João Filipe Bettendorff: diferenças entre revisões

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===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->
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Bettendorff chegou a São Luís do Maranhão a 20 de janeiro de 1661, tendo pouco depois seguido para Belém, onde o Padre António Vieira o enviou para a aldeia de Mortigura, com a missão de converter a sua população. Nessa aldeia adquiriu as noções elementares da língua Tupi, ensinando as crianças a ler e a escrever. Posteriormente, subiu o rio Amazonas em direcção à foz do Tapajós com o objectivo de fundar uma aldeia naquele lugar estratégico, e de construir uma residência jesuíta.<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 31.</ref> No entanto, devido às acções anti-jesuítas por parte dos colonos portugueses no Estado do Maranhão e Grão-Pará, Bettendorff regressou a Belém.[2] Após um período de três meses confinado em Belém, Bettendorff foi nomeado, em Julho de 1662, superior da Residência de Santo Alexandre na cidade,[3] cargo que exerceu até 1668, ano em que foi nomeado para Superior da Missão do Maranhão.[4] Em 1684, viajou para Portugal incumbido de defender a acção jesuíta no Estado do Maranhão e Grão-Pará face à animosidade dos colonos portugueses. Bettendorf regressou ao Maranhão em Agosto de 1688, ocupando o cargo de Reitor do Colégio de São Luís, e implementando o “Regimento das Missões” redigido em 1686.<sup><sup>[5]</sup></sup> Em meados de 1696, deixou o Colégio de São Luís, passando a residir no Colégio de Belém.[6] Entre 1696 e 1698 dedicou-se a escrever a "Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (1627-1698)", obra encomendada pelos superiores Bento de Oliveira e José Ferreira.[7]
Bettendorff chegou a São Luís do Maranhão a 20 de janeiro de 1661, tendo pouco depois seguido para Belém, onde o Padre António Vieira o enviou para a aldeia de Mortigura, com a missão de converter a sua população. Nessa aldeia adquiriu as noções elementares da língua Tupi, ensinando as crianças a ler e a escrever. Posteriormente, subiu o rio Amazonas em direcção à foz do Tapajós com o objectivo de fundar uma aldeia naquele lugar estratégico, e de construir uma residência jesuíta.<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 31.</ref> No entanto, devido às acções anti-jesuítas por parte dos colonos portugueses no Estado do Maranhão e Grão-Pará, Bettendorff regressou a Belém.<ref>João Felipe Bettendorff, ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), 187. </ref> Após um período de três meses confinado em Belém, Bettendorff foi nomeado, em Julho de 1662, superior da Residência de Santo Alexandre na cidade,<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” ''Revista de estudos amazônicos'', vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 35.</ref> cargo que exerceu até 1668, ano em que foi nomeado para Superior da Missão do Maranhão.<ref>''Carta annua de Bettendorf para Oliva'', ARSI, Brasiliae 9, fl. 259.</ref> Em 1684, viajou para Portugal incumbido de defender a acção jesuíta no Estado do Maranhão e Grão-Pará face à animosidade dos colonos portugueses. Bettendorf regressou ao Maranhão em Agosto de 1688, ocupando o cargo de Reitor do Colégio de São Luís, e implementando o “Regimento das Missões” redigido em 1686.<ref>''Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684'', ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; ''Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687'', BPE, cód. CXV/2-12, fls. 120-127; ''Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684'', ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; João Felipe Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), 378-381 e 391-395.</ref> Em meados de 1696, deixou o Colégio de São Luís, passando a residir no Colégio de Belém.<ref>Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 58.</ref> Entre 1696 e 1698 dedicou-se a escrever a "Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (1627-1698)", obra encomendada pelos superiores Bento de Oliveira e José Ferreira.<ref>João Felipe Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010)</ref>


Bettendorff faleceu em Belém a 5 de Agosto de 1698.[8]
Bettendorff faleceu em Belém a 5 de Agosto de 1698.<ref>''Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737'', BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.
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[2] João Felipe Bettendorff, ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), 187. CONFIRMAR. PAGINA
 
[3] Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” ''Revista de estudos amazônicos'', vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 35.
 
[4] ''Carta annua de Bettendorf para Oliva'', ARSI, Brasiliae 9, fl. 259.
 
[5] ''Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684'', ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; ''Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687'', BPE, cód. CXV/2-12, fls. 120-127; ''Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684'', ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; João Felipe Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010), 378-381 e 391-395. CONFIRMAR paginas
 
[6] Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 58.
 
[7] João Felipe Bettendorff. ''Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão'' (Brasília: Senado Federal, 2010). 3 CONFIRMAR PAGINA
 
[8] ''Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737'', BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.
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Revisão das 01h19min de 1 de abril de 2021


João Filipe Bettendorff
Nome completo João Filipe Bettendorff
Outras Grafias Johannes Philippus Bettendorff
Pai Matthieu Andreu
Mãe Marguerite Reinerts
Cônjuge valor desconhecido
Filho(s) valor desconhecido
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento 25 agosto 1625
Luxemburgo
Morte 5 agosto 1698
Belém, Pará, Brasil
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência Brasil
Data Início: 20 de janeiro de 1661
Fim: 05 de agosto de 1698
Formação
Formação Filosofia
Local de Formação Alemanha
Cargos
Cargo Director
Data Início: julho de 1662
Fim: 1668

Cargo Director
Data Início: 1668
Fim: 1669

Cargo Director
Data Início: agosto de 1688
Fim: 1696
Actividade
Actividade Missão
Data Início: 1661
Fim: 1662
Local de Actividade Belém, Pará, Brasil

Actividade Missão
Data Início: 1684
Fim: agosto de 1688
Local de Actividade Portugal

Actividade Autoria de texto
Data Início: 1696
Fim: 1698
Local de Actividade Belém, Pará, Brasil


Biografia

Dados biográficos

Johannes Philippus Bettendorff (João Felipe Bettendorff), nasceu a 25 de Agosto de 1625, em Lintgen, localidade do Condado do Luxemburgo.  Estudou Humanidades no colégio jesuíta do Luxemburgo, Filosofia na Universidade de Trier (actual Alemanha) e Direito na Universidade de Coni (Piemonte, Itália). Entrou no Noviciado jesuíta em Tournai (actual Bélgica) em 1647, tendo posteriormente estudado Teologia na Universidade de Douai (França). [1] Por determinação do geral jesuíta Goswin Nickel, em 1659 foi enviado para a Missão do Maranhão, no Brasil.[2] Faleceu a 5 de Agosto de 1698, em Belém, Pará.[3]



Carreira

Bettendorff chegou a São Luís do Maranhão a 20 de janeiro de 1661, tendo pouco depois seguido para Belém, onde o Padre António Vieira o enviou para a aldeia de Mortigura, com a missão de converter a sua população. Nessa aldeia adquiriu as noções elementares da língua Tupi, ensinando as crianças a ler e a escrever. Posteriormente, subiu o rio Amazonas em direcção à foz do Tapajós com o objectivo de fundar uma aldeia naquele lugar estratégico, e de construir uma residência jesuíta.[4] No entanto, devido às acções anti-jesuítas por parte dos colonos portugueses no Estado do Maranhão e Grão-Pará, Bettendorff regressou a Belém.[5] Após um período de três meses confinado em Belém, Bettendorff foi nomeado, em Julho de 1662, superior da Residência de Santo Alexandre na cidade,[6] cargo que exerceu até 1668, ano em que foi nomeado para Superior da Missão do Maranhão.[7] Em 1684, viajou para Portugal incumbido de defender a acção jesuíta no Estado do Maranhão e Grão-Pará face à animosidade dos colonos portugueses. Bettendorf regressou ao Maranhão em Agosto de 1688, ocupando o cargo de Reitor do Colégio de São Luís, e implementando o “Regimento das Missões” redigido em 1686.[8] Em meados de 1696, deixou o Colégio de São Luís, passando a residir no Colégio de Belém.[9] Entre 1696 e 1698 dedicou-se a escrever a "Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (1627-1698)", obra encomendada pelos superiores Bento de Oliveira e José Ferreira.[10]

Bettendorff faleceu em Belém a 5 de Agosto de 1698.[11]



Outras informações

Obras

Construção e decoração pictórica de igreja do colégio de Belém (ca. 1661-95).

Construção e decoração pictórica de igreja do colégio de São Luís (ca. 1661-95).

Construção de uma pequena igreja e decoração do retábulo com uma pintura de Nossa Senhora da Conceição em Santarém (Pará), antiga aldeia jesuíta dos Tapajós (ca. 1662).

Construção do frontal do altar e de um retábulo com pintura da Igreja de Monte Alegre (Pará), antiga aldeia jesuíta de Gurupatuba (ca. 1681).

Autor do catecismo bilíngue – nheengatu e português, Compendio da doutrina christam na Lingua Portugueza, & Brasilica: em que se comprehendem os principais mysterios de nossa Santa Fe Catholica, & meios de nossa salvação: Ordenada a maneira de Dialogos accomodados para o ensino dos Indios, com duas breves Instruções: hua para bautizar em caso de extrema necessidade, os que ainda são Pagãos, & outra, para os ajudar a bem morrer, em falta de quem saiba fazerlhe esta charidade (Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1687).

Reeditor da Gramática Tupi do Padre Jesuíta Luís Figueira. Arte de Grammatica da Lingua Brasílica (Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1687).

Autor da obra, Chronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão, Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, 1909 (RIHGB, tomo LXXII, parte I).

Notas

  1. Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 30.
  2. Pedidos de Bettendorff a Goswin Nickel, 1654, ARSI, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120; Carta de Vieira a Goswin Nickel, ARSI, Brasiliae 9, fls. 65-67v; Carta circular de Bettendorff aos superiores da Europa, ARSI, Brasiliae 9, fls. 279-283v.
  3. Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737, BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.
  4. Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 31.
  5. João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (Brasília: Senado Federal, 2010), 187.
  6. Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 35.
  7. Carta annua de Bettendorf para Oliva, ARSI, Brasiliae 9, fl. 259.
  8. Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684, ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; Regimento & Leys das Missoens do Estado do Maranham, & Pará de 21 de Dezembro de 1687, BPE, cód. CXV/2-12, fls. 120-127; Procuração de Gusmão a Noyelle, de 21 de Junho de 1684, ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179; João Felipe Bettendorff. Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (Brasília: Senado Federal, 2010), 378-381 e 391-395.
  9. Karl Heinz, “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698),” Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010): p. 58.
  10. João Felipe Bettendorff. Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (Brasília: Senado Federal, 2010)
  11. Livro de óbitos dos religiosos da Companhia de Jesus pertencentes a este Colégio de Sto. Alexandre, 1660-1737, BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.

Fontes

ARSI, Gálica Belga 45, fls. 117, 117v, 119, 120.

ARSI, Brasiliae 9, fls. 65-67v, 259, 279-283v.

ARSI, Brasiliae 3II, fl. 179.

BNP, microfilme PBA 4/FR 1004, fl. 5.

BAL, cód. 51-V-43, fl. 22.

BPE, cód. CXV/2-12, fls. 120-127.

BNB, Vol. 66 (1948), fls. 25-28, 51-56, 57-59.

Bibliografia

Azevedo, João Lúcio de. Os jesuítas no Grão-Pará. Coimbra: Imprensa da Universidade. 1930.

Berredo, Bernardo Pereira de. Annaes historicos do Estado do Maranhaõ em que se dá noticia do seu descobrimento e tudo o mais que nelle tem succedido desde o anno, em que foy descuberto até o de 1718. Lisboa: Impr. de F. Luiz Ameno. 1749.

Bettendorff, João Felipe. Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão, Brasília: Senado Federal. 2010.

Heinz, Karl. “Do Alzette ao Amazonas: vida e obra do padre João Felipe Bettendorff (1625-1698)”, Revista de estudos amazônicos, vol. V, nº 1. Belém (2010).

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Cláudia C. Gomes Duarte

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

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