Manuel Álvares Calheiros: diferenças entre revisões

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Em 1768 Manuel Álvares Calheiros fez um testamento deteminando seu herdeiro o seu sobrinho Francisco José Calheiros, filho de João Gonçalves Calheiros. Este, enquanto tutor do menor e testador, ficava com a obrigação de lhe mandar dizer por seis anos em cada ano uma missa a N.Sra do Monte do Carmo, no seu dia, e a Nossa Senhora das Candeias também no seu dia. O legado incluia as terras que Calheiros possuia no Maguari por título de compra e duas léguas de terra de frente com duas de fundo (no termo das terras do Una e do sítio de Val de Caens) que tinha por carta de data de sesmaria. A carta de sesmaria foi passada por Fernando da Costa de Ataíde Teive em 10 de julho de 1768. (10. doc. 5471). O pedido de confirmação foi encaminhado ao reino ainda em 1768 e a confirmação foi emitida em 13 de abril de 1769 (11. PT/TT/RGM/D/0022/70826). Contudo, em 6 de setembro de 1768 João Gonçalves Calheiros assina em seu nome e do seu filho menor um termo em que “fazia a abstenção de toda a herança que lhe deixou o defunto Manuel Alvares Calheiros” (12. doc. 5633) É provavel que assim o tenha feito porque havia em curso um processo de cobrança de pagamento de dívidas de Manuel Álavres Calheiros cujos credores reivindicavam inclusive os soldos que não tinham sido pagos em vida do sargento-mor.  (13. D. 5569)


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Revisão das 18h46min de 18 de outubro de 2022


Manuel Álvares Calheiros
Nome completo Manuel Álvares Calheiros
Outras Grafias EQUAL
Formação
Instituição de Formação Academia Militar da Corte
Postos
Posto Ajudante
Data Fim: 14 de julho de 1757
Arma Infantaria

Posto Capitão
Data Início: 14 de julho de 1757
Fim: 1760
Arma Infantaria

Posto Sargento-mor
Data Início: 1760
Cargos
Cargo Ajudante de engenheiro
Data Início: 1751
Fim: 14 de julho de 1757
Local Cargo Alentejo, Portugal

Cargo Engenheiro
Data Início: 14 de julho de 1757
Instituição Capitania do Grão-Pará


Biografia

Dados biográficos

Não se conhece o local de nascimento de Manuel Álvares Calheiros. Viterbo diz que cursou com distinção as academias da corte e do Alentejo (1. Viterbo I, 159), mas é provavel que tenha cursado apenas a Aula de Fortificação / Academia de Lisboa, tendo  concluído os estudos em 1751. Estava de algum modo ligado à família de Francisco Xavier de Mendonça Furtado (irmão de Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal), pois em uma carta identifica-se como “criado da sua casa” (2. doc. 5397). Morreu em Belém do Pará em 1768.

Carreira

Manuel Álvares Calheiros foi nomeado ajudante de infantaria com exercício de engenheiro, em 16 de Maio de 1751, juntamente com Luís Afonso Cabral. O decreto diz que recebiam o posto atendendo a aplicação com que ambos se tinham distinguido nos estudos das Academia militares da corte e do Alentejo, provavelmente um em cada[1].

Esteve seguramente envolvido nos trabalhos de reconstrução de Lisboa tendo assinado uma planta parcial da didade mandada delinear por Manuel da Maia, em 1756. Junto à margem, na parte inferior da planta, consta uma inscrição que esclarece o processo: “Desta deligência foi encarregado o Sargento Mor Filipe Rodrigues de Oliveira em 12 de Abril de 1756, para o que acompanhado dos quatro ajudantes Manoel Alvares Calheiros, Pedro Gualter da Fonseca, Lourenço José Botelho, e Tomás Rodrigues da Costa, e de alguns Discípulos da Academia Militar, balizasse, e deliniasse sobre o terreno os sitios expressados nesta planta, que entregou ao Engenheiro Mor desenhada como aqui se vê em 5 de Novembro do dito anno” (3. Museu da Cidade, MC. DES. 0982).

Em 15 de Julho de 1757 um decreto de D. José I determina que os capitães de infantaria com exercício de engenheiros Manuel Álvares Calheiros e Tomás Rodrigues da Costa deveriam passar a sargentos-mores de infantaria com exercício de engenheiro para servirem no Grão Pará, com soldo dobrado[2]. (4. doc. 3887). Ambos chegaram ao Pará em Outubro deste ano. O Governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado determina que Calheiros seja o mestre da Aula de fortificação de Belém. (5. doc.4039)

Em 29 de Novembro de 1757, Calheiros escreve de Belém a Tomé Joaquim da Costa Real, agradecendo o seu beneplátcito. Diz contudo que, curmprindo as ordens do rei, tinha saído do reino “sem mais patente que a promessa que havia de ser diferido” (6. doc. 3922). Com efeito, em 1759,  Corte Real determina que os soldos dobrados devidos à Calheiros fossem pagos em Lisboa ao seu procurador António Rocha Payal (7. doc. 4072). Há dois recibos: um datado de outubro de 1759 confirmando o pagamento da quantia de 663 mil reis correspondentes a 26 mil reis por mês desde 16 de julho de 1757 até o final de agosto de 1759. O segundo recibo atesta que foi pago ao mesmo procurador a quantia de 140 mil reis desde setembro de 1759 até 14 de novembro de 1760.

Em 1764, Calheiros faz um requerimento dirigido a Francisco Xavier de Mendonça Furtado enquanto Secretário de Estado da Marinha e Ultramar, que conta com o beneplácito do governador Fernando da Costa de Ataíde Teive, mas que se deconhece o conteúdo (8. doc. 5161).

É provável que Calheiros se tenha mantido como mestre da aula de fortificação durante todo tempo que esteve no Pará, até a sua morte em 1768. Mas esteve  também envolvido, como os outros técnicos que foram enviados para as Demarcações, em várias outras tarefas. Sabe-se que foi, em 1759 com seus discípulos em viagem ao rio Negro para o levantamento de coordenadas e desenho de mapas, assim como participou, em 1761, com Henrique António Galuzzi e Manuel Fritz Gotz da escolha do local da instalação do arsenal em Belém. (9. Araujo, 1998, 313; 321)

Outras informações

Em 1768 Manuel Álvares Calheiros fez um testamento deteminando seu herdeiro o seu sobrinho Francisco José Calheiros, filho de João Gonçalves Calheiros. Este, enquanto tutor do menor e testador, ficava com a obrigação de lhe mandar dizer por seis anos em cada ano uma missa a N.Sra do Monte do Carmo, no seu dia, e a Nossa Senhora das Candeias também no seu dia. O legado incluia as terras que Calheiros possuia no Maguari por título de compra e duas léguas de terra de frente com duas de fundo (no termo das terras do Una e do sítio de Val de Caens) que tinha por carta de data de sesmaria. A carta de sesmaria foi passada por Fernando da Costa de Ataíde Teive em 10 de julho de 1768. (10. doc. 5471). O pedido de confirmação foi encaminhado ao reino ainda em 1768 e a confirmação foi emitida em 13 de abril de 1769 (11. PT/TT/RGM/D/0022/70826). Contudo, em 6 de setembro de 1768 João Gonçalves Calheiros assina em seu nome e do seu filho menor um termo em que “fazia a abstenção de toda a herança que lhe deixou o defunto Manuel Alvares Calheiros” (12. doc. 5633) É provavel que assim o tenha feito porque havia em curso um processo de cobrança de pagamento de dívidas de Manuel Álavres Calheiros cujos credores reivindicavam inclusive os soldos que não tinham sido pagos em vida do sargento-mor.  (13. D. 5569)

Obras

Notas

  1. Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol I, 159-160.
  2. Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol II, 404.

Fontes

Bibliografia


Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

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Citar este artigo

[[Categoria: Estado do Pará