). | |||
==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino--> | ==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino--> | ||
<!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente--> | <!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente-->Margarida / Para os manuais adotados: Introduzindo os príncipios de uma necessária formação militar especializada, Lippe promoveu uma profunda reforma curricular da Aula de Forticação e Arquitectura Militar. No ''Plano que Sua Magestade Manda Seguir e Observar no Estabelecimento, Estudos e Execícios das Aulas dos Regimentos de Artilharia, aprovado e publicado em 15 de Julho de 1763'', determinavam-se as principais alterações e uma lista de manuais de estudo obrigatório, sob pena de expulsão das aulas e do próprio exército, que incluía o tratado ''De l'Attaque et de la Defense des Places'', do marquês de Vauban (Haia,1737-1742), e dois manuais de Bernard Forest de Bélidor: ''Nouveau Cours de Mathématique''…(''Paris'', 1720), incluindo as matemáticas puras, mas também conceitos básicos de mecânica e regras para a realização de cartas geográficas, de que se conserva uma tradução manuscrita e não datada feita por Manuel de Sousa; e ''La Science des Ingenieurs dans la conduite travaux de Fortification et d'Architecture Civile'' (Paris, 1729), que conheceu extensa difusão, em grande parte devido ao facto de incluir o domínio da arquitectura civil, iniciando-se então uma divulgação cerrada das obras dos discípulos de Vauban. Por volta de 1789, o mesmo Manuel de Sousa traduziu ''L'Ingénieur Moderne''… do barão F. de Rotberg (Haia, 1744), reflectindo já a influência germânica a matizar o domínio quase absoluto da escola francesa. O plano de estudos de 1763 prescrevia ainda compêndios mais especializados, sobretudo no que se referia às especificidades do campo da artilharia (Underwood, 1997; Vieira, 1990: 7-17; Bueno, 2000: 53). | ||
==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography--> | ==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography--> | ||
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Revisão das 18h03min de 17 de agosto de 2022
Aula de Artilharia de São Julião da Barra | |
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(valor desconhecido) | |
Outras denominações | Aula do Regimento de Artilheria de São Julião da Barra, Aula Regimental de Artilharia de São Julião da Barra, Aula do Regimento de Artilharia da Corte e da Província da Estremadura |
Tipo de Instituição | Ensino Militar |
Data de fundação | 9 abril 1762 |
Data de extinção | 18 julho 1834 |
Paralisação | Início: valor desconhecido Fim: valor desconhecido |
Localização | |
Localização | Forte de São Julião da Barra, Oeiras,- Início: 09 de abril de 1762 |
Antecessora | valor desconhecido |
Sucessora | valor desconhecido |
História
Geral para as Aulas:
Introduzindo os príncipios de uma necessária formação militar especializada, Lippe promoveu uma profunda reforma curricular da Aula de Forticação e Arquitectura Militar. No Plano que Sua Magestade Manda Seguir e Observar no Estabelecimento, Estudos e Execícios das Aulas dos Regimentos de Artilharia, aprovado e publicado em 15 de Julho de 1763
instituindo um novo tipo de aulas periféricas, no fundo tentanto modernizar e uniformizar o funcionamento da rede de Aulas de Fortificação, que passaram a ser designadas por Aulas Regimentais de Artilharia, portanto geralmente anexas ao regimento dessa arma organizado em cada uma das praças.
A partir de 1763 encontra-se documentada a instituição de numerosas Aulas Regimentais de Artilharia: São Julião da Barra, Valença (provável docência de José Anastácio da Cunha desde 1764 e mais tarde, em 1783, do suiço Jean Victoire Miron de Sabionne), Almeida (onde por volta de 1762 Miguel Luís Jacob escrevia Tratado de Fortificação Regular e Irregular, quase uma tradução do tratado Architecture Militaire ou l'Art de Fortifier, publicado em 1741 por Louis de Cormontaingne, discípulo directo de Vauban), Estremoz (com a presença de Valleré), Olivença (onde António Lobo Infante de Lacerda traduziu Elemens de Fortification de Guillaume Le Bond, a partir da 7ª edição de 1775), Faro (1774), Tavira (de 1788 a 1811 destaca-se a docência do Lente de Geometria José Sande de Vasconcelos, engenheiro militar que acompanhou o processo de construção de Vila Real de Santo António), ilha da Madeira (1767), ilha Terceira (1799) e Goa (1773). No Rio de Janeiro a aula foi também convertida em Aula do Regimento de Artuilharia, surgindo documentado a adopção dos manuais de Bélidor em 1774, enquanto na Baía se criava em 1761 a Aula Militar de Fortificação e Geometria, ainda em funcionamento em 1784 e na qual se destacou a actividade de José António Caldas, conservando-se um significativo conjuntos de desenhos, datado de 1778 e 1779, que constitui boa parte dos exercícios práticos dos formandos e um inestimável documento sobre o método e contéudo dessa aprendizagem (Bueno, 2000: 53).
Outras informações
Professores
Margarida: As Aulas de Artilharia eram regidas por um lente de nomeação régia, por norma o comandante do regimento ou o sargento-mor, a quem competia a explicação e a tradução dos livros adoptados, enquanto a estrita observância do método seguido deveria ser vigiada pelo coronel-inspector dos corpos de Artilharia (Vieira, 1990:7-17).
Curricula
Margarida / Para os manuais adotados: Introduzindo os príncipios de uma necessária formação militar especializada, Lippe promoveu uma profunda reforma curricular da Aula de Forticação e Arquitectura Militar. No Plano que Sua Magestade Manda Seguir e Observar no Estabelecimento, Estudos e Execícios das Aulas dos Regimentos de Artilharia, aprovado e publicado em 15 de Julho de 1763, determinavam-se as principais alterações e uma lista de manuais de estudo obrigatório, sob pena de expulsão das aulas e do próprio exército, que incluía o tratado De l'Attaque et de la Defense des Places, do marquês de Vauban (Haia,1737-1742), e dois manuais de Bernard Forest de Bélidor: Nouveau Cours de Mathématique…(Paris, 1720), incluindo as matemáticas puras, mas também conceitos básicos de mecânica e regras para a realização de cartas geográficas, de que se conserva uma tradução manuscrita e não datada feita por Manuel de Sousa; e La Science des Ingenieurs dans la conduite travaux de Fortification et d'Architecture Civile (Paris, 1729), que conheceu extensa difusão, em grande parte devido ao facto de incluir o domínio da arquitectura civil, iniciando-se então uma divulgação cerrada das obras dos discípulos de Vauban. Por volta de 1789, o mesmo Manuel de Sousa traduziu L'Ingénieur Moderne… do barão F. de Rotberg (Haia, 1744), reflectindo já a influência germânica a matizar o domínio quase absoluto da escola francesa. O plano de estudos de 1763 prescrevia ainda compêndios mais especializados, sobretudo no que se referia às especificidades do campo da artilharia (Underwood, 1997; Vieira, 1990: 7-17; Bueno, 2000: 53).
Notas
Fontes
Ribeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia''. Vol. 1. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1872, pp. 301-302.
Bibliografia
Ligações Internas
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Categoria: Aula de Artilharia de São Julião da Barra
Ligações Externas
Autor(es) do artigo
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
Citar este artigo
- Aula de Artilharia de São Julião da Barra (última modificação: 17/08/2022). eViterbo. Visitado em 05 de julho de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Aula_de_Artilharia_de_S%C3%A3o_Juli%C3%A3o_da_Barra