Charles Lassart: diferenças entre revisões

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==Biografia==
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===Dados biográficos===
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De origem francesa, sabe-se que Charles Lassart faz parte de um conjunto de engenheiros militares que vieram de França durante o século XVII a pedido de D. João IV por via dos seus embaixadores, D. Francisco de Melo e D. Vasco Luís da Gama, conde da Vidigueira. Chegou a Lisboa em 1641 na armada do marquês de Brézé para desempenhar o cargo de engenheiro-mor, tendo sido recomendado como “técnico de fortificações muito competente” pelo cardeal duque de Richelieu<ref>Lourenço, “As Fortalezas da Costa Marítima de Cascais”, 19-20.</ref>. Vinha acompanhado de outros engenheiros, entre os quais [[Nicolau de Lila|Nicolas de Lille]], [[Jorge Duponsel|Georges du Ponsel]], Pellefigure e [[Pierre Gilles de Saint-Paul]]<ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Consultas, Maço 1.</ref> <ref>Sepulveda, ''História Orgânica... Provas'', I: 311-314.</ref>.
De origem francesa, sabe-se que Charles Lassart faz parte de um conjunto de engenheiros militares que vieram de França durante o século XVII a pedido de D. João IV por via dos seus embaixadores, D. Francisco de Melo e D. Vasco Luís da Gama, conde da Vidigueira. Chegou a Lisboa em 1641 na armada do marquês de Brézé para desempenhar o cargo de engenheiro-mor, tendo sido recomendado como “técnico de fortificações muito competente” pelo cardeal duque de Richelieu<ref>Lourenço, “As Fortalezas da Costa Marítima de Cascais”, 19-20.</ref>. Vinha acompanhado por outros engenheiros, entre os quais [[Nicolau de Lila|Nicolas de Lille]], [[Jorge Duponsel|Georges du Ponsel]], Pellefigure e [[Pierre Gilles de Saint-Paul]]<ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Consultas, Maço 1.</ref> <ref>Sepulveda, ''História Orgânica... Provas'', I: 311-314.</ref>.


O seu nome aparece nos documentos adaptado para português, com algumas variações (Carlos Lasart, Lasarte, Essarts, Legarte, Lagarte, Laçar, Gilles de Lessard).
O seu nome aparece nos documentos adaptado para português, com algumas variações (Carlos Lasart, Lasarte, Essarts, Legarte, Lagarte, Laçar, Gilles de Lessard).
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A sua atividade incidiu sobretudo na província do Alentejo, mais concretamente em Évora, Elvas e Beja, mas também há notícia de alguns trabalhos na costa marítima de Lisboa e Porto, bem como nas províncias de Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes e Beira.
A sua atividade incidiu sobretudo na província do Alentejo, mais concretamente em Évora, Elvas e Beja, mas também há notícia de alguns trabalhos na costa marítima de Lisboa e Porto, bem como nas províncias de Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes e Beira.


Entre 1650 e 1657 não existem registos da sua atividade ao serviço de Portugal, o que leva a supor que talvez se tenha ausentado para regressar a França ou trabalhar noutro país<ref name=":0" />.
Entre 1650 e 1657 não existem registos da sua atividade ao serviço de Portugal, levando a supor que talvez se tenha ausentado para regressar a França ou trabalhar noutro país<ref name=":0" />; durante este período terá sido substituído por [[Nicolau de Langres]], recomendado pelo próprio Lassart <ref>Matos, ''Nicolau de Langres e sua obra em Portugal'', 27.</ref> <ref>Brilhante, “Juromenha: a Chave do Guadiana...", 27.</ref>.
 
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===Carreira===
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==Bibliografia== <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Bibliografia== <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Brilhante, Miguel de Carvalho. “Juromenha: a Chave do Guadiana – O lugar, a fortificação e o futuro”. Tese de Mestrado, Universidade Nova de Lisboa, 2015.
Lourenço, Manuel Acácio Pereira. ''As Fortalezas da Costa Marítima de Cascais''. Cascais: Câmara Municipal de Cascais, 1964.
Lourenço, Manuel Acácio Pereira. ''As Fortalezas da Costa Marítima de Cascais''. Cascais: Câmara Municipal de Cascais, 1964.
Matos, Gastão de Melo e. ''Nicolau de Langres e sua obra em Portugal.'' Lisboa: Gráfica Santelmo, 1941.


Viterbo, Francisco de Sousa. <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i>. [https://archive.org/details/diccionariohisto02vite Vol II]. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1904.
Viterbo, Francisco de Sousa. <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i>. [https://archive.org/details/diccionariohisto02vite Vol II]. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1904.

Revisão das 21h11min de 10 de agosto de 2021


Charles Lassart
Nome completo Charles Lassart
Outras Grafias Carlos Lasart, Carlos Lasarte, Carlos Laçar, Carlos Lagarte, Carlos Legarte, Carlos Essarts, Gilles de Lessard
Pai valor desconhecido
Mãe valor desconhecido
Cônjuge valor desconhecido
Filho(s) valor desconhecido
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento valor desconhecido
França
Morte 1661
Sexo Masculino
Religião valor desconhecido
Cargos
Cargo Engenheiro-mor
Data Início: 22 de março de 1642
Actividade
Actividade Vistoria
Data Início: fevereiro de 1642
Fim: março de 1642
Local de Actividade Portugal

Actividade Desenho de fortificação
Data Início: 1642
Fim: 1643
Local de Actividade Portugal

Actividade Fiscalização
Data Início: 31 de julho de 1657
Local de Actividade Alentejo, Portugal

Actividade Projecto
Data Fim: 1661
Local de Actividade Évora, Portugal


Biografia

Dados biográficos

De origem francesa, sabe-se que Charles Lassart faz parte de um conjunto de engenheiros militares que vieram de França durante o século XVII a pedido de D. João IV por via dos seus embaixadores, D. Francisco de Melo e D. Vasco Luís da Gama, conde da Vidigueira. Chegou a Lisboa em 1641 na armada do marquês de Brézé para desempenhar o cargo de engenheiro-mor, tendo sido recomendado como “técnico de fortificações muito competente” pelo cardeal duque de Richelieu[1]. Vinha acompanhado por outros engenheiros, entre os quais Nicolas de Lille, Georges du Ponsel, Pellefigure e Pierre Gilles de Saint-Paul[2] [3].

O seu nome aparece nos documentos adaptado para português, com algumas variações (Carlos Lasart, Lasarte, Essarts, Legarte, Lagarte, Laçar, Gilles de Lessard).

A sua atividade incidiu sobretudo na província do Alentejo, mais concretamente em Évora, Elvas e Beja, mas também há notícia de alguns trabalhos na costa marítima de Lisboa e Porto, bem como nas províncias de Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes e Beira.

Entre 1650 e 1657 não existem registos da sua atividade ao serviço de Portugal, levando a supor que talvez se tenha ausentado para regressar a França ou trabalhar noutro país[4]; durante este período terá sido substituído por Nicolau de Langres, recomendado pelo próprio Lassart [5] [6].


Carreira

Em fevereiro de 1642, terminada a vistoria e traça da fortificação marítima de Lisboa, é enviado ao Porto, a examinar as obras necessárias. Engenheiro-mor, nomeado a 22 de março de 1642.

A 27 de março a enviado a examinar e emendar as fortificações do Alentejo.

"Em 1643, tanto elle como o seu collega Gilot se tinham retirado da fronteira sem ordem nem licença, e por isso el-rei ordenara, em 22 de novembro, ao conselho de guerra que os chamasse á sua presença e os mandasse em direitura á cidade de Elvas, onde assistiriam nas fortificações com D. João da Costa, que estava encarregado d'ellas".

Regressa a Portugal em 1657, nomeado novamente para o Alentejo com o Conde do Prado[4].

Outras informações

Obras

Notas

  1. Lourenço, “As Fortalezas da Costa Marítima de Cascais”, 19-20.
  2. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Consultas, Maço 1.
  3. Sepulveda, História Orgânica... Provas, I: 311-314.
  4. 4,0 4,1 Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol II, 53-54 e 64
  5. Matos, Nicolau de Langres e sua obra em Portugal, 27.
  6. Brilhante, “Juromenha: a Chave do Guadiana...", 27.

Fontes

Bibliografia

Brilhante, Miguel de Carvalho. “Juromenha: a Chave do Guadiana – O lugar, a fortificação e o futuro”. Tese de Mestrado, Universidade Nova de Lisboa, 2015.

Lourenço, Manuel Acácio Pereira. As Fortalezas da Costa Marítima de Cascais. Cascais: Câmara Municipal de Cascais, 1964.

Matos, Gastão de Melo e. Nicolau de Langres e sua obra em Portugal. Lisboa: Gráfica Santelmo, 1941.

Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal. Vol II. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1904.

Sepulveda, Cristovão Aires de Magalhães. História Orgânica e Política do Exército Portuguez, Provas, vol. I. Lisboa: Imprensa Nacional, 1902.

Ligações Externas

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