Granada
Pedra fina, assim chamada porque de ordinário é miúda e a modo de grãos, ou porque na viveza da cor se parece com bagos de romã, que em latim se chama Malum granatum, em italiano granato ou melagrano e em francês grenade. É vermelha, brilhante, cor de fogo e parecida com rubi, mas mais escura. Há de muitas espécies; as orientais e as que os lapidários chamam sorianas, são as mais presadas. Adrião Tollio, no seu livro, intitulado Gemmarum et lapidum Historia, afirma ter visto uma granada maior que um ovo de galinha. Antigamente se chamavam as grandas rubis de berberia e delas se fazia grande estimação na cidade de Cartago. À Granada se atribuem as faculdades de fortificar o coração, remediar as palpitações, lançar fora a melancolia e resistir o veneno, mas toda a sua virtude está em absorver e adoçar os ácidos e os sais acrimoniosos, como fazem as outras matérias alcálicas. Granatum, i. Neut. Chamaram-lhe os antigos carbunculus por entenderem que era uma espécie de carbûnculo. Coroa de tão preciosas granadas. Varela, Num. Vocal. pág. 515. Jacintos, safiras, granadas, pérolas, Agiol. Lusit. Tom. I, 427.
Granada, instrumento belicoso. É uma bola de ferro, pau ou papelão, oca e cheia de pólvora (de cujos grãos tomou o nome) pega-se-lhe o fogo por um buraco que tem e lança-se nas trincheiras, batalhões, etc. Granatum bellicum, i. Neut.[1].
Referências bibliográficas
- ↑ Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo IV: G), 119.
Bibliografia e Fontes
- Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo IV: Letra F-J. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1713.