Aula de Fortificação de Lisboa: diferenças entre revisões

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O funcionamento da Aula de Fortificação de Lisboa deve delimitar-se entre 1654 e 1779, apesar das diferentes designações e reformas de que foi alvo. A designação Academia Militar generaliza-se apenas a partir da década de 1720, mas as designações de Aula da Fortificação ou Aula Militar ainda são usadas por volta de 1760.
O funcionamento da Aula de Fortificação de Lisboa deve delimitar-se entre 1654 e 1779, apesar das diferentes designações e reformas de que foi alvo. A designação Academia Militar generaliza-se apenas a partir da década de 1720, mas as designações de Aula da Fortificação ou Aula Militar ainda são usadas por volta de 1760.


A origem da aula encontra-se relacionada com o perfil e actividade do seu primeiro responsável, [[Luís Serrão Pimentel]]. Apesar de se ter tornado comum tomar a data do alvará régio de 13 de Julho de 1647 como referência cronológica para o seu início<ref>Com base em Barbosa Machado, que afirmava em 1752: "sendo Cosmógrafo-mor do Reino conseguiu de el-rei D. João o IV a erecção de uma Aula de Fortificação, e Arquitectura Militar, assim como a havia de Náutica, a qual se fabricou na Ribeira das Naus, e depois se transferiu para o Terreiro do Paço onde existe com o título de Academia Militar, e nela instruiu com as suas lições a muitos Engenheiros, que serviram ao Reino, e suas conquistas com grande utilidade." (Machado, ''Biblioteca Lusitana'', III: 134).</ref> <ref>Moreira, "Do Rigor Teórico à Urgência Prática", 83; Moreira, "A Escola de Arquitectura do Paço da Ribeira", 67, refere a ''Aula de Matemática'' ou ''Aula de Fortificação'', citado por Soromenho, "Manuel Pinto de Vilalobos", 1-6 e Soromenho, "Descrever, registar, instruir", 21.</ref>, o documento diz apenas respeito à nomeação de Serrão Pimentel como cosmógrafo-mor interino, considerando "haver servido de alguns anos a esta parte o cargo de cosmógrafo-mor deste reino e lente de matemática com satisfação por impedimento do proprietário". Os termos exactos desta nomeação correspondem à "mercê da serventia do mesmo cargo de cosmógrafo-mor lente de matemática enquanto durar o impedimento do dito proprietário para que o sirva assim desta maneira que lhe a exercitou e serviu até agora" <ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João IV, Lv. 18, fl. 298 v.</ref> <ref>Matos, "António de Mariz Carneiro",</ref> <ref>Ferreira, "Luís Serrão Pimentel",142-143.</ref>. O que está em causa neste documento é, portanto, a lição de matemática que o cosmógrafo-mor era obrigado a ler na Ribeira das Naus desde o tempo de Pedro Nunes<ref>Mota, ''Os regimentos do cosmógrafo-mor de 1559 e 1592,''</ref>.
A origem da aula encontra-se relacionada com o perfil e actividade do seu primeiro responsável, [[Luís Serrão Pimentel]]. Apesar de se ter tornado comum tomar a data do alvará régio de 13 de Julho de 1647 como referência cronológica para o seu início<ref>Com base em Barbosa Machado, que afirmava em 1752: "sendo Cosmógrafo-mor do Reino conseguiu de el-rei D. João o IV a erecção de uma Aula de Fortificação, e Arquitectura Militar, assim como a havia de Náutica, a qual se fabricou na Ribeira das Naus, e depois se transferiu para o Terreiro do Paço onde existe com o título de Academia Militar, e nela instruiu com as suas lições a muitos Engenheiros, que serviram ao Reino, e suas conquistas com grande utilidade." (Machado, ''Biblioteca Lusitana'', III: 134).</ref> <ref>Moreira, "Do Rigor Teórico à Urgência Prática", 83; Moreira, "A Escola de Arquitectura do Paço da Ribeira", 67, refere a ''Aula de Matemática'' ou ''Aula de Fortificação'', citado por Soromenho, "Manuel Pinto de Vilalobos", 1-6 e Soromenho, "Descrever, registar, instruir", 21.</ref>, o documento diz apenas respeito à nomeação de Serrão Pimentel como cosmógrafo-mor interino, considerando "haver servido de alguns anos a esta parte o cargo de cosmógrafo-mor deste reino e lente de matemática com satisfação por impedimento do proprietário". Os termos exactos desta nomeação correspondem à "mercê da serventia do mesmo cargo de cosmógrafo-mor lente de matemática enquanto durar o impedimento do dito proprietário para que o sirva assim desta maneira que lhe a exercitou e serviu até agora" <ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João IV, Lv. 18, fl. 298 v.</ref> <ref name=":0">Matos, "António de Mariz Carneiro",</ref> <ref>Ferreira, "Luís Serrão Pimentel",142-143.</ref>. O que está em causa neste documento é, portanto, a lição de matemática que o cosmógrafo-mor era obrigado a ler na Ribeira das Naus desde o tempo de Pedro Nunes<ref>Mota, ''Os regimentos do cosmógrafo-mor de 1559 e 1592,''</ref>.


Todavia, observa-se por vezes a referência a uma lição anterior, também assegurada por Luís Serrão Pimentel, que dataria de 13 de Maio de 1641, sob a designação de Aula de Artilharia e Esquadria, no Paço da Ribeira, sem que até ao momento tenha sido identificado qualquer registo desta lição<ref>Sepúlveda, História Orgânica e Política, V: 68.</ref> <ref>Bueno, ''Desígnio e desenho,'' 274-275.</ref> <ref>Ferreira, "Luís Serrão Pimentel", 75.</ref>. Esta hipótese estará em parte relacionada com o facto de se saber que Serrão Pimentel começou a servir a coroa desde Outubro de 1641. O assunto aparece debatido nos Capítulos das Cortes reunidas em 1641: perante a insatisfação com os resultados da lição do cosmógrafo, pede-se "que haja também, para os Artilheiros, Mestres, que estejam com eles nas Fortalezas, ensinando-os, e adestrando-os", ao que resposta do rei foi: "Mandarei que o cosmógrafo-mor leia a sua lição, no lugar destinado para isso" e "Tenho mandado executar o Regimento que havia, por ser o que mais convinha para se conseguir o que me pedis"<ref>"Capítulos Gerais [...] apresentados em Cortes pelo Estado dos Povos", 28 de Janeiro de 1641, citado por Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 142-143.</ref>.
Todavia, observa-se por vezes a referência a uma lição anterior, também assegurada por Luís Serrão Pimentel, que dataria de 13 de Maio de 1641, sob a designação de Aula de Artilharia e Esquadria, no Paço da Ribeira, sem que até ao momento tenha sido identificado qualquer registo desta lição<ref>Sepúlveda, História Orgânica e Política, V: 68.</ref> <ref>Bueno, ''Desígnio e desenho,'' 274-275.</ref> <ref>Ferreira, "Luís Serrão Pimentel", 75.</ref>. Esta hipótese estará em parte relacionada com o facto de se saber que Serrão Pimentel começou a servir a coroa desde Outubro de 1641. O assunto aparece debatido nos Capítulos das Cortes reunidas em 1641: perante a insatisfação com os resultados da lição do cosmógrafo, pede-se "que haja também, para os Artilheiros, Mestres, que estejam com eles nas Fortalezas, ensinando-os, e adestrando-os", ao que resposta do rei foi: "Mandarei que o cosmógrafo-mor leia a sua lição, no lugar destinado para isso" e "Tenho mandado executar o Regimento que havia, por ser o que mais convinha para se conseguir o que me pedis"<ref>"Capítulos Gerais [...] apresentados em Cortes pelo Estado dos Povos", 28 de Janeiro de 1641, citado por Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 142-143.</ref>.


Mas, na verdade, Luís Serrão Pimentel começou a leccionar fortificação somente a partir de 1654 e desde essa altura a sua identificação profissional surge quase sempre como lente de fortificação. O alvará régio datado de 29 de Outubro de 165, tem por objecto a resposta a uma petição de militares, arquitectos e "outras pessoas" e é categórico no esclarecimento desta questão: "tendo respeito ao que alguns capitães Ajudantes alferes sargentos Arquitectos e outras pessoas desejosos de aprender a arte da fortificação e a lição da artilharia, esquadrões alojamentos de exércitos defensa, e expugnação das praças, me representaram em um papel assinado por eles que se me deu, para efeito de mandar Luís Serrão Pimentel a leia, e ensine por ser ciente nela e haver servido de cosmógrafo mor neste Reino com toda a satisfação [...] hei por bem e me apraz que o dito Luís Serrão Pimentel leia nesta cidade a arte da fortificação e a lição das mais coisas acima referidas aos que as quiserem aprender e que com esta ocupação vença sessenta mil réis por ano [....] e valha posto que seu efeito haja de durar mais de um ano sem embargo de ordenação em contrário." <ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Secretaria de Guerra, Registo, Lv. 17, fl. 172, alvará de 10 de Outubro de 1654.</ref> <ref>Sepúlveda, ''História Orgânica e Política'', VIII: 548.</ref> .
Mas, na verdade, Luís Serrão Pimentel começou a leccionar fortificação somente a partir de 1654 e desde essa altura a sua identificação profissional surge quase sempre como lente de fortificação. O alvará régio datado de 29 de Outubro de 165, tem por objecto a resposta a uma petição de militares, arquitectos e "outras pessoas" e é categórico no esclarecimento desta questão: "tendo respeito ao que alguns capitães Ajudantes alferes sargentos Arquitectos e outras pessoas desejosos de aprender a arte da fortificação e a lição da artilharia, esquadrões alojamentos de exércitos defensa, e expugnação das praças, me representaram em um papel assinado por eles que se me deu, para efeito de mandar Luís Serrão Pimentel a leia, e ensine por ser ciente nela e haver servido de cosmógrafo mor neste Reino com toda a satisfação [...] hei por bem e me apraz que o dito Luís Serrão Pimentel leia nesta cidade a arte da fortificação e a lição das mais coisas acima referidas aos que as quiserem aprender e que com esta ocupação vença sessenta mil réis por ano [....] e valha posto que seu efeito haja de durar mais de um ano sem embargo de ordenação em contrário." <ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Secretaria de Guerra, Registo, Lv. 17, fl. 172, alvará de 10 de Outubro de 1654.</ref> <ref>Sepúlveda, ''História Orgânica e Política'', VIII: 548.</ref>. Na petição feita ao rei constam cerca de sessenta assinaturas, incluindo nomes vinculados aos “lugares de aprender arquitetura”, como João Nunes Tinoco, que encabeça a lista, ou Mateus do Couto e Simão Madeira, além de vários outros militares<ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Consultas, Caixa 62, Maço 14, Consulta de 13 Outubro de 1654.</ref>. Portanto, foi em resposta a este pedido que D. João IV mandou Serrão Pimentel reger a lição de fortificação, subentendendo-se que nesta ocasião Mariz Carneiro estaria na posse efectiva do cargo, caso contrário Pimentel seria referido como cosmógrafo-mor no tempo verbal presente.
 
A notícia seguinte que nos dá conta do seguimento da aula de fortificação data de 1656, quando Serrão Pimentel participou numa junta de matemáticos, sendo apresentado como Lente de Fortificação<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Índia, Papéis avulsos, capilha de 3 de Abril de 1656, Actas da junta de matemáticos reunida em 18 de Março de 1656 a fim de avaliar a proposta de Tomé da Fonseca sobre a determinação da longitude.</ref> <ref name=":0" /> <ref>Ferreira, "Luís Serrão Pimentel", 57, 143-144.
 
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===Outras informações===
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==Fontes==
==Fontes==
Arquivo Histórico Ultramarino, Índia, Papéis avulsos, capilha de 3 de Abril de 1656, Actas da junta de matemáticos reunida em 18 de Março de 1656 a fim de avaliar a proposta de Tomé da Fonseca sobre a determinação da longitude.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João IV, Lv. 18, fl. 298 v., alvará de 13 de Julho de 1647.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João IV, Lv. 18, fl. 298 v., alvará de 13 de Julho de 1647.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Consultas, Caixa 62, Maço 14, Consulta de 13 Outubro de 1654, Sobre o soldo que se poderá signalar a Luís Serrão Pimentel enquanto assistir na ocupação de ensinar cosmografia e a arte da fortificação.


Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Secretaria de Guerra, Registo, Lv. 17, fl. 172, alvará que manda Luís Serrão Pimentel ler fortificação, 10 de Outubro de 1654.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Secretaria de Guerra, Registo, Lv. 17, fl. 172, alvará que manda Luís Serrão Pimentel ler fortificação, 10 de Outubro de 1654.

Revisão das 20h17min de 1 de novembro de 2022


Aula de Fortificação de Lisboa
(valor desconhecido)
Outras denominações Academia Militar da Corte, Aula de Fortificação da Corte, Aula das Fortificações, Lição de Fortificação e Castrametação, Aula Militar, Aula da Ribeira das Naus, Aula de Fortificação e Arquitectura Militar
Tipo de Instituição Ensino militar
Data de fundação 29 outubro 1654
Data de extinção 5 agosto 1779
Paralisação
Início: 1658, 1671, 1755
Fim: 1660, 1673, 1757
Localização
Localização Ribeira das Naus, Lisboa,-
Início: 1654
Fim: 1755

Localização Lisboa, Lisboa, Portugal
Início: 1757
Fim: 1779
Antecessora valor desconhecido

Sucessora Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho

História

O funcionamento da Aula de Fortificação de Lisboa deve delimitar-se entre 1654 e 1779, apesar das diferentes designações e reformas de que foi alvo. A designação Academia Militar generaliza-se apenas a partir da década de 1720, mas as designações de Aula da Fortificação ou Aula Militar ainda são usadas por volta de 1760.

A origem da aula encontra-se relacionada com o perfil e actividade do seu primeiro responsável, Luís Serrão Pimentel. Apesar de se ter tornado comum tomar a data do alvará régio de 13 de Julho de 1647 como referência cronológica para o seu início[1] [2], o documento diz apenas respeito à nomeação de Serrão Pimentel como cosmógrafo-mor interino, considerando "haver servido de alguns anos a esta parte o cargo de cosmógrafo-mor deste reino e lente de matemática com satisfação por impedimento do proprietário". Os termos exactos desta nomeação correspondem à "mercê da serventia do mesmo cargo de cosmógrafo-mor lente de matemática enquanto durar o impedimento do dito proprietário para que o sirva assim desta maneira que lhe a exercitou e serviu até agora" [3] [4] [5]. O que está em causa neste documento é, portanto, a lição de matemática que o cosmógrafo-mor era obrigado a ler na Ribeira das Naus desde o tempo de Pedro Nunes[6].

Todavia, observa-se por vezes a referência a uma lição anterior, também assegurada por Luís Serrão Pimentel, que dataria de 13 de Maio de 1641, sob a designação de Aula de Artilharia e Esquadria, no Paço da Ribeira, sem que até ao momento tenha sido identificado qualquer registo desta lição[7] [8] [9]. Esta hipótese estará em parte relacionada com o facto de se saber que Serrão Pimentel começou a servir a coroa desde Outubro de 1641. O assunto aparece debatido nos Capítulos das Cortes reunidas em 1641: perante a insatisfação com os resultados da lição do cosmógrafo, pede-se "que haja também, para os Artilheiros, Mestres, que estejam com eles nas Fortalezas, ensinando-os, e adestrando-os", ao que resposta do rei foi: "Mandarei que o cosmógrafo-mor leia a sua lição, no lugar destinado para isso" e "Tenho mandado executar o Regimento que havia, por ser o que mais convinha para se conseguir o que me pedis"[10].

Mas, na verdade, Luís Serrão Pimentel começou a leccionar fortificação somente a partir de 1654 e desde essa altura a sua identificação profissional surge quase sempre como lente de fortificação. O alvará régio datado de 29 de Outubro de 165, tem por objecto a resposta a uma petição de militares, arquitectos e "outras pessoas" e é categórico no esclarecimento desta questão: "tendo respeito ao que alguns capitães Ajudantes alferes sargentos Arquitectos e outras pessoas desejosos de aprender a arte da fortificação e a lição da artilharia, esquadrões alojamentos de exércitos defensa, e expugnação das praças, me representaram em um papel assinado por eles que se me deu, para efeito de mandar Luís Serrão Pimentel a leia, e ensine por ser ciente nela e haver servido de cosmógrafo mor neste Reino com toda a satisfação [...] hei por bem e me apraz que o dito Luís Serrão Pimentel leia nesta cidade a arte da fortificação e a lição das mais coisas acima referidas aos que as quiserem aprender e que com esta ocupação vença sessenta mil réis por ano [....] e valha posto que seu efeito haja de durar mais de um ano sem embargo de ordenação em contrário." [11] [12]. Na petição feita ao rei constam cerca de sessenta assinaturas, incluindo nomes vinculados aos “lugares de aprender arquitetura”, como João Nunes Tinoco, que encabeça a lista, ou Mateus do Couto e Simão Madeira, além de vários outros militares[13]. Portanto, foi em resposta a este pedido que D. João IV mandou Serrão Pimentel reger a lição de fortificação, subentendendo-se que nesta ocasião Mariz Carneiro estaria na posse efectiva do cargo, caso contrário Pimentel seria referido como cosmógrafo-mor no tempo verbal presente.

A notícia seguinte que nos dá conta do seguimento da aula de fortificação data de 1656, quando Serrão Pimentel participou numa junta de matemáticos, sendo apresentado como Lente de Fortificação[14] [4] [15].

Outras informações

"Devido ao seu empenho e tendo por objetivo assegurar a formação de engenheiros portugueses, D. João IV instituiu, em 1647, a Aula de Fortificação na Ribeira das Naus, de onde sairiam nomes como Simão Madeira, Francisco de Osório, Diogo Pardo de Osório, Manuel Pinto de Vilalobos, João Tomás Correia e Diogo da Silveira Veloso, entre muitos outros"[16]

Professores

Luís Serrão Pimentel, 1654-1679

Francisco Pimentel, 1680-1706

Manuel Pimentel, 1684-1685

Manuel de Azevedo Fortes, 1696-1709, lente substituto

Domingos Vieira, 1705-1713, lente substituto

Manuel de Azevedo Fortes, 1710-1749, lente efectivo

Nicolau de Abreu de Carvalho, antes de 1726, lente substituto?

José Sanches da Silva, 1720-1732 (?), lente substituto, lente de artilharia

João Alexandre de Chermont, lente de desenho

Filipe Rodrigues de Oliveira, 1728-1749 (?), lente substituto

Filipe Rodrigues de Oliveira, 1750-1779, lente efectivo

António Peltz, 1760-?

Carlos Francisco Ponzoni, 1760-?

Curricula

Notas

  1. Com base em Barbosa Machado, que afirmava em 1752: "sendo Cosmógrafo-mor do Reino conseguiu de el-rei D. João o IV a erecção de uma Aula de Fortificação, e Arquitectura Militar, assim como a havia de Náutica, a qual se fabricou na Ribeira das Naus, e depois se transferiu para o Terreiro do Paço onde existe com o título de Academia Militar, e nela instruiu com as suas lições a muitos Engenheiros, que serviram ao Reino, e suas conquistas com grande utilidade." (Machado, Biblioteca Lusitana, III: 134).
  2. Moreira, "Do Rigor Teórico à Urgência Prática", 83; Moreira, "A Escola de Arquitectura do Paço da Ribeira", 67, refere a Aula de Matemática ou Aula de Fortificação, citado por Soromenho, "Manuel Pinto de Vilalobos", 1-6 e Soromenho, "Descrever, registar, instruir", 21.
  3. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João IV, Lv. 18, fl. 298 v.
  4. 4,0 4,1 Matos, "António de Mariz Carneiro",
  5. Ferreira, "Luís Serrão Pimentel",142-143.
  6. Mota, Os regimentos do cosmógrafo-mor de 1559 e 1592,
  7. Sepúlveda, História Orgânica e Política, V: 68.
  8. Bueno, Desígnio e desenho, 274-275.
  9. Ferreira, "Luís Serrão Pimentel", 75.
  10. "Capítulos Gerais [...] apresentados em Cortes pelo Estado dos Povos", 28 de Janeiro de 1641, citado por Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 142-143.
  11. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Secretaria de Guerra, Registo, Lv. 17, fl. 172, alvará de 10 de Outubro de 1654.
  12. Sepúlveda, História Orgânica e Política, VIII: 548.
  13. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Consultas, Caixa 62, Maço 14, Consulta de 13 Outubro de 1654.
  14. Arquivo Histórico Ultramarino, Índia, Papéis avulsos, capilha de 3 de Abril de 1656, Actas da junta de matemáticos reunida em 18 de Março de 1656 a fim de avaliar a proposta de Tomé da Fonseca sobre a determinação da longitude.
  15. Ferreira, "Luís Serrão Pimentel", 57, 143-144.
  16. Exposição Luís Serrão Pimentel e a ciência em Portugal no século XVII (BNP).

Fontes

Arquivo Histórico Ultramarino, Índia, Papéis avulsos, capilha de 3 de Abril de 1656, Actas da junta de matemáticos reunida em 18 de Março de 1656 a fim de avaliar a proposta de Tomé da Fonseca sobre a determinação da longitude.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João IV, Lv. 18, fl. 298 v., alvará de 13 de Julho de 1647.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Consultas, Caixa 62, Maço 14, Consulta de 13 Outubro de 1654, Sobre o soldo que se poderá signalar a Luís Serrão Pimentel enquanto assistir na ocupação de ensinar cosmografia e a arte da fortificação.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Secretaria de Guerra, Registo, Lv. 17, fl. 172, alvará que manda Luís Serrão Pimentel ler fortificação, 10 de Outubro de 1654.

Bibliografia

AAVV. A Ciência do Desenho. A Ilustração na Colecção de Códices da Biblioteca Nacional, Cat. Lisboa: Biblioteca Nacional, 2001.

Araujo, Renata Malcher de. As Cidades da Amazónia no Séc.XVIII; Belém, Macapá e Mazagão. Porto: FAUP Edições, 1998.

Bueno, Beatriz Piccolotto Siqueira. Desígnio e desenho: o Brasil dos engenheiros militares (1500-1822). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2011.

Ferreira, Nuno Alexandre Martins. "Luís Serrão Pimentel (1613-1679): Cosmógrafo Mor e Engenheiro Mor de Portugal." Tese de Mestrado, Universidade de Lisboa, 2009.

Machado, Diogo Barbosa. Biblioteca Lusitana, Histórica, Artística e Cronológica. Vol. III. Coimbra: Atlântica Editora, (1752) 1966.

Matos, Rita Cortês de. "António de Mariz Carneiro Cosmógrafo-Mor de Portugal". Tese de Mestrado, Universidade de Lisboa, 2002.

Moreira, Rafael. "Do Rigor Teórico à Urgência Prática: A Arquitectura Militar". In: História da Arte em Portugal, O Limiar do Barroco, dir. Carlos Moura, 67-86. Lisboa: Publicações Alfa, 1986.

Moreira, Rafael. "A Escola de Arquitectura do Paço da Ribeira e a Academia de Matemáticas de Madrid". In: As Relações Artísticas entre Portugal e Espanha na Época dos Descobrimentos. Actas do II Simpósio Luso-Espanhol de História da Arte, 65-77. Coimbra: Universidade de Coimbra - Livraria Minerva, 1987.

Moreira, Rafael e Renata Araujo. "A Engenharia Militar do séc. XVIII e a ocupação da Amazónia". Amazonia Felsínea. António José Landi: itinerário artístico e científico de um arquitecto bolonhês na Amazónia do século XVIII, ed. Ana Maria Rodrigues, 173-195. Lisboa: CNCDP, 1999.

Mota, Avelino Teixeira da. Os regimentos do cosmógrafo-mor de 1559 e 1592 e as origens do ensino náutico em Portugal. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, 1969.

Ribeiro, Dulcyene Maria. "A formação dos engenheiros militares: Azevedo Fortes, Matemática e ensino da Engenharia Militar no século XVIII em Portugal e no Brasil". Tese de Doutoramento, Universidade de São Paulo, 2009.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia. Vol. 1. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1871-1872.

Sepulveda, Cristovão Aires de Magalhães. História Orgânica e Política do Exército Portuguez, Provas, vol. V. Lisboa: Imprensa Nacional, 1910.

Sepulveda, Cristovão Aires de Magalhães. História Orgânica e Política do Exército Portuguez, Provas, vol. VIII. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1919.

Soromenho, Miguel. "Manuel Pinto de Vilalobos, da Engenharia Militar à Arquitectura". Tese de Mestrado, Universidade Nova de Lisboa, 1991.

Soromenho, Miguel. "Descrever, registar, instruir. Práticas e usos do desenho". In: Ciência do Desenho. A Ilustração na Colecção de Códices da Biblioteca Nacional, 19-24. Lisboa: Biblioteca Nacional, 2001.


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Categoria:Aula de Fortificação e Arquitectura Militar

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Margarida Tavares da Conceição e Renata Araújo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

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