Jerónimo Mendes de Paz: diferenças entre revisões

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===Dados biográficos===
===Dados biográficos===
Jerônimo Mendes de Paz<ref>Não há qualquer referência sobre Jeronimo Mendes de Paz no ''Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses'' (Viterbo,1998), ou no ''Expedições Científicos-Militares enviadas ao Brasil'' (Viterbo, 1962). Tampouco encontramos menção à Mendes da Paz em Sepulveda.  Ver STUDART, Barão (1923). Ver também STUDART (1892).  Jucá Neto (2012) o inclui como engenheiro (embora sua formação não esteja comprovada) diante de sua habilidade técnica ao cartografar a região das minas dos Cariris Novos na Capitania do Ceará - Brasil.</ref> (neto) nasceu e morreu em Recife, Capitania de Pernambuco - Brasil. De acordo com Borges da Fonseca, em ''Nobiliarquia Pernambucana'' (1935, pp. 256 – 257), teve como avós paternos Isabel Peres de Almeida e Jerônimo Mendes de Paz (avô), de quem herdou o nome. Deste matrimônio nasceram oito filhos; dentre os quais, José Pinhão de Mattos e Francisco Mendes de Paz. Francisco Mendes de Paz nasceu em Olinda, Pernambuco, e fora batizado na capela de Nossa Senhora das necessidades do Engenho da Casa Forte, Pernambuco, em 6 de junho de 1672. Francisco Mendes de Paz foi “muito bom engenheiro”. Casou-se com D. Brites de Sobral. Do matrimônio nasceu Jerônimo Mendes de Paz (neto).<!--Jerônimo Mendes de Paz nasceu e morreu em Recife, Capitania de Pernambuco - Brasil. De acordo com Borges da Fonseca, em Nobiliarquia Pernambucana (1935, pp. 256 – 257), teve como avós paternos Isabel Peres de Almeida e Jerônimo Mendes de Paz, de quem herdou o nome. Isabel Peres de Almeida nasceu em Recife, filha de Luiz Pinhão de Mattos. Jerônymo Mendes de Paz (avô) foi “alferes no tempo de guerra dos Holandeses” - filho do português Francisco Mendes de Castro Bravo, natural de Mesão Frio  - e da portuguesa Anna de Paz, natural do Porto. Deste matrimônio nasceram oito filhos; dentre os quais, José Pinhão do Mattos e Francisco Mendes de Paz. José Pinhão de Mattos fora ..... Francisco Mendes de Paz nasceu em Olinda. Fora batizado na capela de Nossa Senhora das necessidades do Engenho da Casa Forte, Pernambuco, em 6 de junho de 1672. Por ocasião de sua morte em Recife, no ano de 1732, ocupava o posto de capitão de Artilharia. Francisco Mendes de Paz foi “muito bom engenheiro”. Casou-se com D. Brites de Sobral. Do matrimônio nasceu Jerônimo Mendes de Paz  (neto).
Jerônimo Mendes de Paz<ref>Não há qualquer referência sobre Jeronimo Mendes de Paz no ''Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses'' (Viterbo,1998), ou no ''Expedições Científicos-Militares enviadas ao Brasil'' (Viterbo, 1962). Tampouco encontramos menção à Mendes da Paz em Sepulveda.  Ver STUDART, Barão (1923). Ver também STUDART (1892).  Jucá Neto (2012) o inclui como engenheiro (embora sua formação não esteja comprovada) diante de sua habilidade técnica ao cartografar a região das minas dos Cariris Novos na Capitania do Ceará - Brasil.</ref> (neto) nasceu e morreu em Recife, Capitania de Pernambuco - Brasil. De acordo com Borges da Fonseca, em ''Nobiliarquia Pernambucana'' (1935, pp. 256 – 257), teve como avós paternos Isabel Peres de Almeida e Jerônimo Mendes de Paz (avô), de quem herdou o nome. Deste matrimônio nasceram oito filhos; dentre os quais, José Pinhão de Mattos e Francisco Mendes de Paz. Francisco Mendes de Paz nasceu em Olinda, Pernambuco, e fora batizado na capela de Nossa Senhora das necessidades do Engenho da Casa Forte, Pernambuco, em 6 de junho de 1672. Francisco Mendes de Paz foi “muito bom engenheiro”. Casou-se com D. Brites de Sobral. Do matrimônio nasceu Jerônimo Mendes de Paz (neto).
Jerônimo Mendes de Paz (neto) servira como “soldado mestre Granadeiro Ajudante das Fortificações e da Artilharia Capitão” na corte. Em 1729, assumiu o cargo de Intendente das Minas dos Kariris, no Ceará. Em 1742, ocupava o posto de Capitão de Artilharia da Capitania de Pernambuco . Por ocasião da morte do Tenente Coronel Engenheiro Diogo da Silveyra Velloso no ano de 1750, o então governador da capitania de Pernambuco Luís José Correia de Sá, envia carta ao Rei, indicando-o para o posto vago de Tenente General da Artilharia Praça do Recife .  Em 1752, foi enviado à capitania do Ceará como Intendente das Minas dos Cariris Novos . No ano de 1755 recebeu a patente de Sargento-Mor da Artilharia das praças de Olinda e Recife . A patente de Tenente General de Artilharia lhe fora concedida somente em 1756 .
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===Carreira===
===Carreira===
Em 1742, Jerônimo Mendes de Paz ocupava o posto de Capitão de Artilharia da Capitania de Pernambuco<ref>AHU_ACL_CU_015, Cx. 58. D. 4973. [ant. 1742, setembro, 20]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco.</ref>. Em 1752, fora enviado à capitania do Ceará como Intendente das Minas dos Cariris Novos<ref>Ver Studart, Barão. (1923, p. 296 – 297).</ref>.  No ano de 1755 recebeu a patente de Sargento-Mor da Artilharia das praças de Olinda e Recife<ref>AHU_ACL_CU_015, Cx. 79, D. 6618. 1755, agosto, 26 [Lisboa]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. </ref>. Por ocasião da morte do Tenente Coronel Engenheiro Diogo da Silveyra Velloso no ano de 1750, o então governador da capitania de Pernambuco Luís José Correia de Sá, envia carta ao Rei, indicando-o para o posto vago de Tenente General da Artilharia Praça do Recife<ref>AHU_ACL_CU_015, Cx. 71, D. 5962. 1750, agosto, 23, Recife. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. </ref>. A patente lhe fora concedida somente em 1756<ref>AHU_ACL_CU_015, Cx. 82, D. 6790. 1756, Outubro, 13, [Lisboa]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. </ref>.
Em 1742, Jerônimo Mendes de Paz ocupava o posto de Capitão de Artilharia da Capitania de Pernambuco<ref>AHU_ACL_CU_015, Cx. 58. D. 4973. [ant. 1742, setembro, 20]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco.</ref>. Em 1752, fora enviado à capitania do Ceará como Intendente das Minas dos Cariris Novos<ref>Ver Studart, Barão. (1923, p. 296 – 297).</ref>.  No ano de 1755 recebeu a patente de Sargento-Mor da Artilharia das praças de Olinda e Recife<ref>AHU_ACL_CU_015, Cx. 79, D. 6618. 1755, agosto, 26 [Lisboa]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. </ref>. Por ocasião da morte do Tenente Coronel Engenheiro Diogo da Silveyra Velloso no ano de 1750, o então governador da capitania de Pernambuco Luís José Correia de Sá, envia carta ao Rei, indicando-o para o posto vago de Tenente General da Artilharia Praça do Recife<ref>AHU_ACL_CU_015, Cx. 71, D. 5962. 1750, agosto, 23, Recife. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. </ref>. A patente lhe fora concedida somente em 1756<ref name=":1">AHU_ACL_CU_015, Cx. 82, D. 6790. 1756, Outubro, 13, [Lisboa]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. </ref>.


Em 13 de outubro de 1756, o secretário de Estado da Marinha e Ultramar, Tomé Joaquim da Costa Corte Real, ordenou ao presidente do Conselho Ultramarino, marquês de Penalva, [D. Estevão de Meneses], que analisasse o requerimento do sargento-mor e comandante da Artilharia da capitania de Pernambuco, Jerônimo Mendes de Paz, solicitando patente de tenente-coronel<ref>AHU_ACL_CU_015, Cx. 82, D. 6790. 1756, Outubro, 13, [Lisboa]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. AVISO do [secretário de Estado da Marinha e Ultramar], Tomé Joaquim da Costa Corte Real, ao [presidente do Conselho Ultramarino], marquês de Penalva, [D. Estevão de Meneses], ordenando se consulte o requerimento do sargento-mor e comandante da Artilharia da capitania de Pernambuco, Jerônimo Mendes de Paz, em que pede a graduação da patente de tenente-coronel da mesma.</ref>. Na ocasião, Mendes de Paz achava-se “empregado no Real Serviço q’ buscou voluntário” a “quarenta e cinco anos dois meses e vinte cinco dias”, servindo como “soldado, mestre Granadeiro, Ajudante das Fortificações e da Artilharia”, Capitão de Artilharia<ref>Chancelaria D. João V. Liv. 98. P. 317 v.</ref> e Sargento-Mor do Reino.
Em 13 de outubro de 1756, o secretário de Estado da Marinha e Ultramar, Tomé Joaquim da Costa Corte Real, ordenou ao presidente do Conselho Ultramarino, marquês de Penalva, [D. Estevão de Meneses], que analisasse o requerimento do sargento-mor e comandante da Artilharia da capitania de Pernambuco, Jerônimo Mendes de Paz, solicitando patente de tenente-coronel<ref name=":1" />. Na ocasião, Mendes de Paz achava-se “empregado no Real Serviço q’ buscou voluntário” a “quarenta e cinco anos dois meses e vinte cinco dias”, servindo como “soldado, mestre Granadeiro, Ajudante das Fortificações e da Artilharia”, Capitão de Artilharia<ref>Chancelaria D. João V. Liv. 98. P. 317 v.</ref> e Sargento-Mor do Reino.


Em linhas gerais, o documento expos a agenda de trabalho de Jerônimo Mendes de Paz. O engenheiro prestara serviço na capitania do Rio Grande do Norte, na ilha de Fernando de Noronha como “comandante”, em Cabrobó [capitania de Pernambuco] e no “Ryo de São Francisco”<ref>AHU_ACL_CU_015, Cx. 82, D. 6790. 1756, Outubro, 13, [Lisboa]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. </ref>. Em 1729, “se ofereceu [...] para as Minas do Kariris”. Em 1760 seguiu em “deligencia do Araroba, Pajau, cabrabó e Ryo de S. Francisco a reduzir os Índios e criminosos levantados, e formar as novas povoações em q’ deviam ficar por evitar o prejuízo q’ se seguia de viverem em diminutas e dispersas malocas”<ref>AHU_ACL_CU_015, Cx. 82, D. 6790. 1756, Outubro, 13, [Lisboa]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco.</ref>.
Em linhas gerais, o documento expos a agenda de trabalho de Jerônimo Mendes de Paz. O engenheiro prestara serviço na capitania do Rio Grande do Norte, na ilha de Fernando de Noronha como “comandante”, em Cabrobó [capitania de Pernambuco] e no “Ryo de São Francisco”<ref name=":1" />. Em 1729, “se ofereceu [...] para as Minas do Kariris”. Em 1760 seguiu em “deligencia do Araroba, Pajau, cabrabó e Ryo de S. Francisco a reduzir os Índios e criminosos levantados, e formar as novas povoações em q’ deviam ficar por evitar o prejuízo q’ se seguia de viverem em diminutas e dispersas malocas”<ref name=":1" />.


Quanto aos serviços prestados na capitania do Rio Grande, o engenheiro militar Diogo da Sylveira Veloso já havia certificado, em 1742, que Mendes de Paz entrava e saía da “guarda com sua companhia no corpo da guarda principal”, visitando presídios, e que na ocasião achava-se no “Rio Grande guarnecendo aquela Fortaleza, que dista desta praça [Pernambuco] sessenta e cinco Legoas”. A certidão encontra-se anexa à carta de 23 de fevereiro de 1743, do governador da capitania de Pernambuco, Henrique Luis Pereira Freire de Andrada, ao rei D. João V. A missiva do governador encaminhava pedido de Mendes da Paz requerendo o mesmo soldo dos capitães de Infantaria da Bahia e Rio de Janeiro. <ref>AHU_ACL_CU_015, Cx. 58. D. 5021. 1743, fevereiro, 23, Recife. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. </ref>  
Quanto aos serviços prestados na capitania do Rio Grande, o engenheiro militar Diogo da Sylveira Veloso já havia certificado, em 1742, que Mendes de Paz entrava e saía da “guarda com sua companhia no corpo da guarda principal”, visitando presídios, e que na ocasião achava-se no “Rio Grande guarnecendo aquela Fortaleza, que dista desta praça [Pernambuco] sessenta e cinco Legoas”. A certidão encontra-se anexa à carta de 23 de fevereiro de 1743, do governador da capitania de Pernambuco, Henrique Luis Pereira Freire de Andrada, ao rei D. João V. A missiva do governador encaminhava pedido de Mendes da Paz requerendo o mesmo soldo dos capitães de Infantaria da Bahia e Rio de Janeiro. <ref>AHU_ACL_CU_015, Cx. 58. D. 5021. 1743, fevereiro, 23, Recife. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. </ref>  
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Mendes Paz elaborou um ''Mappa do interior do Ceará'' <ref>Mapa número 20 da coleção de Barão de Studart. Sobre a coleção ver Studart (1923).</ref>''.'' De acordo com Studart, o desenho esboçava a região das Minas, “área de 40 legoas de comprimento que tantas tinha o rio Salgado a contar das nascenças até a barra, e 40 de largura desde as nascenças do rio Kariu até o rio das Antas”<ref name=":0">Cf. Studart (1923, p. 348)</ref>. Studart publica carta, sem data, onde Mendes Paz declara ter elaborado o mapa “como lhe foy possível faltando-lhe aprefeyção Geográfica não só o tempo mas os instromentos e gente que soubesse ajudallo nas exactas medições”<ref name=":0" />.
Mendes Paz elaborou um ''Mappa do interior do Ceará'' <ref>Mapa número 20 da coleção de Barão de Studart. Sobre a coleção ver Studart (1923).</ref>''.'' De acordo com Studart, o desenho esboçava a região das Minas, “área de 40 legoas de comprimento que tantas tinha o rio Salgado a contar das nascenças até a barra, e 40 de largura desde as nascenças do rio Kariu até o rio das Antas”<ref name=":0">Cf. Studart (1923, p. 348)</ref>. Studart publica carta, sem data, onde Mendes Paz declara ter elaborado o mapa “como lhe foy possível faltando-lhe aprefeyção Geográfica não só o tempo mas os instromentos e gente que soubesse ajudallo nas exactas medições”<ref name=":0" />.
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Chancelaria D. João V. Liv. 98. P. 317 v. Arquivo Torre do Tombo. Carta Patente de Capitão de Artilharia de Pernambuco. 6 de novembro de 1740.
Chancelaria D. João V. Liv. 98. P. 317 v. Arquivo Torre do Tombo. Carta Patente de Capitão de Artilharia de Pernambuco. 6 de novembro de 1740.


== Bibliografia ==
==Bibliografia==
JUCÁ NETO, Clovis Ramiro. ''Primórdios da Urbanização no Ceará''. Edições UFC: Editora Banco do Nordeste do Brasil. Fortaleza - Ceará. 2012.
JUCÁ NETO, Clovis Ramiro. ''Primórdios da Urbanização no Ceará''. Edições UFC: Editora Banco do Nordeste do Brasil. Fortaleza - Ceará. 2012.


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VITERBO, Souza. ''Expedições Científico-Militares enviadas ao Brasil.'' Coordenação, aditamentos e introdução de Jorge Faro. 1 Vol. Edições Panorama. Lisboa. Portugal. 1962
VITERBO, Souza. ''Expedições Científico-Militares enviadas ao Brasil.'' Coordenação, aditamentos e introdução de Jorge Faro. 1 Vol. Edições Panorama. Lisboa. Portugal. 1962
<br /><!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Ligações Externas== <!--Ligações externas a sítios de internet, etc. que não foram utilizadas concretamente na construção da biografia -->
==Ligações Externas== <!--Ligações externas a sítios de internet, etc. que não foram utilizadas concretamente na construção da biografia -->



Revisão das 07h23min de 30 de julho de 2021


Jerónimo Mendes de Paz
Nome completo Jerónimo Mendes de Paz
Outras Grafias Jerônimo Mendes de Paz
Pai Francisco Mendes de Paz
Mãe B. Brites de Sobral
Cônjuge valor desconhecido
Filho(s) valor desconhecido
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento valor desconhecido
Recife, Pernambuco, Brasil
Morte valor desconhecido
Recife, Pernambuco, Brasil
Sexo Masculino
Religião valor desconhecido
Postos
Posto Capitão
Data Início: 1740
Fim: 1750
Arma Artilharia

Posto Tenente-General
Data Início: 1750
Fim: 1755
Arma Artilharia

Posto Sargento-mor
Data Início: 1755
Arma Artilharia
Cargos
Data Início: 1741
Fim: 1742

Cargo valor desconhecido
Data Início: 1752
Fim: 1760
Actividade
Actividade Autoria de texto
Data Início: maio de 1756
Fim: maio de 1756
Local de Actividade Ceará, Brasil

Actividade Campanha militar
Data Início: 20 de janeiro de 1760
Local de Actividade Pernambuco, Brasil

Actividade Desenho urbano
Data Início: 20 de janeiro de 1760
Local de Actividade Pernambuco, Brasil

Actividade Autoria de texto
Local de Actividade Ceará, Brasil


Biografia

Dados biográficos

Jerônimo Mendes de Paz[1] (neto) nasceu e morreu em Recife, Capitania de Pernambuco - Brasil. De acordo com Borges da Fonseca, em Nobiliarquia Pernambucana (1935, pp. 256 – 257), teve como avós paternos Isabel Peres de Almeida e Jerônimo Mendes de Paz (avô), de quem herdou o nome. Deste matrimônio nasceram oito filhos; dentre os quais, José Pinhão de Mattos e Francisco Mendes de Paz. Francisco Mendes de Paz nasceu em Olinda, Pernambuco, e fora batizado na capela de Nossa Senhora das necessidades do Engenho da Casa Forte, Pernambuco, em 6 de junho de 1672. Francisco Mendes de Paz foi “muito bom engenheiro”. Casou-se com D. Brites de Sobral. Do matrimônio nasceu Jerônimo Mendes de Paz (neto).

Carreira

Em 1742, Jerônimo Mendes de Paz ocupava o posto de Capitão de Artilharia da Capitania de Pernambuco[2]. Em 1752, fora enviado à capitania do Ceará como Intendente das Minas dos Cariris Novos[3].  No ano de 1755 recebeu a patente de Sargento-Mor da Artilharia das praças de Olinda e Recife[4]. Por ocasião da morte do Tenente Coronel Engenheiro Diogo da Silveyra Velloso no ano de 1750, o então governador da capitania de Pernambuco Luís José Correia de Sá, envia carta ao Rei, indicando-o para o posto vago de Tenente General da Artilharia Praça do Recife[5]. A patente lhe fora concedida somente em 1756[6].

Em 13 de outubro de 1756, o secretário de Estado da Marinha e Ultramar, Tomé Joaquim da Costa Corte Real, ordenou ao presidente do Conselho Ultramarino, marquês de Penalva, [D. Estevão de Meneses], que analisasse o requerimento do sargento-mor e comandante da Artilharia da capitania de Pernambuco, Jerônimo Mendes de Paz, solicitando patente de tenente-coronel[6]. Na ocasião, Mendes de Paz achava-se “empregado no Real Serviço q’ buscou voluntário” a “quarenta e cinco anos dois meses e vinte cinco dias”, servindo como “soldado, mestre Granadeiro, Ajudante das Fortificações e da Artilharia”, Capitão de Artilharia[7] e Sargento-Mor do Reino.

Em linhas gerais, o documento expos a agenda de trabalho de Jerônimo Mendes de Paz. O engenheiro prestara serviço na capitania do Rio Grande do Norte, na ilha de Fernando de Noronha como “comandante”, em Cabrobó [capitania de Pernambuco] e no “Ryo de São Francisco”[6]. Em 1729, “se ofereceu [...] para as Minas do Kariris”. Em 1760 seguiu em “deligencia do Araroba, Pajau, cabrabó e Ryo de S. Francisco a reduzir os Índios e criminosos levantados, e formar as novas povoações em q’ deviam ficar por evitar o prejuízo q’ se seguia de viverem em diminutas e dispersas malocas”[6].

Quanto aos serviços prestados na capitania do Rio Grande, o engenheiro militar Diogo da Sylveira Veloso já havia certificado, em 1742, que Mendes de Paz entrava e saía da “guarda com sua companhia no corpo da guarda principal”, visitando presídios, e que na ocasião achava-se no “Rio Grande guarnecendo aquela Fortaleza, que dista desta praça [Pernambuco] sessenta e cinco Legoas”. A certidão encontra-se anexa à carta de 23 de fevereiro de 1743, do governador da capitania de Pernambuco, Henrique Luis Pereira Freire de Andrada, ao rei D. João V. A missiva do governador encaminhava pedido de Mendes da Paz requerendo o mesmo soldo dos capitães de Infantaria da Bahia e Rio de Janeiro. [8]

O posto de Intendente das Minas de São José na Capitania do Ceará – Brasil fora ocupado entre 1752 e XXX. Em maio de 1756, Jerônimo Mendes de Paz apresentou ao Secretário de Estado da Marinha e Ultramar, Diogo de Mendonça Furtado, memória histórico-social e política das tais minas. Em linhas gerais, anotou o pouco proveito das mesmas. Em decorrência das grandes distâncias, da resistência dos fazendeiros à exploração, do baixo rendimento do garimpo e da falta de trabalhadores, acreditava que as jazidas não promoveriam o processo de urbanização da região[9].

Mendes Paz elaborou um Mappa do interior do Ceará [10]. De acordo com Studart, o desenho esboçava a região das Minas, “área de 40 legoas de comprimento que tantas tinha o rio Salgado a contar das nascenças até a barra, e 40 de largura desde as nascenças do rio Kariu até o rio das Antas”[11]. Studart publica carta, sem data, onde Mendes Paz declara ter elaborado o mapa “como lhe foy possível faltando-lhe aprefeyção Geográfica não só o tempo mas os instromentos e gente que soubesse ajudallo nas exactas medições”[11].

Outras informações

Obras

Notas

  1. Não há qualquer referência sobre Jeronimo Mendes de Paz no Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses (Viterbo,1998), ou no Expedições Científicos-Militares enviadas ao Brasil (Viterbo, 1962). Tampouco encontramos menção à Mendes da Paz em Sepulveda.  Ver STUDART, Barão (1923). Ver também STUDART (1892).  Jucá Neto (2012) o inclui como engenheiro (embora sua formação não esteja comprovada) diante de sua habilidade técnica ao cartografar a região das minas dos Cariris Novos na Capitania do Ceará - Brasil.
  2. AHU_ACL_CU_015, Cx. 58. D. 4973. [ant. 1742, setembro, 20]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco.
  3. Ver Studart, Barão. (1923, p. 296 – 297).
  4. AHU_ACL_CU_015, Cx. 79, D. 6618. 1755, agosto, 26 [Lisboa]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco.
  5. AHU_ACL_CU_015, Cx. 71, D. 5962. 1750, agosto, 23, Recife. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco.
  6. 6,0 6,1 6,2 6,3 AHU_ACL_CU_015, Cx. 82, D. 6790. 1756, Outubro, 13, [Lisboa]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco.
  7. Chancelaria D. João V. Liv. 98. P. 317 v.
  8. AHU_ACL_CU_015, Cx. 58. D. 5021. 1743, fevereiro, 23, Recife. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco.
  9. AHU_ACL_CU_015, Cx. 81, D. 6727. 1756, maio, 15, Recife. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco.
  10. Mapa número 20 da coleção de Barão de Studart. Sobre a coleção ver Studart (1923).
  11. 11,0 11,1 Cf. Studart (1923, p. 348)

http://ieeta-eviterbo.web.ua.pt/index.php/Item:Q2639

Fontes

AHU_ACL_CU_015, Cx. 58. D. 4973. [ant. 1742, setembro, 20]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco REQUERIMENTO do capitão de Artilharia da capitania de Pernambuco, Jerônimo Mendes da Paz, ao rei [D. joão V], pedindo licença para ir ao Reino. Anexo. 1 doc.

AHU_ACL_CU_015, Cx. 79, D. 6618. 1755, agosto, 26 [Lisboa]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. DECRETO do rei D. José concedendo ao intendente das minas dos Cariris Novos Jerônimo Mendes da Paz, o posto de sargento-mor da Artilharia convencimento de soldo.

AHU_ACL_CU_015, Cx. 71, D. 5962. 1750, agosto, 23, Recife. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco CARTA (2a via) do [governador da capitania de Pernambuco], Luís José Correia de Sá, ao rei [D. José I], propondo o capitão de Artilharia, Jerônimo Mendes Paz, para o posto de tenente-general da artilharia, vago por morte de Diogo da Silveira Veloso.

AHU_ACL_CU_015, Cx. 82, D. 6790. 1756, Outubro, 13, [Lisboa]. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. AVISO do [secretário de Estado da Marinha e Ultramar], Tomé Joaquim da Costa Corte Real, ao [presidente do Conselho Ultramarino], marquês de Penalva, [D. Estevão de Meneses], ordenando se consulte o requerimento do sargento-mor e comandante da Artilharia da capitania de Pernambuco, Jerônimo Mendes de Paz, em que pede a graduação da patente de tenente-coronel da mesma. Anexos: 3 docs.

AHU_ACL_CU_015, Cx. 58. D. 5021. 1743, fevereiro, 23, Recife. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. CARTA do [governador da capitania de Pernambuco], Henrique Luis Pereira Freire de Andrada, ao rei [D. João V], sobre petição do capitão de Artilharia da dita capitania, Jerônimo Mendes da Paz, pedindo o mesmo soldo dos demais capitães de Infantaria da Bahia e Rio de Janeiro. Anexos: 6 docs. Obs: m. est.

AHU_ACL_CU_015, Cx. 81, D. 6727. 1756, maio, 15, Recife. Arquivo Histórico Ultramarino. Projeto Resgate. Documentos Manuscrito Pernambuco. OFÍCIO (1a via) do [intendente das Minas de São José dos Cariris Novos], Jerônimo Mendes de Paz, ao [secretário de Estado da Marinha e Ultramar], Diogo de Mendonça Corte Real, relatando uma memória histórica-social-política das minas de São José dos Cariris Novos.

Chancelaria D. João V. Liv. 98. P. 317 v. Arquivo Torre do Tombo. Carta Patente de Capitão de Artilharia de Pernambuco. 6 de novembro de 1740.

Bibliografia

JUCÁ NETO, Clovis Ramiro. Primórdios da Urbanização no Ceará. Edições UFC: Editora Banco do Nordeste do Brasil. Fortaleza - Ceará. 2012.

FONSECA, Antonio José Victoriano Borges da. Nobiliarchia Pernambucana.  IN:  Annaes da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Volume XLVII. Rio de Janeiro. Biblioteca Nacional. 1935.

SEPULVEDA, Chistovam Ayres de Magalhães. História Organica e Política do Exército Português. Provas. Volume VII / VIII. Coimbra. Imprensa da Universidade. 1913. 1919.

STUDART, Barão. Geografia do Ceará. In: Revista do Instituto do Ceará. ANNO XXXVII. 1923. PP. 296 – 297

STUDART, Guilherme (Dr.). Notas para a História do Ceará (Segunda metade do século XVIII). Typographia do Recreio. Lisboa. 1892. PP. 9 – 60.

VITERBO, Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Constructores Portuguezes ou a serviço de Portugal. Reprodução em fac-símile do exemplar com data de 1922 da Biblioteca da INCM. Volume I/II/III – S / Z. Imprensa. 1988.

VITERBO, Souza. Expedições Científico-Militares enviadas ao Brasil. Coordenação, aditamentos e introdução de Jorge Faro. 1 Vol. Edições Panorama. Lisboa. Portugal. 1962

Ligações Externas

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Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

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