Viriato Leite de Castro: diferenças entre revisões
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===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes--> | ===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes--> | ||
Viriato Leite de Castro nasceu a 9 de novembro 1851, em Mafómedes, Santo Adrião, Sever, filho de D. Helena Emília Coelho de Leite e Castro e do Comendador José Januário Teixeira Leite de Castro<ref>Arquivo Distrital de Vila Real. Paróquia de Sever 1586/1911. Registo de Batismos 1586/1911. Livro de registo de baptismos 1844/1859. | Viriato Leite de Castro nasceu a 9 de novembro 1851, em Mafómedes, Santo Adrião, Sever, filho de D. Helena Emília Coelho de Leite e Castro e do Comendador José Januário Teixeira Leite de Castro<ref name=":0">[https://digitarq.advrl.arquivos.pt/details?id=1083073 Arquivo Distrital de Vila Real. Paróquia de Sever 1586/1911. Registo de Batismos 1586/1911. Livro de registo de baptismos 1844/1859. Visualizado em 20 maio, 2022.]</ref>. É neto paterno de Manuel António Castro Leite e de D. Ana de Trindade Teixeira Leite e neto materno do Comendador José Coelho de Carvalho e de D. Ana Inácio da Cruz Coelho, natural da cidade de Faro. | ||
O seu pai, José Januário, foi magistrado e bacharel em Direito, cujo processo de leitura do Bacharel decorreu em 1827<ref>[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=4663635 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Desembargo do Paço. Leitura de Bacharéis. Letra J. mç. 80. n.º 5.]</ref>. Recebeu mercês da Rainha D. Maria II, do Rei D. Pedro V e do Rei D. Luís, a saber: Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada desde 1834<ref>[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2014121 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Registo Geral de Mercês. D.Maria II. liv.2. fl.219v.] </ref>, Comendador da Ordem de Cristo desde 1839<ref>[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2014123 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Registo Geral de Mercês. D.Maria II. liv.11. fl.121.]</ref>, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real desde 1855<ref>[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2034066 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Registo Geral de Mercês. D. Pedro V. liv.7. fl.67.]</ref> e Conselheiro do Rei desde 1870<ref>[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=8376856 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério do Reino. Decretos. mç. 1538. proc. n.º 150. liv. 2]</ref>. | O seu pai, José Januário, foi magistrado e bacharel em Direito, cujo processo de leitura do Bacharel decorreu em 1827<ref>[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=4663635 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Desembargo do Paço. Leitura de Bacharéis. Letra J. mç. 80. n.º 5. Visualizado em 24 maio, 2022.] </ref>. Recebeu mercês da Rainha D. Maria II, do Rei D. Pedro V e do Rei D. Luís, a saber: Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada desde 1834<ref>[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2014121 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Registo Geral de Mercês. D.Maria II. liv.2. fl.219v. Visualizado em 24 maio, 2022.] </ref>, Comendador da Ordem de Cristo desde 1839<ref>[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2014123 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Registo Geral de Mercês. D.Maria II. liv.11. fl.121. Visualizado em 24 maio, 2022.]</ref>, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real desde 1855<ref>[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2034066 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Registo Geral de Mercês. D. Pedro V. liv.7. fl.67. Visualizado em 24 maio, 2022.]</ref> e Conselheiro do Rei desde 1870<ref>[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=8376856 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério do Reino. Decretos. mç. 1538. proc. n.º 150. liv. 2. Visualizado em 24 maio, 2022.]</ref>. | ||
Viriato foi batizado a 09 de abril de 1851, tendo como padrinho Manuel da Silva Passos, Ministro de Estado Honorário, e como madrinha D. Clementina Emília Coelho Leite e Castro. | Viriato foi batizado a 09 de abril de 1851, tendo como padrinho Manuel da Silva Passos, Ministro de Estado Honorário, e como madrinha D. Clementina Emília Coelho Leite e Castro<ref name=":0" />. | ||
Em 1905, já estaria casado e teria regressado a Santa Marta de Penaguião. | Em 1905, já estaria casado e teria regressado a Santa Marta de Penaguião. | ||
===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário--> | ===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário--> | ||
Terá começado a trabalhar na [[Direcção das Obras Públicas de Moçambique|Direção de Obras Públicas de Moçambique]] na década de 1880, rondaria o ano de 1897<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0024)</ref>. Após três anos em Moçambique, transitou como condutor auxiliar para o Quadro da [[Direcção das Obras Públicas de Angola|Direção de Obras Públicas de Angola]], a 8 de março de 1890. | |||
30 de maio de 1890 | A carreira de Viriato nas Obras Públicas de Angola foi marcada por sucessivas licenças, a primeira requerida a 30 de maio de 1890, data em que pediu a primeira licença ilimitada para tratar de negócios pessoais, para começar a gozar quando lhe convier<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0027 e IMG_0028)</ref>. A 20 de junho do mesmo ano, o Governador da Província de Angola pronunciou-se sobre o requerimento, alegando que este tipo de licenças era utilizada para a prestação de serviços a entidades privadas, causando dano ao trabalho que deveria ser realizado pela Direção de Obras Públicas de Angola, parca em recursos humanos<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0025 e IMG_0026)</ref>. Do processo, acabou por ser concedida uma licença de seis meses, a 28 de julho de 1890<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0023)</ref>. | ||
Com a aproximação do términus do prazo da licença, Viriato Leite de Castro solicitou a prorrogação da mesma por mais seis meses, a 25 de fevereiro de 1891<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0022)</ref>. Na apreciação do requerimento pela Direção de Obras Públicas de Angola, a 16 de março de 1891, é referido que o condutor auxiliar estava a trabalhar para a Companhia de Águas de Luanda, portanto, para uma empresa privada - ao estar de licença registada, não recebia qualquer vencimento do estado<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0019)</ref>. No dia 28 de março de 1891, foi recebido na Estação de Telégrafos do Rossio, o telegrama de Luanda, em que o Governador comunicava ao Diretor-Geral do Ultramar a inexistência de inconvenientes na prorrogação da referida licença<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. Telegrama de Recepção n.º 1348. (IMG_0018)</ref>. Neste sentido, a licença acabou por ser prolongada por mais dois meses<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0016)</ref>. | |||
No ano seguinte, em novembro de 1892, pediu, de novo, uma licença ilimitada que lhe foi concedida, pela Portaria Provincial n.º 581, de 29 de novembro de 1892<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0013 e IMG_0014)</ref><ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. Informação referida ao ano de 1892. (IMG_0010, IMG_0011 e IMG_0012)</ref>. O parecer do Diretor de Obras Públicas de Angola referiu-se ao condutor como "auxiliar classificado para 2.ª classe", referindo que não haveria inconveniente da emissão dessa licença<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. Cópia do Ofício n.º 301 de 22 de novembro de 1892. (IMG_0015)</ref>. | |||
A 26 de abril de 1893, deixou Angola, a bordo do vapor "Angola", encontrando-se ainda a gozar licença ilimitada, conforme Portaria Provincial n.º 193 de abril de 1893<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. Guia n.º 96 (IMG_0008)</ref>. | |||
A 23 de junho do mesmo ano, a licença ilimitada havia sido revogada e foi-lhe solicitado que se apresentasse na Direção de Obras Públicas de Angola<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0006)</ref>. No dia 29 do mesmo mês, apresentou-se junto do Diretor de Obras Públicas de Angola, cargo então ocupado por [[Diogo Pereira de Sampaio]]. O condutor de 2.ª classe alegou que devido aos serviços que prestava na Companhia de Águas e no Caminho de Ferro de Ambaca, não seria possível ocupar as funções no Quadro de Obras Públicas de Angola<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. Cópia do Ofício n.º 514 de 29 de junho de 1895. (IMG_0007)</ref>. | |||
Não obstante, em 9 de fevereiro de 1893, fazia parte da lista de condutores de 2.ª classe das Obras Públicas de Angola mandada publicar por Francisco Joaquim Correia do Amaral, Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e do Ultramar<ref>[http://www.governodosoutros.ics.ul.pt/imagens_livros/bcu_novissima_vol21/Legisla%C3%A7%C3%A3o%20Nov%C3%ADssima%20-%20XXI%20Volume%20-%201893.pdf «Relação dos conductores de 1.<sup>a</sup> e 2.<sup>a</sup> classe do quadro de obras publicas do ultramar, que faz parte do decreto d’esta data (9 de fevereiro de 1893)», em ''Collecção da Legislação Novissima do Ultramar augmentada com um repertorio alphabetico - 1897'', vol. XXI (Lisboa: Imprensa Nacional, 1897), 24–26. Visualizado em 15 junho, 2022.]</ref>. | |||
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[https://digitarq.advrl.arquivos.pt/details?id=1083073 Arquivo Distrital de Vila Real. Paróquia de Sever 1586/1911. Registo de Batismos 1586/1911. Livro de registo de baptismos 1844/1859. Visualizado em 20 maio, 2022.] | |||
Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. | |||
[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=4663635 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Desembargo do Paço. Leitura de Bacharéis. Letra J. mç. 80. n.º 5. Visualizado em 24 maio, 2022.] | |||
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= | [https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2014123 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Registo Geral de Mercês. D.Maria II. liv.11. fl.121. Visualizado em 24 maio, 2022.] | ||
= | [https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2034066 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Registo Geral de Mercês. D. Pedro V. liv.7. fl.67. Visualizado em 24 maio, 2022.] | ||
==Bibliografia== <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography--> | ==Bibliografia== <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography--> | ||
[http://www.governodosoutros.ics.ul.pt/imagens_livros/bcu_novissima_vol21/Legisla%C3%A7%C3%A3o%20Nov%C3%ADssima%20-%20XXI%20Volume%20-%201893.pdf «Relação dos conductores de 1.<sup>a</sup> e 2.<sup>a</sup> classe do quadro de obras publicas do ultramar, que faz parte do decreto d’esta data (9 de fevereiro de 1893)». Em ''Collecção da Legislação Novissima do Ultramar augmentada com um repertorio alphabetico - 1897'', XXI:24–26. Lisboa: Imprensa Nacional, 1897. Visualizado em 15 junho, 2022.] | |||
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Revisão das 15h12min de 15 de junho de 2022
Viriato Leite de Castro | |
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Nome completo | Viriato Leite de Castro |
Outras Grafias | valor desconhecido |
Pai | José Januário Teixeira Leite Castro |
Mãe | Helena Emília Coelho Leite de Castro |
Cônjuge | Maria de Castro |
Filho(s) | Viriato Leite de Castro (1), Milia Leite de Castro, Viriato Leite de Castro (2) |
Irmão(s) | valor desconhecido |
Nascimento | 9 novembro 1851 Mofómedes, Santa Marta de Penaguião - |
Morte | valor desconhecido |
Sexo | Masculino |
Religião | valor desconhecido |
Residência | |
Residência | Angola |
Data | Início: 1890 Fim: 26 de abril de 1893 |
Residência | Portugal |
Data | Início: abril de 1893 Fim: junho de 1893 |
Residência | Luanda, Luanda, Angola |
Data | Início: junho de 1893 |
Cargos | |
Cargo | Condutor auxiliar |
Data | Início: 1889 Fim: 1890 |
Cargo | Condutor auxiliar |
Data | Início: 08 de março de 1890 Fim: fevereiro de 1893 |
Cargo | Condutor de 2ª classe |
Data | Início: fevereiro de 1893 |
Actividade | |
Actividade | Inspecção |
Data | Início: 1889 |
Local de Actividade | Moçambique |
Biografia
Dados biográficos
Viriato Leite de Castro nasceu a 9 de novembro 1851, em Mafómedes, Santo Adrião, Sever, filho de D. Helena Emília Coelho de Leite e Castro e do Comendador José Januário Teixeira Leite de Castro[1]. É neto paterno de Manuel António Castro Leite e de D. Ana de Trindade Teixeira Leite e neto materno do Comendador José Coelho de Carvalho e de D. Ana Inácio da Cruz Coelho, natural da cidade de Faro.
O seu pai, José Januário, foi magistrado e bacharel em Direito, cujo processo de leitura do Bacharel decorreu em 1827[2]. Recebeu mercês da Rainha D. Maria II, do Rei D. Pedro V e do Rei D. Luís, a saber: Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada desde 1834[3], Comendador da Ordem de Cristo desde 1839[4], Fidalgo Cavaleiro da Casa Real desde 1855[5] e Conselheiro do Rei desde 1870[6].
Viriato foi batizado a 09 de abril de 1851, tendo como padrinho Manuel da Silva Passos, Ministro de Estado Honorário, e como madrinha D. Clementina Emília Coelho Leite e Castro[1].
Em 1905, já estaria casado e teria regressado a Santa Marta de Penaguião.
Carreira
Terá começado a trabalhar na Direção de Obras Públicas de Moçambique na década de 1880, rondaria o ano de 1897[7]. Após três anos em Moçambique, transitou como condutor auxiliar para o Quadro da Direção de Obras Públicas de Angola, a 8 de março de 1890.
A carreira de Viriato nas Obras Públicas de Angola foi marcada por sucessivas licenças, a primeira requerida a 30 de maio de 1890, data em que pediu a primeira licença ilimitada para tratar de negócios pessoais, para começar a gozar quando lhe convier[8]. A 20 de junho do mesmo ano, o Governador da Província de Angola pronunciou-se sobre o requerimento, alegando que este tipo de licenças era utilizada para a prestação de serviços a entidades privadas, causando dano ao trabalho que deveria ser realizado pela Direção de Obras Públicas de Angola, parca em recursos humanos[9]. Do processo, acabou por ser concedida uma licença de seis meses, a 28 de julho de 1890[10].
Com a aproximação do términus do prazo da licença, Viriato Leite de Castro solicitou a prorrogação da mesma por mais seis meses, a 25 de fevereiro de 1891[11]. Na apreciação do requerimento pela Direção de Obras Públicas de Angola, a 16 de março de 1891, é referido que o condutor auxiliar estava a trabalhar para a Companhia de Águas de Luanda, portanto, para uma empresa privada - ao estar de licença registada, não recebia qualquer vencimento do estado[12]. No dia 28 de março de 1891, foi recebido na Estação de Telégrafos do Rossio, o telegrama de Luanda, em que o Governador comunicava ao Diretor-Geral do Ultramar a inexistência de inconvenientes na prorrogação da referida licença[13]. Neste sentido, a licença acabou por ser prolongada por mais dois meses[14].
No ano seguinte, em novembro de 1892, pediu, de novo, uma licença ilimitada que lhe foi concedida, pela Portaria Provincial n.º 581, de 29 de novembro de 1892[15][16]. O parecer do Diretor de Obras Públicas de Angola referiu-se ao condutor como "auxiliar classificado para 2.ª classe", referindo que não haveria inconveniente da emissão dessa licença[17].
A 26 de abril de 1893, deixou Angola, a bordo do vapor "Angola", encontrando-se ainda a gozar licença ilimitada, conforme Portaria Provincial n.º 193 de abril de 1893[18].
A 23 de junho do mesmo ano, a licença ilimitada havia sido revogada e foi-lhe solicitado que se apresentasse na Direção de Obras Públicas de Angola[19]. No dia 29 do mesmo mês, apresentou-se junto do Diretor de Obras Públicas de Angola, cargo então ocupado por Diogo Pereira de Sampaio. O condutor de 2.ª classe alegou que devido aos serviços que prestava na Companhia de Águas e no Caminho de Ferro de Ambaca, não seria possível ocupar as funções no Quadro de Obras Públicas de Angola[20].
Não obstante, em 9 de fevereiro de 1893, fazia parte da lista de condutores de 2.ª classe das Obras Públicas de Angola mandada publicar por Francisco Joaquim Correia do Amaral, Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e do Ultramar[21].
Outras informações
Obras
Notas
- ↑ 1,0 1,1 Arquivo Distrital de Vila Real. Paróquia de Sever 1586/1911. Registo de Batismos 1586/1911. Livro de registo de baptismos 1844/1859. Visualizado em 20 maio, 2022.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Desembargo do Paço. Leitura de Bacharéis. Letra J. mç. 80. n.º 5. Visualizado em 24 maio, 2022.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Registo Geral de Mercês. D.Maria II. liv.2. fl.219v. Visualizado em 24 maio, 2022.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Registo Geral de Mercês. D.Maria II. liv.11. fl.121. Visualizado em 24 maio, 2022.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Registo Geral de Mercês. D. Pedro V. liv.7. fl.67. Visualizado em 24 maio, 2022.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério do Reino. Decretos. mç. 1538. proc. n.º 150. liv. 2. Visualizado em 24 maio, 2022.
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0024)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0027 e IMG_0028)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0025 e IMG_0026)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0023)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0022)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0019)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. Telegrama de Recepção n.º 1348. (IMG_0018)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0016)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0013 e IMG_0014)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. Informação referida ao ano de 1892. (IMG_0010, IMG_0011 e IMG_0012)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. Cópia do Ofício n.º 301 de 22 de novembro de 1892. (IMG_0015)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. Guia n.º 96 (IMG_0008)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. (IMG_0006)
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro. Cópia do Ofício n.º 514 de 29 de junho de 1895. (IMG_0007)
- ↑ «Relação dos conductores de 1.a e 2.a classe do quadro de obras publicas do ultramar, que faz parte do decreto d’esta data (9 de fevereiro de 1893)», em Collecção da Legislação Novissima do Ultramar augmentada com um repertorio alphabetico - 1897, vol. XXI (Lisboa: Imprensa Nacional, 1897), 24–26. Visualizado em 15 junho, 2022.
Fontes
Arquivo Histórico Ultramarino. 767_2_R_X. Processos Individuais. Viriato Leite de Castro.
Bibliografia
Ligações Externas
Autor(es) do artigo
Gonçalo Margato
Departamento de Estudos Políticos, NOVA-FCSH
https://orcid.org/0000-0002-6248-3947
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
Citar este artigo
- Viriato Leite de Castro (última modificação: 15/06/2022). eViterbo. Visitado em 10 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Viriato_Leite_de_Castro