Henrique João Wilkens: diferenças entre revisões

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Henrique João Wilkens nasceu em 1736. As fontes documentais e bibliográficas divergem quanto à sua nacionalidade que pode ser inglesa ou portuguesa. Viterbo supõe que fosse inglês, pois seguramente "falava, lia e escrevia neste idioma"<ref name=":0" />.
Henrique João Wilkens nasceu em 1736. As fontes documentais e bibliográficas divergem quanto à sua nacionalidade que pode ser inglesa ou portuguesa. Viterbo supõe que fosse inglês, pois seguramente "falava, lia e escrevia neste idioma"<ref name=":0" />.


Em 1753, integrou a comitiva que foi para o Grão Pará acompanhando ao Governador e Plenipotenciário das Demarcações, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão de Sebastião de Carvalho e Melo, então Conde de Oeiras e futuro Marquês de Pombal. Em 9 de março de 1754, numa carta endereçada ao irmão, Mendonça Furtado refere a um rapaz, enteado do boticário da rainha-mãe queo governador tinha feito assentar praça como soldado e, como tinha noções de geometria, foi entregue ao Pe. Inácio  Smartoni para ser educado na engenharia e este agora pedia o posto de ajudante engenheiro, pelo que encaminhava ao rei este pedido<ref name=":1">Mendonça, Marcos Carneiro de. ''A Amazonia Na Era Pombalina''. 3 vols. Rio de Janeiro: IHGB, 1963, pp. 535, 712. </ref>. Em 7 de setembro de 1755, refere na sua correspondência com o irmão, a uma carta datada de 15 de março do mesmo ano em que se lhe ordena passar patente de ajudante engenheiro a Wilkens, que é identificado como o protegido da rainha-mãe<ref name=":1" />.
Em 1753, integrou a comitiva que foi para o Grão Pará acompanhando ao Governador e Plenipotenciário das Demarcações, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão de Sebastião de Carvalho e Melo, então Conde de Oeiras e futuro Marquês de Pombal. Em 9 de março de 1754, numa carta endereçada ao irmão, Mendonça Furtado refere a um rapaz, enteado do boticário da rainha-mãe que o governador tinha feito assentar praça como soldado e, como tinha noções de geometria, foi entregue ao matemático e astrónomo Pe. Inácio  Smartoni para ser educado na engenharia e este agora pedia o posto de ajudante engenheiro, pelo que encaminhava ao rei este pedido<ref name=":1">Mendonça, Marcos Carneiro de. ''A Amazonia Na Era Pombalina''. 3 vols. Rio de Janeiro: IHGB, 1963, pp. 535, 712. </ref>. Em 7 de setembro de 1755, refere na sua correspondência com o irmão, a uma carta datada de 15 de março do mesmo ano em que se lhe ordena passar patente de ajudante engenheiro a Wilkens, que é identificado como o protegido da rainha-mãe<ref name=":1" />.


Desde 1753 até pelo menos 1800, Henrique Wilkens residiu na Amazónia realizando vários  trabalhos relativos às demarcações de limites e outros. Em documento datado de 10 de Agosto de 1800, em que pede para ir a corte acompanhado de algum filho ou neto, Wilkens refere à sua numerosa família. Contudo o seu único filho conhecido é José Joaquim Wilkens que também seguiu carreira como militar.  
Desde 1753 até pelo menos 1800, Henrique Wilkens residiu na Amazónia realizando vários  trabalhos relativos às demarcações de limites e outros. Em documento datado de 10 de Agosto de 1800, em que pede para ir a corte acompanhado de algum filho ou neto, Wilkens refere à sua numerosa família. Contudo o seu único filho conhecido é José Joaquim Wilkens que também seguiu carreira como militar no Pará.  
===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->
===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->
Começou por servir no estado do Grão-Pará como soldado, em 1753. Completou a sua formação em Belém, no colégio jesuíta, sob a tutela do Padre Inácio Smartoni. Ainda em 1753 Wilkens refere ter sido ''"empregado no conhecimento de toda a costa do Marajó, com os mais engenheiros,nas observações astronómicas com o Pe. Samartoni, nesta cidade e em Colares, nas mesmas observações em Macapá, na configuração do mapa do Amazonas, em primeiro uso que se fez do outante Hadleiano, para o dito fim"''<ref>Amoroso, Marta Rosa, and Farage, Nádia. ''Relatos Da Fronteira Amazônica No Século XVIII. Documentos de Henrique João Wilkens e Alexandre Rodrigues Ferreira''. São Paulo: NHII-USP, 1994, p. 65.</ref>
Começou por servir no estado do Grão-Pará como soldado, em 1753. Completou a sua formação em Belém, no colégio jesuíta, sob a tutela do Padre Inácio Smartoni. Ainda em 1753 Wilkens refere ter sido ''"empregado no conhecimento de toda a costa do Marajó, com os mais engenheiros,nas observações astronómicas com o Pe. Samartoni, nesta cidade e em Colares, nas mesmas observações em Macapá, na configuração do mapa do Amazonas, em primeiro uso que se fez do outante Hadleiano, para o dito fim"''<ref name=":2">Amoroso, Marta Rosa, and Farage, Nádia. ''Relatos Da Fronteira Amazônica No Século XVIII. Documentos de Henrique João Wilkens e Alexandre Rodrigues Ferreira''. São Paulo: NHII-USP, 1994, p. 65.</ref>. Em 1754 vai para o arraial de Mariuáe é enviado em missão ao Rio Negro juntamente com António José Landi. Nesta ocasião diz que construiu e formalizou o primeiro mapa desde o arraial (futura vila de Barcelos) até as cachoeiras, até então desconhecidas. Afirma ainda que participou na observações astronómicas feitas em Borba, no rio Madeira e no rio Solimões, com o astrónomo joão Angelo Bruneli<ref name=":2" />.


ajudante de infantaria com exercício de engenheiro.
Em 1755 recebe a patente de ajudante de infantaria com exercício de engenheiro. Mendonça Furtado cogita integra-lo na equipe de demarcação do Mato Grosso, juntamente o Pe. Smartoni, com quem Wilkens reside até as vésperas da expulsão dos jesuítas do Grão Pará, em 1759.  


Em 1764 foi promovido a capitão de infantaria com exercício de engenheiro. <!-- Arquivo do Conselho Ultramarino, Ofícios e Mercês, l. 38, fl. 101 -->
Em 14 de agosto de 1764 foi promovido a capitão de infantaria com exercício de engenheiro, com soldo dobrado<ref name=":0" />.


Em 1780 foi nomeado segundo comissário para a demarcação do Rio Negro no posto de sargento-mor de artilharia com exercício de engenheiro. <!-- ANTT, CHR D. Maria I, l. 6, fl. 75v -->
Em 1780 foi nomeado segundo comissário para a demarcação do Rio Negro no posto de sargento-mor de artilharia com exercício de engenheiro. <!-- ANTT, CHR D. Maria I, l. 6, fl. 75v -->
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==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Arquivo do Conselho Ultramarino, Ofícios e Mercês, l. 38, fl. 101 (Carta patente de Capitão de Infantaria com exercício de Engenheiro)
==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Amoroso, Marta Rosa, and Farage, Nádia. ''Relatos Da Fronteira Amazônica No Século XVIII. Documentos de Henrique João Wilkens e Alexandre Rodrigues Ferreira''. São Paulo: NHII-USP, 1994.
Amoroso, Marta Rosa, and Farage, Nádia. ''Relatos Da Fronteira Amazônica No Século XVIII. Documentos de Henrique João Wilkens e Alexandre Rodrigues Ferreira''. São Paulo: NHII-USP, 1994.

Revisão das 17h50min de 5 de agosto de 2020


Henrique João Wilkens
Nome completo Henrique João Wilkens
Outras Grafias EQUAL
Filho(s) José Joaquim Wilkens


Biografia

Dados biográficos

Henrique João Wilkens nasceu em 1736. As fontes documentais e bibliográficas divergem quanto à sua nacionalidade que pode ser inglesa ou portuguesa. Viterbo supõe que fosse inglês, pois seguramente "falava, lia e escrevia neste idioma"[1].

Em 1753, integrou a comitiva que foi para o Grão Pará acompanhando ao Governador e Plenipotenciário das Demarcações, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão de Sebastião de Carvalho e Melo, então Conde de Oeiras e futuro Marquês de Pombal. Em 9 de março de 1754, numa carta endereçada ao irmão, Mendonça Furtado refere a um rapaz, enteado do boticário da rainha-mãe que o governador tinha feito assentar praça como soldado e, como tinha noções de geometria, foi entregue ao matemático e astrónomo Pe. Inácio Smartoni para ser educado na engenharia e este agora pedia o posto de ajudante engenheiro, pelo que encaminhava ao rei este pedido[2]. Em 7 de setembro de 1755, refere na sua correspondência com o irmão, a uma carta datada de 15 de março do mesmo ano em que se lhe ordena passar patente de ajudante engenheiro a Wilkens, que é identificado como o protegido da rainha-mãe[2].

Desde 1753 até pelo menos 1800, Henrique Wilkens residiu na Amazónia realizando vários trabalhos relativos às demarcações de limites e outros. Em documento datado de 10 de Agosto de 1800, em que pede para ir a corte acompanhado de algum filho ou neto, Wilkens refere à sua numerosa família. Contudo o seu único filho conhecido é José Joaquim Wilkens que também seguiu carreira como militar no Pará.

Carreira

Começou por servir no estado do Grão-Pará como soldado, em 1753. Completou a sua formação em Belém, no colégio jesuíta, sob a tutela do Padre Inácio Smartoni. Ainda em 1753 Wilkens refere ter sido "empregado no conhecimento de toda a costa do Marajó, com os mais engenheiros,nas observações astronómicas com o Pe. Samartoni, nesta cidade e em Colares, nas mesmas observações em Macapá, na configuração do mapa do Amazonas, em primeiro uso que se fez do outante Hadleiano, para o dito fim"[3]. Em 1754 vai para o arraial de Mariuáe é enviado em missão ao Rio Negro juntamente com António José Landi. Nesta ocasião diz que construiu e formalizou o primeiro mapa desde o arraial (futura vila de Barcelos) até as cachoeiras, até então desconhecidas. Afirma ainda que participou na observações astronómicas feitas em Borba, no rio Madeira e no rio Solimões, com o astrónomo joão Angelo Bruneli[3].

Em 1755 recebe a patente de ajudante de infantaria com exercício de engenheiro. Mendonça Furtado cogita integra-lo na equipe de demarcação do Mato Grosso, juntamente o Pe. Smartoni, com quem Wilkens reside até as vésperas da expulsão dos jesuítas do Grão Pará, em 1759.

Em 14 de agosto de 1764 foi promovido a capitão de infantaria com exercício de engenheiro, com soldo dobrado[1].

Em 1780 foi nomeado segundo comissário para a demarcação do Rio Negro no posto de sargento-mor de artilharia com exercício de engenheiro.

A 26 de setembro de 1794 era feito tenente-coronel com exercício de engenheiro no Real Corpo de Engenheiros[1].

Outras informações

Obras

No Arquivo Histórico do Exército, no Rio de Janeiro consta um álbum que contém cópias de plantas de sua autoria.

Coleção Relativa à Fortaleza de Macapá – Doze mapas coloridos, cópias de outros desenhos de diversos autores e datas (incluindo Henrique João Wilkens e Francisco José da Costa Roxa e Mendonça), em papel canson, em bom estado, medindo 56cm x 33,5cm. Alguns desenhos executados pelo cadete João Henrique de Matos e outros por Ignácio António da Silva, 2º Tenente de Artilharia. (AHE 06.30.2627) (c. 1805)

Notas

  1. ↑ 1,0 1,1 1,2 Viterbo. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III, 196-197.
  2. ↑ 2,0 2,1 Mendonça, Marcos Carneiro de. A Amazonia Na Era Pombalina. 3 vols. Rio de Janeiro: IHGB, 1963, pp. 535, 712.
  3. ↑ 3,0 3,1 Amoroso, Marta Rosa, and Farage, Nádia. Relatos Da Fronteira Amazônica No Século XVIII. Documentos de Henrique João Wilkens e Alexandre Rodrigues Ferreira. São Paulo: NHII-USP, 1994, p. 65.

Fontes

Arquivo do Conselho Ultramarino, Ofícios e Mercês, l. 38, fl. 101 (Carta patente de Capitão de Infantaria com exercício de Engenheiro)

Bibliografia

Amoroso, Marta Rosa, and Farage, Nádia. Relatos Da Fronteira Amazônica No Século XVIII. Documentos de Henrique João Wilkens e Alexandre Rodrigues Ferreira. São Paulo: NHII-USP, 1994.

Mendonça, Marcos Carneiro de. A Amazonia Na Era Pombalina. 3 vols. Rio de Janeiro: IHGB, 1963.

Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal. Vol III. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1922.

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

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