Escola de Desenho Industrial de Coimbra: diferenças entre revisões

Fonte: eViterbo
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 46: Linha 46:




A Escola de Desenho Industrial, de Coimbra, foi criada por decreto de 3 de Janeiro de 1884 com fim de alcançar para a indústria as necessárias "condições indispensáveis de barateza e perfeição" através da instrução dos trabalhadores em "escolas especiais com uma feição eminentemente prática", segundo o preâmbulo ao decreto. A par da Escola Industrial da Covilhã, estabeleciam-se oito escolas de desenho industrial, nomeadamente, uma em Coimbra, cuja instrução deveria incidir no "desenho exclusivamente industrial" e ser dirigida "com aplicação à indústria ou indústrias predominantes nas localidades onde são estabelecidas"<ref>Decreto de 3 de Janeiro de 1884, ''D. do G.'' nº 5 de 7 de Janeiro de 1884.</ref>. Cada disciplina era regida por um professor de nomeação vitalícia pelo governo.


Em Setembro de 1884, a Câmara Municipal de Coimbra desistia de adquirir o edifício da antiga Igreja da Trindade, como forma de "facilitar a instalação na cidade de Coimbra da escola de desenho industrial"<ref>Representação? de 27 de Setembro de 1884, ''D. do G.'' nº 221 de 29 de Setembro de 1884.</ref>.  
A Escola de Desenho Industrial, de Coimbra, foi criada por decreto de 3 de Janeiro de 1884, por António Augusto de Aguiar, Ministro do M.O.P.C.I.,  com o fim de alcançar para a indústria as necessárias "condições indispensáveis de barateza e perfeição" através da instrução dos trabalhadores em "escolas especiais com uma feição eminentemente prática", segundo o preâmbulo do decreto. A par da Escola Industrial da Covilhã, estabeleceram-se oito escolas de desenho industrial, nomeadamente, uma em Coimbra, cuja instrução deveria incidir no "desenho exclusivamente industrial" e ser dirigida "com aplicação à indústria ou indústrias predominantes nas localidades onde são estabelecidas"<ref>Decreto de 3 de Janeiro de 1884, ''D. do G.'' nº 5 de 7 de Janeiro de 1884.</ref>.


Para albergar o novo estabelecimento de ensino a Câmara cedeu a igreja do Colégio da Trindade, mas a escola jamais se alojou no templo e, para que o novo estabelecimento de ensino iniciasse as suas funções, a Associação dos Artistas que, como vimos, ocupava o refeitório crúzio, em 1885, ofereceu, de forma parcial, as suas instalações, para que as aulas se pudessem iniciar.
No caso conimbricense registava-se "um ambiente de desenvolvimento económico, que favoreceu a fundação da Escola" e no qual se destacavam-se as actividades artesanais e as actividades industriais, a saber, indústria alimentar, metalúrgica e metalomecânica<ref>Martinho, "Professores estrangeiros ao serviço", 24-25; 27.</ref>.  


Cada disciplina era regida por um professor de nomeação vitalícia pelo governo.


Em 5 de Dezembro de 1884, sob proposta do inspector de escolas industriais e das de desenho industrial, acrescia à designação da Escola de Desenho Industrial, de Coimbra, o nome de Félix de Avelar Brotero, diretor do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra e pioneiro nos estudos de botânica, agricultura e agronomia em Portugal<ref>Decreto de 5 de Dezembro de 1884, ''D. do G.'' nº 282 de 11 de Dezembro de 1884.</ref>.
A matrícula na Escola Industrial era permitida a alunos com idades compreendidas entre os seis e os 12 anos, sendo necessária aprovação no desenho elementar para a frequência nos ramos do desenho industrial<ref>Regulamento geral das escolas industriaes e escolas de desenho industrial, ''D. do G.'' nº 103 de 7 de Maio de 1884.</ref>.  


O primeiro ano lectivo da Escola de Desenho Industrial foi inaugurado em 20 de Fevereiro de 1885<ref>Martinho, "Professores estrangeiros ao serviço", 30.</ref> contando com 152 matrículas, entre as quais três alunas.
----Em 5 de Dezembro de 1884, sob proposta do inspector de escolas industriais e das de desenho industrial, acrescia à designação da Escola de Desenho Industrial, de Coimbra, o nome de Félix de Avelar Brotero (1744-1828), diretor do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra e pioneiro nos estudos de botânica, agricultura e agronomia em Portugal<ref>Decreto de 5 de Dezembro de 1884, ''D. do G.'' nº 282 de 11 de Dezembro de 1884.</ref>.


As matrículas na Escola Industrial era permitida a idades compreendidas entre os seis e os 12 anos, necessitando de aprovação no desenho elementar para a frequência nos ramos do desenho industrial<ref>Regulamento geral das escolas industriaes e escolas de desenho industrial, ''D. do G.'' nº 103 de 7 de Maio de 1884.</ref>.
Segundo o decreto de 3 de Janeiro de 1884, era esperado que "as cadeiras ou escolas de desenho, multiplicadas com o tempo, ir-se-hão constituindo gradualmente em escolas industriais.<ref>Regulamento geral das escolas industriaes e escolas de desenho industrial, ''D. do G.'' nº 103 de 7 de Maio de 1884. </ref>" Este seria o primeiro argumento para a constituição de uma Escola Industrial, em Coimbra, apresentado pelos vereadores da Câmara Municipal de Coimbra, António Augusto Gonçalves, Diretor da Escola de Desenho Industrial, e Manuel Augusto Rodrigues da Silva, em sessão de 20 de Outubro de 1887. A mais, sustentavam aquela criação segundo a "numerosa concorrência à Escola Brotero", mas também na "urgência de acudir às indústrias locais, fornecendo-lhes suficientes meios de instrução<ref>''O Conimbricense,'' n.º 4191, de 25 de Outubro de 1897, O Tributo Popular, n.º 3304, de 26 de Outubro de 1887, citados em Martinho, "Os professores", 32. </ref>".


A empresa dos vereadores conheceria sucesso e por decreto de 10 de Janeiro de 1889, da autoria de Emídio Navarro, Ministro do M.O.P.C.I., era criada uma Escola Industrial, em Coimbra, com a designação "Brotero", que incorporou a "aula de desenho industrial «Brotero»". A Escola contaria com instalações anexas auxiliares, como oficinas de trabalhos em metal, madeira e barro<ref>Decreto de 10 de Janeiro de 1889, ''D. do G.'' nº 44 de 23 de Fevereiro de 1889.</ref>. A Escola Industrial de Coimbra inaugurou as suas aulas em 4 de Janeiro de 1890<ref>Martinho, "Professores", 33.</ref>.


Para que tal tenha sido possível tornou-se necessário alargar o corpo docente exímio, um professor, da Escola de Desenho Industrial, e, para efeito, foram abertos concursos no estrangeiro (Roma, Berlim, Bruxelas, Berna, Viena de Áustria e Paris) por forma a "contratar professores de qualidade nas especialidades mais carecidas"<ref>Martinho, "Professores", 34.</ref>.
----


Para a transição para Escola Industrial: Era entendimento de António Augusto de Aguiar, Ministro do M.O.P.C.I., que "as cadeiras ou escolas de desenho, multiplicadas com o tempo, ir-se-hão constituindo gradualmente em escolas industriais.<ref>Regulamento geral das escolas industriaes e escolas de desenho industrial, ''D. do G.'' nº 103 de 7 de Maio de 1884. </ref>"


A Escola de Desenho não conheceu uma localização fixa nas primeiras décadas do seu funcionamento. Em Setembro de 1884, a Câmara Municipal de Coimbra desistia de adquirir o edifício da antiga Igreja da Trindade, de forma a "facilitar a instalação na cidade de Coimbra da escola de desenho industrial"<ref>Representação? de 27 de Setembro de 1884, ''D. do G.'' nº 221 de 29 de Setembro de 1884.</ref>. Porém, a Escola de Desenho não chegou a estabelecer-se naquele espaço e, em alternativa, a partir de 1885, ocupou parte do refeitório dos frades Crúzios no Mosteiro de Santa Cruz, espaço cedido pela Associação dos Artistas de Coimbra<ref>Anacleto. "Coimbra: Alargamento do espaço urbano no Cotovelo dos séculos XIX e XX", 169.</ref>. No ano seguinte a Câmara Municipal de Coimbra cedia o espaço situado no piso superior ao refeitório para ocupação pela Escola de Desenho<ref>Anacleto, "Coimbra:", 170.</ref>. 


Dois anos volvidos, em 1887, os vereadores republicanos António Augusto Gonçalves e Manuel Augusto Rodrigues da Silva apresentaram uma proposta no sentido de transformar a Brotero numa escola industrial. A sugestão justificava-se porque, na cidade, a indústria mais vultuosa era a da cerâmica e porque se perfilava a hipótese de que a Escola Nacional de Cerâmica “que andava na mente do Sr. ministro das obras públicas”, se localizasse em Coimbra. A alteração veio a acontecer quando Emídio Navarro, através de decreto publicado no Diário do Governo de 10 de janeiro de 1889, transforma a “Escola de Desenho Industrial” em “Escola Industrial” Brotero.
Posteriormente a 1889, já como Escola Industrial "Brotero" de Coimbra, ocupou os espaços do andares superiores e térreos da ala oeste e fachada sul do Claustro da Manga, assim como, o próprio Claustro e a antiga Capela do Noviciado acresceram aos espaços já utilizados pelas aulas da Escola de Desenho Industrial<ref>Anacleto, 170.</ref>. No ano lectivo de 1890-1891 foram realizadas obras nos edifícios que circundavam o Jardim de Manga para que albergassem as oficinas de serralharia, carpintaria, marcenaria, modelação e cerâmica, e gravura e ornamentação de metais"<ref>Martinho, "Professores", 42.</ref>.


Entre 1889 e 1910 foram realizados estudos de arquitectura para erigir novo edifício para estabelecer definitivamente a Escola Industrial de Coimbra, os quais não conheceram conclusão prática. Devido a um incêndio ocorrido no Claustro da Manga, em 1917, a Escola Industrial seria transferida para o edifício da Casa da Quinta do Mosteiro, onde estava instalada a Direcção das Obras Públicas<ref>Anacleto, 171.


Três anos antes (1886), sendo diretor António Augusto Gonçalves, a escola passou a utilizar, para além da parte da sala cedida pela Associação dos Artistas, o espaço pertencente à Câmara Municipal situado por cima do refeitório crúzio; contudo, em meados de 1889, o estabelecimento de ensino, então ‘provisoriamente’ instalado, continuava a usufruir os mesmos espaços. Como consequência, procedeu-se a adaptações que passaram por lhe anexar, num primeiro momento, o andar superior da ala oeste do claustro da Manga (atual Jardim da Manga), a antiga capela do noviciado e, mais tarde, o segundo piso da fachada sul, bem como o próprio claustro e os pisos térreos das duas mencionadas alas.
Figueira, "Escola-de-toda-a-Cidade", 8.</ref> e, hoje, a Associação Académica de Coimbra.  


Mais tarde, em 1910, também sem qualquer resultado visível, o “distinto arq. Adães Bermudes” deslocou-se a Coimbra, a fim de coligir os apontamentos indispensáveis para a elaboração do risco do novo edifício e o dr. Sidónio Pais, no ano seguinte, depois de ter sido nomeado ministro do Fomento, encarrega o arquiteto Silva Pinto de apresentar um outro projeto que “ficará situado entre a Praça da Republica, rua Oliveira Matos e estrada de Entre Muros, com a fachada principal voltada para a Avenida Sá da Bandeira”. A impressa local publicou o alçado que por aí se quedou. Em 1917 as chamas consumiram as alas do claustro da Manga que a Brotero ocupava, ocasionando graves prejuízos e deixando a escola sem instalações. Mas goraram-se as expectativas de que o incêndio tivesse sido ‘providencial’ e obrigasse à construção do novo imóvel, porque a Escola passou a utilizar o edifício onde funcionara a Direção das Obras Públicas, nas proximidades da Praça da República; isto é, na ‘Casa de Férias’ do prior de Santa Cruz. Em 1921, quando foi criado o Instituto Industrial e Comercial de Coimbra, o Governo determinou que a Brotero deixasse as instalações da Rua Oliveira Matos e passasse a ocupar o edifício fronteiro ao Jardim da Manga.
Em 1921, quando foi criado o Instituto Industrial e Comercial de Coimbra, o Governo determinou que a Brotero deixasse as instalações da Rua Oliveira Matos e passasse a ocupar o edifício fronteiro ao Jardim da Manga.


https://academiabelasartes.pt/wp-content/uploads/2020/02/Revista-Boletim-n.%C2%BA-32-a-34.pdf
https://academiabelasartes.pt/wp-content/uploads/2020/02/Revista-Boletim-n.%C2%BA-32-a-34.pdf


Esse alunos, cujas idades oscilavam entre os 6 e os 40 anos, ou se distribuíam por um leque bastante amplo de profissões – alfaiates, barbeiros, canteiros, carpinteiros, fabricantes de doce, fundidores, latoeiros, marceneiros, oleiros, ourives, pedreiros, pintores, tipógrafos.




"No ... ano de 1984, a Escola Brotero de Coimbra, comemora o seu primeiro centenário. Com efeito, foi criada, pelo então Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria, António Augusto de Aguiar, como Escola de Desenho Industrial, por Decreto de 3 de Janeiro de 1884, sendo batizada com o nome de «Brotero» por Decreto de 5 de Dezembro desse mesmo ano.


… Por Despacho de 4 de Dezembro de 1884, foi colocado na Escola Brotero, o professor António Augusto Gonçalves, diretor da «Escola Livre das Artes de Desenho» … Para instalação da Escola, a Câmara Municipal de Coimbra … cedeu a antiga Igreja da Trindade … Sendo, porém, necessário fazer obras de adaptação … a Associação dos Artistas de Coimbra, para que a abertura da Escola não fosse adiada, ofereceu uma sala de que, desde 1866, dispunha no mosteiro de Santa Cruz – o antigo refeitório. Aí abriu a Escola Brotero, em 20 de Fevereiro de 1885, lá se mantendo, em condições precárias, até Dezembro de 1887.
In Gomes, J. F. Apontamento para o estudo das origens da Escola Brotero de Coimbra. In 1.º Centenário da Exposição Distrital de 1884. Coimbra. Simpósio. 30 de Junho e 1 de Julho de 1984. Coimbra, Edição do Secretariado das Comemorações, p. 30 a 41, citado em <nowiki>https://acercadecoimbra.blogs.sapo.pt/coimbra-as-origens-da-escola-brotero-30425</nowiki>
 
 
Em 1926, a brotero partilhou as instalações com o Instituto Industrial e Comercial de Coimbra, mas devido à escassez das mesmas, a distância a que se encontravam das oficinas e do centro de Coimbra e a morosidade que se verificou na construção do novo edifício junto à Praça da República, levou a mudança de instalações dos dois estabelecimentos de ensino para a antiga hospedaria de Santa Cruz e residência do seu Prior frente ao Mercado D. Pedro V, onde ficou por mais de 35 anos e onde actualmente funciona a Escola Secundária Jaime Cortesão. O edifício construido na Praça da República nunca chegou a ser ocupado pela Brotero."
 
===Outras informações===<!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->


… O material didático … foi obtido, em parte, na Alemanha, na Inglaterra e na França e, em parte, no nosso País. Tendo o da Escola Brotero vindo da Alemanha … O ensino do desenho divide-se em elementar e industrial; o primeiro é diurno e o segundo é noturno … As aulas abriram efetivamente em 20 de Fevereiro de 1885, estando matriculados 84 alunos (81 do sexo masculino e 3 do sexo feminino … Em poucos dias, mantendo-se embora estacionário o número de alunos do sexo feminino, esse número subiu para 152. Esse alunos, cujas idades oscilavam entre os 6 e os 40 anos, ou se distribuíam por um leque bastante amplo de profissões – alfaiates, barbeiros, canteiros, carpinteiros, fabricantes de doce, fundidores, latoeiros, marceneiros, oleiros, ourives, pedreiros, pintores, tipógrafos.


… No começo do ano letivo de 1886-1887, em Dezembro, a Escola Brotero deixou de funcionar na sala da Associação dos Artistas e passou … no corredor por cima do antigo refeitório. Nesse corredor, ladeado de celas, foram feitas obras de adaptação, que consistiram fundamentalmente em unir as celas de um dos lados corredor para formar uma sala grande.
Instalações?


… Emídio Júlio Navarro, então, Ministro das Obras Públicas, por Decreto de 10 de Janeiro de 1889, transforma a Escola de Desenho Industrial de Coimbra em Escola Industrial «destinada a ministrar o ensino teórico e prático apropriado às indústrias predominantes na mesma cidade» … Em 4 de Janeiro de 1890 começou a funcionar como Escola Industrial … em 15 de Maio de 1889, o italiano Leopoldo Battistini foi nomeado professor de «Desenho ornamental» e o austríaco Emil Jack, professor de «Desenho de máquinas» … o austríaco Hans Dickel … professor de «Desenho arquitetónico» … o francês Charles Lepierre … professor de «Química industrial» … Albino Augusto Manique de Melo … professor de «Aritmética e geometria elementar» e Eugénio de Castro e Almeida … professor de «Língua francesa».


A Câmara Municipal cedeu à Escola, nesse ano letivo (de 1890-1891) «a parte baixa do antigo cerco do noviciado do convento de Santa Cruz”.
O material didático … foi obtido, em parte, na Alemanha, na Inglaterra e na França e, em parte, no nosso País. Tendo o da Escola Brotero vindo da Alemanha …


Durante o ano letivo de 1890-1891, foram feitas obras «na parte inferior dos edifícios que bordam o jardim da Manga, a fim de adaptar esta parte do edifício ao estabelecimento de oficinas de serralharia, carpintaria e marcenaria, de modelação e cerâmica, com que vai ser dotada aquela escola, bem como para melhorar as instalações da oficina de gravura e ornamentação de metais que este ano já funcionou»."
==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
Professores na Escola de Desenho Industrial "Brotero", de Coimbra:
 
- Disciplina de Desenho elementar: António Augusto Gonçalves<ref>Figueira, "A Sempre-Escola", 6.</ref>.
 
 
Professores na Escola Industrial "Brotero", de Coimbra<ref>Anacleto, 171.</ref> <ref>Martinho, "Professores", 41-42.</ref>:
 
- Disciplina de Desenho elementar: António Augusto Gonçalves
 
- Disciplina de Química aplicada à indústria: Charles Lepierre.
 
- Disciplina de Desenho ornamental: Leopoldo Battistini.
 
- Disciplina de Desenho de arquitectura: Hans Dickel. A partir de 1895-1896 rege a disciplina August Stamm, com o auxílio de Leopoldo Battistini<ref>Martinho, "Professores", 46.</ref>. A partir de 1896-1897 rege a disciplina Silva Pinto.
 
- Disciplina de Física e Mecânica, e suas aplicações industriais: Emil Iock. A partir de 1896-1897 rege a disciplina Costa Pessoa.
 
- Disciplina de Desenho de máquinas: Emil Iock.
 
- Curso/disciplina de gravura e ornamentação dos metais: Emil Iock.
 
- Disciplina de Modelação arquitectónica: Leopoldo Battistini<ref>Martinho, "Professores", 46.</ref>.
 
- Disciplina de modelação ornamenntal: Leopoldo Battistini<ref>Martinho, "Professores", 46.</ref>.
 
- Disciplina de Desenho geométrico, do ramo arquitectónico e mecânico: Hans Dickel e Emil Iock<ref>Martinho, "Professores", 46.</ref>.
 
 
Em 4 de Janeiro de 1890 começou a funcionar como Escola Industrial … em 15 de Maio de 1889, o italiano Leopoldo Battistini foi nomeado professor de «Desenho ornamental» e o austríaco Emil Jack, professor de «Desenho de máquinas» … o austríaco Hans Dickel … professor de «Desenho arquitetónico» … o francês Charles Lepierre … professor de «Química industrial» … Albino Augusto Manique de Melo … professor de «Aritmética e geometria elementar» e Eugénio de Castro e Almeida … professor de «Língua francesa».




In Gomes, J. F. Apontamento para o estudo das origens da Escola Brotero de Coimbra. In 1.º Centenário da Exposição Distrital de 1884. Coimbra. Simpósio. 30 de Junho e 1 de Julho de 1984. Coimbra, Edição do Secretariado das Comemorações, p. 30 a 41, citado em <nowiki>https://acercadecoimbra.blogs.sapo.pt/coimbra-as-origens-da-escola-brotero-30425</nowiki>
In Gomes, J. F. Apontamento para o estudo das origens da Escola Brotero de Coimbra. In 1.º Centenário da Exposição Distrital de 1884. Coimbra. Simpósio. 30 de Junho e 1 de Julho de 1984. Coimbra, Edição do Secretariado das Comemorações, p. 30 a 41, citado em <nowiki>https://acercadecoimbra.blogs.sapo.pt/coimbra-as-origens-da-escola-brotero-30425</nowiki>


"a 13 de Janeiro de 1917, um incêndio destruiu uma parte das instalações. Devido ao incêndio, a Brotero foi transferida para a Quinta de Santa Cruz na antigaimagesGLWC1ID2 casa de verão do Prior (espaço que hoje ocupado pela AAC - Associação Académica de Coimbra), mantendo-se apenas as oficinas no Jardim da Manga.


Em 1926, a brotero partilhou as instalações com o Instituto Industrial e Comercial de Coimbra, mas devido à escassez das mesmas, a distância a que se encontravam das oficinas e do centro de Coimbra e a morosidade que se verificou na construção do novo edifício junto à Praça da República, levou a mudança de instalações dos dois estabelecimentos de ensino para a antiga hospedaria de Santa Cruz e residência do seu Prior frente ao Mercado D. Pedro V, onde ficou por mais de 35 anos e onde actualmente funciona a Escola Secundária Jaime Cortesão. O edifício construido na Praça da República nunca chegou a ser ocupado pela Brotero."
- Director: Albino Augusto Manique de Melo.<ref>Figueira, "A Sempre-Escola", 6.</ref>
 
===Outras informações===<!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
No contexto de modernização escolar delineada pela Coroa, a que já me referi, foi importada “mão-de-obra” específica, destinada a integrar o corpo docente desses estabelecimentos de ensino industriais, então a conhecerem, no país, um considerável impulso. Para Coimbra, de acordo com A Voz do Artista (1889.08.31) e O Conimbricense (1889.08.24), a fim de lecionar na Escola Industrial de Brotero vieram vários professore estrangeiros: Charles Lepierre (francês), contratado em Paris para o ensino da química aplicada à indústria; Leopoldo Battistini (italiano), contratado em Roma, para ensinar desenho decorativo; Hans Dickel (austríaco), contratado em Viena, seria o responsável pelo ensino do desenho de arquitetura; Emile Iock (austríaco), contratado em Viena, regeria o ensino da física mecânica e suas aplicações industriais, devendo também ocupar-se do curso de desenho de máquinas. Hans Dickel, pouco depois de ter chegado a Coimbra, foi encarregado (1889) de riscar o projeto de um edifício destinado a albergar a Brotero, mas a verdade é que ele jamais saiu do papel, se é que alguma vez lá esteve, embora aparecesse sempre referenciado na imprensa local como sendo “de grandiosas dimensões”. https://academiabelasartes.pt/wp-content/uploads/2020/02/Revista-Boletim-n.%C2%BA-32-a-34.pdf


==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
<!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente-->Segundo a organização de que foi dotado em 1884, o ensino de desenho industrial era dividido em dois graus, a saber, o primeiro, Elementar ou geral, e, o segundo, Industrial ou especial, por sua vez subdividido em três ramos, ornamental, arquitectural e mecânico, cuja frequência isolada era bienal. Sendo obrigatória a leccionação do primeiro grau em todas as cadeiras de desenho, determinava-se que na Escola Industrial de Coimbra fosse regidos os ramos especiais de desenho ornamental (desenho geométrico; de ornato; estudo da perspectiva e aguadas; modelação em cera ou barro) e desenho arquitectural (desenho geométrico; estudo da perspectiva e aguadas; estereotomia e corte de madeiras para construção; desenho arquitectural e ornato arquitectónico; desenho topográfico; elaboração de cortes, plantas, perfis, projecções, detalhes, épures e uso de tintas convencionais)<ref>Regulamento geral das escolas industriaes e escolas de desenho industrial, ''D. do G.'' nº 103 de 7 de Maio de 1884.</ref>.
<!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente-->Segundo a organização de que foi dotado em 1884, o ensino de desenho industrial era dividido em dois graus, a saber, o primeiro, Elementar ou geral, e, o segundo, Industrial ou especial, por sua vez subdividido em três ramos, ornamental, arquitectural e mecânico, cuja frequência isolada era bienal. Sendo obrigatória a leccionação do primeiro grau em todas as cadeiras de desenho, determinava-se que na Escola Industrial de Coimbra fosse regidos os ramos especiais de desenho ornamental (desenho geométrico; de ornato; estudo da perspectiva e aguadas; modelação em cera ou barro) e desenho arquitectural (desenho geométrico; estudo da perspectiva e aguadas; estereotomia e corte de madeiras para construção; desenho arquitectural e ornato arquitectónico; desenho topográfico; elaboração de cortes, plantas, perfis, projecções, detalhes, épures e uso de tintas convencionais)<ref>Regulamento geral das escolas industriaes e escolas de desenho industrial, ''D. do G.'' nº 103 de 7 de Maio de 1884.</ref>.
Segundo o decreto de 10 de Janeiro de 1889 a Escola Industrial de Coimbra leccionaria as disciplinas de "Aritmética e geometria elementar; Química industrial; Princípios de física e elementos de mecânica; Língua francesa; Desenho industrial"<ref>Decreto de 10 de Janeiro de 1889, ''D. do G.'' nº 44 de 23 de Fevereiro de 1889.</ref>.
No ano lectivo de 1886-1887 foram leccionadas "as seguintes disciplinas do grau industrial: desenho de ornato, desenho geométrico, modelação, desenho arquitectónico, topográfico e de figura, tendo, contudo, o estudo da modelação um menor grau de desenvolvimento.<ref>Martinho, "Os professores", 31.</ref>"
No seguimento da reforma sobre o ensino industrial e comercial de 1891, da autoria de João Franco, o Conselho Escolar procedeu a adaptações das disciplinas, deliberando integrar as aulas de perspectiva na disciplina de arquitectura, por falta de sala disponível", e reunir no mesm0o curso os ramos arquitectural e ornamental de modelação". No mesmo ano o professor Leopoldo Battistini propunha a criação da disciplina de desenho geométrico, a qual seria aceite<ref>Martinho, "Professores", 46.</ref>.
Pela reforma de 1897, da autoria de Augusto José da Cunha, estabeleceu-se uma nova organização das escolas industriais e de comércio. Na Escola Industrial "Brotero" estabeleciam-se três cursos, a saber, Desenho industrial, Profissional e Industrial, acrescendo ainda um Curso livre de química. O currículo era igualmente alterado passando a constar as disciplinas de Desenho elementar, Desenho arquitectónico; ornamental e modelação, Língua portuguesa, Aritmética e geometria, Corografia e História pátria, Geografia geral, Língua francesa, Princípios de física e química, Física e mecânica industrial e Química industrial<ref>Decreto de 14 de Dezembro de 1897, ''D. do G.'' n.º 283, de 15 de Dezembro de 1897.</ref>. Pela reforma de 1893, estabeleciam-se as oficinas de serralharia, cerâmica, entalhador e formação<ref>Decreto de 14 de Dezembro de 1897, ''D. do G.'' n.º 283, de 15 de Dezembro de 1897.</ref>.


==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography-->
==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography-->
Linha 112: Linha 157:


Decreto de 5 de Dezembro de 1884, ''D. do G.'' nº 282 de 11 de Dezembro de 1884.
Decreto de 5 de Dezembro de 1884, ''D. do G.'' nº 282 de 11 de Dezembro de 1884.
Decreto de 10 de Janeiro de 1889, ''D. do G.'' nº 44 de 23 de Fevereiro de 1889[https://digigov.cepese.pt/pt/pesquisa/listbyyearmonthday?ano=1889&mes=2&tipo=a-diario&pm=&res= .]
Decreto de 14 de Dezembro de 1897, ''D. do G.'' n.º 283, de 15 de Dezembro de 1897.


==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Linha 121: Linha 170:


<nowiki>https://acercadecoimbra.blogs.sapo.pt/coimbra-as-origens-da-escola-brotero-30425</nowiki>
<nowiki>https://acercadecoimbra.blogs.sapo.pt/coimbra-as-origens-da-escola-brotero-30425</nowiki>
Regina Anacleto, "Coimbra: Alargamento do espaço urbano no cotovelo dos séculos XIX e XX". ''Belas-Artes:'' ''Revista Boletim da Academia Nacional de Belas Artes'', 3.ª série, no. 32-34 (2013-2016): 127-187[https://academiabelasartes.pt/wp-content/uploads/2020/02/Revista-Boletim-n.%C2%BA-32-a-34.pdf .]
António Manuel Matoso Martinho, "Professores estrangeiros ao serviço da Escola Industrial Brotero (1888-1911)". ''Educação e Tecnologia''. 20 (Setembro 1997), 23-109.
Maria de Lourdes Figueira, "A Sempre-Escola". ''Brotero. Comemorações [125 anos]. Campeão das Províncias'', 525 (Maio 2010): 6-7[https://issuu.com/campeaodasprovincias/docs/revista_avelar_brotero .]
Maria de Lourdes Figueira, "Escola-de-toda-a-Cidade". ''Brotero. Comemorações [125 anos]. Campeão das Províncias'', 525 (Maio 2010): 8[https://issuu.com/campeaodasprovincias/docs/revista_avelar_brotero .]
==Ligações Internas==
==Ligações Internas==
Para consultar as pessoas relacionadas com esta instituição, nomeadamente professores e alunos, siga o link:
Para consultar as pessoas relacionadas com esta instituição, nomeadamente professores e alunos, siga o link:

Revisão das 14h46min de 11 de agosto de 2022


Escola de Desenho Industrial de Coimbra
(valor desconhecido)
Outras denominações Escola de Desenho Industrial "Brotero", Escola Industrial de Coimbra, Escola Industrial "Brotero"
Tipo de Instituição Ensino civil
Data de fundação 3 janeiro 1884
Data de extinção 22 junho 1914
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra,-
Início: 1885
Fim: 1917

Localização Casa da Quinta do Mosteiro, Coimbra,-
Início: 1917
Fim: 1921

Localização Hospício da Maternidade, Coimbra,-
Início: 1921
Antecessora valor desconhecido

Sucessora Escola Industrial e Comercial de Coimbra


História

A Escola de Desenho Industrial, de Coimbra, foi criada por decreto de 3 de Janeiro de 1884, por António Augusto de Aguiar, Ministro do M.O.P.C.I., com o fim de alcançar para a indústria as necessárias "condições indispensáveis de barateza e perfeição" através da instrução dos trabalhadores em "escolas especiais com uma feição eminentemente prática", segundo o preâmbulo do decreto. A par da Escola Industrial da Covilhã, estabeleceram-se oito escolas de desenho industrial, nomeadamente, uma em Coimbra, cuja instrução deveria incidir no "desenho exclusivamente industrial" e ser dirigida "com aplicação à indústria ou indústrias predominantes nas localidades onde são estabelecidas"[1].

No caso conimbricense registava-se "um ambiente de desenvolvimento económico, que favoreceu a fundação da Escola" e no qual se destacavam-se as actividades artesanais e as actividades industriais, a saber, indústria alimentar, metalúrgica e metalomecânica[2].

Cada disciplina era regida por um professor de nomeação vitalícia pelo governo.

A matrícula na Escola Industrial era permitida a alunos com idades compreendidas entre os seis e os 12 anos, sendo necessária aprovação no desenho elementar para a frequência nos ramos do desenho industrial[3].

O primeiro ano lectivo da Escola de Desenho Industrial foi inaugurado em 20 de Fevereiro de 1885[4] contando com 152 matrículas, entre as quais três alunas.


Em 5 de Dezembro de 1884, sob proposta do inspector de escolas industriais e das de desenho industrial, acrescia à designação da Escola de Desenho Industrial, de Coimbra, o nome de Félix de Avelar Brotero (1744-1828), diretor do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra e pioneiro nos estudos de botânica, agricultura e agronomia em Portugal[5].

Segundo o decreto de 3 de Janeiro de 1884, era esperado que "as cadeiras ou escolas de desenho, multiplicadas com o tempo, ir-se-hão constituindo gradualmente em escolas industriais.[6]" Este seria o primeiro argumento para a constituição de uma Escola Industrial, em Coimbra, apresentado pelos vereadores da Câmara Municipal de Coimbra, António Augusto Gonçalves, Diretor da Escola de Desenho Industrial, e Manuel Augusto Rodrigues da Silva, em sessão de 20 de Outubro de 1887. A mais, sustentavam aquela criação segundo a "numerosa concorrência à Escola Brotero", mas também na "urgência de acudir às indústrias locais, fornecendo-lhes suficientes meios de instrução[7]".

A empresa dos vereadores conheceria sucesso e por decreto de 10 de Janeiro de 1889, da autoria de Emídio Navarro, Ministro do M.O.P.C.I., era criada uma Escola Industrial, em Coimbra, com a designação "Brotero", que incorporou a "aula de desenho industrial «Brotero»". A Escola contaria com instalações anexas auxiliares, como oficinas de trabalhos em metal, madeira e barro[8]. A Escola Industrial de Coimbra inaugurou as suas aulas em 4 de Janeiro de 1890[9].

Para que tal tenha sido possível tornou-se necessário alargar o corpo docente exímio, um professor, da Escola de Desenho Industrial, e, para efeito, foram abertos concursos no estrangeiro (Roma, Berlim, Bruxelas, Berna, Viena de Áustria e Paris) por forma a "contratar professores de qualidade nas especialidades mais carecidas"[10].



A Escola de Desenho não conheceu uma localização fixa nas primeiras décadas do seu funcionamento. Em Setembro de 1884, a Câmara Municipal de Coimbra desistia de adquirir o edifício da antiga Igreja da Trindade, de forma a "facilitar a instalação na cidade de Coimbra da escola de desenho industrial"[11]. Porém, a Escola de Desenho não chegou a estabelecer-se naquele espaço e, em alternativa, a partir de 1885, ocupou parte do refeitório dos frades Crúzios no Mosteiro de Santa Cruz, espaço cedido pela Associação dos Artistas de Coimbra[12]. No ano seguinte a Câmara Municipal de Coimbra cedia o espaço situado no piso superior ao refeitório para ocupação pela Escola de Desenho[13].

Posteriormente a 1889, já como Escola Industrial "Brotero" de Coimbra, ocupou os espaços do andares superiores e térreos da ala oeste e fachada sul do Claustro da Manga, assim como, o próprio Claustro e a antiga Capela do Noviciado acresceram aos espaços já utilizados pelas aulas da Escola de Desenho Industrial[14]. No ano lectivo de 1890-1891 foram realizadas obras nos edifícios que circundavam o Jardim de Manga para que albergassem as oficinas de serralharia, carpintaria, marcenaria, modelação e cerâmica, e gravura e ornamentação de metais"[15].

Entre 1889 e 1910 foram realizados estudos de arquitectura para erigir novo edifício para estabelecer definitivamente a Escola Industrial de Coimbra, os quais não conheceram conclusão prática. Devido a um incêndio ocorrido no Claustro da Manga, em 1917, a Escola Industrial seria transferida para o edifício da Casa da Quinta do Mosteiro, onde estava instalada a Direcção das Obras Públicas[16] e, hoje, a Associação Académica de Coimbra.


Em 1921, quando foi criado o Instituto Industrial e Comercial de Coimbra, o Governo determinou que a Brotero deixasse as instalações da Rua Oliveira Matos e passasse a ocupar o edifício fronteiro ao Jardim da Manga.

https://academiabelasartes.pt/wp-content/uploads/2020/02/Revista-Boletim-n.%C2%BA-32-a-34.pdf

Esse alunos, cujas idades oscilavam entre os 6 e os 40 anos, ou se distribuíam por um leque bastante amplo de profissões – alfaiates, barbeiros, canteiros, carpinteiros, fabricantes de doce, fundidores, latoeiros, marceneiros, oleiros, ourives, pedreiros, pintores, tipógrafos.


In Gomes, J. F. Apontamento para o estudo das origens da Escola Brotero de Coimbra. In 1.º Centenário da Exposição Distrital de 1884. Coimbra. Simpósio. 30 de Junho e 1 de Julho de 1984. Coimbra, Edição do Secretariado das Comemorações, p. 30 a 41, citado em https://acercadecoimbra.blogs.sapo.pt/coimbra-as-origens-da-escola-brotero-30425


Em 1926, a brotero partilhou as instalações com o Instituto Industrial e Comercial de Coimbra, mas devido à escassez das mesmas, a distância a que se encontravam das oficinas e do centro de Coimbra e a morosidade que se verificou na construção do novo edifício junto à Praça da República, levou a mudança de instalações dos dois estabelecimentos de ensino para a antiga hospedaria de Santa Cruz e residência do seu Prior frente ao Mercado D. Pedro V, onde ficou por mais de 35 anos e onde actualmente funciona a Escola Secundária Jaime Cortesão. O edifício construido na Praça da República nunca chegou a ser ocupado pela Brotero."

Outras informações

Instalações?


… O material didático … foi obtido, em parte, na Alemanha, na Inglaterra e na França e, em parte, no nosso País. Tendo o da Escola Brotero vindo da Alemanha …

Professores

Professores na Escola de Desenho Industrial "Brotero", de Coimbra:

- Disciplina de Desenho elementar: António Augusto Gonçalves[17].


Professores na Escola Industrial "Brotero", de Coimbra[18] [19]:

- Disciplina de Desenho elementar: António Augusto Gonçalves

- Disciplina de Química aplicada à indústria: Charles Lepierre.

- Disciplina de Desenho ornamental: Leopoldo Battistini.

- Disciplina de Desenho de arquitectura: Hans Dickel. A partir de 1895-1896 rege a disciplina August Stamm, com o auxílio de Leopoldo Battistini[20]. A partir de 1896-1897 rege a disciplina Silva Pinto.

- Disciplina de Física e Mecânica, e suas aplicações industriais: Emil Iock. A partir de 1896-1897 rege a disciplina Costa Pessoa.

- Disciplina de Desenho de máquinas: Emil Iock.

- Curso/disciplina de gravura e ornamentação dos metais: Emil Iock.

- Disciplina de Modelação arquitectónica: Leopoldo Battistini[21].

- Disciplina de modelação ornamenntal: Leopoldo Battistini[22].

- Disciplina de Desenho geométrico, do ramo arquitectónico e mecânico: Hans Dickel e Emil Iock[23].


Em 4 de Janeiro de 1890 começou a funcionar como Escola Industrial … em 15 de Maio de 1889, o italiano Leopoldo Battistini foi nomeado professor de «Desenho ornamental» e o austríaco Emil Jack, professor de «Desenho de máquinas» … o austríaco Hans Dickel … professor de «Desenho arquitetónico» … o francês Charles Lepierre … professor de «Química industrial» … Albino Augusto Manique de Melo … professor de «Aritmética e geometria elementar» e Eugénio de Castro e Almeida … professor de «Língua francesa».


In Gomes, J. F. Apontamento para o estudo das origens da Escola Brotero de Coimbra. In 1.º Centenário da Exposição Distrital de 1884. Coimbra. Simpósio. 30 de Junho e 1 de Julho de 1984. Coimbra, Edição do Secretariado das Comemorações, p. 30 a 41, citado em https://acercadecoimbra.blogs.sapo.pt/coimbra-as-origens-da-escola-brotero-30425


- Director: Albino Augusto Manique de Melo.[24]

Curricula

Segundo a organização de que foi dotado em 1884, o ensino de desenho industrial era dividido em dois graus, a saber, o primeiro, Elementar ou geral, e, o segundo, Industrial ou especial, por sua vez subdividido em três ramos, ornamental, arquitectural e mecânico, cuja frequência isolada era bienal. Sendo obrigatória a leccionação do primeiro grau em todas as cadeiras de desenho, determinava-se que na Escola Industrial de Coimbra fosse regidos os ramos especiais de desenho ornamental (desenho geométrico; de ornato; estudo da perspectiva e aguadas; modelação em cera ou barro) e desenho arquitectural (desenho geométrico; estudo da perspectiva e aguadas; estereotomia e corte de madeiras para construção; desenho arquitectural e ornato arquitectónico; desenho topográfico; elaboração de cortes, plantas, perfis, projecções, detalhes, épures e uso de tintas convencionais)[25].

Segundo o decreto de 10 de Janeiro de 1889 a Escola Industrial de Coimbra leccionaria as disciplinas de "Aritmética e geometria elementar; Química industrial; Princípios de física e elementos de mecânica; Língua francesa; Desenho industrial"[26].

No ano lectivo de 1886-1887 foram leccionadas "as seguintes disciplinas do grau industrial: desenho de ornato, desenho geométrico, modelação, desenho arquitectónico, topográfico e de figura, tendo, contudo, o estudo da modelação um menor grau de desenvolvimento.[27]"

No seguimento da reforma sobre o ensino industrial e comercial de 1891, da autoria de João Franco, o Conselho Escolar procedeu a adaptações das disciplinas, deliberando integrar as aulas de perspectiva na disciplina de arquitectura, por falta de sala disponível", e reunir no mesm0o curso os ramos arquitectural e ornamental de modelação". No mesmo ano o professor Leopoldo Battistini propunha a criação da disciplina de desenho geométrico, a qual seria aceite[28].

Pela reforma de 1897, da autoria de Augusto José da Cunha, estabeleceu-se uma nova organização das escolas industriais e de comércio. Na Escola Industrial "Brotero" estabeleciam-se três cursos, a saber, Desenho industrial, Profissional e Industrial, acrescendo ainda um Curso livre de química. O currículo era igualmente alterado passando a constar as disciplinas de Desenho elementar, Desenho arquitectónico; ornamental e modelação, Língua portuguesa, Aritmética e geometria, Corografia e História pátria, Geografia geral, Língua francesa, Princípios de física e química, Física e mecânica industrial e Química industrial[29]. Pela reforma de 1893, estabeleciam-se as oficinas de serralharia, cerâmica, entalhador e formação[30].


Notas

  1. Decreto de 3 de Janeiro de 1884, D. do G. nº 5 de 7 de Janeiro de 1884.
  2. Martinho, "Professores estrangeiros ao serviço", 24-25; 27.
  3. Regulamento geral das escolas industriaes e escolas de desenho industrial, D. do G. nº 103 de 7 de Maio de 1884.
  4. Martinho, "Professores estrangeiros ao serviço", 30.
  5. Decreto de 5 de Dezembro de 1884, D. do G. nº 282 de 11 de Dezembro de 1884.
  6. Regulamento geral das escolas industriaes e escolas de desenho industrial, D. do G. nº 103 de 7 de Maio de 1884.
  7. O Conimbricense, n.º 4191, de 25 de Outubro de 1897, O Tributo Popular, n.º 3304, de 26 de Outubro de 1887, citados em Martinho, "Os professores", 32.
  8. Decreto de 10 de Janeiro de 1889, D. do G. nº 44 de 23 de Fevereiro de 1889.
  9. Martinho, "Professores", 33.
  10. Martinho, "Professores", 34.
  11. Representação? de 27 de Setembro de 1884, D. do G. nº 221 de 29 de Setembro de 1884.
  12. Anacleto. "Coimbra: Alargamento do espaço urbano no Cotovelo dos séculos XIX e XX", 169.
  13. Anacleto, "Coimbra:", 170.
  14. Anacleto, 170.
  15. Martinho, "Professores", 42.
  16. Anacleto, 171. Figueira, "Escola-de-toda-a-Cidade", 8.
  17. Figueira, "A Sempre-Escola", 6.
  18. Anacleto, 171.
  19. Martinho, "Professores", 41-42.
  20. Martinho, "Professores", 46.
  21. Martinho, "Professores", 46.
  22. Martinho, "Professores", 46.
  23. Martinho, "Professores", 46.
  24. Figueira, "A Sempre-Escola", 6.
  25. Regulamento geral das escolas industriaes e escolas de desenho industrial, D. do G. nº 103 de 7 de Maio de 1884.
  26. Decreto de 10 de Janeiro de 1889, D. do G. nº 44 de 23 de Fevereiro de 1889.
  27. Martinho, "Os professores", 31.
  28. Martinho, "Professores", 46.
  29. Decreto de 14 de Dezembro de 1897, D. do G. n.º 283, de 15 de Dezembro de 1897.
  30. Decreto de 14 de Dezembro de 1897, D. do G. n.º 283, de 15 de Dezembro de 1897.

Fontes

Decreto de 3 de Janeiro de 1884, D. do G. nº 5 de 7 de Janeiro de 1884.

Representação? de 27 de Setembro de 1884, D. do G. nº 221 de 29 de Setembro de 1884.

Regulamento geral das escolas industriaes e escolas de desenho industrial, D. do G. nº 103 de 7 de Maio de 1884.

Decreto de 5 de Dezembro de 1884, D. do G. nº 282 de 11 de Dezembro de 1884.

Decreto de 10 de Janeiro de 1889, D. do G. nº 44 de 23 de Fevereiro de 1889.

Decreto de 14 de Dezembro de 1897, D. do G. n.º 283, de 15 de Dezembro de 1897.

Bibliografia

Martinho, António Manuel Pelicano Matoso. ''A Escola Avelar Brotero - 1884-1974: Contributo para a história do ensino técnico-profissional''. Tese de Doutoramento. FPCEUC, 1994. http://hdl.handle.net/10316/960

http://www.brotero.pt/index.php/escola

http://bdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/890/1/

https://acercadecoimbra.blogs.sapo.pt/coimbra-as-origens-da-escola-brotero-30425

Regina Anacleto, "Coimbra: Alargamento do espaço urbano no cotovelo dos séculos XIX e XX". Belas-Artes: Revista Boletim da Academia Nacional de Belas Artes, 3.ª série, no. 32-34 (2013-2016): 127-187.

António Manuel Matoso Martinho, "Professores estrangeiros ao serviço da Escola Industrial Brotero (1888-1911)". Educação e Tecnologia. 20 (Setembro 1997), 23-109.

Maria de Lourdes Figueira, "A Sempre-Escola". Brotero. Comemorações [125 anos]. Campeão das Províncias, 525 (Maio 2010): 6-7.

Maria de Lourdes Figueira, "Escola-de-toda-a-Cidade". Brotero. Comemorações [125 anos]. Campeão das Províncias, 525 (Maio 2010): 8.

Ligações Internas

Para consultar as pessoas relacionadas com esta instituição, nomeadamente professores e alunos, siga o link:

Categoria:Escola de Desenho Industrial de Coimbra

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

Citar este artigo