Alferes: diferenças entre revisões

Fonte: eViterbo
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
Sem resumo de edição
m (Substituição de texto - "==Referências bibliográficas==" por "==Notas== <!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago Manual Style 17th edition (note), notas" ou seja ou sistema "shortened notes--> <references />")
 
(Há uma revisão intermédia de outro utilizador que não está a ser apresentada)
Linha 3: Linha 3:
}}
}}


==Descrição sobre o cargo==
==Descrição sobre o posto==


Parece palavra composta destas duas latinas ''Alam-ferens'' porque na antiga milícia romana era o que levava as alas, ou asas de uma águia, ou uma água por bandeira, e por isso lhe chamavam ''Aquilifer'', como se vê nos comentários de César. Das águas que depois se traziam pintadas vejam os curiosos a Xenofonte, em Ciro, Valério Máximo etc. Segundo Diogo de Urrea, a quem segue Cobarrubias, alferes é palavra arábica, derivada do verbo ''Ferece'', que vale o mesmo que ser cavaleiro. Alferes, o que leva a bandeira. ''Signifer, eri. masc. I de Devin. 77. Vexillarius, ii. Masc. Tit. Liv. De Vexillifer'', que se acha no Calepino, não tenho achado exemplo.
Parece palavra composta destas duas latinas ''Alam-ferens'' porque na antiga milícia romana era o que levava as alas, ou asas de uma águia, ou uma água por bandeira, e por isso lhe chamavam ''Aquilifer'', como se vê nos comentários de César. Das águas que depois se traziam pintadas vejam os curiosos a Xenofonte, em Ciro, Valério Máximo etc. Segundo Diogo de Urrea, a quem segue Cobarrubias, alferes é palavra arábica, derivada do verbo ''Ferece'', que vale o mesmo que ser cavaleiro. Alferes, o que leva a bandeira. ''Signifer, eri. masc. I de Devin. 77. Vexillarius, ii. Masc. Tit. Liv. De Vexillifer'', que se acha no Calepino, não tenho achado exemplo.
Linha 9: Linha 9:
<b>Alferes-mor</b> – Título antiquíssimo neste reino, hoje honorífico somente, assim como o de condestável e de mariscal. Era a ocupação do alferes-mor levar a bandeira real no exército, não podia desenrolá-la sem ordem del-rei, e estendendo-a, haviam de soltar também as suas todos os outros alferes particulares. Porém há-de se adverter que no fim do cap. 7 da Mon. Lusit. se faz distinção de dois ofícios de alferes-maiores, um dos que, como fica dito, levavam o guião real nas batalhas e outros dos que propriamente são alferes maiores do reino, assim na paz como na guerra, e nas cortes e juramento dos príncipes costumam levar a bandeira real, e pode ser que antigamente estes dois ofícios, que depois foram distintos, andassem unidos e competissem à mesma pessoa. Nas notícias de Portugal, p. 41, escreve Man. Sever de Faria, que o primeiro Alferes-mor, que houve em Portugal, foi D. Faves Luz, que viera de França com o conde D. Henrique. Alferes-mor. ''Signifer Regis''<ref>Bluteau, ''Vocabulario Portuguez e latino'' (Tomo I: Letra A), 244.</ref>.
<b>Alferes-mor</b> – Título antiquíssimo neste reino, hoje honorífico somente, assim como o de condestável e de mariscal. Era a ocupação do alferes-mor levar a bandeira real no exército, não podia desenrolá-la sem ordem del-rei, e estendendo-a, haviam de soltar também as suas todos os outros alferes particulares. Porém há-de se adverter que no fim do cap. 7 da Mon. Lusit. se faz distinção de dois ofícios de alferes-maiores, um dos que, como fica dito, levavam o guião real nas batalhas e outros dos que propriamente são alferes maiores do reino, assim na paz como na guerra, e nas cortes e juramento dos príncipes costumam levar a bandeira real, e pode ser que antigamente estes dois ofícios, que depois foram distintos, andassem unidos e competissem à mesma pessoa. Nas notícias de Portugal, p. 41, escreve Man. Sever de Faria, que o primeiro Alferes-mor, que houve em Portugal, foi D. Faves Luz, que viera de França com o conde D. Henrique. Alferes-mor. ''Signifer Regis''<ref>Bluteau, ''Vocabulario Portuguez e latino'' (Tomo I: Letra A), 244.</ref>.


==Referências bibliográficas==
==Notas==  
<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago Manual Style 17th edition (note), notas" ou seja ou sistema "shortened notes-->
<references />
<references />
<references />
==Bibliografia e Fontes==
==Bibliografia e Fontes==
*Bluteau, Rafael. ''Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos...'' Tomo I: Letra A. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1712.  
 
*Bluteau, Rafael. ''Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos...'' Tomo I: Letra A. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1712.


==Outras designações==
==Outras designações==

Edição atual desde as 18h09min de 14 de agosto de 2022


Descrição sobre o posto

Parece palavra composta destas duas latinas Alam-ferens porque na antiga milícia romana era o que levava as alas, ou asas de uma águia, ou uma água por bandeira, e por isso lhe chamavam Aquilifer, como se vê nos comentários de César. Das águas que depois se traziam pintadas vejam os curiosos a Xenofonte, em Ciro, Valério Máximo etc. Segundo Diogo de Urrea, a quem segue Cobarrubias, alferes é palavra arábica, derivada do verbo Ferece, que vale o mesmo que ser cavaleiro. Alferes, o que leva a bandeira. Signifer, eri. masc. I de Devin. 77. Vexillarius, ii. Masc. Tit. Liv. De Vexillifer, que se acha no Calepino, não tenho achado exemplo.

Alferes-mor – Título antiquíssimo neste reino, hoje honorífico somente, assim como o de condestável e de mariscal. Era a ocupação do alferes-mor levar a bandeira real no exército, não podia desenrolá-la sem ordem del-rei, e estendendo-a, haviam de soltar também as suas todos os outros alferes particulares. Porém há-de se adverter que no fim do cap. 7 da Mon. Lusit. se faz distinção de dois ofícios de alferes-maiores, um dos que, como fica dito, levavam o guião real nas batalhas e outros dos que propriamente são alferes maiores do reino, assim na paz como na guerra, e nas cortes e juramento dos príncipes costumam levar a bandeira real, e pode ser que antigamente estes dois ofícios, que depois foram distintos, andassem unidos e competissem à mesma pessoa. Nas notícias de Portugal, p. 41, escreve Man. Sever de Faria, que o primeiro Alferes-mor, que houve em Portugal, foi D. Faves Luz, que viera de França com o conde D. Henrique. Alferes-mor. Signifer Regis[1].

Notas

  1. Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo I: Letra A), 244.

Bibliografia e Fontes

  • Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo I: Letra A. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1712.

Outras designações

Outras informações

ver também