José Lopes de Sá: diferenças entre revisões
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===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes--> | ===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes--> | ||
José Lopes de Sá era filho de André Lopes de Sá. Desconhece-se a data e o local do seu nascimento. Sabe-se que foi casado com Maria da Cunha Barros, tendo residido em Panelim, Goa, | José Lopes de Sá era filho de André Lopes de Sá. Desconhece-se a data e o local do seu nascimento. Sabe-se que foi casado com Maria da Cunha Barros, tendo residido em Panelim, Goa. Aí, entre 1724 e 1725, nasceu o filho Agostinho Lopes de Sá, que veio a ingressar na Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, onde adoptou o nome de fr. Agostinho de Jesus<ref>''Documentação para a História das Missões do Pardoado Português no Oriente'', António Silva Rego (ed.), ''Índia'', vol. XI, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1955, 705.</ref>. | ||
===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário--> | ===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário--> | ||
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Lopes de Sá encontrava-se em Goa em Dezembro de 1727 quando embarcou na armada enviada para reconquistar a fortificação de Jesus em Mombaça, Quénia. Nessa expedição, o seu posto era de "''Tenente Coronel de Mestre de Campo General da Infantaria, com exercício de Engenheiro''".<ref>"Jornal da viagem que hora vai fazer...", 21 de Dezembero 1727, Fundo Geral, ''Códice 485'', fols. 1-6, Biblioteca Nacional de Portugal. | Lopes de Sá encontrava-se em Goa em Dezembro de 1727 quando embarcou na armada enviada para reconquistar a fortificação de Jesus em Mombaça, Quénia. Nessa expedição, o seu posto era de "''Tenente Coronel de Mestre de Campo General da Infantaria, com exercício de Engenheiro''".<ref>"Jornal da viagem que hora vai fazer...", 21 de Dezembero 1727, Fundo Geral, ''Códice 485'', fols. 1-6, Biblioteca Nacional de Portugal. | ||
</ref> | </ref> Entre 1727 e 1728, elaborou quatro levantamentos e projectos de intervenção para a fortificação de Jesus, conjuntamente com o engenheiro Álvaro de Cienfuegos e o capitão António de Brito Freire.<ref>Boxer C. R., Azevedo C. de, ''A Fortaleza de Jesus e os portugueses em Mombaça'', Lisboa, 1960, pp. 92-97; Garcia, João Carlos, Ribeiro, Jorge Macieirinha, "Portuguese Topographical Survey in Portuguese Africa", ''The History of Cartography, vol. 4: Cartography in the European Enlightenment,'' Matthew H. Edney, Mary Sponber Pedley (eds.), Chicago, University of Chicago Press, 2020, 1477-1478.</ref> Restaurado domínio português em Mombaça, Lopes de Sá regressou a Goa. Em Janeiro de 1729, toma parte na expedição enviada de Goa para socorrer a mesma fortificação de Jesus, que entretanto tinha sido cercada. Lopes de Sá levava por regimento desenhar uma fortificação para Patte, próximo de Mombaça.<ref>"Jornal da viagem que neste prezente anno...", 4 de Janeiro 1729, Fundo Geral, ''Códice 485'', fl. 14, Biblioteca Nacional de Portugal.</ref> Frustrada a iniciativa e derrotados os portugueses em Mombaça, Lopes de Sá regressou à Índia. | ||
Em inícios da década de 1730, Lopes de Sá tinha o cargo de "''engenheiro-mor''" do Estado da Índia, ficando encarregue por ordem régia de estabelecer em Goa a "''Aula da Academia Militar''".<ref>Carta do vice-rei Pedro de Mascarenhas para o Secretário de Estado, 28 de Janeiro 1734, ''Livro das Monções nº 102-B'', Ms. 122, fls. 770-770v, Historical Archives of Goa.</ref> A Aula funcionou, provavelmente, no Palácio da Pólvora, em Panelim, Goa. | Em inícios da década de 1730, Lopes de Sá tinha o cargo de "''engenheiro-mor''" do Estado da Índia, ficando encarregue por ordem régia de estabelecer em Goa a "''Aula da Academia Militar''".<ref>Carta do vice-rei Pedro de Mascarenhas para o Secretário de Estado, 28 de Janeiro 1734, ''Livro das Monções nº 102-B'', Ms. 122, fls. 770-770v, Historical Archives of Goa.</ref> A Aula funcionou, provavelmente, no Palácio da Pólvora, em Panelim, Goa. | ||
Em Janeiro de 1733, Lopes de Sá foi enviado a Mangalor,<ref>Carta do vice-rei Pedro de Mascarenhas, 24 de Janeiro, 1733, Livro das fl. 107v, ''Livro dos Reis Vizinhos nº 7'', Ms. 975, Historical Archives of Goa.</ref> tendo desenhado pelo menos um levantamento da fortificação, onde dirigu as obras da construção de um "''fosso''" e "''estrada | Em Janeiro de 1733, Lopes de Sá foi enviado a Mangalor,<ref>Carta do vice-rei Pedro de Mascarenhas, 24 de Janeiro, 1733, Livro das fl. 107v, ''Livro dos Reis Vizinhos nº 7'', Ms. 975, Historical Archives of Goa.</ref> tendo desenhado pelo menos um levantamento da fortificação, onde dirigu as obras da construção de um "''fosso''" e "''estrada coberta''".<ref>Carta do vice-rei Pedro de Mascarenhas, 27 de Fevereiro 1733, ''Livro dos Reis Vizinhos nº 7'', Ms. 975, fl. 110, Historical Archives of Goa.</ref> | ||
Em Outubro de 1735, o vice-rei D. Pedro de Mascarenhas preparava-se para enviar o "''Tenente de Mestre de Campo General Joseph Lopes de Sá Engenheiro do Estado''" à Província do Norte para "''idear''" as obras de fortificação em curso e projectadas para a defesa do território.<ref>Carta do vice-rei Pedro de Mascarenhas, 27 de Outubro 1735, ''Livro da Correspondência de Baçaim nº 5'', Ms. 1254, fl. 44, Historical Archives of Goa. </ref> | Em Outubro de 1735, o vice-rei D. Pedro de Mascarenhas preparava-se para enviar o "''Tenente de Mestre de Campo General Joseph Lopes de Sá Engenheiro do Estado''" à Província do Norte para "''idear''" as obras de fortificação em curso e projectadas para a defesa do território.<ref>Carta do vice-rei Pedro de Mascarenhas, 27 de Outubro 1735, ''Livro da Correspondência de Baçaim nº 5'', Ms. 1254, fl. 44, Historical Archives of Goa. </ref> |
Revisão das 19h00min de 25 de maio de 2023
José Lopes de Sá | |
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Nome completo | José Lopes de Sá |
Outras Grafias | Joseph Lopes de Sá |
Pai | André Lopes de Sá |
Mãe | valor desconhecido |
Cônjuge | Maria da Cunha Barros |
Filho(s) | Agostinho Lopes de Sá |
Irmão(s) | valor desconhecido |
Nascimento | valor desconhecido |
Morte | valor desconhecido |
Sexo | masculino |
Religião | cristã |
Residência | |
Residência | Goa, Índia |
Data | Início: 1715 |
Postos | |
Posto | Capitão Engenheiro |
Data | Início: 21 de março de 1715 |
Arma | Engenharia |
Data | Início: dezembro de 1727 |
Arma | Infantaria |
Posto | Mestre de campo |
Data | Início: dezembro de 1727 |
Arma | Infantaria |
Cargos | |
Cargo | Engenheiro-mor |
Data | Início: 1730 |
Cargo | Director |
Data | Início: 1735 Fim: 1737 |
Actividade | |
Actividade | Desenho de fortificação |
Data | Início: 1727 |
Local de Actividade | Índia |
Actividade | Desenho de fortificação |
Data | Início: 1733 |
Local de Actividade | Índia |
Actividade | Desenho de fortificação |
Data | Início: junho de 1737 |
Biografia
Dados biográficos
José Lopes de Sá era filho de André Lopes de Sá. Desconhece-se a data e o local do seu nascimento. Sabe-se que foi casado com Maria da Cunha Barros, tendo residido em Panelim, Goa. Aí, entre 1724 e 1725, nasceu o filho Agostinho Lopes de Sá, que veio a ingressar na Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, onde adoptou o nome de fr. Agostinho de Jesus[1].
Carreira
José Lopes de Sá foi nomeado "Capitão Engenheiro do Estado da Índia" por carta de 21 de Março de 1715, devendo receber o soldo respetivo a partir do momento em que desembarcasse em Goa.[2]
Lopes de Sá encontrava-se em Goa em Dezembro de 1727 quando embarcou na armada enviada para reconquistar a fortificação de Jesus em Mombaça, Quénia. Nessa expedição, o seu posto era de "Tenente Coronel de Mestre de Campo General da Infantaria, com exercício de Engenheiro".[3] Entre 1727 e 1728, elaborou quatro levantamentos e projectos de intervenção para a fortificação de Jesus, conjuntamente com o engenheiro Álvaro de Cienfuegos e o capitão António de Brito Freire.[4] Restaurado domínio português em Mombaça, Lopes de Sá regressou a Goa. Em Janeiro de 1729, toma parte na expedição enviada de Goa para socorrer a mesma fortificação de Jesus, que entretanto tinha sido cercada. Lopes de Sá levava por regimento desenhar uma fortificação para Patte, próximo de Mombaça.[5] Frustrada a iniciativa e derrotados os portugueses em Mombaça, Lopes de Sá regressou à Índia.
Em inícios da década de 1730, Lopes de Sá tinha o cargo de "engenheiro-mor" do Estado da Índia, ficando encarregue por ordem régia de estabelecer em Goa a "Aula da Academia Militar".[6] A Aula funcionou, provavelmente, no Palácio da Pólvora, em Panelim, Goa.
Em Janeiro de 1733, Lopes de Sá foi enviado a Mangalor,[7] tendo desenhado pelo menos um levantamento da fortificação, onde dirigu as obras da construção de um "fosso" e "estrada coberta".[8]
Em Outubro de 1735, o vice-rei D. Pedro de Mascarenhas preparava-se para enviar o "Tenente de Mestre de Campo General Joseph Lopes de Sá Engenheiro do Estado" à Província do Norte para "idear" as obras de fortificação em curso e projectadas para a defesa do território.[9]
Entre 1735 e 1737, Lopes de Sá dirigiu as obras da nova fortificação da vila de Taná, Província do Norte, tendo introduzido alterações ao projecto original de André Ribeiro Coutinho.[10] Lopes de Sá encontrava-se na fortificação inacabada quando esta foi atacada pelo exército marata, tendo fugido para Baçaim.[11] Tendo permanecido na Província do Norte durante a guerra de 1737-1739, Lopes de Sá participou nas acções de defesa e contra-minagem durante o cero a Baçaim, assim como desenho a nova cisterna edificada na fortificação de Versová, em Junho de 1737, e no socorro enviado à fortificação cercada de Mahim-quelme.[12]
Notas
- ↑ Documentação para a História das Missões do Pardoado Português no Oriente, António Silva Rego (ed.), Índia, vol. XI, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1955, 705.
- ↑ Carta Mercê de 21 de Março, 1715, Registo Geral das Mercês de D. João V, Livro nº 7, fl. 170v, PT/TT/RGM/C/0007/46989, Instuto do Arquivo Nacional-Torre do Tombo.
- ↑ "Jornal da viagem que hora vai fazer...", 21 de Dezembero 1727, Fundo Geral, Códice 485, fols. 1-6, Biblioteca Nacional de Portugal.
- ↑ Boxer C. R., Azevedo C. de, A Fortaleza de Jesus e os portugueses em Mombaça, Lisboa, 1960, pp. 92-97; Garcia, João Carlos, Ribeiro, Jorge Macieirinha, "Portuguese Topographical Survey in Portuguese Africa", The History of Cartography, vol. 4: Cartography in the European Enlightenment, Matthew H. Edney, Mary Sponber Pedley (eds.), Chicago, University of Chicago Press, 2020, 1477-1478.
- ↑ "Jornal da viagem que neste prezente anno...", 4 de Janeiro 1729, Fundo Geral, Códice 485, fl. 14, Biblioteca Nacional de Portugal.
- ↑ Carta do vice-rei Pedro de Mascarenhas para o Secretário de Estado, 28 de Janeiro 1734, Livro das Monções nº 102-B, Ms. 122, fls. 770-770v, Historical Archives of Goa.
- ↑ Carta do vice-rei Pedro de Mascarenhas, 24 de Janeiro, 1733, Livro das fl. 107v, Livro dos Reis Vizinhos nº 7, Ms. 975, Historical Archives of Goa.
- ↑ Carta do vice-rei Pedro de Mascarenhas, 27 de Fevereiro 1733, Livro dos Reis Vizinhos nº 7, Ms. 975, fl. 110, Historical Archives of Goa.
- ↑ Carta do vice-rei Pedro de Mascarenhas, 27 de Outubro 1735, Livro da Correspondência de Baçaim nº 5, Ms. 1254, fl. 44, Historical Archives of Goa.
- ↑ Rellação da guerra que o infil. Maratá fez no Estado da India..., cod. 1605, A. G. Biblioteca Nacional de Portugal, cit. in Pissurlencar, Panduranga, "Portugueses e Maratas (IV): Como se perdeu Baçaim", Boletim do Instituto Vasco da Gama, nº 9, 1931, 35.
- ↑ Rellação da guerra que o infil. Maratá fez no Estado da India..., cod. 1605, A. G. Biblioteca Nacional de Portugal, cit. in Pissurlencar, Panduranga, "Portugueses e Maratas (IV): Como se perdeu Baçaim", Boletim do Instituto Vasco da Gama, nº 9, 1931, 40.
- ↑ Rellação da guerra que o infil. Maratá fez no Estado da India..., cod. 1605, A. G. Biblioteca Nacional de Portugal, cit. in Pissurlencar, Panduranga, "Portugueses e Maratas (IV): Como se perdeu Baçaim", Boletim do Instituto Vasco da Gama, nº 9, 1931, 53.
Fontes
Bibliografia
Ligações Externas
Arquitetura Militar em HPIP.
Autor(es) do artigo
Sidh Losa Mendiratta
CES - Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
https://orcid.org/0000-0003-2960-8100.
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
https://doi.org/10.34619/mvol-qelll
Citar este artigo
- José Lopes de Sá (última modificação: 25/05/2023). eViterbo. Visitado em 17 de junho de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Jos%C3%A9_Lopes_de_S%C3%A1