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No cap. 26 do livro 2 diz Garcia da Horta que esta palavra é turquesca. É o nome de uma massa que vem da Índia e que se faz de uma erva que todos os anos se semeia depois das chuvas e que se parece muito com linho "canhemo". A flor é semelhante à do cardo, a raiz da giesta e a folha do sene. O talo é da altura de uma vara e da grossura do dedo polegar. Corta-se 3 vezes no ano. No cap. 6 do 3º livro da Ethiopia Oriental diz o P. João dos Santos que, também na África, sessenta légoas de Moçambique nas Ilhas de Quirimba também nasce uma erva de que se faz o anil; a qual erva nasce pelo campo em moitas de altura de uma vara de medir na cor e da folha mui semelhante à arruda, mas sem cheiro algum. Colhem os mouros esta erva para fazerem tinta azul e o modo com que procedem nesta operação é este. Alguns dias depois de terem colhida a dita erva, a pisam muito bem e assim a deitam de molho em umas gamelas de água, onde se está curtindo e apodrecendo e ali a vão mexendo para que se desfaça. E depois de bem desfeita lhe dão uma fervura onde também a mexem e desfazem, até que fica como polme e depois disto a tornam a lançar em gamelas ou pias de pedra e a põe ao sol a curar onde se vai coalhando e dali a tiram em pedaços seca e dura como pedra. E diz este mesmo autor que este é o anil de que os mouros fazem as suas tintas para tingirem o fiado e seda de que todas estas ilhas se fazem os panos a que chamam de Milvane (...)<ref>Bluteau, ''Vocabulario Portuguez e latino'' (Tomo I: Letra A), 377.</ref>. | No cap. 26 do livro 2 diz Garcia da Horta que esta palavra é turquesca. É o nome de uma massa que vem da Índia e que se faz de uma erva que todos os anos se semeia depois das chuvas e que se parece muito com linho "canhemo". A flor é semelhante à do cardo, a raiz da giesta e a folha do sene. O talo é da altura de uma vara e da grossura do dedo polegar. Corta-se 3 vezes no ano. No cap. 6 do 3º livro da Ethiopia Oriental diz o P. João dos Santos que, também na África, sessenta légoas de Moçambique nas Ilhas de Quirimba também nasce uma erva de que se faz o anil; a qual erva nasce pelo campo em moitas de altura de uma vara de medir na cor e da folha mui semelhante à arruda, mas sem cheiro algum. Colhem os mouros esta erva para fazerem tinta azul e o modo com que procedem nesta operação é este. Alguns dias depois de terem colhida a dita erva, a pisam muito bem e assim a deitam de molho em umas gamelas de água, onde se está curtindo e apodrecendo e ali a vão mexendo para que se desfaça. E depois de bem desfeita lhe dão uma fervura onde também a mexem e desfazem, até que fica como polme e depois disto a tornam a lançar em gamelas ou pias de pedra e a põe ao sol a curar onde se vai coalhando e dali a tiram em pedaços seca e dura como pedra. E diz este mesmo autor que este é o anil de que os mouros fazem as suas tintas para tingirem o fiado e seda de que todas estas ilhas se fazem os panos a que chamam de Milvane (...)<ref>Bluteau, ''Vocabulario Portuguez e latino'' (Tomo I: Letra A), 377.</ref>. | ||
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Bluteau, Rafael, ''Vocabulário Português e Latino…'', 8 vols. e 2 Suplementos. Coimbra: Colégio das Artes da Companhia de Jesus, 1712-1728. | |||
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==Autor(es) do artigo== | |||
André Filipe Neto e Maria Teresa Oliveira ; Andreia Fontenete Louro | |||
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Fundação Calouste Gulbenkian - Projetos de Investigação em Língua e Cultura Portuguesa 2019, Ref.: 227751. | |||
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Revisão das 00h55min de 21 de janeiro de 2020
Definição
Glossário
No cap. 26 do livro 2 diz Garcia da Horta que esta palavra é turquesca. É o nome de uma massa que vem da Índia e que se faz de uma erva que todos os anos se semeia depois das chuvas e que se parece muito com linho "canhemo". A flor é semelhante à do cardo, a raiz da giesta e a folha do sene. O talo é da altura de uma vara e da grossura do dedo polegar. Corta-se 3 vezes no ano. No cap. 6 do 3º livro da Ethiopia Oriental diz o P. João dos Santos que, também na África, sessenta légoas de Moçambique nas Ilhas de Quirimba também nasce uma erva de que se faz o anil; a qual erva nasce pelo campo em moitas de altura de uma vara de medir na cor e da folha mui semelhante à arruda, mas sem cheiro algum. Colhem os mouros esta erva para fazerem tinta azul e o modo com que procedem nesta operação é este. Alguns dias depois de terem colhida a dita erva, a pisam muito bem e assim a deitam de molho em umas gamelas de água, onde se está curtindo e apodrecendo e ali a vão mexendo para que se desfaça. E depois de bem desfeita lhe dão uma fervura onde também a mexem e desfazem, até que fica como polme e depois disto a tornam a lançar em gamelas ou pias de pedra e a põe ao sol a curar onde se vai coalhando e dali a tiram em pedaços seca e dura como pedra. E diz este mesmo autor que este é o anil de que os mouros fazem as suas tintas para tingirem o fiado e seda de que todas estas ilhas se fazem os panos a que chamam de Milvane (...)[1].
Alterações
Outras informações
Obra
Notas
- ↑ Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo I: Letra A), 377.
Fontes
Bibliografia
Bluteau, Rafael, Vocabulário Português e Latino…, 8 vols. e 2 Suplementos. Coimbra: Colégio das Artes da Companhia de Jesus, 1712-1728.
Ligações Externas
Autor(es) do artigo
André Filipe Neto e Maria Teresa Oliveira ; Andreia Fontenete Louro
Financiamento
Fundação Calouste Gulbenkian - Projetos de Investigação em Língua e Cultura Portuguesa 2019, Ref.: 227751.
DOI
Citar este artigo
- Anil (última modificação: 21/01/2020). eViterbo. Visitado em