Escola de Desenho Industrial de Braga: diferenças entre revisões

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A Escola de Desenho Industrial, de Braga foi criada por decreto de 11 de Dezembro de 1884, da autoria de António Augusto de Aguiar, Ministro do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria (M.O.P.C.I.)<ref>Governo Português (18 de Dezembro de 1884). "Decreto de 11 de Dezembro de 1884", ''Diário do Governo,'' 288, 3211.</ref>. O primeiro ano lectivo foi inaugurado em 21 de Novembro de 1885.
A Escola de Desenho Industrial, de Braga foi criada por decreto de 11 de Dezembro de 1884, da autoria de António Augusto de Aguiar, Ministro do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria (M.O.P.C.I.)<ref>Governo Português (18 de Dezembro de 1884). "Decreto de 11 de Dezembro de 1884", ''Diário do Governo,'' 288, 3211.</ref>. O primeiro ano lectivo foi inaugurado em 21 de Novembro de 1885.


Por decreto de 10 de Janeiro de 1889, da autoria de Emídio Júlio Navarro, Ministro do M.O.P.C.I, a Aula de Desenho Industrial de Braga era integrada na Escola Industrial, então, criada na mesma cidade, com o fim de "''ministrar o ensino teórico e prático apropriado às industrias predominantes na mesma cidade''"<ref>Governo Português (23 de Fevereiro de 1889). "Decreto de 10 de Janeiro de 1889", ''Diário do Governo,'' 44, 465.</ref>. A Escola Industrial inaugurou o primeiro ano lectivo em 1 de Outubro de 1890<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 57.</ref>.     
Por decreto de 10 de Janeiro de 1889, da autoria de Emídio Júlio Navarro, Ministro do M.O.P.C.I, a Aula de Desenho Industrial de Braga era integrada na Escola Industrial, então, criada na mesma cidade, com o fim de "''ministrar o ensino teórico e prático apropriado às industrias predominantes na mesma cidade''"<ref>Governo Português (23 de Fevereiro de 1889). "Decreto de 10 de Janeiro de 1889", ''Diário do Governo,'' 44, 465.</ref>. A Escola Industrial inaugurou o primeiro ano letivo em 1 de Outubro de 1890<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 57.</ref>.     


Em 1891, o ensino industrial e comercial foi objecto de reforma, da autoria de João Franco, Ministro do M.O.P.C.I., qualificando-se as escolas industriais em completas, incompletas e elementares. As primeiras localizavam-se exclusivamente em Lisboa e no Porto, e a Escola Industrial de Braga classificou-se como incompleta, tendo recebido a designação de Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires" (Arcebispo de Braga no séc. XVI), de Braga<ref>Governo Português (9 de Outubro de 1891). "Decreto de 8 de Outubro", ''Diário do Governo'', 227, 2413.</ref>.     
Em 1891, o ensino industrial e comercial foi objeto de reforma, da autoria de João Franco, Ministro do M.O.P.C.I., qualificando-se as escolas industriais em completas, incompletas e elementares. As primeiras localizavam-se exclusivamente em Lisboa e no Porto, e a Escola Industrial de Braga classificou-se como incompleta, tendo recebido a designação de Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires" (Arcebispo de Braga no séc. XVI), de Braga<ref>Governo Português (9 de Outubro de 1891). "Decreto de 8 de Outubro", ''Diário do Governo'', 227, 2413.</ref>.     


Durante a I República, em 1914, foram criados cursos elementares de comércio anexos às escolas industriais e desenho industrial. A reforma aplicou-se também à Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires" que adoptou a designação Escola Industrial e Comercial "Bartolomeu dos Mártires", de Braga<ref>Governo Português (30 de Junho de 1914). "Decreto n.º 615", ''Diário do Governo'', 107, 441.</ref>.     
Durante a I República, em 1914, foram criados cursos elementares de comércio anexos às escolas industriais e desenho industrial. A reforma aplicou-se também à Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires" que adoptou a designação Escola Industrial e Comercial "Bartolomeu dos Mártires", de Braga<ref>Governo Português (30 de Junho de 1914). "Decreto n.º 615", ''Diário do Governo'', 107, 441.</ref>.     
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Em 1885, por cedência da Câmara Municipal de Braga a Escola de Desenho Industrial foi instalada de forma repartida pelas salas do edifício onde funcionavam os tribunais<ref>Gomes, "Escolas industriais e comerciais", 113.</ref>. Entre 1889 e 1890, já com a designação de Escola Industrial de Braga foi instalada numa casa localizada no largo das Carvalheiras, por não ter sido possível instala-la no primeiro edifício cedido pela Câmara. Como explicou o inspector das escolas industriais da circunscrição do norte, José Silva Leitão, no período entre Agosto de 1889 e Julho de 1890, a instalação foi demorada devido a vários expedientes e apenas ficou pronta em Junho de 1890<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 78-79.</ref>. Durante o ano de 1890 foram realizadas obras para ser instalada uma oficina anexa à escola e compras de mobília, comprada na Alemanha, e material de desenho<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 79.</ref>.  
Em 1885, por cedência da Câmara Municipal de Braga a Escola de Desenho Industrial foi instalada de forma repartida pelas salas do edifício onde funcionavam os tribunais<ref>Gomes, "Escolas industriais e comerciais", 113.</ref>. Entre 1889 e 1890, já com a designação de Escola Industrial de Braga foi instalada numa casa localizada no largo das Carvalheiras, por não ter sido possível instala-la no primeiro edifício cedido pela Câmara. Como explicou o inspector das escolas industriais da circunscrição do norte, José Silva Leitão, no período entre Agosto de 1889 e Julho de 1890, a instalação foi demorada devido a vários expedientes e apenas ficou pronta em Junho de 1890<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 78-79.</ref>. Durante o ano de 1890 foram realizadas obras para ser instalada uma oficina anexa à escola e compras de mobília, comprada na Alemanha, e material de desenho<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 79.</ref>.  


Anexas à Escola encontravam-se instaladas oficinas destinadas aos trabalhos em metal, madeira e tecelagem<ref>Governo Português (23 de Fevereiro de 1889). "Decreto de 10 de Janeiro de 1889", ''Diário do Governo,'' 44, 465.</ref>. Em 7 de Janeiro de 1891 foi inaugurada uma oficina de lavores femininos, na qual se achavam inscritas 10 alunas<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 40.</ref>. Segundo relatório de José Silva Leitão, ainda no ano lectivo de 1890-1891 foram adquiridos materiais para "''a montagem do laboratório químico (...) para o gabinete de física; uma colecção de modelos de órgãos de máquinas para o estudo do desenho de máquinas encomendada na Suíça; todo o material necessário para a oficina de lavores femininos, constando de máquinas de costura e outros utensílios próprios d'aquela oficina, bem como de modelos para bordar''"<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 41.</ref>. Em 1891, decretou-se a criação das oficinas de serralharia e carpintaria, anexas à Escola Industrial<ref>Governo Português (9 de Outubro de 1891). "Decreto de 8 de Outubro", ''Diário do Governo'', 227, 2413.</ref>. Pela reforma de 1897, estabeleciam-se as oficinas de carpintaria, marcenaria e entalhador<ref>Governo Português (15 de Dezembro de 1897). "Decreto de 14 de Dezembro", ''Diário do Governo'', 283, 3319.</ref>.
Anexas à Escola encontravam-se instaladas oficinas destinadas aos trabalhos em metal, madeira e tecelagem<ref>Governo Português (23 de Fevereiro de 1889). "Decreto de 10 de Janeiro de 1889", ''Diário do Governo,'' 44, 465.</ref>. Em 7 de Janeiro de 1891 foi inaugurada uma oficina de lavores femininos, na qual se achavam inscritas 10 alunas<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 40.</ref>. Segundo relatório de José Silva Leitão, ainda no ano letivo de 1890-1891 foram adquiridos materiais para "''a montagem do laboratório químico'' (...) ''para o gabinete de física; uma colecção de modelos de órgãos de máquinas para o estudo do desenho de máquinas encomendada na Suíça; todo o material necessário para a oficina de lavores femininos, constando de máquinas de costura e outros utensílios próprios d'aquela oficina, bem como de modelos para bordar''"<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 41.</ref>. Em 1891, decretou-se a criação das oficinas de serralharia e carpintaria, anexas à Escola Industrial<ref>Governo Português (9 de Outubro de 1891). "Decreto de 8 de Outubro", ''Diário do Governo'', 227, 2413.</ref>. Pela reforma de 1897, estabeleciam-se as oficinas de carpintaria, marcenaria e entalhador<ref>Governo Português (15 de Dezembro de 1897). "Decreto de 14 de Dezembro", ''Diário do Governo'', 283, 3319.</ref>.


Entre 1885 e 1891 inscreveram-se na Escola de Desenho Industrial e na Escola Industrial de Braga 733 alunos do género masculino e 38 alunas do género feminino, totalizando 202 aprovações, 179 e 23, respectivamente quanto aos géneros<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 57.</ref>.  
Entre 1885 e 1891 inscreveram-se na Escola de Desenho Industrial e na Escola Industrial de Braga 733 alunos do género masculino e 38 alunas do género feminino, totalizando 202 aprovações, 179 e 23, respectivamente quanto aos géneros<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 57.</ref>.  


No ano lectivo de 1887-1888, inscreveram-se 116 alunos do sexo masculino, e matricularam-se 104, na Escola de Desenho Industrial de Braga<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1889). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1887-1888", ''Diário do Governo'', Apêndice, 5, 132.</ref>.
No ano letivo de 1887-1888, inscreveram-se 116 alunos do sexo masculino, e matricularam-se 104, na Escola de Desenho Industrial de Braga<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1889). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1887-1888", ''Diário do Governo'', Apêndice, 5, 132.</ref>; No ano letivo de 1889-1890 inscreveram-se 168 alunos, dos quais dois do género feminino<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 79.</ref>, e no ano letivo seguinte inscreveram-se 150 alunos, dos quais 32 do género feminino<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 46.</ref>.


No ano lectivo de 1889-1890 inscreveram-se 168 alunos, dos quais dois do género feminino<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 79.</ref>.
Em 1889, a direção da Escola encontrava-se incumbida a Bernardino Pacheco Alves Passos<ref name=":4">Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 80.</ref>. Em 1897, foi incumbida ao visconde de Fraião, Francisco Manuel de Oliveira Carvalho<ref name=":7">Governo Português (15 de Dezembro de 1897). "Decreto de 14 de Dezembro", ''Diário do Governo'', 283, 3333.</ref>.
 
No ano lectivo de 1890-1891 inscreveram-se 150 alunos, dos quais 32 do género feminino<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 46.</ref>.


==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
Corpo docente nomeado para a Escola Industrial de Braga, no ano lectivo de 1889-1890<ref name=":4">Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 80.</ref>:
- Professor de desenho ornamental: [[Ernesto Korrodi]], suíço.
- Professor de desenho arquitectónico: Augusto Stamm, suíço.
- Professor de desenho de máquinas: Robert Roginmoser, suíço.
- Professor de princípios de física e mecânica: Bernardino Pacheco Alves Passos.
- Professor de química industrial: António Maria Pinheiro Torres e Almeida.
- Professor de aritmética e geometria elementar: António Baptista Lopes.
- Professor de francês: João da Costa Lima.
- Professora de oficina de lavores femininos: Albina Candida Pereira Magro.
- Professor de desenho: Francisco Manuel de Oliveira Carvalho<ref name=":5">Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 57.</ref>.
Director: Bernardino Pacheco Alves Passos.
Secretário: João da Costa Lima.
- Professor de aritmética, geometria elementar e suas aplicações comerciais e industriais; princípios gerais de física, e de história natural: Avelino Germano da Costa Freiras (1891)<ref name=":6">Governo Português (26 de Outubro de 1891). "Portaria de 24 de Outubro", ''Diário do Governo'', 241, 2566.</ref>.
Corpo docente segundo a reorganização do ensino industrial e comercial de 1897<ref name=":7">Governo Português (15 de Dezembro de 1897). "Decreto de 14 de Dezembro", ''Diário do Governo'', 283, 3333.</ref>:
Director: Francisco Manuel de Oliveira Carvalho, visconde de Fraião
- Professor de desenho elementar: Francisco Manuel de Oliveira Carvalho, visconde de Fraião.
- Professor de desenho elementar: [[António Pereira da Silva (1)|António Pereira da Silva Braga]].
- Professor de desenho ornamental e modelação: Domingos Rebelo Barbosa.
- Professor de língua portuguesa: João da Costa Lima.
- Professor de Aritmética, geometria; e princípios de física e química: António Maria Pinheiro Torres e Almeida; Eduardo Emílio Monteverde (professor temporário-1903)<ref name=":8">Governo Português (3 de Fevereiro de 1903). "Lista do pessoal de ensino elementar industrial e comercial, referida a 31 de Janeiro de 1903", ''Diário do Govero'', 25, 380.</ref>.
==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
<!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente-->
<!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente-->


 
A oferta letiva da Escola de Desenho Industrial de Braga distribuía-se segundo o grau elementar com as classes preparatória e complementar, e o grau industrial, em que se ministravam o primeiro e o terceiro ramos: desenho ornamental (desenho geométrico; de ornato; estudo da perspectiva e aguadas; modelação em cera ou barro) e desenho mecânico (desenho geométrico; perspectiva e aguadas; desenho à vista de máquinas; elaboração de cortes, etc.)<ref>Governo Português (18 de Dezembro de 1884). "Decreto de 11 de Dezembro de 1884", ''Diário do Governo,'' 288, 3211.</ref><ref>Governo Português (7 de Maio de 1884). "Portaria de 6 de Maio de 1884", ''Diário do Governo,'' 103, 1161.</ref>. O plano de estudos da Escola Industrial de Braga contemplava dois graus de ensino, elementar e industrial. Às disciplinas leccionadas na Escola Industrial de Braga, segundo decreto de 10 de Janeiro de 1889<ref name=":1">Governo Português (23 de Fevereiro de 1889). "Decreto de 10 de Janeiro de 1889", ''Diário do Governo,'' 44, 465.</ref>, acrescem as discriminadas no relatório do inspector José Silva Leitão referente ao ano lectivo de 1889-1890<ref name=":2">Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 80; 83-84.</ref>. No ano lectivo de 1890-1891, a cadeira de desenho foi desdobrada, "''sendo contratados 3 professores estrangeiros para ensinar os três ramos ornamental, arquictónico e de máquinas''"<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 57.</ref>. Em 1891, a reforma do ensino industrial e comercial dividiu o ensino em três ramos, a saber, instrução geral, instrução industrial e técnica oficinal, e, em consequência, estabeleceu um novo plano de estudos para a Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires" em Braga<ref name=":3">Governo Português (9 de Outubro de 1891). "Decreto de 8 de Outubro", ''Diário do Governo'', 227, 2413.</ref>.
<br />
A oferta lectiva da Escola de Desenho Industrial de Braga distribuía-se segundo o grau elementar com as classes preparatória e complementar, e o grau industrial, em que se ministravam o primeiro e o terceiro ramos: desenho ornamental (desenho geométrico; de ornato; estudo da perspectiva e aguadas; modelação em cera ou barro) e desenho mecânico (desenho geométrico; perspectiva e aguadas; desenho à vista de máquinas; elaboração de cortes, etc.)<ref>Governo Português (18 de Dezembro de 1884). "Decreto de 11 de Dezembro de 1884", ''Diário do Governo,'' 288, 3211.</ref> <ref>Governo Português (7 de Maio de 1884). "Portaria de 6 de Maio de 1884", ''Diário do Governo,'' 103, 1161.</ref>.
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{| class="wikitable"
| colspan="5" |'''Escola de Desenho Industrial de Braga (1884 - 1889)'''
| colspan="5" |'''Escola de Desenho Industrial de Braga (1884 - 1889). Plano de estudos em 1884'''                                                                                                                                                                                                                                                                                                            
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|'''Ano'''
|'''Ano'''
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O plano de estudos da Escola Industrial de Braga contemplava dois graus de ensino, elementar e industrial. Às disciplinas leccionadas na Escola Industrial de Braga, segundo decreto de 10 de Janeiro de 1889<ref name=":1">Governo Português (23 de Fevereiro de 1889). "Decreto de 10 de Janeiro de 1889", ''Diário do Governo,'' 44, 465.</ref>, acrescem as discriminadas no relatório do inspector José Silva Leitão referente ao ano lectivo de 1889-1890<ref name=":2">Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 80; 83-84.</ref>. No ano lectivo de 1890-1891, a cadeira de desenho foi desdobrada, "''sendo contratados 3 professores estrangeiros para ensinar os três ramos ornamental, arquictónico e de máquinas''"<ref>Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 57.</ref>.
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{| class="wikitable"
| colspan="5" |'''Escola Industrial de Braga (1889 - 1891)'''
| colspan="5" |'''Escola Industrial de Braga (1889 - 1891). Plano de estudos em 1889'''                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        
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|'''Ano'''
|'''Ano'''
Linha 167: Linha 121:
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|Bernardino Pacheco Alves Passos<ref name=":4" />
|Professor proprietário em 1889: Bernardino Pacheco Alves Passos<ref name=":4" />.
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Linha 173: Linha 127:
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|António Maria Pinheiro Torres e Almeida<ref name=":4" />
|Professor proprietário em 1889: António Maria Pinheiro Torres e Almeida<ref name=":4" />.
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Linha 179: Linha 133:
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|António Baptista Lopes<ref name=":4" />
|Professor proprietário em 1889: António Baptista Lopes<ref name=":4" />.
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Linha 185: Linha 139:
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|João da Costa Lima<ref name=":4" />
|Professor proprietário em 1889: João da Costa Lima<ref name=":4" />.
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Linha 191: Linha 145:
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|[[Ernesto Korrodi]]<ref name=":4" />
|Professor proprietário em 1889: [[Ernesto Korrodi]] (naturalidade suíça)<ref name=":4" />.
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Linha 203: Linha 157:
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|Augusto Stamm<ref name=":4" />
|Professor proprietário em 1889: Augusto Stamm (naturalidade suíça)<ref name=":4" />.
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Linha 209: Linha 163:
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|Robert Roginmoser<ref name=":4" />
|Professor proprietário em 1889: Robert Roginmoser (naturalidade suíça)<ref name=":4" />.
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Linha 215: Linha 169:
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|Francisco Manuel de Oliveira Carvalho<ref name=":5" />
|Professor proprietário em 1889: Francisco Manuel de Oliveira Carvalho<ref name=":5">Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", ''Diário do Governo'', Apêndice, 6, 57.</ref>.
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Linha 233: Linha 187:
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|Albina Candida Pereira Magro
|Professora proprietária em 1889: Albina Cândida Pereira Magro<ref name=":4" />.
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Em 1891, a reforma do ensino industrial e comercial dividiu o ensino em três ramos, a saber, instrução geral, instrução industrial e técnica oficinal, e, em consequência, estabeleceu um novo plano de estudos para a Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires", em Braga, do qual constavam as seguintes disciplinas<ref name=":3">Governo Português (9 de Outubro de 1891). "Decreto de 8 de Outubro", ''Diário do Governo'', 227, 2413.</ref>:
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{| class="wikitable"
| colspan="5" |'''Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires" de Braga (1891- 1914)'''
| colspan="5" |'''Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires" de Braga. Plano de estudos em 1891.'''                                                                                                                                                                                              
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|'''Ano'''
|'''Ano'''
Linha 248: Linha 202:
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|"''Aritmética, geometria elementar e suas aplicações comerciais e industriais''" (1.º Grupo)<ref name=":3" />
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|Avelino Germano da Costa Freiras<ref name=":6" />
|Professor proprietário em 24 de Outubro de 1891: Avelino Germano da Costa Freiras<ref name=":6">Governo Português (26 de Outubro de 1891). "Portaria de 24 de Outubro", ''Diário do Governo'', 241, 2566.</ref>.
 
Professor proprietário em 14 de Dezembro de 1897: António Maria Pinheiro Torres e Almeida<ref name=":7" /><ref name=":8">Governo Português (3 de Fevereiro de 1903). "Lista do pessoal de ensino elementar industrial e comercial, referida a 31 de Janeiro de 1903", ''Diário do Govero'', 25, 380.</ref>.
 
Professor temporário em 1903: Eduardo Emílio Monteverde<ref name=":8" />.
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Eduardo Emílio Monteverde (professor temporário em 1903)<ref name=":8" />
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|"''Princípios gerais de física, química e de história natural''" (1.º Grupo)<ref name=":3" />
|"''Princípios gerais de física, química e de história natural''" (1.º Grupo)<ref name=":3" />.
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|Avelino Germano da Costa Freiras<ref name=":6" />
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Eduardo Emílio Monteverde (professor temporário em 1903)<ref name=":8" />
Professor temporário em 1903: Eduardo Emílio Monteverde<ref name=":8" />.
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|"''Desenho ornamental, das classes I desenho de ornato e modelação e II composição ornamental''" (6.º Grupo)<ref name=":3" />.
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|Curso de desenho industrial e profissional (1897)<ref>Governo Português (15 de Dezembro de 1897). "Decreto de 14 de Dezembro", ''Diário do Governo'', 283, 3319.</ref>.
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Revisão das 20h21min de 25 de outubro de 2022


Escola de Desenho Industrial de Braga
(valor desconhecido)
Outras denominações Aula de desenho industrial, Escola Industrial de Braga, Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires"
Tipo de Instituição Ensino civil
Data de fundação 11 dezembro 1884
Data de extinção 30 junho 1914
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Braga, Braga, Portugal
Início: 11 de dezembro de 1884
Fim: 1890

Localização Largo das Carvalheiras, Braga,-
Início: 1890
Fim: 30 de junho de 1914
Antecessora valor desconhecido

Sucessora Escola Industrial e Comercial "Bartolomeu dos Mártires" de Braga


História

A Escola de Desenho Industrial, de Braga foi criada por decreto de 11 de Dezembro de 1884, da autoria de António Augusto de Aguiar, Ministro do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria (M.O.P.C.I.)[1]. O primeiro ano lectivo foi inaugurado em 21 de Novembro de 1885.

Por decreto de 10 de Janeiro de 1889, da autoria de Emídio Júlio Navarro, Ministro do M.O.P.C.I, a Aula de Desenho Industrial de Braga era integrada na Escola Industrial, então, criada na mesma cidade, com o fim de "ministrar o ensino teórico e prático apropriado às industrias predominantes na mesma cidade"[2]. A Escola Industrial inaugurou o primeiro ano letivo em 1 de Outubro de 1890[3].

Em 1891, o ensino industrial e comercial foi objeto de reforma, da autoria de João Franco, Ministro do M.O.P.C.I., qualificando-se as escolas industriais em completas, incompletas e elementares. As primeiras localizavam-se exclusivamente em Lisboa e no Porto, e a Escola Industrial de Braga classificou-se como incompleta, tendo recebido a designação de Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires" (Arcebispo de Braga no séc. XVI), de Braga[4].

Durante a I República, em 1914, foram criados cursos elementares de comércio anexos às escolas industriais e desenho industrial. A reforma aplicou-se também à Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires" que adoptou a designação Escola Industrial e Comercial "Bartolomeu dos Mártires", de Braga[5].

Outras informações

Em 1885, por cedência da Câmara Municipal de Braga a Escola de Desenho Industrial foi instalada de forma repartida pelas salas do edifício onde funcionavam os tribunais[6]. Entre 1889 e 1890, já com a designação de Escola Industrial de Braga foi instalada numa casa localizada no largo das Carvalheiras, por não ter sido possível instala-la no primeiro edifício cedido pela Câmara. Como explicou o inspector das escolas industriais da circunscrição do norte, José Silva Leitão, no período entre Agosto de 1889 e Julho de 1890, a instalação foi demorada devido a vários expedientes e apenas ficou pronta em Junho de 1890[7]. Durante o ano de 1890 foram realizadas obras para ser instalada uma oficina anexa à escola e compras de mobília, comprada na Alemanha, e material de desenho[8].

Anexas à Escola encontravam-se instaladas oficinas destinadas aos trabalhos em metal, madeira e tecelagem[9]. Em 7 de Janeiro de 1891 foi inaugurada uma oficina de lavores femininos, na qual se achavam inscritas 10 alunas[10]. Segundo relatório de José Silva Leitão, ainda no ano letivo de 1890-1891 foram adquiridos materiais para "a montagem do laboratório químico (...) para o gabinete de física; uma colecção de modelos de órgãos de máquinas para o estudo do desenho de máquinas encomendada na Suíça; todo o material necessário para a oficina de lavores femininos, constando de máquinas de costura e outros utensílios próprios d'aquela oficina, bem como de modelos para bordar"[11]. Em 1891, decretou-se a criação das oficinas de serralharia e carpintaria, anexas à Escola Industrial[12]. Pela reforma de 1897, estabeleciam-se as oficinas de carpintaria, marcenaria e entalhador[13].

Entre 1885 e 1891 inscreveram-se na Escola de Desenho Industrial e na Escola Industrial de Braga 733 alunos do género masculino e 38 alunas do género feminino, totalizando 202 aprovações, 179 e 23, respectivamente quanto aos géneros[14].

No ano letivo de 1887-1888, inscreveram-se 116 alunos do sexo masculino, e matricularam-se 104, na Escola de Desenho Industrial de Braga[15]; No ano letivo de 1889-1890 inscreveram-se 168 alunos, dos quais dois do género feminino[16], e no ano letivo seguinte inscreveram-se 150 alunos, dos quais 32 do género feminino[17].

Em 1889, a direção da Escola encontrava-se incumbida a Bernardino Pacheco Alves Passos[18]. Em 1897, foi incumbida ao visconde de Fraião, Francisco Manuel de Oliveira Carvalho[19].

Professores

Curricula

A oferta letiva da Escola de Desenho Industrial de Braga distribuía-se segundo o grau elementar com as classes preparatória e complementar, e o grau industrial, em que se ministravam o primeiro e o terceiro ramos: desenho ornamental (desenho geométrico; de ornato; estudo da perspectiva e aguadas; modelação em cera ou barro) e desenho mecânico (desenho geométrico; perspectiva e aguadas; desenho à vista de máquinas; elaboração de cortes, etc.)[20][21]. O plano de estudos da Escola Industrial de Braga contemplava dois graus de ensino, elementar e industrial. Às disciplinas leccionadas na Escola Industrial de Braga, segundo decreto de 10 de Janeiro de 1889[22], acrescem as discriminadas no relatório do inspector José Silva Leitão referente ao ano lectivo de 1889-1890[23]. No ano lectivo de 1890-1891, a cadeira de desenho foi desdobrada, "sendo contratados 3 professores estrangeiros para ensinar os três ramos ornamental, arquictónico e de máquinas"[24]. Em 1891, a reforma do ensino industrial e comercial dividiu o ensino em três ramos, a saber, instrução geral, instrução industrial e técnica oficinal, e, em consequência, estabeleceu um novo plano de estudos para a Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires" em Braga[25].

Escola de Desenho Industrial de Braga (1884 - 1889). Plano de estudos em 1884
Ano Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
Desenho de ornato[26]
Desenho geométrico[26]
Desenho arquitectónico[26]
Desenho de figura[26]
Modelação[26]
Escola Industrial de Braga (1889 - 1891). Plano de estudos em 1889
Ano Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
Princípios de física e mecânica[22] Professor proprietário em 1889: Bernardino Pacheco Alves Passos[18].
Química industrial[22] Professor proprietário em 1889: António Maria Pinheiro Torres e Almeida[18].
Aritmética e geometria elementar[22] Professor proprietário em 1889: António Baptista Lopes[18].
Língua francesa[22] Professor proprietário em 1889: João da Costa Lima[18].
Desenho ornamental[23] Professor proprietário em 1889: Ernesto Korrodi (naturalidade suíça)[18].
Desenho geomético[23]
Desenho arquitectónico[23] Professor proprietário em 1889: Augusto Stamm (naturalidade suíça)[18].
Desenho de máquinas[23] Professor proprietário em 1889: Robert Roginmoser (naturalidade suíça)[18].
Desenho Professor proprietário em 1889: Francisco Manuel de Oliveira Carvalho[27].
Perspectiva[23]
Matemática[23]
1891 Oficina de lavores femininos[23] Professora proprietária em 1889: Albina Cândida Pereira Magro[18].
Escola Industrial "Bartolomeu dos Mártires" de Braga. Plano de estudos em 1891.
Ano Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
"Aritmética, geometria elementar e suas aplicações comerciais e industriais" (1.º Grupo)[25]. Professor proprietário em 24 de Outubro de 1891: Avelino Germano da Costa Freiras[28].

Professor proprietário em 14 de Dezembro de 1897: António Maria Pinheiro Torres e Almeida[19][29]. Professor temporário em 1903: Eduardo Emílio Monteverde[29].

"Princípios gerais de física, química e de história natural" (1.º Grupo)[25]. Professor proprietário em 24 de Outubro de 1891: Avelino Germano da Costa Freiras[28].

Professor proprietário em 14 de Dezembro de 1897: António Maria Pinheiro Torres e Almeida[29][30].

Professor temporário em 1903: Eduardo Emílio Monteverde[29].

"Desenho elementar, das classes I preparatória e II complementar" (4.º Grupo)[25]. Professor proprietário entre 14 de Dezembro de 1897 e 31 de Janeiro de 1903: Francisco Manuel de Oliveira Carvalho, visconde de Fraião[19][29].

Professor proprietário em 14 de Dezembro de 1897: António Pereira da Silva Braga[19]

"Desenho arquitectónico, das classes I desenho artístico e modelação; e II desenho técnico" (5.º Grupo)[25].
"Desenho ornamental, das classes I desenho de ornato e modelação e II composição ornamental" (6.º Grupo)[25]. Professor proprietário em 14 de Dezembro de 1897 e 31 de Janeiro de 1903: Domingos Rebelo Barbosa[19][29].
Língua portuguesa Professor proprietário em 14 de Dezembro de 1897 e 31 de Janeiro de 1903: João da Costa Lima[19][29].
Curso de desenho industrial e profissional (1897)[31].
Professor proprietário de "aritmética, geometria elementar e suas aplicações comerciais e industriais; princípios gerais de física, e de história natural" em 1891: Avelino Germano da Costa Freiras[28].

Notas

  1. Governo Português (18 de Dezembro de 1884). "Decreto de 11 de Dezembro de 1884", Diário do Governo, 288, 3211.
  2. Governo Português (23 de Fevereiro de 1889). "Decreto de 10 de Janeiro de 1889", Diário do Governo, 44, 465.
  3. Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", Diário do Governo, Apêndice, 6, 57.
  4. Governo Português (9 de Outubro de 1891). "Decreto de 8 de Outubro", Diário do Governo, 227, 2413.
  5. Governo Português (30 de Junho de 1914). "Decreto n.º 615", Diário do Governo, 107, 441.
  6. Gomes, "Escolas industriais e comerciais", 113.
  7. Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", Diário do Governo, Apêndice, 6, 78-79.
  8. Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", Diário do Governo, Apêndice, 6, 79.
  9. Governo Português (23 de Fevereiro de 1889). "Decreto de 10 de Janeiro de 1889", Diário do Governo, 44, 465.
  10. Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", Diário do Governo, Apêndice, 6, 40.
  11. Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", Diário do Governo, Apêndice, 6, 41.
  12. Governo Português (9 de Outubro de 1891). "Decreto de 8 de Outubro", Diário do Governo, 227, 2413.
  13. Governo Português (15 de Dezembro de 1897). "Decreto de 14 de Dezembro", Diário do Governo, 283, 3319.
  14. Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", Diário do Governo, Apêndice, 6, 57.
  15. Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1889). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1887-1888", Diário do Governo, Apêndice, 5, 132.
  16. Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", Diário do Governo, Apêndice, 6, 79.
  17. Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", Diário do Governo, Apêndice, 6, 46.
  18. 18,0 18,1 18,2 18,3 18,4 18,5 18,6 18,7 18,8 Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", Diário do Governo, Apêndice, 6, 80.
  19. 19,0 19,1 19,2 19,3 19,4 19,5 Governo Português (15 de Dezembro de 1897). "Decreto de 14 de Dezembro", Diário do Governo, 283, 3333.
  20. Governo Português (18 de Dezembro de 1884). "Decreto de 11 de Dezembro de 1884", Diário do Governo, 288, 3211.
  21. Governo Português (7 de Maio de 1884). "Portaria de 6 de Maio de 1884", Diário do Governo, 103, 1161.
  22. 22,0 22,1 22,2 22,3 22,4 Governo Português (23 de Fevereiro de 1889). "Decreto de 10 de Janeiro de 1889", Diário do Governo, 44, 465.
  23. 23,0 23,1 23,2 23,3 23,4 23,5 23,6 23,7 Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte", Diário do Governo, Apêndice, 6, 80; 83-84.
  24. Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", Diário do Governo, Apêndice, 6, 57.
  25. 25,0 25,1 25,2 25,3 25,4 25,5 Governo Português (9 de Outubro de 1891). "Decreto de 8 de Outubro", Diário do Governo, 227, 2413.
  26. 26,0 26,1 26,2 26,3 26,4 Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1889). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1887-1888", Diário do Governo, Apêndice, 5, 132.
  27. Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", Diário do Governo, Apêndice, 6, 57.
  28. 28,0 28,1 28,2 Governo Português (26 de Outubro de 1891). "Portaria de 24 de Outubro", Diário do Governo, 241, 2566.
  29. 29,0 29,1 29,2 29,3 29,4 29,5 29,6 Governo Português (3 de Fevereiro de 1903). "Lista do pessoal de ensino elementar industrial e comercial, referida a 31 de Janeiro de 1903", Diário do Govero, 25, 380.
  30. Governo Português (15 de Dezembro de 1897). "Decreto de 14 de Dezembro", Diário do Governo, 283, 3333.
  31. Governo Português (15 de Dezembro de 1897). "Decreto de 14 de Dezembro", Diário do Governo, 283, 3319.

Fontes

Governo Português (7 de Janeiro de 1884). "Decreto de 3 de Janeiro de 1884", Diário do Governo, 5, 50.

Governo Português (7 de Maio de 1884). "Portaria de 6 de Maio de 1884", Diário do Governo, 103, 1160-1162.

Governo Português (18 de Dezembro de 1884). "Decreto de 11 de Dezembro de 1884", Diário do Governo, 288, 3211.

Governo Português (23 de Fevereiro de 1889). "Decreto de 10 de Janeiro de 1889", Diário do Governo, 44, 465-466.

Governo Português (9 de Outubro de 1891). "Decreto de 8 de Outubro", Diário do Governo, 227, 2413.

Governo Português (26 de Outubro de 1891). "Portaria de 24 de Outubro", Diário do Governo, 241, 2566.

Governo Português (15 de Dezembro de 1897). "Decreto de 14 de Dezembro", Diário do Governo, 283, 3319-3334.

Governo Português (3 de Fevereiro de 1903). "Lista do pessoal de ensino elementar industrial e comercial, referida a 31 de Janeiro de 1903", Diário do Governo, 25, 380-381.

Governo Português (30 de Junho de 1914). "Decreto n.º 615", Diário do Governo, 107, 441.

Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1889). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1887-1888", Diário do Governo, Apêndice, 5, 127-142.

Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1891). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1889-1890", Diário do Governo, Apêndice, 6, 75-108.

Leitão, José Silva (1 de Janeiro de 1893). "Relatorio sobre as escolas industriaes e de desenho industrial da circumscripção do norte respectivo ao anno lectivo de 1890-1891", Diário do Governo, Apêndice, 6, 38-87.

Bibliografia

Agrupamento de Escolas Carlos Amarante, "O agrupamento". Visualizado 17 Agosto, 2022.

José Ferreira Gomes, "Escolas industriais e comerciais criadas no século XIX". Revista Portuguesa de Pedagogia, no. 12 (1978), 79-151.

Ligações Internas

Para consultar as pessoas relacionadas com esta instituição, nomeadamente professores e alunos, siga o link:

Categoria:Escola de Desenho Industrial de Braga

Ligações Externas

Escola Industrial e Comercial "Bartolomeu dos Mártires", no sítio da Direcção-Geral do Património Cultural.

Autor(es) do artigo

João de Almeida Barata

https://orcid.org/0000-0001-9048-0447

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

Citar este artigo