João Filipe Bettendorff: diferenças entre revisões

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=== Dados biográficos === <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->
=== Dados biográficos === <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->


Johannes Philippus Bettendorff, ou João Filipe Bettendorff, nasceu a 25 de Agosto de 1625, em Lintgen, localidade do Condado do Luxemburgo.  Estudou Humanidades no colégio jesuíta do Luxemburgo, Filosofia na Universidade de Trier (actual Alemanha) e Direito na Universidade de Coni (Piemonte, Itália). Entrou no Noviciado jesuíta em Tournai (actual Bélgica) em 1647, tendo posteriormente estudado Teologia na Universidade de Douai (França). <ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” ''Revista de estudos amazônicos'', vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 30.</ref> Por determinação do geral jesuíta Goswin Nickel, em 1659 foi enviado para a Missão do Maranhão, no Brasil.<ref>''Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel, 1654'', ARSI, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120; ''Carta de Vieira a Goswin Nickel'', ARSI, Brasiliae 9, fls. 65-67v; ''Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa'', ARSI, Brasiliae 9, fls. 279-283v.</ref> Faleceu a 5 de Agosto de 1698, em Belém, Pará.<ref>''Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737'', BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.</ref>
Johannes Philippus Bettendorff, ou João Filipe Bettendorff, nasceu a 25 de Agosto de 1625, em Lintgen, localidade do Condado do Luxemburgo. Foi filho de Matthieu Andreu e Marguerite Reinerts.


Matthieu Andreu e Marguerite Reinerts.
Estudou Humanidades no Colégio Jesuíta do Luxemburgo, Filosofia na Universidade de Trier - actual Alemanha -, e Direito na Universidade de Coni no Piemonte, em Itália. Entrou no Noviciado jesuíta em Tournai - actual Bélgica -, em 1647, tendo posteriormente estudado Teologia na Universidade de Douai em França<ref>Heinz, “Do Alzette ao Amazonas", 30.</ref>. Por determinação do geral jesuíta Goswin Nickel, em 1659 foi enviado para a Missão do Maranhão, no Brasil<ref>Archivum Romanum Societatis Iesu, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v., 119, 120. Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel. 1654;  Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 9, fls. 65-67v.. Carta de Vieira a Goswin Nickel; Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 9, fls. 279-283v.. Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa.</ref>.
 
Faleceu a 5 de Agosto de 1698, em Belém, Pará<ref name=":0">Biblioteca Nacional de Portugal, Microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5. Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre. 1660-1737.</ref>.


=== Carreira ===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->
=== Carreira ===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->


Bettendorff chegou a São Luís do Maranhão a 20 de janeiro de 1661, tendo pouco depois seguido para Belém, onde o Padre António Vieira o enviou para a aldeia de Mortigura, com a missão de converter a sua população. Nessa aldeia adquiriu as noções elementares da língua Tupi, ensinando as crianças a ler e a escrever. Posteriormente, subiu o rio Amazonas em direcção à foz do Tapajós com o objectivo de fundar uma aldeia naquele lugar estratégico, e de construir uma residência jesuíta.<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 31.</ref> No entanto, devido às acções anti-jesuítas por parte dos colonos portugueses no Estado do Maranhão e Grão-Pará, Bettendorff regressou a Belém.<ref>João Felipe Bettendorff, ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), XLVIII-IL.</ref> Após um período de três meses confinado em Belém, Bettendorff foi nomeado, em Julho de 1662, superior da Residência de Santo Alexandre na cidade,<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” ''Revista de estudos amazônicos'', vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 35.</ref> cargo que exerceu até 1668, ano em que foi nomeado para Superior da Missão do Maranhão.<ref>''Carta annua de Bettendorf para Oliva'', ARSI, Brasiliae 9, fl. 259.</ref> Em 1684, viajou para Portugal incumbido de defender a acção jesuíta no Estado do Maranhão e Grão-Pará face à animosidade dos colonos portugueses. Bettendorff regressou ao Maranhão em Agosto de 1688, ocupando o cargo de Reitor do Colégio de São Luís, e implementando o “Regimento da Missão” redigido em 1686.<ref>''Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684'', ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; ''Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687'', BPE, cód. CXV/2-12, fls. 120-127; ''Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684'', ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; João Felipe Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), 783.</ref> Em meados de 1696, deixou o Colégio de São Luís, passando a residir no Colégio de Belém.<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 58.</ref> Entre 1696 e 1698 dedicou-se a escrever a "Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (1627-1698)", obra encomendada pelo superiore da Missão do Maranhão e Grão -Pará Bento de Oliveira e seu sucessor José Ferreira.<ref>João Felipe Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), LXXV.</ref> Bettendorff faleceu em Belém a 5 de Agosto de 1698. <ref>''Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737'', BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.
Bettendorff chegou a São Luís do Maranhão a 20 de janeiro de 1661, tendo pouco depois seguido para Belém, onde o padre António Vieira o enviou para a aldeia de Mortigura, com a missão de converter a sua população. Nessa aldeia, adquiriu as noções elementares da língua Tupi e ensinou as crianças a ler e a escrever. Posteriormente, subiu o rio Amazonas em direcção à foz do Tapajós com o objectivo de fundar uma aldeia naquele lugar estratégico, e de construir uma residência jesuíta<ref>Heinz, “Do Alzette ao Amazonas", 31.</ref>. No entanto, devido às acções anti-jesuítas por parte dos colonos portugueses no Estado do Maranhão e Grão-Pará, Bettendorff regressou a Belém.<ref>Bettendorff, ''Crônica dos Padres da Companhia'', XLVIII-IL.</ref> Após um período de três meses confinado em Belém, Bettendorff foi nomeado, em Julho de 1662, superior da residência jesuítica de Santo Alexandre na cidade<ref>Heinz, “Do Alzette ao Amazonas", 35.</ref>, cargo que exerceu até 1668, ano em que foi nomeado para superior da Missão do Maranhão<ref>Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 9, fl. 259. Carta annua de Bettendorf para Oliva.</ref>.
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Em 1684, viajou para Portugal incumbido de defender a acção jesuíta no Estado do Maranhão e Grão-Pará face à animosidade dos colonos portugueses. Bettendorff regressou ao Maranhão em agosto de 1688, ocupando o cargo de Reitor do Colégio de São Luís e implementando o “Regimento da Missão”, redigido em 1686<ref>Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 3II, fl. 179. Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684; Biblioteca Pública de Évora, Cód. CXV/2-12, fls. 120-127. "Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687"; Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 3II, fl. 179. Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684; Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia'', 783.</ref>. Em meados de 1696, deixou o Colégio de São Luís, passando a residir no Colégio de Belém<ref>Heinz, “Do Alzette ao Amazonas", 58.</ref>. Entre 1696 e 1698, dedicou-se a escrever a ''Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (1627-1698), obra encomendada pelo superior da Missão do Maranhão e Grão-Pará Bento de Oliveira, e pelo seu sucessor, José Ferreira<ref>Bettendorff, ''Crônica dos Padres da Companhia'', LXXV.</ref>.
===Outras informações=== <!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
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==Obras== <!-- Incluí projectos não realizados mas sobre os quais tenhamos informação. Pode incluir informação que não sendo segura, pode ser atribuída; por exemplo: uma determinada obra sobre a qual haja informação de que deve ser atribuída a x pessoa, não deve ser acrescentada na info-box, mas deve constar aqui-->
==Obras== <!-- Incluí projectos não realizados mas sobre os quais tenhamos informação. Pode incluir informação que não sendo segura, pode ser atribuída; por exemplo: uma determinada obra sobre a qual haja informação de que deve ser atribuída a x pessoa, não deve ser acrescentada na info-box, mas deve constar aqui-->
Construção da capela de Nossa Senhora da Conceição, antiga aldeia jesuíta dos Tapajós, actual cidade de Santarém (Pará), (ca. 1662).
Construção da capela de Nossa Senhora da Conceição, antiga aldeia jesuíta dos Tapajós, actual cidade de Santarém, em Pará (c. 1662).
Construção do altar e retábulo da capela da antiga aldeia jesuíta de Gurupatuba, actual cidade de Monte Alegre (Pará), (ca. 1681).
 
Construção do altar e retábulo da capela da antiga aldeia jesuíta de Gurupatuba, actual cidade de Monte Alegre, em Pará (c. 1681).


''Compendio da doutrina christam na Lingua Portugueza, & Brasilica: em que se comprehendem os principais mysterios de nossa Santa Fe Catholica, & meios de nossa salvação: Ordenada a maneira de Dialogos accomodados para o ensino dos Indios, com duas breves Instruções: hua para bautizar em caso de extrema necessidade, os que ainda são Pagãos, & outra, para os ajudar a bem morrer, em falta de quem saiba fazerlhe esta charidade.'' (Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1687).
''Compendio da doutrina christam na Lingua Portugueza, & Brasilica: em que se comprehendem os principais mysterios de nossa Santa Fe Catholica, & meios de nossa salvação: Ordenada a maneira de Dialogos accomodados para o ensino dos Indios, com duas breves Instruções: hua para bautizar em caso de extrema necessidade, os que ainda são Pagãos, & outra, para os ajudar a bem morrer, em falta de quem saiba fazerlhe esta charidade.'' Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1687.


Reedição da Gramática Tupi do Padre Jesuíta Luís Figueira. ''Arte de Grammatica da Lingua Brasílica'' (Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1687).
Reedição da Gramática Tupi do Padre Jesuíta Luís Figueira. ''Arte de Grammatica da Lingua Brasílica.'' Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1687.


''Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (ca. 1696-1698).  
''Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (ca. 1696-1698).  
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==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 3II, fl. 179. Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684.
Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 9, fls. 65-67v.. Carta de Vieira a Goswin Nickel.


Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 9, fl. 259. Carta annua de Bettendorf para Oliva.


Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 9, fls. 279-283v.. Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa.


ARSI, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120.
Archivum Romanum Societatis Iesu, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120. Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel. 1654.
 
ARSI, Brasiliae 9, fls. 65-67v, 259, 279-283v.


ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179.
Biblioteca Nacional de Portugal, Microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5. Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre. 1660-1737.


BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.
Biblioteca Pública de Évora, Cód. CXV/2-12, fls. 120-127. "Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687".
 
BPE, cód. CXV/2-12, fls. 120-127.
==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Bettendorff, João Felipe. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'', Brasília: Senado Federal. 2010.
Bettendorff, João Felipe. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão.'' Brasília: Senado Federal, 2010.
 
Heinz, Karl. “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698)”, ''Revista de estudos amazônicos'', vol. V, nº 1. Belém (2010).


 
Heinz, Karl. “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698)”. ''Revista de estudos amazônicos'' 5, no. 1 (2010).
==Autor(es) do artigo==
==Autor(es) do artigo==


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==Citar este artigo==
==Citar este artigo==
   
   
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Edição atual desde as 14h24min de 12 de julho de 2023


João Filipe Bettendorff
Nome completo João Filipe Bettendorff
Outras Grafias Johannes Philippus Bettendorff
Pai Matthieu Andreu
Mãe Marguerite Reinerts
Cônjuge valor desconhecido
Filho(s) valor desconhecido
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento 25 agosto 1625
Luxemburgo
Morte 5 agosto 1698
Belém, Pará, Brasil
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência Brasil
Data Início: 20 de janeiro de 1661
Fim: 05 de agosto de 1698
Formação
Formação Filosofia
Local de Formação Alemanha
Cargos
Cargo Director
Data Início: julho de 1662
Fim: 1668

Cargo Director
Data Início: 1668
Fim: 1669

Cargo Director
Data Início: agosto de 1688
Fim: 1696
Actividade
Actividade Missão
Data Início: 1661
Fim: 1662
Local de Actividade Belém, Pará, Brasil

Actividade Missão
Data Início: 1684
Fim: agosto de 1688
Local de Actividade Portugal

Actividade Autoria de texto
Data Início: 1696
Fim: 1698
Local de Actividade Belém, Pará, Brasil


Biografia

Dados biográficos

Johannes Philippus Bettendorff, ou João Filipe Bettendorff, nasceu a 25 de Agosto de 1625, em Lintgen, localidade do Condado do Luxemburgo. Foi filho de Matthieu Andreu e Marguerite Reinerts.

Estudou Humanidades no Colégio Jesuíta do Luxemburgo, Filosofia na Universidade de Trier - actual Alemanha -, e Direito na Universidade de Coni no Piemonte, em Itália. Entrou no Noviciado jesuíta em Tournai - actual Bélgica -, em 1647, tendo posteriormente estudado Teologia na Universidade de Douai em França[1]. Por determinação do geral jesuíta Goswin Nickel, em 1659 foi enviado para a Missão do Maranhão, no Brasil[2].

Faleceu a 5 de Agosto de 1698, em Belém, Pará[3].

Carreira

Bettendorff chegou a São Luís do Maranhão a 20 de janeiro de 1661, tendo pouco depois seguido para Belém, onde o padre António Vieira o enviou para a aldeia de Mortigura, com a missão de converter a sua população. Nessa aldeia, adquiriu as noções elementares da língua Tupi e ensinou as crianças a ler e a escrever. Posteriormente, subiu o rio Amazonas em direcção à foz do Tapajós com o objectivo de fundar uma aldeia naquele lugar estratégico, e de construir uma residência jesuíta[4]. No entanto, devido às acções anti-jesuítas por parte dos colonos portugueses no Estado do Maranhão e Grão-Pará, Bettendorff regressou a Belém.[5] Após um período de três meses confinado em Belém, Bettendorff foi nomeado, em Julho de 1662, superior da residência jesuítica de Santo Alexandre na cidade[6], cargo que exerceu até 1668, ano em que foi nomeado para superior da Missão do Maranhão[7].

Em 1684, viajou para Portugal incumbido de defender a acção jesuíta no Estado do Maranhão e Grão-Pará face à animosidade dos colonos portugueses. Bettendorff regressou ao Maranhão em agosto de 1688, ocupando o cargo de Reitor do Colégio de São Luís e implementando o “Regimento da Missão”, redigido em 1686[8]. Em meados de 1696, deixou o Colégio de São Luís, passando a residir no Colégio de Belém[9]. Entre 1696 e 1698, dedicou-se a escrever a Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (1627-1698), obra encomendada pelo superior da Missão do Maranhão e Grão-Pará Bento de Oliveira, e pelo seu sucessor, José Ferreira[10].

Outras informações

Obras

Construção da capela de Nossa Senhora da Conceição, antiga aldeia jesuíta dos Tapajós, actual cidade de Santarém, em Pará (c. 1662).

Construção do altar e retábulo da capela da antiga aldeia jesuíta de Gurupatuba, actual cidade de Monte Alegre, em Pará (c. 1681).

Compendio da doutrina christam na Lingua Portugueza, & Brasilica: em que se comprehendem os principais mysterios de nossa Santa Fe Catholica, & meios de nossa salvação: Ordenada a maneira de Dialogos accomodados para o ensino dos Indios, com duas breves Instruções: hua para bautizar em caso de extrema necessidade, os que ainda são Pagãos, & outra, para os ajudar a bem morrer, em falta de quem saiba fazerlhe esta charidade. Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1687.

Reedição da Gramática Tupi do Padre Jesuíta Luís Figueira. Arte de Grammatica da Lingua Brasílica. Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1687.

Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (ca. 1696-1698).

Notas

  1. Heinz, “Do Alzette ao Amazonas", 30.
  2. Archivum Romanum Societatis Iesu, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v., 119, 120. Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel. 1654; Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 9, fls. 65-67v.. Carta de Vieira a Goswin Nickel; Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 9, fls. 279-283v.. Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa.
  3. Biblioteca Nacional de Portugal, Microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5. Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre. 1660-1737.
  4. Heinz, “Do Alzette ao Amazonas", 31.
  5. Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia, XLVIII-IL.
  6. Heinz, “Do Alzette ao Amazonas", 35.
  7. Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 9, fl. 259. Carta annua de Bettendorf para Oliva.
  8. Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 3II, fl. 179. Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684; Biblioteca Pública de Évora, Cód. CXV/2-12, fls. 120-127. "Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687"; Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 3II, fl. 179. Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684; Bettendorff. Crônica dos Padres da Companhia, 783.
  9. Heinz, “Do Alzette ao Amazonas", 58.
  10. Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia, LXXV.

Fontes

Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 3II, fl. 179. Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684. Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 9, fls. 65-67v.. Carta de Vieira a Goswin Nickel.

Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 9, fl. 259. Carta annua de Bettendorf para Oliva.

Archivum Romanum Societatis Iesu, Brasiliae 9, fls. 279-283v.. Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa.

Archivum Romanum Societatis Iesu, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120. Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel. 1654.

Biblioteca Nacional de Portugal, Microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5. Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre. 1660-1737.

Biblioteca Pública de Évora, Cód. CXV/2-12, fls. 120-127. "Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687".

Bibliografia

Bettendorff, João Felipe. Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão. Brasília: Senado Federal, 2010.

Heinz, Karl. “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698)”. Revista de estudos amazônicos 5, no. 1 (2010).

Autor(es) do artigo

Cláudia C. Gomes Duarte

CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa

https://orcid.org/0000-0003-1554-859X

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

https://doi.org/10.34619/hlxn-8pi6

Citar este artigo

Duarte, Cláudia C. Gomes. "João Filipe Bettendorff", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 12/07/2023). Consultado a 20 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Jo%C3%A3o_Filipe_Bettendorff. DOI: https://doi.org/10.34619/hlxn-8pi6