Aula de Fortificação de Elvas

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Aula de Fortificação de Elvas
(valor desconhecido)
Outras denominações Aula de Matemática do Colégio Jesuíta de Elvas
Tipo de Instituição Ensino militar
Data de fundação 1651
Data de extinção 1668
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Elvas, Portalegre, Portugal
Início: 1651
Fim: 1668
Antecessora valor desconhecido

Sucessora valor desconhecido


História

A Aula de Fortificação de Elvas não deve ser confundida com a Academia Militar de Elvas, assim designada no decreto de 24 de Dezembro de 1732 e da qual não se sabe se chegou a ter sequência. Adoptou-se antes uma designação convencionada para referir uma lição de matemática, versando matérias relativas à fortificação, artilharia e castrametação, criada em 1651 por ordem do príncipe D. Teodósio, com dotação paga pela Vedoria Geral e assegurada pelos padres da Companhia de Jesus em Elvas. Os termos precisos do seu estabelecimento são os seguintes: "Por convir ao serviço de El-rei meu senhor e a defesa destas fronteiras que haja nelas sujeitos portugueses que tenham notícia das fortificações, artilharia e castrametação, e sabendo que muitos se desejam aplicar, e o deixam de fazer por falta de quem os ensine, [...]. Hei por bem que nesta praça de Elvas se forme uma escola onde se leiam as referidas artes, e que para se perpetuar como convém, se entregue aos religiosos da companhia de Jesus, que assistem no colégio deles por cuja conta correrá a escolha do sujeito, que houver de ler, que sempre será o mais insigne, que se achar. E porque o dito colégio é muito pobre e não terá com que se sustentar esta cadeira, ordeno aos general da artilharia deste exército, que desde o dia da data desta ordem em diante se faça pagar ao padre reitor deste colégio de Elvas 80 mil réis por ano, sendo 50 mil réis para o religioso que houver de ler a dita cadeira e 30 mil réis para livros e instrumentos na forma costumada, cobrando recibo do dito Reitor, com o qual e à ordem do general e intervenção do Vedor geral de artilharia se levarão em conta as pagas dela, com a condição que o dito mestre lerá duas lições cada dia publicamente a todos que as quiserem ouvir na casa do colégio, que a companhia tem nesta praça, à hora que parecer mais conveniente, e o dito ordenado se continuará, lendo o referido mestre com satisfação e cuidado, e cessará tanto que o não fizer. Elvas, 19 de Dezembro de 1651. O Príncipe D. Teodósio."[1][2].

É possível que a ocorrência de lições tenha começado antes, sabendo-se da presença de João Cosmander em Elvas, tal como do próprio príncipe D. Teodósio. Contudo, os padres jesuítas apenas se instalaram na cidade em 1645, com recurso a casas alugadas, e só bastante mais tarde compraram os terrenos onde foi depois construído o edifício do Colégio de Santiago, tendo a sua instalação conhecido muitas dificuldades[3][4].

O primeiro lente foi o padre Tomás Audueno (Thomas Owen), inglês que regeu a cadeira somente até fins de 1652, tendo nessa altura falecido no colégio de Évora[5]. A lição foi depois assegurada, entre 1653 e 1657, pelo irlandês Hugo Colano (Hugh Collan). Em 1658 a cadeira era já regida por Valentim Estancel (Valentin Stansel), único lente de reconhecido mérito científico

Outras informações

Professores

1651-1652 Thomas Owen 16531657 Hugh Collan

Curricula

Notas

  1. Cordeiro, Apontamentos para a História da Artilharia,
  2. Sepúlveda, História Orgânica e Política..., V, 86-87, que indica João Cosmander (Jan Sciermans) como primeiro lente.
  3. R.J.T.C., A Companhia de Jesus em Elvas, 41.
  4. Bucho, Métodos e escolas de fortificação, 28-32, o edifício, actual Biblioteca Municipal de Elvas, corresponde ao que foi construído em meados do século XVIII.
  5. Poderá coincidir também com Thomas Barton, segundo Baldini, "The teaching of mathematics", 390.

Fontes

Bibliografia

Baldini, Ugo. "The teaching of mathematics in the Jesuit colleges of Portugal from 1640 to Pombal", The practice of mathematics in Portugal. Papers from the International Meeting held at Óbidos (16-18 November 2000), ed. Luís Saraiva e Henrique Leitão, 293-465. Coimbra: Imprensa da Universidade, 2004.

Bucho, Domingos. Métodos e escolas de fortificação abaluartada em Elvas. Lisboa: Edições Colibri, 2010.

Cordeiro, João Manuel, Apontamentos para a História da Artilharia Portugueza. [Lisboa]: Tipografia do Comando Geral de Artilharia, 1895.

Rodrigues, Francisco. História da Companhia de Jesus na Assistência de Portugal, tomo III. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1944.

R.J.T.C., A Companhia de Jesus em Elvas. Notas para a História do Collegio de S. Thiago. Elvas: Tipografia Popular, 1931.

Sepúlveda, Cristovão Aires de Magalhães. História Orgânica e Política do Exército Portuguez, Provas, vol. V. Lisboa: Imprensa Nacional, 1910.

Ligações Internas

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Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

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