Associação dos Engenheiros Civis Portugueses

Fonte: eViterbo
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa


Associação dos Engenheiros Civis Portugueses
(valor desconhecido)
Outras denominações valor desconhecido
Tipo de Instituição Profissional
Data de fundação 12 abril 1869
Data de extinção 1956
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Lisboa, Portugal
Início: 1869
Fim: 1956
Antecessora valor desconhecido

Sucessora Ordem dos Engenheiros


História

A Associação dos Engenheiros Civis Portugueses recebe aprovação dos seus Estatutos em 12 de Abril de 1869, fixando sede em Lisboa. A fundação da Associação foi impulsionada pelo desenvolvimento industrial português decorrido na segunda metade do século XIX e a ampla participação que os engenheiros assumiram, então, em vários setores, que alavancou a necessidade de definir uma identidade profissional própria, um espaço de intervenção próprio na sociedade, e a "consagração do estatuto social dos engenheiros como profissionais altamente qualificados"[1].

No contexto português oitocentista de industrialização foram criadas organizações estatais encarregues de dirigirem o impulso dado à época à criação de infraestruturas, sendo disso representativas a criação do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria e do Corpo de Engenharia, em 1852. Nesta última estrutura participaram tanto engenheiros civis, como engenheiros militares, estes últimos em maioria e com fácil acesso aos quadros do M.O.P.C.I. Em 1864, foi criado o Corpo de Engenharia Civil e dos seus Auxiliares procurando autonomizar o ramo civil da engenharia. Não obstante, o Corpo de Engenharia Civil era extinto em 1868 e determinava-se que as funções de engenharia civil fossem asseguradas pelo Corpo de Engenharia, contexto que impulsionou a fundação da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, um ano mais tarde[2].

Nos primeiros Estatutos a Associação estabelece como seus propósitos o esclarecimento sobre "as questões de ciência e arte relativas à engenharia civil", o desenvolvimento dessas ciências, a promoção do ensino profissional junto de operários e chefes de oficina, o "estudo das questões de economia política e industrial, de administração e utilidade pública" com fim de desenvolver a riqueza nacional, a partilha de posições e empregos vagos entre os associados, e o estabelecimento de contactos com "sociedades análogas existentes em países estrangeiros"[3]. Não obstante, a atividade e iniciativa dos engenheiros civis portugueses através do associativismo profissional saldou-se por diversas vezes gorada pela realidade política e financeira portuguesa fragmentada que impedia a concretização de estratégias de desenvolvimento nacional quer durante o regime monárquico constitucional português, quer com após a implantação do regime republicano.

No que concerne à difusão de informação entre associados e à visibilidade pública da Associação achavam-se assegurados pela publicação de órgão periódico próprio sob o título Revista de Obras Públicas e Minas, publicado entre 1870 e 1926, e que foi sucedido pela Revista da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, publicada entre 1927 e 1936.

Em 24 de Novembro de 1936 a organização das profissões foi revista pelo regime do Estado Novo, criando-se a Ordem dos Engenheiros, instituição para a qual transitaram os sócios da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, a qual manteve atividade até à sua extinção oficial em 1956[4].

Outras informações

Sócios inscritos na Associação dos Engenheiros Civis Portugueses (1869-1936)[5]

Ano Sócios Ano Sócios Ano Sócios

1869 102 1892 254 1915 489

1870 177 1893 270 1916 507

1871 189 1894 272 1917 392

1872 199 1895 274 1918 431

1873 --- 1896 280 1919 504

1874 196 1897 290 1920 563

1875 200 1898 297 1921 584

1876 204 1899 311 1922 617

1877 222 1900 317 1923 647

1878 230 1901 351 1924 649

1879 239 1902 349 1925 698

1880 239 1903 360 1926 ---

1881 241 1904 367 1927 ---

1882 254 1905 387 1928 782

1883 270 1906 395 1929 819

1884 272 1907 401 1930 845

1885 274 1908 --- 1931 868

1886 280 1909 423 1932 928

1887 290 1910 425 1933 1006

1888 297 1911 424 1934 1052

1889 311 1912 --- 1935 1067

1890 317 1913 447 1936 1097

1891 241 1914 482

Professores

Curricula

Notas

  1. Rollo, "Há 140 anos", 90.
  2. Rollo, "Há 140 anos", 90.
  3. Ribeiro, "História dos Estabelecimentos", 328-329.
  4. Rollo, "Da Associação", 108.
  5. Rollo, "Da Associação", 108

Fontes

Bibliografia

Maria Fernanda Rollo, "Há 140 anos: a criação da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses". Ingenium, no. 114 (Novembro/Dezembro 2009): 90-92.

Maria Fernanda Rollo, "Da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses à Ordem dos Engenheiros". Ingenium, no. 116 (Março/Abril 2010): 106-108.

Ribeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia''. Vol. 11. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1883, 328-329.

Ligações Internas

Para consultar as pessoas relacionadas com esta instituição, nomeadamente professores e alunos, siga o link:

Categoria:Associação dos Engenheiros Civis Portugueses

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

João de Almeida Barata

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

Citar este artigo