André Ribeiro Coutinho: diferenças entre revisões

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Nomeado em 1728 "''feitor e alcaide-mor"'' da cidade de Baçaim na Província do Norte, Coutinho redigiu um importante relatório intitulado ''Extracto Individual do Estado em que se acha a Infantaria..''., onde informava o vice-rei João Saldanha da Gama da situação defensiva daquele território. Esse documento foi publicado por Joaquim da Cunha Rivara em 1866.<ref>Coutinho, André Ribeiro, "Extracto Individual do Estado em que se acha a Infantaria...no anno de 1728", O Chronista de TIssuary, Joaquim da Cunha Rivara (ed.), vol. I, nº 1, Nova Goa, Imprensa Nacional, Janeiro de 1866, pp. </ref>
Nomeado em 1728 "''feitor e alcaide-mor"'' da cidade de Baçaim na Província do Norte, Coutinho redigiu um importante relatório intitulado ''Extracto Individual do Estado em que se acha a Infantaria..''., onde informava o vice-rei João Saldanha da Gama da situação defensiva daquele território. Esse documento foi publicado por Joaquim da Cunha Rivara em 1866.<ref>Coutinho, André Ribeiro, "Extracto Individual do Estado em que se acha a Infantaria...no anno de 1728", O Chronista de TIssuary, Joaquim da Cunha Rivara (ed.), vol. I, nº 1, Nova Goa, Imprensa Nacional, Janeiro de 1866, pp. </ref>


Coutinho foi o responsável pelos projectos iniciais da nova fortificação de Taná, na Província do Norte. Dos três projectos propostos ao vice-rei Pedro de Mascarenhas em 1733, optou-se pela edificção de uma estrutura que incluía uma "''cidadela''" envolvida por uma "''linha de defesa''" de limitado desempenho defensivo. Antes de iniciar a obra, Coutinho foi responsável pelo levantamento topográfico da vila de Taná.
Estando em Goa em inícios de 1734 "dando contas da feitoria" de Baçaim ao vice-rei D. Pedro de Mascarenhas, Coutinho regressou à Província do Norte em Maio de 1734 na companhia do novo general da Província, D. Luís Botelho, com a incumbência de delinear a nova fortificação a edificar na vila de Taná.<ref name=":1">''Rellação da guerra que o infil. Maratá fez no Estado da India...,'' cod. 1605, A. G. Biblioteca Nacional de Portugal, cit. in Pissurlencar, Panduranga, "Portugueses e Maratas (IV): Como se perdeu Baçaim", ''Boletim do Instituto Vasco da Gama'', nº 9, 1931, p. 35.</ref>


Coutinho regressou a Portugal em 1733/1734.
Coutinho foi o responsável por três soluções distintas para fortificar Taná, ao qual correspondiam três desenhos enviados para Goa em 1734, "''ajustados aos preceitos da arte de fortificação em que, por sua curioza aplicação, parecia profeçar bem instruido''".<ref name=":1" /> Dos três projectos propostos ao vice-rei Pedro de Mascarenhas, optou-se pela edificção de uma fortificação que incluía uma "''cidadela''" envolvida por uma "''linha de defesa''" de limitado desempenho defensivo. Antes de iniciar a obra, Coutinho foi responsável pelo levantamento topográfico da vila de Taná. Iniciada a obra ainda em 1734, Coutinho regressou a Goa em Dezembro desse ano, deixando a "''nova fortedicação em termos de a poder continuar e aperfeiçoar qualquer outro enginheiro''".<ref name=":1" /> Efectivamente, foi substituido pelo "tenente coronel engenheiro" José Lopes de Sá, que dirigiu a obra até a conquista da fortificação inacabada pelo exército marata em Abril de 1737.
 
Coutinho partiu da Índia com destino a Portugal em Janeiro de 1735.


Em 1735 partiu para o Brasil com o posto de "''tenente-coronel''", tendo servido na Colónia do Sacramento.<ref name=":0" />
Em 1735 partiu para o Brasil com o posto de "''tenente-coronel''", tendo servido na Colónia do Sacramento.<ref name=":0" />

Revisão das 03h17min de 14 de novembro de 2020


André Ribeiro Coutinho
Nome completo André Ribeiro Coutinho
Outras Grafias EQUAL


Biografia

Dados biográficos

Naceu em Lisboa. Filho de Pascoal Ribeiro Coutinho e de Maria dos Reis, e neto de André Ribeiro Coutinho. Estudou "letras humanas e Filosofia" no Colégios de Santo Antão em Lisboa.[1]

Faleceu no Rio de Janeiro em 1751.

Carreira

Depis de ter assentado "praça de soldado" em Lisboa, Coutinho assistiu no posto de "ajudante" em "várias campanhas" da guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714), Em 1716, partiu para os Balcãs, na armada enviada para assistir a Républica de Veneza na defesa da Ilha de Corfú face aos ataques Otomanos. Após essa batalha, que terminou a 21 de Agosto desse ano, Coutinho participou no cerco e conquista de Belgrado pelo exército Austríaco em 1717. Partiu para a Índia em 14 de Abril de 1723 com o posto de "sargento-mor", e encarregue de ensinar a "disciplina" militar "praticada na Europa".[1]

Na Índia, Coutinho acompanhou a incursão militar de 1726 sobre a fortificação de Bicholim, Goa, dependente dos Savánts de Vadi e Kudal, mais conhecidos por "Bonsulós".[2] Nessa campanha, comandou o "Regimento de Estado", sendo Coutinho designado como "segundo cabo, e Comadante de toda a Infantaria" da operação, e tendo granjeado elogios por parte do vice-rei João Saldanha da Gama, que o descreveu à metrópole enquanto oficial "muito intelegente na disçiplina militar", recomendando a sua promoção.[3] O próprio Coutinho deixou uma descrição do ataque na obra Relação Diaria da Expugnação e rendimento [sic] da Praça de Bicholym.

Nomeado em 1728 "feitor e alcaide-mor" da cidade de Baçaim na Província do Norte, Coutinho redigiu um importante relatório intitulado Extracto Individual do Estado em que se acha a Infantaria..., onde informava o vice-rei João Saldanha da Gama da situação defensiva daquele território. Esse documento foi publicado por Joaquim da Cunha Rivara em 1866.[4]

Estando em Goa em inícios de 1734 "dando contas da feitoria" de Baçaim ao vice-rei D. Pedro de Mascarenhas, Coutinho regressou à Província do Norte em Maio de 1734 na companhia do novo general da Província, D. Luís Botelho, com a incumbência de delinear a nova fortificação a edificar na vila de Taná.[5]

Coutinho foi o responsável por três soluções distintas para fortificar Taná, ao qual correspondiam três desenhos enviados para Goa em 1734, "ajustados aos preceitos da arte de fortificação em que, por sua curioza aplicação, parecia profeçar bem instruido".[5] Dos três projectos propostos ao vice-rei Pedro de Mascarenhas, optou-se pela edificção de uma fortificação que incluía uma "cidadela" envolvida por uma "linha de defesa" de limitado desempenho defensivo. Antes de iniciar a obra, Coutinho foi responsável pelo levantamento topográfico da vila de Taná. Iniciada a obra ainda em 1734, Coutinho regressou a Goa em Dezembro desse ano, deixando a "nova fortedicação em termos de a poder continuar e aperfeiçoar qualquer outro enginheiro".[5] Efectivamente, foi substituido pelo "tenente coronel engenheiro" José Lopes de Sá, que dirigiu a obra até a conquista da fortificação inacabada pelo exército marata em Abril de 1737.

Coutinho partiu da Índia com destino a Portugal em Janeiro de 1735.

Em 1735 partiu para o Brasil com o posto de "tenente-coronel", tendo servido na Colónia do Sacramento.[1]

Serviu ainda como coronel de um regimento na capitania do Rio de Janeiro, onde faleceu em 1751.


Outras informações

Obras

Coutinho escreveu:

- Prototypo constituido das partes mais essenciaes de um General perfeito, delineado em o perfeitissimo Governador das Armas no Alemtejo o sr. Pedro Mascarenha, Lisboa, por Antonio Pedroso Galrão, 1713.

- Relação diaria da expugnação e rendimento da praça de Bicholym, Lisboa, Na Officina de Miguel Rodrigues, 1728.

- O Capitão de Infanteria portuguez, com a theorica e practica das suas funcções, assim nas Armadas terrestres e navaes, como nas Praças e Corte, Lisboa, na Off. Silviana, 1751; 2 tomos.


Conhecem-se ainda cinco cartas de André Coutinho ao Conde de Unhão D. Rodrigo Xavier Teles estantes na Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Évora.[6]

Notas

  1. 1,0 1,1 1,2 Macahdo, Diogo Barbosa, Bibliotheca Lusitana, tom. I, Lisboa Occidental, Na Officina de Antonio Isidoro de Fonseca, 1741, p. 172.
  2. "Noticias da India desde o fim do Governo do Vice-Rey Vasco Fernandes Cezar athé o fim do anno de 1738", doc. 29, Ms. 465, fl. 124, Biblioteca Nacional de Portugal.
  3. Carta do vice-rei João Saldanha da Gama ao rei, 20 de Janeiro 1727, Livro das Monções nº 95-A, Ms. 110, fl. 283, Historical Archives of Goa.
  4. Coutinho, André Ribeiro, "Extracto Individual do Estado em que se acha a Infantaria...no anno de 1728", O Chronista de TIssuary, Joaquim da Cunha Rivara (ed.), vol. I, nº 1, Nova Goa, Imprensa Nacional, Janeiro de 1866, pp.
  5. 5,0 5,1 5,2 Rellação da guerra que o infil. Maratá fez no Estado da India..., cod. 1605, A. G. Biblioteca Nacional de Portugal, cit. in Pissurlencar, Panduranga, "Portugueses e Maratas (IV): Como se perdeu Baçaim", Boletim do Instituto Vasco da Gama, nº 9, 1931, p. 35.
  6. Segundo Joaquim da Cunha Rivara, as cartas estão no códice CXX/2-1 (Rivara, Joaquim da Cunha, Catalogo dos Mss. da Bibl. Publ. Eborense [comp])

Fontes

Bibliografia

Ligações Externas

https://www.hpip.org/pt/heritage/details/1305

Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

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