Real Corpo de Engenheiros: diferenças entre revisões

Fonte: eViterbo
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
Sem resumo de edição
Linha 62: Linha 62:
5: 1; 23;
5: 1; 23;
===Outras informações===<!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
===Outras informações===<!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
O Real Corpo de Engenheiros foi uma instituição de cariz militar criada     
O Corpo de Oficiais Engenheiros, ou Real Corpo de Engenheiros, a partir de 1792, foi uma instituição de cariz militar criada em 1787 e composta exclusivamente por oficiais. A nova instituição surgiu após várias tentativas para institucionalizar a instrução militar de engenharia em Portugal ao longo do século XVII e XVIII<ref>Conferir Grande Enciclopédia, "Engenharia", 9:729-730.</ref>. O escopo da ação do Real Corpo não se limitou às construções militares, de que é exemplo o plano de defesa das Linhas de Torres em Lisboa. Os oficiais do Corpo foram também incumbidos de trabalhos em "''construções civis, trabalhos de navegação e de minas e operações geodésicas e de cadastro''"<ref>Grande Enciclopédia, "Engenharia", 9:730.</ref>.    


A organização do corpo foi reformulada e aprofundada de forma "''mais análoga à dos outros corpos do exército''" através de regulamento provisório legislado por portaria de 12 de Fevereiro de 1812<ref>Ribeiro, 11:365.</ref>.  
A partir de 1812, o Real Corpo de Engenheiros foi dotado de regulamento próprio, datado de 12 de Janeiro<ref>Grande Enciclopédia, "Engenharia", 9:729.</ref> ou Fevereiro<ref>Ribeiro, 11:365.</ref>, que aprofundou a sua organização e a tornou "''mais análoga à dos outros corpos do exército''". Segundo alguns autores, este diploma inaugurou uma nova fase orgânica e "''deu verdadeiramente origem à arma de engenharia''"<ref>Grande Enciclopédia, "Engenharia", 9:729.</ref>. O Corpo de Engenheiros ficava constituído por um Estado Maior; um batalhão de artífices engenheiros; e três companhias, a saber: uma de pontoneiros e duas de artífices e mineiros. A composição do Corpo seria alargada logo no ano seguinte por iniciativa do Marquês de Campo Maior<ref>Grande Enciclopédia, "Engenharia", 9:730.</ref>.      


Em 1863, por decreto de 21 de Dezembro, o Corpo de Engenheiros era dotado de nova organização, no âmbito de uma reorganização geral do exército português que transferiu a "''edificação, concerto e reparos''" dos quarteis militares para aquele primeiro, antes a cargo do arsenal do exército<ref>Ribeiro, 11:363.</ref>.
Em 1863, por decreto de 21 de Dezembro, o Corpo de Engenheiros era dotado de nova organização, no âmbito de uma reorganização geral do exército português que transferiu a "''edificação, concerto e reparos''" dos quarteis militares para aquele primeiro, antes a cargo do arsenal do exército<ref>Ribeiro, 11:363.</ref>.
O Real Corpo compunha-se do seu estado maior e um número de oficiais de diferentes patentes nas condições de oficial efetivo, agregado ou adito<ref>Ribeiro, 11:365.</ref>. Os oficiais engenheiros estavam incumbidos da "''direção de todos os trabalhos relativos à fortificação permanente, e de campanha; ao ataque e defensa das praças, postos destacados ou quaisquer entrincheiramentos; à construção, e reedificação de edifícios militares; e no estabelecimentos e conservação das pontes militares: continuará a pertencer ao serviço dos oficiais engenheiros; como também a vigilância sobre a conservação e entretenimento de todos os referidos objetos: igualmente pertencerá ao serviço dos sobreditos oficiais o reconhecimento das fronteiras, e províncias; o levantamento de plantas particulares, cartas geográficas, e topográficas; a configuração dos terrenos, projetos, planos, e memórias militares; e finalmente quanto possa ter uma imediata analogia com os princípios e conhecimentos próprios dos oficias deste corpo''"<ref>Ribeiro, 11:365.</ref>. Às funções relativas à engenharia militar descritas, acresciam as referentes à engenharia civil, podendo os oficiais engenheiros afetos à "''construção de pontes, aberturas de esteadas, barras, canais, e em outras obras de semelhante natureza''"<ref>Ribeiro, 11:366.</ref>.
O Real Corpo compunha-se do seu estado maior e um número de oficiais de diferentes patentes nas condições de oficial efetivo, agregado ou adito<ref>Ribeiro, 11:365.</ref>. Os oficiais engenheiros estavam incumbidos da "''direção de todos os trabalhos relativos à fortificação permanente, e de campanha; ao ataque e defensa das praças, postos destacados ou quaisquer entrincheiramentos; à construção, e reedificação de edifícios militares; e no estabelecimentos e conservação das pontes militares: continuará a pertencer ao serviço dos oficiais engenheiros; como também a vigilância sobre a conservação e entretenimento de todos os referidos objetos: igualmente pertencerá ao serviço dos sobreditos oficiais o reconhecimento das fronteiras, e províncias; o levantamento de plantas particulares, cartas geográficas, e topográficas; a configuração dos terrenos, projetos, planos, e memórias militares; e finalmente quanto possa ter uma imediata analogia com os princípios e conhecimentos próprios dos oficias deste corpo''"<ref>Ribeiro, 11:365.</ref>. Às funções relativas à engenharia militar descritas, acresciam as referentes à engenharia civil, podendo os oficiais engenheiros afetos à "''construção de pontes, aberturas de esteadas, barras, canais, e em outras obras de semelhante natureza''"<ref>Ribeiro, 11:366.</ref>.  


Segundo o plano de organização de 1863, as funções exercidas pelos engenheiros militares afetos ao Real Corpo eram principalmente militares, nomeadamente, a "''direção dos trabalhos relativos à fortificação permanente ou de campanha; à construção e reedificação de edifícios militares; no reconhecimento do país; no levantamento de plantas e cartas geográficas e topográficas; em tudo quanto possa ter imediata analogia com os conhecimentos próprios dos oficiais deste corpo''". Pelo que não se obstava à possibilidade de os oficiais engenheiros exercerem funções no campo da engenharia civil<ref>Ribeiro, 11:363.</ref>.
Segundo o plano de organização de 1863, as funções exercidas pelos engenheiros militares afetos ao Real Corpo eram principalmente militares, nomeadamente, a "''direção dos trabalhos relativos à fortificação permanente ou de campanha; à construção e reedificação de edifícios militares; no reconhecimento do país; no levantamento de plantas e cartas geográficas e topográficas; em tudo quanto possa ter imediata analogia com os conhecimentos próprios dos oficiais deste corpo''". Pelo que não se obstava à possibilidade de os oficiais engenheiros exercerem funções no campo da engenharia civil<ref>Ribeiro, 11:363.</ref>.

Revisão das 18h24min de 21 de dezembro de 2022


Real Corpo de Engenheiros
(valor desconhecido)
Outras denominações Corpo de Oficiais Engenheiros, Corpo de Engenheiros, Real Corpo de Engenheiros‎ do Exército Português
Tipo de Instituição Militar
Data de fundação 12 fevereiro 1787
Data de extinção 1911
Paralisação
Início: sem valor
Fim: sem valor
Localização
Localização Portugal
Antecessora valor desconhecido

Sucessora valor desconhecido


História

Adicionar às designações: Real corpo de engenheiros militares; corpo de engenheiros militares.

Adicionar às datas: fundação 1787.


"Engenharia", AHM: Div. 3, sc. 46, Caixa 1 à 7.

1: 1 à 8; 11; 14; 15; 28; 29; 30; 41;

2: 2; 5; 19;

3: 3; 12; 14; 17;

4: 2; 3; 10;

5: 1; 23;

Outras informações

O Corpo de Oficiais Engenheiros, ou Real Corpo de Engenheiros, a partir de 1792, foi uma instituição de cariz militar criada em 1787 e composta exclusivamente por oficiais. A nova instituição surgiu após várias tentativas para institucionalizar a instrução militar de engenharia em Portugal ao longo do século XVII e XVIII[1]. O escopo da ação do Real Corpo não se limitou às construções militares, de que é exemplo o plano de defesa das Linhas de Torres em Lisboa. Os oficiais do Corpo foram também incumbidos de trabalhos em "construções civis, trabalhos de navegação e de minas e operações geodésicas e de cadastro"[2].

A partir de 1812, o Real Corpo de Engenheiros foi dotado de regulamento próprio, datado de 12 de Janeiro[3] ou Fevereiro[4], que aprofundou a sua organização e a tornou "mais análoga à dos outros corpos do exército". Segundo alguns autores, este diploma inaugurou uma nova fase orgânica e "deu verdadeiramente origem à arma de engenharia"[5]. O Corpo de Engenheiros ficava constituído por um Estado Maior; um batalhão de artífices engenheiros; e três companhias, a saber: uma de pontoneiros e duas de artífices e mineiros. A composição do Corpo seria alargada logo no ano seguinte por iniciativa do Marquês de Campo Maior[6].

Em 1863, por decreto de 21 de Dezembro, o Corpo de Engenheiros era dotado de nova organização, no âmbito de uma reorganização geral do exército português que transferiu a "edificação, concerto e reparos" dos quarteis militares para aquele primeiro, antes a cargo do arsenal do exército[7]. O Real Corpo compunha-se do seu estado maior e um número de oficiais de diferentes patentes nas condições de oficial efetivo, agregado ou adito[8]. Os oficiais engenheiros estavam incumbidos da "direção de todos os trabalhos relativos à fortificação permanente, e de campanha; ao ataque e defensa das praças, postos destacados ou quaisquer entrincheiramentos; à construção, e reedificação de edifícios militares; e no estabelecimentos e conservação das pontes militares: continuará a pertencer ao serviço dos oficiais engenheiros; como também a vigilância sobre a conservação e entretenimento de todos os referidos objetos: igualmente pertencerá ao serviço dos sobreditos oficiais o reconhecimento das fronteiras, e províncias; o levantamento de plantas particulares, cartas geográficas, e topográficas; a configuração dos terrenos, projetos, planos, e memórias militares; e finalmente quanto possa ter uma imediata analogia com os princípios e conhecimentos próprios dos oficias deste corpo"[9]. Às funções relativas à engenharia militar descritas, acresciam as referentes à engenharia civil, podendo os oficiais engenheiros afetos à "construção de pontes, aberturas de esteadas, barras, canais, e em outras obras de semelhante natureza"[10].

Segundo o plano de organização de 1863, as funções exercidas pelos engenheiros militares afetos ao Real Corpo eram principalmente militares, nomeadamente, a "direção dos trabalhos relativos à fortificação permanente ou de campanha; à construção e reedificação de edifícios militares; no reconhecimento do país; no levantamento de plantas e cartas geográficas e topográficas; em tudo quanto possa ter imediata analogia com os conhecimentos próprios dos oficiais deste corpo". Pelo que não se obstava à possibilidade de os oficiais engenheiros exercerem funções no campo da engenharia civil[11]. Em 1812, estavam afetos ao Corpo de Engenheiros, um oficial general, comandante do corpo; dois oficiais "com exercício de ajudantes de ordens do comando geral", sendo um integrado no comando; um secretário; e dois brigadeiros, quatro coronéis, quatro tenentes coronéis, oito majores, doze capitães, doze primeiros tenentes e, vinte e quatro segundos tenentes na condição de oficiais efetivos[12].

A partir de 1863 compunham o estado maior de engenharia os oficiais de engenharia afetos à direção geral dos trabalhos geodésicos, corográficos e hidrográficos do reino[13]. Anexo ao Real Corpo de Engenheiros estava afeto um Batalhão de artífices engenheiros, organizado em três companhias compostas de "artífices, mineiros, pontoneiros, e sapadores, destinados para o serviço privativo dos oficiais engenheiros" em número de 74 praças cada[14].

Do ponto de vista histórico, o Regulamento de 1812 determinava a conservação de "todos os mapas, cartas, planos, projetos, memórias e instrumentos relativos à profissão de engenharia" no arquivo militar, criado dez anos antes.

o Corpo de Engenheiros Militares de 1812 com uma "organisação

Professores

Curricula

Notas

  1. Conferir Grande Enciclopédia, "Engenharia", 9:729-730.
  2. Grande Enciclopédia, "Engenharia", 9:730.
  3. Grande Enciclopédia, "Engenharia", 9:729.
  4. Ribeiro, 11:365.
  5. Grande Enciclopédia, "Engenharia", 9:729.
  6. Grande Enciclopédia, "Engenharia", 9:730.
  7. Ribeiro, 11:363.
  8. Ribeiro, 11:365.
  9. Ribeiro, 11:365.
  10. Ribeiro, 11:366.
  11. Ribeiro, 11:363.
  12. Ribeiro, 11:364-365.
  13. Ribeiro, 11:363.
  14. Ribeiro, 11:365.

Fontes

http://www.ordemengenheiros.pt/pt/centro-de-informacao/dossiers/historias-da-engenharia/ha-140-anos-a-criacao-da-associacao-dos-engenheiros-civis-portugueses/

Bibliografia

Ligações Internas

Para consultar as pessoas relacionadas com esta instituição, nomeadamente professores e alunos, siga o link:

Categoria:Real Corpo de Engenheiros

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

Citar este artigo