Francisco Xavier Torres: diferenças entre revisões
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===Carreira=== | ===Carreira=== |
Revisão das 15h33min de 29 de dezembro de 2022
Francisco Torres | |
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Nome completo | Francisco Xavier Torres |
Outras Grafias | valor desconhecido |
Pai | valor desconhecido |
Mãe | valor desconhecido |
Cônjuge | Ana Maria Teodora Xavier Torres |
Filho(s) | Francisco Xavier Torres Junior, Jacinto Xavier Torres, Luiz Xavier Torres, Francisca Xavier Torres, Jacinto Xavier Torres (1), Narcizo Xavier Torres |
Irmão(s) | valor desconhecido |
Nascimento | 1757 Coimbra, Coimbra, Portugal |
Morte | 1828 Fortaleza, Ceará, Brasil |
Sexo | Masculino |
Religião | valor desconhecido |
Residência | |
Residência | Portugal |
Data | Início: 1757 Fim: 1799 |
Residência | Ceará, Brasil |
Data | Início: 1799 |
Postos | |
Posto | Sargento-mor |
Data | Fim: 30 de janeiro de 1799 |
Arma | Artilharia |
Posto | 1º Tenente |
Data | Início: 30 de janeiro de 1799 |
Arma | Artilharia |
Data | Início: 1799 |
Arma | Artilharia |
Posto | Sargento-mor |
Data | Início: 1814 |
Arma | Infantaria |
Data | Início: 1814 |
Arma | Infantaria |
Posto | Tenente-coronel |
Cargos | |
Cargo | Governador de distrito |
Data | Início: 1807 Fim: 1823 |
Actividade | |
Actividade | Vistoria |
Data | Início: 1799 Fim: 01 de janeiro de 1800 |
Local de Actividade | Fortaleza, Ceará, Brasil |
Actividade | Desenho de arquitectura |
Local de Actividade | Fortaleza, Ceará, Brasil |
Actividade | Inspecção |
Data | Início: 1814 |
Local de Actividade | Ceará, Brasil |
Biografia
Dados biográficos
Francisco Xavier Torres[1] nasceu em Coimbra – Portugal, por volta de 1757. Foi casado com Ana Maria Teodora Xavier Torres. Tiveram seis filhos: Francisco Xavier Torres Junior, Jacinto Xavier Torres, Luiz Xavier Torres (Major), Francisca Xavier Torres, Jacinto Xavier Torres e Narcizo Xavier Torres. Faleceu em Fortaleza – Ceará – Brasil, em 1823.[2]
Carreira
Em 30 de janeiro de 1799, no Palácio de Queluz, o príncipe D. João assinou Decreto promovendo o sargento-mor da Companhia de Pontoneiros e Artífices do Regimento de Artilharia da Corte, Francisco Xavier Torres, ao posto de primeiro tenente de Artilharia no Ceará - Brasil, por tempo de oitos anos.[3] Torres partiu para o Ceará em meados de 1799. Em 29 de abril de 1799, Bartolomeu da Costa, do Real Arsenal, enviou ofício ao secretário de estados dos Negócios da Marinha, D. Rodrigo de Sousa, nomeando Francisco Xavier Torres para transporte de espingardas e pólvoras para a Capitania cearense.[4]
Chegando a Fortaleza, sede da Capitania do Ceará, Francisco Xavier Torres foi nomeado tenente comandante do 1o Corpo de Artilharia da vila. Em 1o de Janeiro de 1800, Torres enviou ofício ao Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, D. Rodrigo de Souza Coutinho, apresentando vistoria feita ao forte de vila de Fortaleza e do Reduto São Luis, na ponta do Mucuripe, bem como sobre a aquisição de trinta peças de artilharia e a necessidade de se construir uma casa de Pólvora.[5]
Francisco Xavier Torres afirmou que a fortaleza do Ceará achava-se em ruinas. Da estrutura de defesa havia apenas vestígios. Torres declarou ter encontrado “hum terreno cujo circuito mostra ter sido fortificado de terra e faxina”; que a fortaleza fora “hum simples Parapeito sem canhoeiras”.[5] As peças ficavam a “barbeito da fortificação, que só tinha defensa de frente”.[5] Eram sete peças; “huma de bronze de calibre 7 e 6 de ferro de diferentes calibres a saber, huma de calibre 9, outra de 8, três de 6 e huma de 5, todas porem arruinadas nos ouvidos, e algumas das de ferro com pedaços do bocal a menos, e por conseguinte inúteis”. [5] De acordo com Jucá Neto[6] a estrutura não passava de um “fortim arruinado, defendido por seis canhões na parte da frente”, voltada para o mar, e um canhão “voltado para vila”.
O Reduto de São Luiz, situado na ponta do Mucuripe, foi descrito por Francisco Xavier Torres como um “octógono regular, cujos lados tem de extensão vinte palmos cada hum”.[5] Cada lado da estrutura achava-se fortificada em “hum parapeito de estacas grossas pregadas no chão em huma só ordem as quaes fazem a grossura o mesmo parapeito”.[5] Cinco ângulos voltam-se para o mar e três para a terra. “Nos cinco ângulos da parte do mar tem huma canhoeira em cada hum, e os três da parte da terra formão a sua gola coberta com o quartel onde se accomoda a tropa”.[5]
De acordo com Torres, no lugar precisava ser erguida nova Fortaleza, em “razão de dominar a entrada na enseada de Mocoripe, que he o melhor ancoradouro”e por ficarem as embarcações melhor protegidas. Propunha para a nova fortificação “oito pessas todas de calibre 18 e 12””.[5]
Francisco Xavier Torres projetou a nova Casa de Pólvora da vila de Fortaleza , em tijolo e cal, 22 palmos quadrados de área interna e 13 de altura . A pequena construção seria resguardada por duas portas de cedro com “fechaduras desencontradas”. A porta interna teria “dobradiças e pregos de bronze e fechaduras e mais chapas de cobre”. Seria murada em “roda na distância de 9 ½ palmos com seu respiradouro para doente o vento he quase sempre geral”. O piso seria ladrilhado. Os barris de pólvora seriam colocados sobre bancos de madeira de pau d’arco de um palmo de altura pelo comprimento da casa. [5]
Por volta de 1806, Torres foi a Lisboa “a negócios da sua Casa em razão de terem falecido seus Pais”.[7] Em 1814 foi nomeado Sargento-mor Comandante do Batalhão de Tropa de Linha e Inspector dos Corpos Militares do Ceará.[8] Em 22 de fevereiro de 1822, Francisco Xavier Torres comunicou ao secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, Joaquim José Monteiro Torres sua nomeação para o comando interino das Armas da Província do Ceará.[9] Quando faleceu, em 1823 em Fortaleza - Ceará, Torres possuia a patente de Tenente Coronel.[8]
Francisco Xavier Torres teve intensa participação política e militar do Ceará. Assumiu o governo da Província nos períodos de 14-02-1807 a 21-06-1808; de 12-01-1820 a 13-07-1820; de 13-11-1821 a 17-01-1822 e de 4-12-1822 a 23-01-1823.[8]
Outras informações
Obras
Arquivo Histórico Ultramarino. Planta da Fortaleza da Vila de N.a S.ra da Assumpção e do Reduto de São Luis, na parte do Mucuripe. Localização: AHU_Cartografia Manuscrita_Mapas da capitania do Ceará_82(849)_MS Ceará_Ca 1800.
Projeto para depósito de pólvora da Vila de Fortaleza. Localização: AHU_Cartografia Manuscrita_Mapas da capitania do Ceará_83(RI-1).
Notas
- ↑ Sobre Francisco Xavier Torres ver Castro (2012), Jucá Neto (2012, 2021).
- ↑ Francisco Xavier Torres. GENI
- ↑ AHU_ACL_CU_006, Cx. 13 / Doc. 725 (1). Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Brasil – Ceará
- ↑ AHU_ACL_CU_006, Cx. 13/Doc. 734 (1). Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Brasil – Ceará
- ↑ 5,0 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 5,6 5,7 5,8 AHU_ACL_CU_006, Cx. 13 / Doc. 748 (1). Arquivo Ultramarino. Conselho Ultramarino. Brasil – Ceará
- ↑ Jucá Neto, 2012, p. 134.
- ↑ AHU_ACL_CU_006, Cx. 15/Doc. 887 (1). Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Brasil – Ceará.
- ↑ 8,0 8,1 8,2 Moura, 1951.
- ↑ AHU_ACL_CU_006, Cx. 23/Doc. 1346 (1). Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Brasil – Ceará.
Fontes
AHU_ACL_CU_006, Cx. 13 / Doc. 725 (1). Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Brasil – Ceará. 1799, Janeiro, 30, Queluz. DECRETO do príncipe D. João promovendo Francisco Xavier Torres, sargento-mor da Companhia de Pontoneiros e Artífices do Regimento de Artilharia da Corte, ao posto de primeiro tenente de Artilharia no Ceará, por tempo de oitos anos. http://resgate.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=006_CE&Pesq=Francisco%20Xavier%20Torres&pagfis=6441
AHU_ACL_CU_006, Cx. 13/Doc. 734 (1). Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Brasil – Ceará. 1799, Abril, 29, Lisboa. OFÍCIO de Bartolomeu da Costa, do Arsenal Real do Exército, ao [secretário de estado dos Negócios da Marinha e Ultramar], D. Rodrigo de Souza Coutinho, sobre o armamento do arsenal, destinado à capitania do Ceará, a cargo de Francisco Xavier Torres; primeiro tenente de Artilharia. http://resgate.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=006_CE&Pesq=Francisco%20Xavier%20Torres&pagfis=6468
AHU_ACL_CU_006, Cx. 13 / Doc. 748 (1). Arquivo Ultramarino. Conselho Ultramarino. Brasil – Ceará. Em 1o de Janeiro de 1800, Francisco Xavier Torres enviou ofício ao Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, D. Rodrigo de Souza Coutinho, sobre vistoria feita ao forte de vila de Fortaleza e do Reduto São Luis, na ponta do Mucuripe, bem como sobre a aquisição de trinta peças de artilharia e a necessidade de se construir uma casa de Pólvora. http://resgate.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=006_CE&Pesq=Francisco%20Xavier%20Torres&pagfis=6519
AHU_ACL_CU_006, Cx. 15/Doc. 887 (1). Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Brasil – Ceará. REQUERIMENTO do Tenente de Artilharia no Ceará, Francisco Xavier Torres, ao [príncipe regente, D. João] a pedir licença para ir ao Reino. http://resgate.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=006_CE&Pesq=Francisco%20Xavier%20Torres&pagfis=7401
AHU_ACL_CU_006, Cx. 23/Doc. 1346 (1). Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Brasil – Ceará. OFÍCIO do [presidente da Junta Provisória do Governo do Ceará], Francisco Xavier Torres ao [secretário de estado dos Negócios da Marinha e Ultramar], Joaquim José Monteiro Torres, participando a sua nomeação para o comando interino das Armas da Província do Ceará. http://resgate.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=006_CE&Pesq=Francisco%20Xavier%20Torres&pagfis=10174
Francisco Xavier Torres - GENI https://www.geni.com/people/Francisco-Xavier-Torres/6000000045342499880
Bibliografia
JUCÁ NETO, Clovis Ramiro. Primórdios da urbanização do Ceará. BNB/ UFC. Fortaleza. 2012. MOURA, Edson. Um General da Monarquia. (Esboço biográfico do Brigadeiro Francisco Xavier Torres). In: Revista do Instituto do Ceará. ANNO LXV. 1951. https://www.institutodoceara.org.br/revista/Rev-apresentacao/RevPorAno/1951/1951-GeneraldaMonarquia.pdf
Ligações Externas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Xavier_Torres
Autor(es) do artigo
Clovis Ramiro Jucá Neto
Departamento de Arquitetura e Urbanismo e Design (DAUD), Universidade Federal do Ceará (UFC).
https://orcid.org/0000-0002-8424-1527.
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
https://doi.org/10.34619/tvl8-hsn2
Citar este artigo
- Francisco Xavier Torres (última modificação: 29/12/2022). eViterbo. Visitado em 21 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Francisco_Xavier_Torres