Real Fábrica das Sedas: diferenças entre revisões

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==História==<!--História geral da instituição. Este é o local para colocar toda a informação que justifica o que está na infobox e outra complementar, subdividida em períodos, se necessário-->
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A Real Fábrica das Sedas foi constituída em 13 de Fevereiro de 1734, data da autorização concedida a Roberto Godin, francês, após súplica a D. João V., para o estabelecimento de "''fábricas de lavrar sedas com ouro, prata, e matizes, e de outras diferentes qualidades''"<ref>Neves, ''Noçoes historicas, economicas,'' 26.</ref>. A autorização estabelecia o monopólio sobre a constituição de fábricas semelhantes no Reino, por um período de 20 anos, sem que qualquer outra pessoa pudesse "sem intervenção, ou licença do suplicante estabelecer de novo neste reino, e suas conquistas alguma outra fábrica de semelhantes manufacturas", a saber, a par das já referidas, a produção de seda com "veludos, damascos, primaveras, gorgorões lizos, e lavrados, brocateis, chamalotes, setins, peluças, nobrezas, tafetás, meias, galões de ouro, prata, ou de seda com linha"<ref>Neves, 27.</ref>.  
A Real Fábrica das Sedas foi constituída em 13 de Fevereiro de 1734, data da autorização concedida a Roberto Godin, francês, após súplica a D. João V., para o estabelecimento de "''fábricas de lavrar sedas com ouro, prata, e matizes, e de outras diferentes qualidades''"<ref>Neves, ''Noçoes historicas, economicas,'' 26.</ref>. A autorização estabelecia o monopólio sobre a constituição de fábricas semelhantes no Reino, por um período de 20 anos, sem que qualquer outra pessoa pudesse "''sem intervenção, ou licença do suplicante estabelecer de novo neste reino, e suas conquistas alguma outra fábrica de semelhantes manufacturas''", a saber, a par das já referidas, a produção de seda com "''veludos, damascos, primaveras, gorgorões lizos, e lavrados, brocateis, chamalotes, setins, peluças, nobrezas, tafetás, meias, galões de ouro, prata, ou de seda com linha''"<ref>Neves, 27.</ref>.  


Como parte da autorização concedida, estabelecia-se a isenção de direitos de toda a seda importada de dentro ou fora do reino para os trabalhos da Real Fábrica, bem como quaisquer instrumentos ou materiais necessários à sua construção e produção<ref>Neves, 30.</ref>.  
Como parte da autorização concedida, estabelecia-se a isenção de direitos sobre toda a seda importada de dentro ou fora do reino para os trabalhos da Real Fábrica, com preferência sobre as primeiras, bem como sobre quaisquer instrumentos ou materiais necessários à sua construção e produção<ref>Neves, 30, 33.</ref>. De igual forma, também as manufacturas produzidas na Real Fábrica e consumidas no reino estavam isentas de direitos<ref>Neves, 32.</ref>. 
 
A Real Fábrica estava sujeita à fiscalização do Conselho de Fazenda, devendo ser observado o regulamento próprio<ref>Neves, 35-36.</ref>.
 
Sendo incapaz de apresentar o capital necessário à constituição da Real Fábrica, Roberto Godin constituiu companhia para esse fim com "''Manuel Nunes da Silva Tojal, Manuel de Sande de Vasconcelos, Francisco Xavier Ferraz de Oliveira, João da Costa Carneiro, Manuel da Costa Pinheiro, Domingos da Silva Vieira, D. Gabriel António Gomes, Cristiano Stockler, e Domingos da Cruz Lisboa''", tendo sido lavrada escritura em 5 de Outubro de 1734, com um financiamento de 60:400$000 réis<ref>Neves, 48-49.</ref>. Assinala-se ainda a colaboração de Luís Terrier, fabricante francês, na constituição da Real Fábrica, em particular, pela armação de diversos teares, a participação na administração e pela instrução de aprendizes, até 1783, data de falecimento<ref>Neves, 50-51.</ref>. Igualmente, 
 
Inicialmente estabelecida no "''sítio da Fonte Santa''", a Real Fábrica transitaria primeiro para a "''horta do Bedió''", na rua de S. Bento, e depois para o "''subúrbio do Rato''", em edifício construído entre 1735 e 1740<ref>Neves, 49-50.</ref>. 
 
À produção da Real Fábrica deveriam assistir aprendizes, preferencialmente portugueses<ref>Neves, 36.</ref>.  


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Revisão das 10h59min de 10 de agosto de 2022


Real Fábrica das Sedas
(valor desconhecido)
Outras denominações Fábrica das Sedas de Lisboa, Companhia da Fábrica das Sedas, Real Fábrica das Sedas do Rato, Real Fábrica das Sedas de Lisboa
Tipo de Instituição Profissional, Ensino Civil
Data de fundação 13 fevereiro 1734
Data de extinção 6 agosto 1833
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Prazeres, Lisboa,-
Início: 1734

Localização Real Fábrica das Sedas, Lisboa,-
Início: 1741
Fim: 06 de agosto de 1833
Antecessora valor desconhecido

Sucessora valor desconhecido


História

A Real Fábrica das Sedas foi constituída em 13 de Fevereiro de 1734, data da autorização concedida a Roberto Godin, francês, após súplica a D. João V., para o estabelecimento de "fábricas de lavrar sedas com ouro, prata, e matizes, e de outras diferentes qualidades"[1]. A autorização estabelecia o monopólio sobre a constituição de fábricas semelhantes no Reino, por um período de 20 anos, sem que qualquer outra pessoa pudesse "sem intervenção, ou licença do suplicante estabelecer de novo neste reino, e suas conquistas alguma outra fábrica de semelhantes manufacturas", a saber, a par das já referidas, a produção de seda com "veludos, damascos, primaveras, gorgorões lizos, e lavrados, brocateis, chamalotes, setins, peluças, nobrezas, tafetás, meias, galões de ouro, prata, ou de seda com linha"[2].

Como parte da autorização concedida, estabelecia-se a isenção de direitos sobre toda a seda importada de dentro ou fora do reino para os trabalhos da Real Fábrica, com preferência sobre as primeiras, bem como sobre quaisquer instrumentos ou materiais necessários à sua construção e produção[3]. De igual forma, também as manufacturas produzidas na Real Fábrica e consumidas no reino estavam isentas de direitos[4].

A Real Fábrica estava sujeita à fiscalização do Conselho de Fazenda, devendo ser observado o regulamento próprio[5].

Sendo incapaz de apresentar o capital necessário à constituição da Real Fábrica, Roberto Godin constituiu companhia para esse fim com "Manuel Nunes da Silva Tojal, Manuel de Sande de Vasconcelos, Francisco Xavier Ferraz de Oliveira, João da Costa Carneiro, Manuel da Costa Pinheiro, Domingos da Silva Vieira, D. Gabriel António Gomes, Cristiano Stockler, e Domingos da Cruz Lisboa", tendo sido lavrada escritura em 5 de Outubro de 1734, com um financiamento de 60:400$000 réis[6]. Assinala-se ainda a colaboração de Luís Terrier, fabricante francês, na constituição da Real Fábrica, em particular, pela armação de diversos teares, a participação na administração e pela instrução de aprendizes, até 1783, data de falecimento[7]. Igualmente,

Inicialmente estabelecida no "sítio da Fonte Santa", a Real Fábrica transitaria primeiro para a "horta do Bedió", na rua de S. Bento, e depois para o "subúrbio do Rato", em edifício construído entre 1735 e 1740[8].

À produção da Real Fábrica deveriam assistir aprendizes, preferencialmente portugueses[9].

Outras informações

Considerou-se  data de extinção da instituição  data de extinção da direcção.

Professores

Curricula

Notas

  1. Neves, Noçoes historicas, economicas, 26.
  2. Neves, 27.
  3. Neves, 30, 33.
  4. Neves, 32.
  5. Neves, 35-36.
  6. Neves, 48-49.
  7. Neves, 50-51.
  8. Neves, 49-50.
  9. Neves, 36.

Fontes

Bibliografia

Viterbo, Francisco de Sousa, Artes e Artistas em Portugal. Lisboa: Livraria Ferreira, 1892.

Neves, José Acúrcio. Noções históricas, económicas e administrativas sobre a produção e manufactura das sedas em Portugal, e particularmente sobre a Real Fábrica das Sedas do subúrbio do Rato e suas anexas. Lisboa: Impressão Régia, 1827.

Ligações Internas

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Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

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