Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho: diferenças entre revisões
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Linha 104: | Linha 104: | ||
Remunerações de lentes: 23/Abr/1790. | Remunerações de lentes: 23/Abr/1790. | ||
Vide, Cordeiro, 266; 374-376. | |||
Ribeiro, Aula de fortificação e architectura militar i, 143 | Ribeiro, Aula de fortificação e architectura militar i, 143 | ||
Ribeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia''. Vol. 2. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1872, pp. 27-32. | Ribeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia''. Vol. 2. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1872, pp. 27-32. |
Revisão das 15h14min de 19 de agosto de 2022
Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho | |
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(A.R.F.A.D.) | |
Outras denominações | Academia Real de Fortificação, Academia de Fortificação, Academia de Fortificação de Lisboa |
Tipo de Instituição | Ensino militar |
Data de fundação | 2 fevereiro 1790 |
Data de extinção | 12 janeiro 1837 |
Paralisação | Início: valor desconhecido Fim: valor desconhecido |
Localização | |
Localização | Arsenal do Exército, Lisboa,- Início: 02 de fevereiro de 1790 Fim: 18 de junho de 1793 |
Localização | Palácio da Regência, Lisboa,- Início: 18 de julho de 1793 Fim: 1795 |
Localização | Lisboa, Lisboa, Portugal Início: 1795 Fim: 1796 |
Localização | Palácio Calhariz-Palmela, Lisboa,- Início: 1796 Fim: 1810 |
Localização | Lisboa, Lisboa, Portugal Início: 1810 Fim: 1811 |
Localização | Palácio Calhariz-Palmela, Lisboa,- Início: 1811 Fim: 1823 |
Localização |
Lisboa, Lisboa, Portugal Início: 1823 Fim: 1825 |
Localização | Palácio Calhariz-Palmela, Lisboa,- Início: 1825 Fim: 27 de dezembro de 1836 |
Antecessora | Aula de Fortificação de Lisboa |
Sucessora | Escola do Exército |
História
A Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho foi estabelecida no rescaldo da tentativa de criação de uma rede de instrução de artilharia sustentada em Aulas Regimentais anexas aos respectivos Regimentos. A necessidade de uma Academia verificava-se face à falta de "unidade de ensino" das Aulas, do seu atraso perante os avanços verificados a nível europeu, e por não demonstrarem estar "à altura da ciência da artilharia os indivíduos encarregados de a ensinar"[1].
Margarida: Mas, na verdade, sabemos ainda muito pouco acerca do modo como as reformas curriculares de 1763 foram efectivamente aplicadas na Aula de Lisboa, bem como o grau de influência que tiveram na própria extinção da Aula de Fortificação em 1779, aparentemente dando lugar à Real Academia da Marinha, também mencionada como Academia das Reais Aulas da Marinha e, em 1811, como Real Academia de Marinha e Comércio. De início, terá funcionado nas instalações do Real Colégio dos Nobres. Em 1780 registava-se aí a docência de Custódio Gomes de Vilas Boas, que publicou Curso de Matematicas (Lisboa, 1786), tradução do tratado de mecânica de Étienne Bezout. Em 1796 o curso tinha a duração de três anos lectivos e, observando as matérias leccionadas (aritmética, geometria, álgebra, trigonometria linear e esférica, aplicações matemáticas à ciência náutica, construções navais e portuárias, táctica naval), com lições e prática de laboratório diárias, conclui-se que se tratava de uma formação completa em matemáticas puras e aplicadas (Delson, 1999: 238). Enquanto lente desta academia, Mateus Valente do Couto publicou Breve tratado de Trigonometria Esférica (Lisboa, 1803) e Tratado de Trigonometria Rectilínea e de Trigonometria Esférica (Lisboa, 1819). Paralelamente, e não sem criar alguns equívocos na destrinça das várias academias, cada vez com conteúdos mais particularizados, regista-se em 1782 a criação da Academia de Guardas Marinhas, mais vocacionada para a marinha de guerra, onde foi lente entre 1791 e 1811 Eusédio Dias Azedo que publicou Construção e analyse das proposições geometricas e experiencias praticas, que servem de fundamento à Architectura Naval (Lisboa,1798). Nesse mesmo período destaca-se a docência de António Pires da Silva Pontes, natural de Minas Gerais, Doutor em Matemtática pela Universidade de Coimbra, sócio da Academia das Ciências e que assinou a já citada Carta Geographica do Brasil…, (Araujo, 2000:), um currículo muito abreviado, mas que demonstra bem a complexidade da rede de academias, denunciando ao mesmo tempo a dificuldade de levar à prática a especialização institucionalmente determinada, sendo por demais evidente uma efectiva polivalência profissional, em última análise induzida pelo próprio espírito enciclopédico.
Verifica-se assim que, uma vez extinta a velha Aula de Fortificação em 1779, tardou a organizar-se uma instituição de inequívoca orientação militar, já que a Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho apenas foi decretada em 1790 (transformada em Escola do Exército na reforma de 1837). A estrutura do curso incluía toda a gama das matemáticas, bem como hidráulica e construção de edifícios, etc. (ver esquema das disciplinas), revelando até que ponto foi complexa e lenta a separação entre a ciência militar tout court, a engenharia e a arquitectura. Aspecto visível numa brevíssima amostra dos manuais adoptados e escritos pelos próprios lentes: Compêndio de Minas de José António Rosa, de leitura obrigatória entre 1791 e 1834; Regras de Desenho para a delineação das plantas, perfis e perspectivas pertencentes à architectura militar e civil…, por Antonio José Moreira (Lisboa, 1793); Compendio Militar, escripto segundo a doutrina dos melhores auctores … (Lisboa, 1796, 3 tomos), de Matias José Dias Azedo, o autor do plano defensivo (e vitorioso) das Linhas de Torres, que tinha coordenado a monumental tradução, realizada por um colectivo de professores, do manual de artilharia de Alessandro d’Antoni, publicado sob o título Architectura Militar (Lisboa, 1790, 9 tomos), que conheceu sucessivas edições.
Margarida: Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho
1790 – 2 janeiro. criação da Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho, substituindo a (já extinta) Aula da Fortificação(Rossa, CP, 314); manteve-se até à fundação da Escola do Exército em 1837.
1791 a 1834 – José António da Rosa*, lente, autor do “Compêndio de Minas”[2]
1792 / 1811 – Anastácio Joaquim Rodrigues, substituto de Desenho
1793 – Joaquim José Portelli, substituto do 3º ano de Fortificações
1793 – António José Moreira*
1793 / 1821 – Pedro Joaquim Xavier*, Lente do 2º ano de Fortificações
1794 / 1811 – Luís André Dupuy, Director da Aula de Desenho (e de gravura das Cartas Geographicas e Hidrographicas)
1795 / 1811 - Matias José Dias Azedo*, Lente do 1º ano
1795 / 1811 – José Lani / Lane, substituto do 1º ano de Fortificações
1795 / 1811 – Cipriano José da Silva, substituto do 2º ano de Fortificações
1795 / 1811 – Pedro Celestino Soares, Lente de Desenho
1794 – Carlos Frederico Bernardo de Caula é nomeado lente substituto (de Pedro Celestino);uma nota na lista de oficiais de serviço em 1808 diz que “não foi aluno da Academia Militar e só o foi da de Marinha” (v. Viterbo)
1801 – Luís Cândido Cordeiro Pinheiro Furtado, Director da Academia Militar
1801 / 1811 – António Anacleto de Seara, lente substituto do 4º ano de Hidráulica, aluno da academia *
1801 / 1811 – Vicente António Correia da Silva, Lente de Hidráulica
1811 – Lourenço Homem da Cunha d’Eça, lente jubilado de Desenho
1829 - Caetano Paulo Xavier, coronel, lente proprietário da Real Academia (R. Carita, cat.: 39)
Outras informações
Professores
Curricula
Notas
Fontes
Carta régia de formação: 2/Jan/1790.
Remunerações de lentes: 23/Abr/1790.
Vide, Cordeiro, 266; 374-376.
Ribeiro, Aula de fortificação e architectura militar i, 143
Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia. Vol. 2. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1872, pp. 27-32.
Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia. Vol. 5. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1886, pp. 218-220.
Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia. Vol. 6. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1886, pp. 196-198.
ver CAIXARIA, Eduardo. (2006). O Real Archivo Militar. Cronologia histórica e documental, 1802-1821. Lisboa: Direcção de Infra-Estruturas, Gabinete de Estudos Arqueológicos de Engenharia Militar, 2006
Bibliografia
Cordeiro, João Manuel, Apontamentos para a Historia da Artilheria Portugueza. Lisboa: Typographia do Commando Geral da Artilheria, 1895.
Ligações Internas
Para consultar as pessoas relacionadas com esta instituição, nomeadamente professores e alunos, siga o link:
Categoria:Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho
Ligações Externas
Autor(es) do artigo
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
Citar este artigo
- Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho (última modificação: 19/08/2022). eViterbo. Visitado em 05 de julho de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Academia_Real_de_Fortifica%C3%A7%C3%A3o,_Artilharia_e_Desenho