Cofre do Mosteiro da Graça (MNAA): diferenças entre revisões

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Segundo uma lenda reproduzida por Frei Agostinho de Santa Maria e Frei António da Purificação, mas que Viterbo deita por terra, o cofre teria sido feito por negociantes de Alepo que aportaram em Veneza, carregando consigo uma grande quantidade de cristal em bruto, que usaram para fundir este cofre. Trouxeram-no a Portugal e ofereceram-no a D. Manuel I por 50 mil cruzados, oferta que o rei português não aceitou. Não contentes com esta rejeição, os comerciantes continuaram a tentar vendê-lo, inclusive a Henrique VIII e a Carlos V, sem sucesso, pelo que seguiram para o Oriente, onde o acabaram por vender ao rei de Ormuz. Teria chegado às mãos de Frei Aleixo de Meneses graças ao vice-rei de Ormuz, que lho ofereceu, e D. Aleixo entregou-o ao Mosteiro da Graça. Filipe II tentou fazer dele um guarda-jóias para uma das suas esposas, mas Frei Aleixo de Meneses fez com que ele fosse transformado em tabernáculo e, desta forma, o cofre não saiu do Mosteiro que o passou a albergar. Segundo a crónica de Santo Agostinho, estava, depois do terramoto, assentado nas mãos de dois anjos, dentro de uma capela cujo portal embocava no meio do retábulo da capela-mor, para a qual se sobia por duas escadas de jaspe de vinte e um degraus cada<ref>Francisco de Sousa Viterbo, <i>Exposição d’Arte Ornamental. Notas ao Catalogo</i>. (Lisboa: Imprensa Nacional, 1883), 13.</ref>.
Segundo uma lenda reproduzida por Frei Agostinho de Santa Maria e Frei António da Purificação, mas que Viterbo deita por terra, o cofre teria sido feito por negociantes de Alepo que aportaram em Veneza, carregando consigo uma grande quantidade de cristal em bruto, que usaram para fundir este cofre. Trouxeram-no a Portugal e ofereceram-no a D. Manuel I por 50 mil cruzados, oferta que o rei português não aceitou. Não contentes com esta rejeição, os comerciantes continuaram a tentar vendê-lo, inclusive a Henrique VIII e a Carlos V, sem sucesso, pelo que seguiram para o Oriente, onde o acabaram por vender ao rei de Ormuz. Teria chegado às mãos de Frei Aleixo de Meneses graças ao vice-rei de Ormuz, que lho ofereceu, e D. Aleixo entregou-o ao Mosteiro da Graça. Filipe II tentou fazer dele um guarda-jóias para uma das suas esposas, mas Frei Aleixo de Meneses fez com que ele fosse transformado em tabernáculo e, desta forma, o cofre não saiu do Mosteiro que o passou a albergar. Segundo a crónica de Santo Agostinho, estava, depois do terramoto, assentado nas mãos de dois anjos, dentro de uma capela cujo portal embocava no meio do retábulo da capela-mor, para a qual se sobia por duas escadas de jaspe de vinte e um degraus cada<ref>Francisco de Sousa Viterbo, <i>Exposição d’Arte Ornamental. Notas ao Catalogo</i>. (Lisboa: Imprensa Nacional, 1883), 13.</ref>.


No seu interior encontravam-se dois outros cofres, um em filigrana, que ainda existia no tempo de Viterbo (exposição de arte ornamental Sala M, nº 173), outro de tartaruga e prata, desaparecido.
No seu interior encontravam-se [[Cofre de D. Filipa de Vilhena|dois outros cofres]], um em filigrana, que ainda existia no tempo de Viterbo (exposição de arte ornamental Sala M, nº 173), outro de tartaruga e prata, desaparecido.
 
D. Aleixo de Meneses fez outras doações à Graça, nomeadamente um paramento de altar completo, bordado a ouro sobre cetim branco<ref>Francisco de Sousa Viterbo, <i>Exposição d’Arte Ornamental. Notas ao Catalogo</i>. (Lisboa: Imprensa Nacional, 1883), 20.</ref>.


==Descrição==  
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==Referências Bibliográficas ==  
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== Bibliografia e Fontes==
== Bibliografia e Fontes==
*<i>Catalogo illustrado da exposição retrospectiva de arte ornamental portugueza e hespanhola</i>. Lisboa: Imprensa Nacional, 1882.
*<i>Catalogo illustrado da exposição retrospectiva de arte ornamental portugueza e hespanhola</i>. Lisboa: Imprensa Nacional, 1882.
*[https://run.unl.pt/handle/10362/15869?locale=en Pinto, Carla Alferes, "«Traz à memória a excelência de suas obras e virtudes». D. frei Aleixo de Meneses (1559 – 1617), mecenas e patrono." <i>Anais de História de Além-Mar</i> XII (2011): 153-180.]
*Purificação, Fr. António, <i>Chronica da Antiquissima Provincia de Portugal da Ordem dos Eremitas de S. Agostinho Bispo de Hipona & Principal doutor da Igreja</i>. Lisboa: Oficina de Domingos Lopes Rosa, 1642-1656.  
*Purificação, Fr. António, <i>Chronica da Antiquissima Provincia de Portugal da Ordem dos Eremitas de S. Agostinho Bispo de Hipona & Principal doutor da Igreja</i>. Lisboa: Oficina de Domingos Lopes Rosa, 1642-1656.  
*Santa Maria, Fr. Agostinho, <i>Historia da fundação do Real Convento de Santa Monica da cidade de Goa, Corte do Estado da India, & do Imperio Lusitano do Oriente</i>. Lisboa na Off. de Antonio Pedrozo Galram, 1699.
*Santa Maria, Fr. Agostinho, <i>Historia da fundação do Real Convento de Santa Monica da cidade de Goa, Corte do Estado da India, & do Imperio Lusitano do Oriente</i>. Lisboa na Off. de Antonio Pedrozo Galram, 1699.
*Viterbo, Francisco de Sousa, <i>Exposição d’Arte Ornamental. Notas ao Catalogo</i>. Lisboa: Imprensa Nacional, 1883.  
*Viterbo, Francisco de Sousa, <i>Exposição d’Arte Ornamental. Notas ao Catalogo</i>. Lisboa: Imprensa Nacional, 1883.
 
==Ligações Externas==
==Ligações Externas==
*Cofre In [http://www.museudearteantiga.pt/colecoes/ourivesaria/cofre Museu Nacional de Arte Antiga].
*Cofre In [http://www.museudearteantiga.pt/colecoes/ourivesaria/cofre Museu Nacional de Arte Antiga].
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Edição atual desde as 15h41min de 18 de agosto de 2022

Cofre
Autor produção veneziana
Data c. 1600
Género Ourivesaria
Técnica Prata fundida e cinzelada. Cristal lapidado
Dimensões 55 cm  × 95 cm 
Localização Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa

Historial

Segundo o site do Museu Nacional de Arte Antiga, este cofre em prata e cristal rocha terá sido produzido em Veneza por volta de 1600 e oferecido a D. Fr. Aleixo de Meneses, bispo de Goa, governador da Índia, arcebispo de Braga e vice-rei de Portugal, que, em 1610, o doou ao Mosteiro dos Agostinhos da Graça, onde começou a ser usado como tabernáculo[1].

Figurou na Exposição Retrospectiva de Arte Ornamental Portuguesa e Espanhola de 1882, na Sala G, com o número 764.

Segundo uma lenda reproduzida por Frei Agostinho de Santa Maria e Frei António da Purificação, mas que Viterbo deita por terra, o cofre teria sido feito por negociantes de Alepo que aportaram em Veneza, carregando consigo uma grande quantidade de cristal em bruto, que usaram para fundir este cofre. Trouxeram-no a Portugal e ofereceram-no a D. Manuel I por 50 mil cruzados, oferta que o rei português não aceitou. Não contentes com esta rejeição, os comerciantes continuaram a tentar vendê-lo, inclusive a Henrique VIII e a Carlos V, sem sucesso, pelo que seguiram para o Oriente, onde o acabaram por vender ao rei de Ormuz. Teria chegado às mãos de Frei Aleixo de Meneses graças ao vice-rei de Ormuz, que lho ofereceu, e D. Aleixo entregou-o ao Mosteiro da Graça. Filipe II tentou fazer dele um guarda-jóias para uma das suas esposas, mas Frei Aleixo de Meneses fez com que ele fosse transformado em tabernáculo e, desta forma, o cofre não saiu do Mosteiro que o passou a albergar. Segundo a crónica de Santo Agostinho, estava, depois do terramoto, assentado nas mãos de dois anjos, dentro de uma capela cujo portal embocava no meio do retábulo da capela-mor, para a qual se sobia por duas escadas de jaspe de vinte e um degraus cada[2].

No seu interior encontravam-se dois outros cofres, um em filigrana, que ainda existia no tempo de Viterbo (exposição de arte ornamental Sala M, nº 173), outro de tartaruga e prata, desaparecido.

D. Aleixo de Meneses fez outras doações à Graça, nomeadamente um paramento de altar completo, bordado a ouro sobre cetim branco[3].

Descrição

Notas

Bibliografia e Fontes

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

DOI

Citar este artigo

  1. http://www.museudearteantiga.pt/colecoes/ourivesaria/cofre, consultado a 11 de setembro de 2017
  2. Francisco de Sousa Viterbo, Exposição d’Arte Ornamental. Notas ao Catalogo. (Lisboa: Imprensa Nacional, 1883), 13.
  3. Francisco de Sousa Viterbo, Exposição d’Arte Ornamental. Notas ao Catalogo. (Lisboa: Imprensa Nacional, 1883), 20.