João Filipe Bettendorff: diferenças entre revisões

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=== Dados biográficos === <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->
=== Dados biográficos === <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->


Johannes Philippus Bettendorff, ou João Filipe Bettendorff, nasceu a 25 de Agosto de 1625, em Lintgen, localidade do Condado do Luxemburgo.  Estudou Humanidades no colégio jesuíta do Luxemburgo, Filosofia na Universidade de Trier (actual Alemanha) e Direito na Universidade de Coni (Piemonte, Itália). Entrou no Noviciado jesuíta em Tournai (actual Bélgica) em 1647, tendo posteriormente estudado Teologia na Universidade de Douai (França). <ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” ''Revista de estudos amazônicos'', vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 30.</ref> Por determinação do geral jesuíta Goswin Nickel, em 1659 foi enviado para a Missão do Maranhão, no Brasil.<ref>''Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel, 1654'', ARSI, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120; ''Carta de Vieira a Goswin Nickel'', ARSI, Brasiliae 9, fls. 65-67v; ''Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa'', ARSI, Brasiliae 9, fls. 279-283v.</ref> Faleceu a 5 de Agosto de 1698, em Belém, Pará.<ref>''Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737'', BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.</ref>
Johannes Philippus Bettendorff, ou João Filipe Bettendorff, nasceu a 25 de Agosto de 1625, em Lintgen, localidade do Condado do Luxemburgo.  Estudou Humanidades no colégio jesuíta do Luxemburgo, Filosofia na Universidade de Trier (actual Alemanha) e Direito na Universidade de Coni (Piemonte, Itália). Entrou no Noviciado jesuíta em Tournai (actual Bélgica) em 1647, tendo posteriormente estudado Teologia na Universidade de Douai (França)<ref>Heinz, “Do Alzette ao Amazonas", 30.</ref>. Por determinação do geral jesuíta Goswin Nickel, em 1659 foi enviado para a Missão do Maranhão, no Brasil.<ref>''Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel, 1654'', ARSI, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120; ''Carta de Vieira a Goswin Nickel'', ARSI, Brasiliae 9, fls. 65-67v; ''Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa'', ARSI, Brasiliae 9, fls. 279-283v.</ref> Faleceu a 5 de Agosto de 1698, em Belém, Pará.<ref name=":0">''Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737'', BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.</ref>


Matthieu Andreu e Marguerite Reinerts.
Matthieu Andreu e Marguerite Reinerts.
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=== Carreira ===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->
=== Carreira ===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->


Bettendorff chegou a São Luís do Maranhão a 20 de janeiro de 1661, tendo pouco depois seguido para Belém, onde o Padre António Vieira o enviou para a aldeia de Mortigura, com a missão de converter a sua população. Nessa aldeia adquiriu as noções elementares da língua Tupi, ensinando as crianças a ler e a escrever. Posteriormente, subiu o rio Amazonas em direcção à foz do Tapajós com o objectivo de fundar uma aldeia naquele lugar estratégico, e de construir uma residência jesuíta.<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 31.</ref> No entanto, devido às acções anti-jesuítas por parte dos colonos portugueses no Estado do Maranhão e Grão-Pará, Bettendorff regressou a Belém.<ref>João Felipe Bettendorff, ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), XLVIII-IL.</ref> Após um período de três meses confinado em Belém, Bettendorff foi nomeado, em Julho de 1662, superior da Residência de Santo Alexandre na cidade,<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” ''Revista de estudos amazônicos'', vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 35.</ref> cargo que exerceu até 1668, ano em que foi nomeado para Superior da Missão do Maranhão.<ref>''Carta annua de Bettendorf para Oliva'', ARSI, Brasiliae 9, fl. 259.</ref> Em 1684, viajou para Portugal incumbido de defender a acção jesuíta no Estado do Maranhão e Grão-Pará face à animosidade dos colonos portugueses. Bettendorff regressou ao Maranhão em Agosto de 1688, ocupando o cargo de Reitor do Colégio de São Luís, e implementando o “Regimento da Missão” redigido em 1686.<ref>''Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684'', ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; ''Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687'', BPE, cód. CXV/2-12, fls. 120-127; ''Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684'', ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; João Felipe Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), 783.</ref> Em meados de 1696, deixou o Colégio de São Luís, passando a residir no Colégio de Belém.<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 58.</ref> Entre 1696 e 1698 dedicou-se a escrever a "Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (1627-1698)", obra encomendada pelo superiore da Missão do Maranhão e Grão -Pará Bento de Oliveira e seu sucessor José Ferreira.<ref>João Felipe Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), LXXV.</ref> Bettendorff faleceu em Belém a 5 de Agosto de 1698. <ref>''Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737'', BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.
Bettendorff chegou a São Luís do Maranhão a 20 de janeiro de 1661, tendo pouco depois seguido para Belém, onde o Padre António Vieira o enviou para a aldeia de Mortigura, com a missão de converter a sua população. Nessa aldeia adquiriu as noções elementares da língua Tupi, ensinando as crianças a ler e a escrever. Posteriormente, subiu o rio Amazonas em direcção à foz do Tapajós com o objectivo de fundar uma aldeia naquele lugar estratégico, e de construir uma residência jesuíta.<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 31.</ref> No entanto, devido às acções anti-jesuítas por parte dos colonos portugueses no Estado do Maranhão e Grão-Pará, Bettendorff regressou a Belém.<ref>João Felipe Bettendorff, ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), XLVIII-IL.</ref> Após um período de três meses confinado em Belém, Bettendorff foi nomeado, em Julho de 1662, superior da Residência de Santo Alexandre na cidade,<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” ''Revista de estudos amazônicos'', vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 35.</ref> cargo que exerceu até 1668, ano em que foi nomeado para Superior da Missão do Maranhão.<ref>''Carta annua de Bettendorf para Oliva'', ARSI, Brasiliae 9, fl. 259.</ref> Em 1684, viajou para Portugal incumbido de defender a acção jesuíta no Estado do Maranhão e Grão-Pará face à animosidade dos colonos portugueses. Bettendorff regressou ao Maranhão em Agosto de 1688, ocupando o cargo de Reitor do Colégio de São Luís, e implementando o “Regimento da Missão” redigido em 1686.<ref>''Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684'', ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; ''Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687'', BPE, cód. CXV/2-12, fls. 120-127; ''Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684'', ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; João Felipe Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), 783.</ref> Em meados de 1696, deixou o Colégio de São Luís, passando a residir no Colégio de Belém.<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 58.</ref> Entre 1696 e 1698 dedicou-se a escrever a "Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (1627-1698)", obra encomendada pelo superiore da Missão do Maranhão e Grão -Pará Bento de Oliveira e seu sucessor José Ferreira.<ref>João Felipe Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), LXXV.</ref> Bettendorff faleceu em Belém a 5 de Agosto de 1698<ref name=":0" />.
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===Outras informações=== <!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
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==Obras== <!-- Incluí projectos não realizados mas sobre os quais tenhamos informação. Pode incluir informação que não sendo segura, pode ser atribuída; por exemplo: uma determinada obra sobre a qual haja informação de que deve ser atribuída a x pessoa, não deve ser acrescentada na info-box, mas deve constar aqui-->
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==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
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ARSI, Brasiliae 9, fls. 65-67v, 259, 279-283v.
ARSI, Brasiliae 9, fls. 65-67v.. Carta de Vieira a Goswin Nickel.


ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179.
ARSI, Brasiliae 9, fl. 259. Carta annua de Bettendorf para Oliva.


ARSI, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120.
ARSI, Brasiliae 9, fls. 279-283v.. Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa.


Biblioteca Nacional de Portugal, Microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.
ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179. Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684.


Biblioteca Pública de Évora, Cód. CXV/2-12, fls. 120-127.
ARSI, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120. Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel. 1654.
 
Biblioteca Nacional de Portugal, Microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5. Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre. 1660-1737.
 
Biblioteca Pública de Évora, Cód. CXV/2-12, fls. 120-127. "Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687".
==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Bettendorff, João Felipe. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'', Brasília: Senado Federal. 2010.
Bettendorff, João Felipe. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'', Brasília: Senado Federal. 2010.


Heinz, Karl. “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698)”, ''Revista de estudos amazônicos'', vol. V, nº 1. Belém (2010).
Heinz, Karl. “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698)”, ''Revista de estudos amazônicos'', vol. V, nº 1. Belém (2010).
# Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” ''Revista de estudos amazônicos'', vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 30.
# [[João Filipe Bettendorff#cite%20ref-2|↑]] ''Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel, 1654'', ARSI, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120; ''Carta de Vieira a Goswin Nickel'', ARSI, Brasiliae 9, fls. 65-67v; ''Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa'', ARSI, Brasiliae 9, fls. 279-283v.
# [[João Filipe Bettendorff#cite%20ref-3|↑]] ''Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737'', BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.
# [[João Filipe Bettendorff#cite%20ref-4|↑]] Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 31.
# [[João Filipe Bettendorff#cite%20ref-5|↑]] João Felipe Bettendorff, ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), XLVIII-IL.
# [[João Filipe Bettendorff#cite%20ref-6|↑]] Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” ''Revista de estudos amazônicos'', vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 35.
# [[João Filipe Bettendorff#cite%20ref-7|↑]] ''Carta annua de Bettendorf para Oliva'', ARSI, Brasiliae 9, fl. 259.
# [[João Filipe Bettendorff#cite%20ref-8|↑]] ''Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684'', ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; ''Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687'', BPE, cód. CXV/2-12, fls. 120-127; ''Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684'', ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; João Felipe Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), 783.
# [[João Filipe Bettendorff#cite%20ref-9|↑]] Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 58.
# [[João Filipe Bettendorff#cite%20ref-10|↑]] João Felipe Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), LXXV.
# [[João Filipe Bettendorff#cite%20ref-11|↑]] ''Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737'', BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.
==Autor(es) do artigo==
==Autor(es) do artigo==



Revisão das 17h54min de 4 de julho de 2023


João Filipe Bettendorff
Nome completo João Filipe Bettendorff
Outras Grafias Johannes Philippus Bettendorff
Pai Matthieu Andreu
Mãe Marguerite Reinerts
Cônjuge valor desconhecido
Filho(s) valor desconhecido
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento 25 agosto 1625
Luxemburgo
Morte 5 agosto 1698
Belém, Pará, Brasil
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência Brasil
Data Início: 20 de janeiro de 1661
Fim: 05 de agosto de 1698
Formação
Formação Filosofia
Local de Formação Alemanha
Cargos
Cargo Director
Data Início: julho de 1662
Fim: 1668

Cargo Director
Data Início: 1668
Fim: 1669

Cargo Director
Data Início: agosto de 1688
Fim: 1696
Actividade
Actividade Missão
Data Início: 1661
Fim: 1662
Local de Actividade Belém, Pará, Brasil

Actividade Missão
Data Início: 1684
Fim: agosto de 1688
Local de Actividade Portugal

Actividade Autoria de texto
Data Início: 1696
Fim: 1698
Local de Actividade Belém, Pará, Brasil


Biografia

Dados biográficos

Johannes Philippus Bettendorff, ou João Filipe Bettendorff, nasceu a 25 de Agosto de 1625, em Lintgen, localidade do Condado do Luxemburgo.  Estudou Humanidades no colégio jesuíta do Luxemburgo, Filosofia na Universidade de Trier (actual Alemanha) e Direito na Universidade de Coni (Piemonte, Itália). Entrou no Noviciado jesuíta em Tournai (actual Bélgica) em 1647, tendo posteriormente estudado Teologia na Universidade de Douai (França)[1]. Por determinação do geral jesuíta Goswin Nickel, em 1659 foi enviado para a Missão do Maranhão, no Brasil.[2] Faleceu a 5 de Agosto de 1698, em Belém, Pará.[3]

Matthieu Andreu e Marguerite Reinerts.

Carreira

Bettendorff chegou a São Luís do Maranhão a 20 de janeiro de 1661, tendo pouco depois seguido para Belém, onde o Padre António Vieira o enviou para a aldeia de Mortigura, com a missão de converter a sua população. Nessa aldeia adquiriu as noções elementares da língua Tupi, ensinando as crianças a ler e a escrever. Posteriormente, subiu o rio Amazonas em direcção à foz do Tapajós com o objectivo de fundar uma aldeia naquele lugar estratégico, e de construir uma residência jesuíta.[4] No entanto, devido às acções anti-jesuítas por parte dos colonos portugueses no Estado do Maranhão e Grão-Pará, Bettendorff regressou a Belém.[5] Após um período de três meses confinado em Belém, Bettendorff foi nomeado, em Julho de 1662, superior da Residência de Santo Alexandre na cidade,[6] cargo que exerceu até 1668, ano em que foi nomeado para Superior da Missão do Maranhão.[7] Em 1684, viajou para Portugal incumbido de defender a acção jesuíta no Estado do Maranhão e Grão-Pará face à animosidade dos colonos portugueses. Bettendorff regressou ao Maranhão em Agosto de 1688, ocupando o cargo de Reitor do Colégio de São Luís, e implementando o “Regimento da Missão” redigido em 1686.[8] Em meados de 1696, deixou o Colégio de São Luís, passando a residir no Colégio de Belém.[9] Entre 1696 e 1698 dedicou-se a escrever a "Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (1627-1698)", obra encomendada pelo superiore da Missão do Maranhão e Grão -Pará Bento de Oliveira e seu sucessor José Ferreira.[10] Bettendorff faleceu em Belém a 5 de Agosto de 1698[3].

Outras informações

Obras

Construção da capela de Nossa Senhora da Conceição, antiga aldeia jesuíta dos Tapajós, actual cidade de Santarém (Pará), (ca. 1662). Construção do altar e retábulo da capela da antiga aldeia jesuíta de Gurupatuba, actual cidade de Monte Alegre (Pará), (ca. 1681).

Compendio da doutrina christam na Lingua Portugueza, & Brasilica: em que se comprehendem os principais mysterios de nossa Santa Fe Catholica, & meios de nossa salvação: Ordenada a maneira de Dialogos accomodados para o ensino dos Indios, com duas breves Instruções: hua para bautizar em caso de extrema necessidade, os que ainda são Pagãos, & outra, para os ajudar a bem morrer, em falta de quem saiba fazerlhe esta charidade. (Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1687).

Reedição da Gramática Tupi do Padre Jesuíta Luís Figueira. Arte de Grammatica da Lingua Brasílica (Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1687).

Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (ca. 1696-1698).

Notas

  1. Heinz, “Do Alzette ao Amazonas", 30.
  2. Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel, 1654, ARSI, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120; Carta de Vieira a Goswin Nickel, ARSI, Brasiliae 9, fls. 65-67v; Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa, ARSI, Brasiliae 9, fls. 279-283v.
  3. 3,0 3,1 Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737, BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.
  4. Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 31.
  5. João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (Brasília: Senado Federal, 2010), XLVIII-IL.
  6. Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 35.
  7. Carta annua de Bettendorf para Oliva, ARSI, Brasiliae 9, fl. 259.
  8. Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684, ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687, BPE, cód. CXV/2-12, fls. 120-127; Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684, ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; João Felipe Bettendorff. Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (Brasília: Senado Federal, 2010), 783.
  9. Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 58.
  10. João Felipe Bettendorff. Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (Brasília: Senado Federal, 2010), LXXV.

Fontes

ARSI, Brasiliae 9, fls. 65-67v.. Carta de Vieira a Goswin Nickel.

ARSI, Brasiliae 9, fl. 259. Carta annua de Bettendorf para Oliva.

ARSI, Brasiliae 9, fls. 279-283v.. Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa.

ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179. Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684.

ARSI, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120. Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel. 1654.

Biblioteca Nacional de Portugal, Microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5. Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre. 1660-1737.

Biblioteca Pública de Évora, Cód. CXV/2-12, fls. 120-127. "Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687".

Bibliografia

Bettendorff, João Felipe. Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão, Brasília: Senado Federal. 2010.

Heinz, Karl. “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698)”, Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010).

  1. Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 30.
  2. Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel, 1654, ARSI, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120; Carta de Vieira a Goswin Nickel, ARSI, Brasiliae 9, fls. 65-67v; Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa, ARSI, Brasiliae 9, fls. 279-283v.
  3. Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737, BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.
  4. Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 31.
  5. João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (Brasília: Senado Federal, 2010), XLVIII-IL.
  6. Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 35.
  7. Carta annua de Bettendorf para Oliva, ARSI, Brasiliae 9, fl. 259.
  8. Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684, ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687, BPE, cód. CXV/2-12, fls. 120-127; Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684, ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; João Felipe Bettendorff. Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (Brasília: Senado Federal, 2010), 783.
  9. Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 58.
  10. João Felipe Bettendorff. Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (Brasília: Senado Federal, 2010), LXXV.
  11. Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737, BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.


Autor(es) do artigo

Cláudia C. Gomes Duarte

CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa

https://orcid.org/0000-0003-1554-859X

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

https://doi.org/10.34619/hlxn-8pi6

Citar este artigo

Duarte, Cláudia C. Gomes. "João Filipe Bettendorff", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 04/07/2023). Consultado a 02 de junho de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Jo%C3%A3o_Filipe_Bettendorff. DOI: https://doi.org/10.34619/hlxn-8pi6