Aula Militar da Bahia: diferenças entre revisões
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Seguindo as determinações do governador da Bahia, pelo menos desde 1696, o capitão engenheiro [[José Paes Estevens]] deveria ir ''"todos os dias à tarde, à casa que tenho destinada junto ao corpo da guarda ensinar aos oficiais e aos soldados e mais pessoas que quiserem aprender, e dar lição da castramentação e da fortificação"''<ref name=":0">Oliveira, Mário Mendonça de. ''As Fortificações Portuguesas de Salvador Quando Cabeça Do Brasil''. Salvador: Omar G., 2004.</ref>. Estas aulas terão decorrido até 1701, a partir de quando não se tem mais notícias sobre a atuação de José Paes Estevens e quando é nomeado para a Bahia o Sargento-Mor [[António Rodrigues Ribeiro]], com a obrigação expressa na sua carta-patente de ''"ensinar a sua profissão na aula"'' <ref name=":0" />. A contínua dedicação de António Rodrigues Ribeiro à Aula Militar é comprovada por várias iniciativas. Ainda em 1701 fez uma petição para que os oficiais de artilharia que frequentavam a aula | Seguindo as determinações do governador da Bahia, pelo menos desde 1696, o capitão engenheiro [[José Paes Estevens]] deveria ir ''"todos os dias à tarde, à casa que tenho destinada junto ao corpo da guarda ensinar aos oficiais e aos soldados e mais pessoas que quiserem aprender, e dar lição da castramentação e da fortificação"''<ref name=":0">Oliveira, Mário Mendonça de. ''As Fortificações Portuguesas de Salvador Quando Cabeça Do Brasil''. Salvador: Omar G., 2004.</ref>. Estas aulas terão decorrido até 1701, a partir de quando não se tem mais notícias sobre a atuação de José Paes Estevens e quando é nomeado para a Bahia o Sargento-Mor [[António Rodrigues Ribeiro]], com a obrigação expressa na sua carta-patente de ''"ensinar a sua profissão na aula"'' <ref name=":0" />. A contínua dedicação de António Rodrigues Ribeiro à Aula Militar é comprovada por várias iniciativas. Ainda em 1701 fez uma petição para que os oficiais de artilharia que frequentavam a aula pudessem ter o soldo de partidistas acrescentados ao seu soldo<ref>AHU códice 246, Bahia, fl. 140. Documento datado de 23 de maio de 1701. </ref>. Em 1707 foram-lhe enviados da corte novos tratados de fortificações que vinham com a recomendação expressa ao sargento-mor de que ''"estes livros sempre se hão de conservar na aula de maneira que sirvam de um discípulo para os outros"'' <ref>AHU códice 246, Bahia, fl. 225a. Registro de Cartas Régias. Documento datado de 01 de fevereiro de 1707. </ref> Neste mesmo ano de 1707, o lente insistiu com os comandantes dos terços para que os alunos fossem eximidos das guardas e revistas quando estivessem em aula, mas não obteve o privilégio pedido<ref>AHU códice 246, Bahia, fl. 235, documento dadto de 18 de novembro de 1707. </ref>. | ||
Em 1710, com a morte de António Rodrigues Ribeiro, as aulas são continuadas pelo então tenente de mestre de campo Miguel Pereira da Costa | |||
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José Paes Estevens (1696-1701); António Rodrigues Ribeiro (1701-1710); Miguel Pereira da Costa (1710- ); Gaspar de Abreu (1711-1718); António de Brito Gramacho (1731-?); NIcolau Abreu de Carvalho (1723-1757); Manuel Cardoso de Saldanha (1749-1767); José António Caldas (1761-1782); José Gonçalves Galeão ( c.1784); Manuel Rodrigues Teixeira de Aguiar (c.1788 ou 1798-c. 1806); José da Silva Leal (1810) | |||
Alunos partidistas | |||
Gonçalo da Cunha Lima (antes de 1718, aluno de Gaspar de Abreu); João Araujo Teixeira (c. 1718-1724); António de Brito Gramacho (antes de 1731); João Baptista Barreto (discípulo de António de Brito Gramacho); José António Caldas (c. 1753-1758, discípulo de Manuel Cardoso Saldanha); João Afonso da Fonseca Bittencourt (antes de 1767, discípulo de Caldas, acompanha o mestre nos levantamentos no Espírito Santo); José Ramos de Sousa (antes de 1767, discípulo de Manuel cardoso Saldanha e José António Caldas); João de Sousa de Castro (c. 1777, discípulo de Caldas, pode ser o João de Sousa que assina 2 dos 46 desenhos do álbum da Aula da Bahia); António Mendes (1778, discípulo de Caldas, autor de 2 dos 46 desenhos do álbum da Aula da Bahia); Manuel António Ribeiro (1779, discípulo de Caldas, autor de 6 dos 46 desenhos do álbum da Aula da Bahia); Ignácio José (1779, discípulo de Caldas, autor de 30 dos 46 desenhos do álbum da Aula da Bahia); Joaquim Vieira da Silva (1779, discípulo de Caldas e de José Gonçalves Galeão, autor de 6 dos 46 desenhos do álbum da Aula da Bahia); José Francisco de Sousa (discipulo de Caldas); Manuel Rodrigues Teixeira de Aguiar (c. 1786); José da Silva Leal (1795-1799, discípulo de Manuel Rodrigues Teixeira de Aguiar). | |||
==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino--> | ==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino--> |
Revisão das 19h18min de 2 de julho de 2019
Aula Militar da Bahia | |
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Outras denominações | Aula de Fortificação da Bahia |
Tipo de Instituição | Ensino Militar |
Data de fundação | 1696 |
Localização | |
Localização | Salvador, Bahia, Brasil Início: 1696 |
História
Seguindo as determinações do governador da Bahia, pelo menos desde 1696, o capitão engenheiro José Paes Estevens deveria ir "todos os dias à tarde, à casa que tenho destinada junto ao corpo da guarda ensinar aos oficiais e aos soldados e mais pessoas que quiserem aprender, e dar lição da castramentação e da fortificação"[1]. Estas aulas terão decorrido até 1701, a partir de quando não se tem mais notícias sobre a atuação de José Paes Estevens e quando é nomeado para a Bahia o Sargento-Mor António Rodrigues Ribeiro, com a obrigação expressa na sua carta-patente de "ensinar a sua profissão na aula" [1]. A contínua dedicação de António Rodrigues Ribeiro à Aula Militar é comprovada por várias iniciativas. Ainda em 1701 fez uma petição para que os oficiais de artilharia que frequentavam a aula pudessem ter o soldo de partidistas acrescentados ao seu soldo[2]. Em 1707 foram-lhe enviados da corte novos tratados de fortificações que vinham com a recomendação expressa ao sargento-mor de que "estes livros sempre se hão de conservar na aula de maneira que sirvam de um discípulo para os outros" [3] Neste mesmo ano de 1707, o lente insistiu com os comandantes dos terços para que os alunos fossem eximidos das guardas e revistas quando estivessem em aula, mas não obteve o privilégio pedido[4].
Em 1710, com a morte de António Rodrigues Ribeiro, as aulas são continuadas pelo então tenente de mestre de campo Miguel Pereira da Costa
Outras informações
Professores
José Paes Estevens (1696-1701); António Rodrigues Ribeiro (1701-1710); Miguel Pereira da Costa (1710- ); Gaspar de Abreu (1711-1718); António de Brito Gramacho (1731-?); NIcolau Abreu de Carvalho (1723-1757); Manuel Cardoso de Saldanha (1749-1767); José António Caldas (1761-1782); José Gonçalves Galeão ( c.1784); Manuel Rodrigues Teixeira de Aguiar (c.1788 ou 1798-c. 1806); José da Silva Leal (1810)
Alunos partidistas
Gonçalo da Cunha Lima (antes de 1718, aluno de Gaspar de Abreu); João Araujo Teixeira (c. 1718-1724); António de Brito Gramacho (antes de 1731); João Baptista Barreto (discípulo de António de Brito Gramacho); José António Caldas (c. 1753-1758, discípulo de Manuel Cardoso Saldanha); João Afonso da Fonseca Bittencourt (antes de 1767, discípulo de Caldas, acompanha o mestre nos levantamentos no Espírito Santo); José Ramos de Sousa (antes de 1767, discípulo de Manuel cardoso Saldanha e José António Caldas); João de Sousa de Castro (c. 1777, discípulo de Caldas, pode ser o João de Sousa que assina 2 dos 46 desenhos do álbum da Aula da Bahia); António Mendes (1778, discípulo de Caldas, autor de 2 dos 46 desenhos do álbum da Aula da Bahia); Manuel António Ribeiro (1779, discípulo de Caldas, autor de 6 dos 46 desenhos do álbum da Aula da Bahia); Ignácio José (1779, discípulo de Caldas, autor de 30 dos 46 desenhos do álbum da Aula da Bahia); Joaquim Vieira da Silva (1779, discípulo de Caldas e de José Gonçalves Galeão, autor de 6 dos 46 desenhos do álbum da Aula da Bahia); José Francisco de Sousa (discipulo de Caldas); Manuel Rodrigues Teixeira de Aguiar (c. 1786); José da Silva Leal (1795-1799, discípulo de Manuel Rodrigues Teixeira de Aguiar).
Curricula
==Referências bibliográficas==
- ↑ 1,0 1,1 Oliveira, Mário Mendonça de. As Fortificações Portuguesas de Salvador Quando Cabeça Do Brasil. Salvador: Omar G., 2004.
- ↑ AHU códice 246, Bahia, fl. 140. Documento datado de 23 de maio de 1701.
- ↑ AHU códice 246, Bahia, fl. 225a. Registro de Cartas Régias. Documento datado de 01 de fevereiro de 1707.
- ↑ AHU códice 246, Bahia, fl. 235, documento dadto de 18 de novembro de 1707.
Fontes
Bibliografia
Ligações Internas
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Ligações Externas
Autor(es) do artigo
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
Citar este artigo
- Aula Militar da Bahia (última modificação: 02/07/2019). eViterbo. Visitado em 28 de setembro de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Aula_Militar_da_Bahia