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Arte liberal, imitadora das proporções da natureza e não só muda representação mas escritura ou expressão que fala, e com as cores e o pincel faz falar muitas coisas naturalmente mudas. Tanto assim que o mais antigo e natural modo de escrever foi pintar os objectos, ou matérias em que se queria falar, de onde veio a palavra ''pingere'' e a composição dos hieroglíficos, que representados significavam o que se queria dizer (...) pintura a óleo, sobre papel, pano, tábua, parede, pedra, vidro e toda a casta de metais; pintura a fresco, com água, sobre parede guarnecida, em que a cal está fresca e muito lisa; pintura a têmpera, com água de goma ou cola sobre tábua ou papel; pintura de luminação ou iluminação, com água de goma e cores apuradas sobre pergaminho, ou de luminação de lápis, com lápis e chumbo sobre pergaminho; pintura de colorido em seco com uns estilos de várias cores, a modo de lápis; pintura de penejado, imitando com a pena uma estampa; pintura de mosaico, embutidno em parede de cal fresca vários vidros ou pedras de diversas cores; pintura esgrafiada sobre a cal fresca, penejando com um ponteiro de ferro, até descobrir a cal negra que está debaixo e fica como estampa; pintura de cáustico sobre madeira branca, queimando mais ou menos com uns estilos de ferro, etc. Quando em um painel se não unem os extremos das figuras com o seu fundo, chama-se pintura perfilada; quando o painel consiste só em cores claras, que parece que tem por cima pó de farinha, quando é acabada demasiadamente, sendo escudado por distância da vista, chama-se pintura cansada, quando fica o painel com substância de cor e com pouco óleo, chama-se pintura empastada, quando não tem força, e por estar mais unida do necessário, se confunde ao longe, chama-se pintura delambida. Quando o painel consiste só em cores e em sombras, tudo mal composto e que não finge relevo, chama-se pintura deslavada. ''Pictura, ae. Fem. Plin. Histor. Picturae ars, tis. Fem. Cic.'' | # Arte liberal, imitadora das proporções da natureza e não só muda representação mas escritura ou expressão que fala, e com as cores e o pincel faz falar muitas coisas naturalmente mudas. Tanto assim que o mais antigo e natural modo de escrever foi pintar os objectos, ou matérias em que se queria falar, de onde veio a palavra ''pingere'' e a composição dos hieroglíficos, que representados significavam o que se queria dizer (...) pintura a óleo, sobre papel, pano, tábua, parede, pedra, vidro e toda a casta de metais; pintura a fresco, com água, sobre parede guarnecida, em que a cal está fresca e muito lisa; pintura a têmpera, com água de goma ou cola sobre tábua ou papel; pintura de luminação ou iluminação, com água de goma e cores apuradas sobre pergaminho, ou de luminação de lápis, com lápis e chumbo sobre pergaminho; pintura de colorido em seco com uns estilos de várias cores, a modo de lápis; pintura de penejado, imitando com a pena uma estampa; pintura de mosaico, embutidno em parede de cal fresca vários vidros ou pedras de diversas cores; pintura esgrafiada sobre a cal fresca, penejando com um ponteiro de ferro, até descobrir a cal negra que está debaixo e fica como estampa; pintura de cáustico sobre madeira branca, queimando mais ou menos com uns estilos de ferro, etc. Quando em um painel se não unem os extremos das figuras com o seu fundo, chama-se pintura perfilada; quando o painel consiste só em cores claras, que parece que tem por cima pó de farinha, quando é acabada demasiadamente, sendo escudado por distância da vista, chama-se pintura cansada, quando fica o painel com substância de cor e com pouco óleo, chama-se pintura empastada, quando não tem força, e por estar mais unida do necessário, se confunde ao longe, chama-se pintura delambida. Quando o painel consiste só em cores e em sombras, tudo mal composto e que não finge relevo, chama-se pintura deslavada. ''Pictura, ae. Fem. Plin. Histor. Picturae ars, tis. Fem. Cic.'' | ||
# Uma pintura, um painel ou qualquer obra de pintor. ''Pictura, ae. Fem. Cic.'' Um camarim ornado de várias pinturas, quadros, painéis, etc. ''Pinacotheca, ae. Fem.'' É palavra grega de que usam Varro e Petrónio<ref>Bluteau, ''Vocabulario Portuguez e latino'' (Tomo VI: P), 518-519.</ref>. | |||
Uma pintura, um painel ou qualquer obra de pintor. ''Pictura, ae. Fem. Cic.'' Um camarim ornado de várias pinturas, quadros, painéis, etc. ''Pinacotheca, ae. Fem.'' É palavra grega de que usam Varro e Petrónio<ref>Bluteau, ''Vocabulario Portuguez e latino'' (Tomo VI: P), 518-519.</ref>. | # Formação superior na área de Belas Artes. | ||
==Referências bibliográficas== | ==Referências bibliográficas== | ||
<references /> | <references /> | ||
==Bibliografia e Fontes== | ==Bibliografia e Fontes== | ||
*Bluteau, Rafael. ''Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos...'' Tomo VI: Letra O-P. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1716. | |||
*Bluteau, Rafael. ''Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos...'' Tomo VI: Letra O-P. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1716. | |||
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Revisão das 16h40min de 28 de maio de 2021
- Arte liberal, imitadora das proporções da natureza e não só muda representação mas escritura ou expressão que fala, e com as cores e o pincel faz falar muitas coisas naturalmente mudas. Tanto assim que o mais antigo e natural modo de escrever foi pintar os objectos, ou matérias em que se queria falar, de onde veio a palavra pingere e a composição dos hieroglíficos, que representados significavam o que se queria dizer (...) pintura a óleo, sobre papel, pano, tábua, parede, pedra, vidro e toda a casta de metais; pintura a fresco, com água, sobre parede guarnecida, em que a cal está fresca e muito lisa; pintura a têmpera, com água de goma ou cola sobre tábua ou papel; pintura de luminação ou iluminação, com água de goma e cores apuradas sobre pergaminho, ou de luminação de lápis, com lápis e chumbo sobre pergaminho; pintura de colorido em seco com uns estilos de várias cores, a modo de lápis; pintura de penejado, imitando com a pena uma estampa; pintura de mosaico, embutidno em parede de cal fresca vários vidros ou pedras de diversas cores; pintura esgrafiada sobre a cal fresca, penejando com um ponteiro de ferro, até descobrir a cal negra que está debaixo e fica como estampa; pintura de cáustico sobre madeira branca, queimando mais ou menos com uns estilos de ferro, etc. Quando em um painel se não unem os extremos das figuras com o seu fundo, chama-se pintura perfilada; quando o painel consiste só em cores claras, que parece que tem por cima pó de farinha, quando é acabada demasiadamente, sendo escudado por distância da vista, chama-se pintura cansada, quando fica o painel com substância de cor e com pouco óleo, chama-se pintura empastada, quando não tem força, e por estar mais unida do necessário, se confunde ao longe, chama-se pintura delambida. Quando o painel consiste só em cores e em sombras, tudo mal composto e que não finge relevo, chama-se pintura deslavada. Pictura, ae. Fem. Plin. Histor. Picturae ars, tis. Fem. Cic.
- Uma pintura, um painel ou qualquer obra de pintor. Pictura, ae. Fem. Cic. Um camarim ornado de várias pinturas, quadros, painéis, etc. Pinacotheca, ae. Fem. É palavra grega de que usam Varro e Petrónio[1].
- Formação superior na área de Belas Artes.
Referências bibliográficas
- ↑ Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo VI: P), 518-519.
Bibliografia e Fontes
- Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo VI: Letra O-P. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1716.