Francisco Custódio de Azevedo: diferenças entre revisões

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===Dados biográficos===
===Dados biográficos===
Custódio Francisco de Azevedo<ref>Não há qualquer referência sobre Custódio Francisco de Azevedo no ''Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses'' (Viterbo,1998), ou no ''Expedições Científicos-Militares enviadas ao Brasil'' (Viterbo, 1962). Tampouco encontramos menção ao profissional em Sepulveda (1913; 1919).   </ref>nasceu em Portugal, no ano de 1700, e faleceu em 1784 na capitania do Ceará - Brasil<ref>Castro, 1999.</ref>.  
Francisco Custódio de Azevedo<ref>Não há qualquer referência sobre Francisco Custódio de Azevedo nas obras de Francisco Sousa Viterbo, ''Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses'' e ''Expedições Científicos-Militares enviadas ao Brasil''. Tão pouco encontrámos menção ao profissional em Sepúlveda, ''Historia organica e politica do Exercito Português.''   </ref> nasceu em Portugal em 1700, e faleceu na capitania do Ceará, no Brasil,  em 1784<ref name=":0">Castro, "Urbanização Pombalina no Ceará".</ref>.
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===Carreira===
===Carreira===
Segundo José Liberal de Castro, Custódio Francisco de Azevedo pertenceu a “uma equipe de mineradores encarregados de pesquisar ouro no sopé da Serra da Ibiapaba<ref>Sistema orográfico que serve de divisa entre os estados do Ceará e Piauí, no nordeste do Brasil.</ref>, por volta de 1743”<ref>Castro (1982).</ref> na Capitania do Ceará; mais especificamente nas “minas do Araticum em Ubajara”<ref>Castro (1980).</ref>. Ainda segundo Castro, diante do pouco resultado das catas, o “grupo se dispersou após penosa demanda com o empreiteiro da mineração”.<ref>Castro (1999).</ref> O profissional fixou residência em território cearense, “radicando-se na Serra dos Cocos, um dos contrafortes da Ibiapaba”. Não se conhece a formação técnica do minerador português<ref>Castro supõe tratar-se de “técnico em mineração com prováveis conhecimentos de agrimensura”. (1980, p. 60).</ref>; embora Barão de Studart o trate como “engenheiro capitão”.<ref>Studart (2001, p. 364). Jucá Neto (2012) o inclui como engenheiro (embora sua formação não esteja comprovada) diante de sua habilidade técnica ao cartografar a região das minas dos Cariris Novos na Capitania do Ceará - Brasil.</ref>[6] Custódio Francisco de Azevedo fora responsável, na capitania do Ceará, pela demarcação de vilas e elaboração riscos de várias casas de câmara e cadeia. Também de acordo com Castro tratava-se de um “profissional portador de bons conhecimentos de topografia, pois inúmeras vezes foi convocado para prestar serviços de medições em vários locais da Capitania”.<ref>Castro (1997, p. 22).</ref>
Segundo o arquiteto José Liberal de Castro, Francisco Custódio de Azevedo pertenceu a “''uma equipe de mineradores encarregados de pesquisar ouro no sopé da Serra da Ibiapaba<ref>Sistema orográfico que serve de divisa entre os estados do Ceará e Piauí, no nordeste do Brasil.</ref>, por volta de 1743''”<ref>Castro, "Ceará, sua arquitetura e seus arquitetos".</ref> na capitania do Ceará, mais especificamente nas “''minas do Araticum em Ubajara''”<ref>Castro, "Notas relativas à arquitetura antiga no Ceará".</ref>. Ainda segundo Castro, diante do pouco resultado das catas, o “''grupo se dispersou após penosa demanda com o empreiteiro da mineração''”<ref name=":0" />.  


Em 1764, o engenheiro orquestrou a instalação da Vila de Montemor-o-Novo D’América, atual cidade de Baturité<ref>A Vila foi elevada à condição de cidade de Baturité em 1858. (GIRÃO, R; MARTINS FILHO, A.; 1939)</ref>, no Ceará. A documentação referente a instalação do núcleo compõe importante roteiro do método português da fazer vilas. Os documentos encontram-se publicados na Revista do Instituto do Ceará, ano 1891<ref>''Registro dos Autos ...'' (1891)</ref>. O conjunto documental é composto por mais de 40 registros de medições e definições do traçado e do patrimônio da vila, possivelmente escritos na casa que servia de sede provisória da futura câmara. Os registros foram devidamente assinados pelo ouvidor-mor da capitania do Ceará Victorino Soares Barbosa, por Custódio Francisco de Azevedo e seu ajudante de corda, o meirinho Antonio Gomes de Freitas. <ref>Jucá Neto (2013).</ref>
O profissional fixou residência em território cearense, “''radicando-se na Serra dos Cocos, um dos contrafortes da Ibiapaba''”. Não se conhece a formação técnica do minerador português<ref>Castro supõe tratar-se de “''técnico em mineração com prováveis conhecimentos de agrimensura''”. Castro, "Notas relativas à arquitetura antiga no Ceará", 60.</ref>, embora Barão de Studart se refira a ele enquanto “''engenheiro capitão''”<ref>Studart, ''Datas e factos para a história do Ceará'', 364. Jucá Neto o inclui como engenheiro (embora sua formação não esteja comprovada) diante de sua habilidade técnica ao cartografar a região das minas dos Cariris Novos na Capitania do Ceará, no Brasil. Jucá Neto, ''Primórdios da Urbanização no Ceará''.</ref>. Na capitania do Ceará, Francisco Custódio de Azevedo foi responsável pela demarcação de vilas e elaboração, bem como dos riscos de várias casas de câmara e cadeia. Também, de acordo com Castro, Francisco Azevedo caracterizava-se como um “''profissional portador de bons conhecimentos de topografia, pois inúmeras vezes foi convocado para prestar serviços de medições em vários locais da Capitania''”<ref>Castro, "Cartografia Cearense no Arquivo Histórico do Exército", 22.</ref>.


Após a escolha do sítio, em “o lugar que era mais conveniente para assentar e erigir” a vila, o ouvidor-mor Victorino Soares Barbosa<ref>O ouvidor Victorino Soares Barbosa exerceu suas atividades no Cear de 27 de setembro de 1756 a 1 de janeiro de 1770. Studart (1892).</ref> “mandou vir à sua presença Custodio Francisco de Azevedo, engenheiro de profissão e morador na serra dos Coquos”, com o “instrumento chamado prancheta ou círculo dimensório” e a “corda” para medição de “qualquer terra com dez braças de comprido, como manda o novo methodo de fazer cartas geográficas”.<ref>''Termo de Demarcação e Assignação do Terreno''. In: Registro dos Autos ...</ref>
Em 1764, o engenheiro orquestrou a instalação da vila de Montemor-o-Novo D’América, atual cidade de Baturité<ref>A vila de Montemor-o-Novo D’América foi elevada à condição de cidade de Baturité em 1858. Girão e Martins Filho, ''O Ceará.''</ref>, no Ceará. A documentação referente à instalação do núcleo compõe um importante roteiro do método português de fazer vilas e encontra-se publicada na ''Revista do Instituto do Ceará'', datada de 1891<ref>"Registro dos Autos da Erecção da Real Villa de Monte-mor".</ref>. O conjunto documental é composto por mais de 40 registros de medições e definições do traçado e do patrimônio da vila, possivelmente, escritos na casa que servia de sede provisória da futura câmara. Os registros foram devidamente assinados pelo ouvidor-mor da capitania do Ceará Victorino Soares Barbosa, por Francisco Custódio de Azevedo, e seu ajudante de corda, o meirinho Antônio Gomes de Freitas<ref>Jucá Neto, "Salve o Rei!!!  A Vila de Montemor-o-Novo".</ref>.


Antes de dar início às medições, o profissional apresentou os instrumentos de trabalho. O círculo dimensório era “graduado com os 360 graos da periferia em que se compreendem todos os oito rumos principais, quartas e meias partidas, que mostravam também estar cevado nos dois polos do norte e sul, com qual se costumam fazer as cartas geográficas e topográficas”. Já a corda era de “linho, da grossura de uma linha geométrica e encerada”.<ref>Termo de apresentação do círculo Dimensorio ou Bussola e exame n’ella e na corda com que se há de medir a terra. In: ''Registro dos Autos ...''</ref>
Após a escolha do sítio, em “''o lugar que era mais conveniente para assentar e erigir''” a vila, o ouvidor-mor Victorino Soares Barbosa<ref>O ouvidor Victorino Soares Barbosa exerceu suas atividades no Ceará entre 27 de setembro de 1756 e 1 de janeiro de 1770. Studart, ''Notas para a História do Ceará.''</ref> “''mandou vir à sua presença Francisco Custódio de Azevedo, engenheiro de profissão e morador na serra dos Coquos''”, com o “''instrumento chamado prancheta ou círculo dimensório''” e a “''corda''” para medição de “''qualquer terra com dez braças de comprido, como manda o novo método de fazer cartas geográficas''”<ref>"Termo de Demarcação e Assignação do Terreno", publicado em "Registro dos Autos da Erecção da Real Villa de Monte-mor".</ref>.


Entre março e maio de 1764, o núcleo fora desenhado no terreno escolhido. Após a demarcação da área da vila propriamente dita, fora demarcada a praça, os lotes, as ruas, o lugar do pelourinho, o distrito e o rocio. Por fim, balizaram os marcos que delimitavam o seu patrimônio e as “datas das plantas de seus moradores”. Após a instalação da Vila de Montemor-o-Novo, o profissional fora convocado para implantar da vila de Sobral em 1773.
Antes de dar início às medições, o profissional apresentou os instrumentos de trabalho. O círculo dimensório era “''graduado com os 360 graus'' ''da periferia em que se compreendem todos os oito rumos principais, quartas e meias partidas, que mostravam também estar cevado nos dois polos do norte e sul, com qual se costumam fazer as cartas geográficas e topográficas''”. Já a corda era de “''linho, da grossura de uma linha geométrica e encerada''”<ref>"Termo de apresentação do círculo Dimensorio ou Bussola e exame n’ella e na corda com que se há de medir a terra", publicado em "Registro dos Autos da Erecção da Real Villa de Monte-mor".</ref>.


Em 1<sup>o</sup> de setembro de 1775, Custódio Francisco de Azevedo recebeu da câmara da vila de Fortaleza, sede da capitania do Ceará – Brasil, a quantia de 12$000 pela planta da Casa de Câmara e Cadeia da Vila.<ref>Studart (2001, p. 341).</ref> A documentação local sugere que a edificação não fora construída, pois os “vereadores” do núcleo requereram ao “Engenheiro capitão Custódio Francisco de Azevedo o risco da nova casa de Camara da villa”.<ref>Studart (2001, p. 364).</ref> O profissional fora, ainda, responsável pelo risco da casa de câmara e cadeia da antiga vila do Soure, atual Caucaia situada na região metropolitana de Fortaleza.<ref>Castro (1980, p.59).</ref>
Entre março e maio de 1764, o núcleo fora desenhado no terreno escolhido. Após a demarcação da área da vila, propriamente dita, fora demarcada a praça, os lotes, as ruas, o lugar do pelourinho, o distrito e o rocio. Por fim, balizaram-se os marcos que delimitavam o seu patrimônio e as “''datas das plantas de seus moradores''”. Após a instalação da vila de Montemor-o-Novo, em 1773, o profissional foi convocado para a instalação da vila de Sobral.
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Em 1 de setembro de 1775, Francisco Custódio de Azevedo recebeu da câmara da vila de Fortaleza, sede da capitania do Ceará, a quantia de 12$000 pela execução da planta da casa de câmara e da cadeia<ref>Studart, ''Datas e factos para a história do Ceará'', 341.</ref>. Não obstante, a documentação local sugere que a edificação não fora construída, pois os “''vereadores''” do núcleo requereram ao “''Engenheiro capitão Francisco Custódio de Azevedo o risco da nova casa de Câmara da vila"''<ref>Studart, 364.</ref>. O profissional fora, ainda, responsável pelo risco da casa de câmara e cadeia da antiga vila do Soure, atual Caucaia, situada na região metropolitana de Fortaleza<ref>Castro, "Notas relativas à arquitetura antiga no Ceará", 59.</ref>.
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==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography-->
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==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Bibliografia==
==Bibliografia==
CASTRO, José Liberal de. ''Notas relativas à arquitetura antiga no Ceará''. Tese apresentada para concurso de Livre-docência. Departamento de Arquitetura e Urbanismo. Centro de Tecnologia. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza. 1980.
Castro, José Liberal de. "Cartografia Cearense no Arquivo Histórico do Exército". ''Revista do Instituto do Ceará'' 111, (1997).
 
CASTRO, José Liberal de. Ceará, sua arquitetura e seus arquitetos. In: ''Cadernos Brasileiros de Arquitetura. Panorama da Arquitetura Cearense''. Volume I. Projeto Editores Associados. São Paulo. 1982.
 
CASTRO, José Liberal de. Cartografia Cearense no Arquivo Histórico do Exército. In: ''Revista do Instituto do Ceará''. Anno CXI. Fortaleza – Ceará. 1997.


Castro, José Liberal de. "Ceará, sua arquitetura e seus arquitetos". Em ''Cadernos Brasileiros de Arquitetura. Panorama da Arquitetura Cearense,'' vol. 1. São Paulo: Projeto Editores Associados, 1982.Castro, José Liberal de. "Notas relativas à arquitetura antiga no Ceará". Tese apresentada para concurso de Livre-docência, Departamento de Arquitetura e Urbanismo - Universidade Federal do Ceará, 1980.


CASTRO, José Liberal de. Urbanização Pombalina no Ceará: a paisagem da vila de Montemor-o-Novo da América. IN: ''Revista do Instituto do Ceará''. Anno CXIII. Fortaleza – Ceará. 1999.
Castro, José Liberal de. "Urbanização Pombalina no Ceará: a paisagem da vila de Montemor-o-Novo da América". ''Revista do Instituto do Ceará'' 113, (1999).


JUCÁ NETO, C. R. Ritual, Rigor e Pragmatismo: os procedimentos de instalação da Vila de Monte-Mór o Novo da América. In: ''Anais XIV Encontro Nacional da ANPUR - Quem planeja o território? Atores, arenas e estratégias''. ANPUR. Rio de Janeiro. 2011.
Girão, Raimundo e Antônio Martins Filho. ''O Ceará''. Fortaleza – Ceará: Editora Fortaleza, 1939.


JUCÁ NETO, C. R. Salve o Rei!!!  A Vila de Montemor-o-Novo d’ América fora instalada na Capitania do Ceará. A formalidade de que manda o novo método. IN: Ana Amelia M.C. de Melo e Irenísia Torres de Oliveira. ''Aproximações: cultura e política''. 2013. Fortaleza. Expressão Gráfica Editora. 2013.
Jucá Neto, Clovis Ramiro. ''Primórdios da Urbanização no Ceará''. Fortaleza - Ceará: Edições UFC: Editora Banco do Nordeste do Brasil, 2012.


JUCÁ NETO, Clovis Ramiro. ''Primórdios da Urbanização no Ceará''. Edições UFC: Editora Banco do Nordeste do Brasil. Fortaleza - Ceará. 2012.
Jucá Neto, Clovis Ramiro. "Ritual, Rigor e Pragmatismo: os procedimentos de instalação da Vila de Monte-Mór o Novo da América". Em ''Anais XIV Encontro Nacional da ANPUR - Quem planeja o território? Atores, arenas e estratégias''. Rio de Janeiro: ANPUR, 2011.


GIRÃO, Raimundo; MARTINS FILHO, Antônio. ''O Ceará''. Editora Fortaleza. Fortaleza – Ceará. 1939.
Jucá Neto, Clovis Ramiro. "Salve o Rei!!!  A Vila de Montemor-o-Novo d’ América fora instalada na Capitania do Ceará. A formalidade de que manda o novo método". Em ''Aproximações: cultura e política'', edição por Ana Amelia M.C. de Melo e Irenísia Torres de Oliveira. Fortaleza: Expressão Gráfica Editora, 2013.


REGISTRO dos Autos da Erecção da Real Villa de Monte-mor o Novo da América, na capitania do Ceará Grande – Parte I e II. In: ''Revista do Instituto do Ceará''. Fortaleza. ANNO V. 1891.
"Registro dos Autos da Erecção da Real Villa de Monte-mor o Novo da América, na capitania do Ceará Grande – Parte I e II". ''Revista do Instituto do Ceará'' 5, (1891).


SEPULVEDA, Chistovam Ayres de Magalhães. ''História Organica e Política do Exército Português''. Provas. Volume VII / VIII. Coimbra. Imprensa da Universidade. 1913. 1919.
Sepúlveda, Cristóvão Aires de Magalhães. ''Historia organica e politica do Exercito Português''. Vol. 7. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1913[https://purl.pt/24869/4/ .]


STUDART, Guilherme (Dr.). ''Notas para a História do Ceará (Segunda metade do século XVIII)''. Typographia do Recreio. Lisboa. 1892. PP. 9 – 60.
Sepúlveda, Cristóvão Aires de Magalhães. ''Historia organica e politica do Exercito Português''. Vol. 9. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1917[https://purl.pt/24869/4/ .]


STUDART, Barão. Geografia do Ceará. In: ''Revista do Instituto do Ceará.'' ANNO XXXVII. 1923. PP. 296 297.
Studart, Guilherme. "Geografia do Ceará". ''Revista do Instituto do Ceará'' 37, (1923): 296-297.


STUDART, Barão de. ''Datas e factos para a história do Ceará''. Edição fac-sim. - Fortaleza: Fundação Waldemar Alcântara, 2001.
Studart, Guilherme. ''Datas e factos para a história do Ceará,'' edição fac-símile. Fortaleza: Fundação Waldemar Alcântara, 2001.


VITERBO, Sousa. ''Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Constructores Portuguezes ou a serviço de Portugal''. Reprodução em fac-símile do exemplar com data de 1922 da Biblioteca da INCM. Volume I/II/III – S / Z. Imprensa. 1988.
Studart, Guilherme. ''Notas para a História do Ceará (Segunda metade do século XVIII)''. Lisboa: Typographia do Recreio, 1892.


VITERBO, Souza. ''Expedições Científico-Militares enviadas ao Brasil''. Coordenação, aditamentos e introdução de Jorge Faro. 1 Vol. Edições Panorama. Lisboa. Portugal. 1962<!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Viterbo, Francisco de Sousa. ''Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal''. Vol. 1. Lisboa: Imprensa Nacional, 1899[https://archive.org/details/diccionariohisto01vite .]


==Ligações Externas== <!--Ligações externas a sítios de internet, etc. que não foram utilizadas concretamente na construção da biografia -->
Viterbo, Francisco de Sousa. ''Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal''. Vol. 2. Lisboa: Imprensa Nacional, 1904[https://archive.org/details/diccionariohisto02vite .]


<!-- Comentários vossos e bibliografia citada pelas fontes -->
Viterbo, Francisco de Sousa. ''Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal''. Vol. 3. Lisboa: Imprensa Nacional, 1922[https://archive.org/details/diccionariohisto03vite .]


Viterbo, Francisco de Sousa. ''Expedições Científico-Militares enviadas ao Brasil'', coordenação, aditamentos e introdução de Jorge Faro. Vol. 1. Lisboa: Edições Panorama, 1962<!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Autor(es) do artigo==
==Autor(es) do artigo==
Clovis Ramiro Jucá Neto
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==DOI==
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<!--A acrescentar posteriormente-->
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==Citar este artigo==
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Edição atual desde as 16h36min de 28 de julho de 2023


Francisco Custódio de Azevedo
Nome completo Francisco Custódio de Azevedo
Outras Grafias Custódio Francisco de Azevedo
Pai valor desconhecido
Mãe valor desconhecido
Cônjuge valor desconhecido
Filho(s) valor desconhecido
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento 1700
Portugal
Morte 1784
Ceará, Brasil
Sexo Masculino
Religião valor desconhecido
Actividade
Actividade Expedição
Data Início: 1743
Local de Actividade Ceará, Brasil

Actividade Desenho urbano
Local de Actividade Ceará, Brasil

Actividade Desenho de arquitectura
Local de Actividade Ceará, Brasil

Actividade Desenho urbano
Data Início: 1764
Fim: 1773
Local de Actividade Ceará, Brasil

Actividade Desenho de arquitectura
Local de Actividade Fortaleza, Ceará, Brasil


Biografia

Dados biográficos

Francisco Custódio de Azevedo[1] nasceu em Portugal em 1700, e faleceu na capitania do Ceará, no Brasil, em 1784[2].

Carreira

Segundo o arquiteto José Liberal de Castro, Francisco Custódio de Azevedo pertenceu a “uma equipe de mineradores encarregados de pesquisar ouro no sopé da Serra da Ibiapaba[3], por volta de 1743[4] na capitania do Ceará, mais especificamente nas “minas do Araticum em Ubajara[5]. Ainda segundo Castro, diante do pouco resultado das catas, o “grupo se dispersou após penosa demanda com o empreiteiro da mineração[2].

O profissional fixou residência em território cearense, “radicando-se na Serra dos Cocos, um dos contrafortes da Ibiapaba”. Não se conhece a formação técnica do minerador português[6], embora Barão de Studart se refira a ele enquanto “engenheiro capitão[7]. Na capitania do Ceará, Francisco Custódio de Azevedo foi responsável pela demarcação de vilas e elaboração, bem como dos riscos de várias casas de câmara e cadeia. Também, de acordo com Castro, Francisco Azevedo caracterizava-se como um “profissional portador de bons conhecimentos de topografia, pois inúmeras vezes foi convocado para prestar serviços de medições em vários locais da Capitania[8].

Em 1764, o engenheiro orquestrou a instalação da vila de Montemor-o-Novo D’América, atual cidade de Baturité[9], no Ceará. A documentação referente à instalação do núcleo compõe um importante roteiro do método português de fazer vilas e encontra-se publicada na Revista do Instituto do Ceará, datada de 1891[10]. O conjunto documental é composto por mais de 40 registros de medições e definições do traçado e do patrimônio da vila, possivelmente, escritos na casa que servia de sede provisória da futura câmara. Os registros foram devidamente assinados pelo ouvidor-mor da capitania do Ceará Victorino Soares Barbosa, por Francisco Custódio de Azevedo, e seu ajudante de corda, o meirinho Antônio Gomes de Freitas[11].

Após a escolha do sítio, em “o lugar que era mais conveniente para assentar e erigir” a vila, o ouvidor-mor Victorino Soares Barbosa[12]mandou vir à sua presença Francisco Custódio de Azevedo, engenheiro de profissão e morador na serra dos Coquos”, com o “instrumento chamado prancheta ou círculo dimensório” e a “corda” para medição de “qualquer terra com dez braças de comprido, como manda o novo método de fazer cartas geográficas[13].

Antes de dar início às medições, o profissional apresentou os instrumentos de trabalho. O círculo dimensório era “graduado com os 360 graus da periferia em que se compreendem todos os oito rumos principais, quartas e meias partidas, que mostravam também estar cevado nos dois polos do norte e sul, com qual se costumam fazer as cartas geográficas e topográficas”. Já a corda era de “linho, da grossura de uma linha geométrica e encerada[14].

Entre março e maio de 1764, o núcleo fora desenhado no terreno escolhido. Após a demarcação da área da vila, propriamente dita, fora demarcada a praça, os lotes, as ruas, o lugar do pelourinho, o distrito e o rocio. Por fim, balizaram-se os marcos que delimitavam o seu patrimônio e as “datas das plantas de seus moradores”. Após a instalação da vila de Montemor-o-Novo, em 1773, o profissional foi convocado para a instalação da vila de Sobral.

Em 1 de setembro de 1775, Francisco Custódio de Azevedo recebeu da câmara da vila de Fortaleza, sede da capitania do Ceará, a quantia de 12$000 pela execução da planta da casa de câmara e da cadeia[15]. Não obstante, a documentação local sugere que a edificação não fora construída, pois os “vereadores” do núcleo requereram ao “Engenheiro capitão Francisco Custódio de Azevedo o risco da nova casa de Câmara da vila"[16]. O profissional fora, ainda, responsável pelo risco da casa de câmara e cadeia da antiga vila do Soure, atual Caucaia, situada na região metropolitana de Fortaleza[17].

Notas

  1. Não há qualquer referência sobre Francisco Custódio de Azevedo nas obras de Francisco Sousa Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses e Expedições Científicos-Militares enviadas ao Brasil. Tão pouco encontrámos menção ao profissional em Sepúlveda, Historia organica e politica do Exercito Português.  
  2. 2,0 2,1 Castro, "Urbanização Pombalina no Ceará".
  3. Sistema orográfico que serve de divisa entre os estados do Ceará e Piauí, no nordeste do Brasil.
  4. Castro, "Ceará, sua arquitetura e seus arquitetos".
  5. Castro, "Notas relativas à arquitetura antiga no Ceará".
  6. Castro supõe tratar-se de “técnico em mineração com prováveis conhecimentos de agrimensura”. Castro, "Notas relativas à arquitetura antiga no Ceará", 60.
  7. Studart, Datas e factos para a história do Ceará, 364. Jucá Neto o inclui como engenheiro (embora sua formação não esteja comprovada) diante de sua habilidade técnica ao cartografar a região das minas dos Cariris Novos na Capitania do Ceará, no Brasil. Jucá Neto, Primórdios da Urbanização no Ceará.
  8. Castro, "Cartografia Cearense no Arquivo Histórico do Exército", 22.
  9. A vila de Montemor-o-Novo D’América foi elevada à condição de cidade de Baturité em 1858. Girão e Martins Filho, O Ceará.
  10. "Registro dos Autos da Erecção da Real Villa de Monte-mor".
  11. Jucá Neto, "Salve o Rei!!!  A Vila de Montemor-o-Novo".
  12. O ouvidor Victorino Soares Barbosa exerceu suas atividades no Ceará entre 27 de setembro de 1756 e 1 de janeiro de 1770. Studart, Notas para a História do Ceará.
  13. "Termo de Demarcação e Assignação do Terreno", publicado em "Registro dos Autos da Erecção da Real Villa de Monte-mor".
  14. "Termo de apresentação do círculo Dimensorio ou Bussola e exame n’ella e na corda com que se há de medir a terra", publicado em "Registro dos Autos da Erecção da Real Villa de Monte-mor".
  15. Studart, Datas e factos para a história do Ceará, 341.
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Autor(es) do artigo

Clovis Ramiro Jucá Neto

Departamento de Arquitetura e Urbanismo e Design (DAUD). Universidade Federal do Ceará (UFC).

https://orcid.org/0000-0002-8424-1527

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

https://doi.org/10.34619/emec-ohac

Citar este artigo

Jucá Neto, Clovis Ramiro. "Francisco Custódio de Azevedo", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 28/07/2023). Consultado a 05 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Francisco_Cust%C3%B3dio_de_Azevedo. DOI: https://doi.org/10.34619/emec-ohac