Francisco Dias (3): diferenças entre revisões
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===Dados biográficos=== | ===Dados biográficos=== | ||
----Francisco Dias nasceu por volta de 1538, no termo de Alenquer, provavelmente na Aldeia Galega da Merceana<ref>ARSI, Brasiliae 5 (1), fl. 98, | ----Francisco Dias nasceu por volta de 1538, no termo de Alenquer, provavelmente na Aldeia Galega da Merceana<ref>ARSI, Brasiliae 5 (1), fl. 98, citado em Leite, ''Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil'', 158.</ref>. A 28 de Maio de 1562 foi admitido na Companhia de Jesus<ref>ARSI, Brasiliae 5 (1), fl. 132v, citado em Leite, 159. </ref>. Em 1564, fez os primeiros votos, e, em 1583, formou-se “''coadjuntor temporalis''”<ref>ARSI, Brasiliae 5 (1), fl. 98, cit. in Serafim Leite, ''Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil: 1549-1760'' (Lisboa/Rio de Janeiro: Edições Brotéria/Livros de Portugal, 1953), 159. </ref>. Em 1609, residia no Colégio do Rio de Janeiro, onde veio a falecer em 1633<ref>ARSI, Brasiliae 5 (1), fl. 122, citado em Leite, “Francisco Dias, Jesuíta Português”, 264. </ref>. | ||
===Carreira=== | ===Carreira=== | ||
----Desconhece-se o local onde Francisco Dias começou a trabalhar, mas sabe-se que, em 1564, ano em que fez os primeiros votos, passou a residir em Almeirim, com o título de mestre de o6bras. Posteriormente, esteve em Lisboa em 1570, onde supervisionou a construção da Igreja de São Roque, da autoria do arquitecto régio Afonso Álvares<ref> | ----Desconhece-se o local onde Francisco Dias começou a trabalhar, mas sabe-se que, em 1564, ano em que fez os primeiros votos, passou a residir em Almeirim, com o título de mestre de o6bras. Posteriormente, esteve em Lisboa em 1570, onde supervisionou a construção da Igreja de São Roque, da autoria do arquitecto régio Afonso Álvares<ref>Leite, “Francisco Dias, Jesuíta Português", 257.</ref>. A igreja abriu ao culto em 1573, mas as obras prosseguiram nos dois anos seguintes sob a supervisão de Francisco Dias. Dois anos depois, foi enviado para a Ilha Terceira, nos Açores, para fazer projecto da igreja e do colégio jesuítas<ref>Rodrigues, ''História da Companhia de Jesus'', 2:67.</ref>. | ||
Em 1577, o Geral jesuíta Everard Mercuriano escreveu ao Provincial Simão Rodrigues no sentido de enviar Francisco Dias para o Brasil, conforme pedido dos jesuítas dessa Província, que requeriam um arquitecto para os projectos dos colégios de Salvador da Baía, Rio de Janeiro e Olinda. Na sua resposta, Simão Rodrigues fez notar a Mercuriano a necessidade de Francisco Dias ficar em Portugal a coordenar o estaleiro da Igreja de São Roque em Lisboa, por “''depende[r] deste hermano que años ha trahe todo entre manos, y sabe lo particular de cada cosa, y como todo se ha de hazer, y partiendo para el Brasil este año'' (...)'', sera notable falta''”<ref>ARSI, Lusitanae 68, fl. 12, | Em 1577, o Geral jesuíta Everard Mercuriano escreveu ao Provincial Simão Rodrigues no sentido de enviar Francisco Dias para o Brasil, conforme pedido dos jesuítas dessa Província, que requeriam um arquitecto para os projectos dos colégios de Salvador da Baía, Rio de Janeiro e Olinda. Na sua resposta, Simão Rodrigues fez notar a Mercuriano a necessidade de Francisco Dias ficar em Portugal a coordenar o estaleiro da Igreja de São Roque em Lisboa, por “''depende[r] deste hermano que años ha trahe todo entre manos, y sabe lo particular de cada cosa, y como todo se ha de hazer, y partiendo para el Brasil este año'' (...)'', sera notable falta''”<ref>ARSI, Lusitanae 68, fl. 12, citado em Leite, ''Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil'', 159.</ref>. Apesar do argumento, Francisco Dias embarcou para o Brasil em 1577, acompanhando o Procurador Gregório Serrão, chegando a São Salvador da Baía a 24 de Dezembro, não mais retornando a Portugal<ref>Cardim, ''Tratados da Terra e Gente do Brasil'', 383; Leite, ''História da Companhia de Jesus'', 1:568.</ref>. | ||
Dois anos depois, os jesuítas da Província de Portugal reclamaram o seu regresso, argumentando que era necessário para acompanhar as obras em curso<ref> | Dois anos depois, os jesuítas da Província de Portugal reclamaram o seu regresso, argumentando que era necessário para acompanhar as obras em curso<ref>“''O Ir. Francisco Dias enviará V. R.ª à Província de Portugal, como se lhe escreve, pois terá feito o que se pretendia dele no Brasil que eram as traças dos três Colégios. E a sua presença é muito necessária para as obras do Reino''”. ARSI, Congregaciones 93, fl. 210, citado em Leite, “Francisco Dias, Jesuíta Português", 265.</ref>. De acordo com a incumbência que levava, Francisco Dias elaborou o projecto da Igreja e do Colégio de Salvador da Baía, cuja imagem esta no “''Archivum Romanum Societatis Iesu''”<ref>Leite, ''História da Companhia de Jesus'', 5:120.</ref>. Acerca das obras desse colégio, o Visitador Cristóvão de Gouveia escrevia, em 1589, que não deveriam ser efectuadas alterações à planta aprovada em Roma: “''não se devia admitir dispensa nos traçados, que se fizeram com muito cuidado e acordo do Irmão Francisco Dias, Arquitecto"''<ref>ARSI, Brasiliae 2, fls. 148-148v.; Leite, “Novos Documentos sobre Francisco Dias Mestre de obras de S. Roque em Lisboa", 357.</ref>. Em consequência das batalhas luso-holandesas de 1624-25, a igreja e colégio jesuítas ficaram muito danificados. Na segunda metade do século XVII, a igreja foi reconstruída com uma outra escala<ref>Leite, ''História da Companhia de Jesus,'' 1:115; Leite, “Francisco Dias, Jesuíta Português", 261.</ref>. | ||
De acordo com Serafim Leite, o projecto da nova igreja e colégio jesuíta do Rio de Janeiro foi elaborado por Francisco Dias quando esteve na cidade em 1585, a acompanhar o Visitador Cristóvão de Gouveia, obra concluída três anos mais tarde<ref> | De acordo com Serafim Leite, o projecto da nova igreja e colégio jesuíta do Rio de Janeiro foi elaborado por Francisco Dias quando esteve na cidade em 1585, a acompanhar o Visitador Cristóvão de Gouveia, obra concluída três anos mais tarde<ref>Leite, ''Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil'', 159; Leite, ''História da Companhia de Jesus'', 1:391-393.</ref>. Ainda segundo Serafim Leite, um ano antes, Francisco Dias chegou a Olinda, tendo feito o projecto da nova igreja e colégio jesuíta, sendo que em 1590 as obras da igreja já estavam avançadas<ref>ARSI, Brailiae 15 (1), fls. 366v.-367, citado em Leite, ''Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil'', 160; Vasconcellos, ''Chronica da Companhia de Jesu'', 128. </ref>. Dois anos mais tarde, a igreja estava concluída com a “''traça de São Roque''”, faltando apenas caiar<ref>ARSI, Brasiliae 15 (1), fls. 381, 428.</ref>. De acordo com Paulo Santos, esta obra resultou de uma adaptação do projecto da igreja e colégio do Rio de Janeiro<ref>Santos, “Contribuição ao Estudo da Arquitectura da Companhia", 515-569.</ref>. | ||
Em 1585, Francisco Dias foi requisitado para fazer o projecto da igreja e colégio de Santos, capitania de São Vicente<ref>ARSI, Lusitanae 69, fls. 133-133v.</ref>. É provável que Francisco Dias tenha estado envolvido em mais obras para a Companhia de Jesus no Brasil, tendo em conta o longo período que viveu nesse território e a falta de arquitectos, durante esse mesmo período (1577-1633). Na opinião de Serafim Leite, “''foi o Arquitecto e revisor das obras dos colégio e igrejas jesuítas de toda a Província''” do Brasil<ref> | Em 1585, Francisco Dias foi requisitado para fazer o projecto da igreja e colégio de Santos, capitania de São Vicente<ref>ARSI, Lusitanae 69, fls. 133-133v..</ref>. É provável que Francisco Dias tenha estado envolvido em mais obras para a Companhia de Jesus no Brasil, tendo em conta o longo período que viveu nesse território e a falta de arquitectos, durante esse mesmo período (1577-1633). Na opinião de Serafim Leite, “''foi o Arquitecto e revisor das obras dos colégio e igrejas jesuítas de toda a Província''” do Brasil<ref>Leite, ''Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil'', 159.</ref>. Para além de “''arquitectus''”, Francisco Dias foi também “''gobernator naviggi''”, tendo sido piloto do principal navio dos jesuítas no Brasil<ref>ARSI, Brasiliae 5, fl. 98. </ref>. No catálogo jesuíta da Província do Brasil, datado de 1589, pode ler-se: “''Francisco Dias entende das traças dos colégios e navio''”<ref>ARSI, Brasiliae 5, fl. 32. Catálogo de los Padres e Hermanos…. Anno de [15]89.</ref>. Em 1609, fixou residência no Colégio do Rio de Janeiro, onde ficou a cargo “''da carpintaria''”, função que mantinha ainda em 1621<ref>ARSI, Brasiliae 5, fl. 122-125. Catálogo dos Padres e Irmãos…. Anno de [1]621. </ref>. | ||
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<references /> | <references /> | ||
== | ==Bibliografia== | ||
Cardim, Fernão. ''Tratados da Terra e Gente do Brasil: 1583-1570.'' Rio de Janeiro: J. Leite & Cia, 1925. | |||
Leite, Serafim. ''Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil: 1549-1760.'' Lisboa/Rio de Janeiro: Edições Brotéria/Livros de Portugal, 1953. | |||
Leite, Serafim. “Francisco Dias, Jesuíta Português. Arquitecto e Piloto do Brasil (1538-1633)”. ''Revista Brotéria'' 2, no. 4 (Out 1950). | |||
Leite, Serafim. ''História da Companhia de Jesus no Brasil.'' Vol. 1. Lisboa/Rio de Janeiro: Portugália/Civilização Brasileira, 1938. | |||
Leite, Serafim. ''História da Companhia de Jesus no Brasil.'' Vol. 5, Lisboa/Rio de Janeiro: Portugália/Civilização Brasileira, 1945. | |||
Leite, Serafim. “Novos Documentos sobre Francisco Dias Mestre de obras de S. Roque em Lisboa”. ''Sep. Archivum Historicum Societatis Iesu'' 22, (1953). | Leite, Serafim. “Novos Documentos sobre Francisco Dias Mestre de obras de S. Roque em Lisboa”. ''Sep. Archivum Historicum Societatis Iesu'' 22, (1953). | ||
Rodrigues, Francisco. ''História da Companhia de Jesus na Assistência de Portugal.'' Vol. II. Porto: Apostolado da Imprensa, 1938. | |||
Santos, Paulo F. “Contribuição ao Estudo da Arquitectura da Companhia de Jesus em Portugal e no Brasil”. Em ''Actas do V Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros'', Vol. IV. | Santos, Paulo F. “Contribuição ao Estudo da Arquitectura da Companhia de Jesus em Portugal e no Brasil”. Em ''Actas do V Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros'', Vol. IV., 515-569. Coimbra: [s. ed.], 1966. | ||
Vasconcellos, Simão. ''Chronica da Companhia de Jesu do Estado do Brasil.'' Lisboa: A. J. Fernandes Lopes, 1865.<!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography--> | Vasconcellos, Simão. ''Chronica da Companhia de Jesu do Estado do Brasil.'' Lisboa: A. J. Fernandes Lopes, [1º ed.1663] 1865.<!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography--> | ||
==Autor(es) do artigo== | ==Autor(es) do artigo== | ||
Cláudia C. Gomes Duarte | Cláudia C. Gomes Duarte |
Revisão das 19h52min de 30 de junho de 2023
Francisco Dias | |
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Nome completo | Francisco Dias |
Outras Grafias | valor desconhecido |
Pai | valor desconhecido |
Mãe | valor desconhecido |
Cônjuge | valor desconhecido |
Filho(s) | valor desconhecido |
Irmão(s) | valor desconhecido |
Residência | |
Residência | Portugal |
Data | Início: 1538 Fim: 1577 |
Residência | Brasil |
Data | Início: 24 de dezembro de 1577 |
Residência | Rio de Janeiro, Brasil |
Data | Início: 1609 Fim: 1633 |
Formação | |
Data | Início: 28 de maio de 1562 Fim: 1583 |
Cargos | |
Data | Início: 1564 |
Actividade | |
Data | Início: 1570 Fim: 1575 |
Actividade | Desenho de arquitectura |
Data | Início: 1575 Fim: 1577 |
Actividade | Desenho de arquitectura |
Data | Início: 1580 Fim: 1584 |
Local de Actividade | Bahia, Brasil |
Actividade | Desenho de arquitectura |
Data | Início: 1585 Fim: 1585 |
Local de Actividade | Rio de Janeiro, Brasil |
Actividade | Desenho de arquitectura |
Data | Início: 1584 Fim: 1584 |
Local de Actividade | Pernambuco, Brasil |
Biografia
Dados biográficos
Francisco Dias nasceu por volta de 1538, no termo de Alenquer, provavelmente na Aldeia Galega da Merceana[1]. A 28 de Maio de 1562 foi admitido na Companhia de Jesus[2]. Em 1564, fez os primeiros votos, e, em 1583, formou-se “coadjuntor temporalis”[3]. Em 1609, residia no Colégio do Rio de Janeiro, onde veio a falecer em 1633[4].
Carreira
Desconhece-se o local onde Francisco Dias começou a trabalhar, mas sabe-se que, em 1564, ano em que fez os primeiros votos, passou a residir em Almeirim, com o título de mestre de o6bras. Posteriormente, esteve em Lisboa em 1570, onde supervisionou a construção da Igreja de São Roque, da autoria do arquitecto régio Afonso Álvares[5]. A igreja abriu ao culto em 1573, mas as obras prosseguiram nos dois anos seguintes sob a supervisão de Francisco Dias. Dois anos depois, foi enviado para a Ilha Terceira, nos Açores, para fazer projecto da igreja e do colégio jesuítas[6].
Em 1577, o Geral jesuíta Everard Mercuriano escreveu ao Provincial Simão Rodrigues no sentido de enviar Francisco Dias para o Brasil, conforme pedido dos jesuítas dessa Província, que requeriam um arquitecto para os projectos dos colégios de Salvador da Baía, Rio de Janeiro e Olinda. Na sua resposta, Simão Rodrigues fez notar a Mercuriano a necessidade de Francisco Dias ficar em Portugal a coordenar o estaleiro da Igreja de São Roque em Lisboa, por “depende[r] deste hermano que años ha trahe todo entre manos, y sabe lo particular de cada cosa, y como todo se ha de hazer, y partiendo para el Brasil este año (...), sera notable falta”[7]. Apesar do argumento, Francisco Dias embarcou para o Brasil em 1577, acompanhando o Procurador Gregório Serrão, chegando a São Salvador da Baía a 24 de Dezembro, não mais retornando a Portugal[8].
Dois anos depois, os jesuítas da Província de Portugal reclamaram o seu regresso, argumentando que era necessário para acompanhar as obras em curso[9]. De acordo com a incumbência que levava, Francisco Dias elaborou o projecto da Igreja e do Colégio de Salvador da Baía, cuja imagem esta no “Archivum Romanum Societatis Iesu”[10]. Acerca das obras desse colégio, o Visitador Cristóvão de Gouveia escrevia, em 1589, que não deveriam ser efectuadas alterações à planta aprovada em Roma: “não se devia admitir dispensa nos traçados, que se fizeram com muito cuidado e acordo do Irmão Francisco Dias, Arquitecto"[11]. Em consequência das batalhas luso-holandesas de 1624-25, a igreja e colégio jesuítas ficaram muito danificados. Na segunda metade do século XVII, a igreja foi reconstruída com uma outra escala[12].
De acordo com Serafim Leite, o projecto da nova igreja e colégio jesuíta do Rio de Janeiro foi elaborado por Francisco Dias quando esteve na cidade em 1585, a acompanhar o Visitador Cristóvão de Gouveia, obra concluída três anos mais tarde[13]. Ainda segundo Serafim Leite, um ano antes, Francisco Dias chegou a Olinda, tendo feito o projecto da nova igreja e colégio jesuíta, sendo que em 1590 as obras da igreja já estavam avançadas[14]. Dois anos mais tarde, a igreja estava concluída com a “traça de São Roque”, faltando apenas caiar[15]. De acordo com Paulo Santos, esta obra resultou de uma adaptação do projecto da igreja e colégio do Rio de Janeiro[16].
Em 1585, Francisco Dias foi requisitado para fazer o projecto da igreja e colégio de Santos, capitania de São Vicente[17]. É provável que Francisco Dias tenha estado envolvido em mais obras para a Companhia de Jesus no Brasil, tendo em conta o longo período que viveu nesse território e a falta de arquitectos, durante esse mesmo período (1577-1633). Na opinião de Serafim Leite, “foi o Arquitecto e revisor das obras dos colégio e igrejas jesuítas de toda a Província” do Brasil[18]. Para além de “arquitectus”, Francisco Dias foi também “gobernator naviggi”, tendo sido piloto do principal navio dos jesuítas no Brasil[19]. No catálogo jesuíta da Província do Brasil, datado de 1589, pode ler-se: “Francisco Dias entende das traças dos colégios e navio”[20]. Em 1609, fixou residência no Colégio do Rio de Janeiro, onde ficou a cargo “da carpintaria”, função que mantinha ainda em 1621[21].
Outras informações
Obras
Mestre de Obras da Igreja de São Roque, em Lisboa (ca. 1570-75).
Autor do projecto da igreja e colégio jesuíta da Ilha Terceira (1575-77).
Autor do projecto da Igreja e colégio jesuíta de Salvador da Baía (ca. 1580-84).
Autor do projecto da igreja e colégio do Rio de Janeiro (ca. 1580-84).
Autor do projecto da igreja e colégio de Olinda (ca. 1580-85).
Autor do projecto da igreja e colégio de Santos (ca. 1580-84).
Notas
- ↑ ARSI, Brasiliae 5 (1), fl. 98, citado em Leite, Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil, 158.
- ↑ ARSI, Brasiliae 5 (1), fl. 132v, citado em Leite, 159.
- ↑ ARSI, Brasiliae 5 (1), fl. 98, cit. in Serafim Leite, Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil: 1549-1760 (Lisboa/Rio de Janeiro: Edições Brotéria/Livros de Portugal, 1953), 159.
- ↑ ARSI, Brasiliae 5 (1), fl. 122, citado em Leite, “Francisco Dias, Jesuíta Português”, 264.
- ↑ Leite, “Francisco Dias, Jesuíta Português", 257.
- ↑ Rodrigues, História da Companhia de Jesus, 2:67.
- ↑ ARSI, Lusitanae 68, fl. 12, citado em Leite, Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil, 159.
- ↑ Cardim, Tratados da Terra e Gente do Brasil, 383; Leite, História da Companhia de Jesus, 1:568.
- ↑ “O Ir. Francisco Dias enviará V. R.ª à Província de Portugal, como se lhe escreve, pois terá feito o que se pretendia dele no Brasil que eram as traças dos três Colégios. E a sua presença é muito necessária para as obras do Reino”. ARSI, Congregaciones 93, fl. 210, citado em Leite, “Francisco Dias, Jesuíta Português", 265.
- ↑ Leite, História da Companhia de Jesus, 5:120.
- ↑ ARSI, Brasiliae 2, fls. 148-148v.; Leite, “Novos Documentos sobre Francisco Dias Mestre de obras de S. Roque em Lisboa", 357.
- ↑ Leite, História da Companhia de Jesus, 1:115; Leite, “Francisco Dias, Jesuíta Português", 261.
- ↑ Leite, Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil, 159; Leite, História da Companhia de Jesus, 1:391-393.
- ↑ ARSI, Brailiae 15 (1), fls. 366v.-367, citado em Leite, Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil, 160; Vasconcellos, Chronica da Companhia de Jesu, 128.
- ↑ ARSI, Brasiliae 15 (1), fls. 381, 428.
- ↑ Santos, “Contribuição ao Estudo da Arquitectura da Companhia", 515-569.
- ↑ ARSI, Lusitanae 69, fls. 133-133v..
- ↑ Leite, Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil, 159.
- ↑ ARSI, Brasiliae 5, fl. 98.
- ↑ ARSI, Brasiliae 5, fl. 32. Catálogo de los Padres e Hermanos…. Anno de [15]89.
- ↑ ARSI, Brasiliae 5, fl. 122-125. Catálogo dos Padres e Irmãos…. Anno de [1]621.
Bibliografia
Cardim, Fernão. Tratados da Terra e Gente do Brasil: 1583-1570. Rio de Janeiro: J. Leite & Cia, 1925.
Leite, Serafim. Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil: 1549-1760. Lisboa/Rio de Janeiro: Edições Brotéria/Livros de Portugal, 1953.
Leite, Serafim. “Francisco Dias, Jesuíta Português. Arquitecto e Piloto do Brasil (1538-1633)”. Revista Brotéria 2, no. 4 (Out 1950).
Leite, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. Vol. 1. Lisboa/Rio de Janeiro: Portugália/Civilização Brasileira, 1938.
Leite, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. Vol. 5, Lisboa/Rio de Janeiro: Portugália/Civilização Brasileira, 1945.
Leite, Serafim. “Novos Documentos sobre Francisco Dias Mestre de obras de S. Roque em Lisboa”. Sep. Archivum Historicum Societatis Iesu 22, (1953).
Rodrigues, Francisco. História da Companhia de Jesus na Assistência de Portugal. Vol. II. Porto: Apostolado da Imprensa, 1938.
Santos, Paulo F. “Contribuição ao Estudo da Arquitectura da Companhia de Jesus em Portugal e no Brasil”. Em Actas do V Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, Vol. IV., 515-569. Coimbra: [s. ed.], 1966.
Vasconcellos, Simão. Chronica da Companhia de Jesu do Estado do Brasil. Lisboa: A. J. Fernandes Lopes, [1º ed.1663] 1865.
Autor(es) do artigo
Cláudia C. Gomes Duarte
CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa
https://orcid.org/0000-0003-1554-859X
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
https://doi.org/10.34619/hxaa-6tov
Citar este artigo
Duarte, Cláudia C. Gomes. "Francisco Dias (3)", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 30/06/2023). Consultado a 20 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Francisco_Dias_(3). DOI: https://doi.org/10.34619/hxaa-6tov