André Ribeiro Coutinho: diferenças entre revisões
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===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes--> | ===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes--> | ||
André Ribeiro Coutinho nasceu em Lisboa. Filho de Pascoal Ribeiro Coutinho e de Maria dos Reis, e neto de André Ribeiro Coutinho. Estudou "letras humanas e Filosofia" no Colégio de Santo Antão em Lisboa.<ref name=":0">Machado, Diogo Barbosa, ''Bibliotheca Lusitana'', tom. I, Lisboa Occidental, Na Officina de Antonio Isidoro de Fonseca, 1741, p. 172.</ref> | André Ribeiro Coutinho nasceu em Lisboa. Filho de Pascoal Ribeiro Coutinho e de Maria dos Reis, e neto de André Ribeiro Coutinho. Estudou "letras humanas e Filosofia" no Colégio de Santo Antão em Lisboa.<ref name=":0">Machado, Diogo Barbosa, ''Bibliotheca Lusitana'', tom. I, Lisboa Occidental, Na Officina de Antonio Isidoro de Fonseca, 1741, p. 172.</ref> Casou-se em Portugal com Carlota Ana de Miranda<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. AHU_ACL_CU_012, Cx. 4, D.362(1).</ref>. No Brasil, nasceu Eufrásia, que ficou registada no 1ºlivro de batizados do Rio Grande, como filha natural de André Ribeiro Coutinho e Ana Maria da Conceição, mineira, casada com Manuel de Almeida <ref>Alves, F.N; Torres, L.H. A fundação do Rio Grande de São Pedro, ''Textos do século XVIII para o estudo da ocupação lusitana no Brasil Meridional.'' Lisboa /Rio Grande: CLEPUL/Biblioteca Rio-Grandense, 1916, p. 21.</ref>. Faleceu no Rio de Janeiro em 1751. | ||
Faleceu no Rio de Janeiro em 1751. | |||
===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário--> | ===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário--> | ||
Depois de ter assentado "praça de soldado" em Lisboa, Coutinho assistiu no posto de ajudante em várias campanhas da guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714). Em 1716, partiu para os Balcãs, na armada enviada para assistir a República de Veneza na defesa da Ilha de Corfú face aos ataques Otomanos. Após essa batalha, que terminou a 21 de Agosto desse ano, Coutinho participou no cerco e conquista de Belgrado pelo exército Austríaco em 1717. Partiu para a Índia em 14 de Abril de 1723 com o posto de sargento-mor, e encarregue de ensinar a "disciplina" militar "praticada na Europa".<ref name=":0" /> | Depois de ter assentado "praça de soldado" em Lisboa, Coutinho assistiu no posto de ajudante em várias campanhas da guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714). Em 1716, partiu para os Balcãs, na armada enviada para assistir a República de Veneza na defesa da Ilha de Corfú face aos ataques Otomanos. Após essa batalha, que terminou a 21 de Agosto desse ano, Coutinho participou no cerco e conquista de Belgrado pelo exército Austríaco em 1717. Partiu para a Índia em 14 de Abril de 1723 com o posto de sargento-mor, e encarregue de ensinar a "disciplina" militar "praticada na Europa".<ref name=":0" /> |
Revisão das 13h22min de 16 de dezembro de 2022
André Ribeiro Coutinho | |
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Nome completo | André Ribeiro Coutinho |
Outras Grafias | valor desconhecido |
Pai | Pascoal Ribeiro Coutinho |
Mãe | Maria dos Reis |
Cônjuge | Carlota Ana de Miranda |
Filho(s) | Eufrásia |
Irmão(s) | valor desconhecido |
Nascimento | valor desconhecido Lisboa, Lisboa, Portugal |
Morte | 1751 Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil |
Sexo | Masculino |
Religião | valor desconhecido |
Residência | |
Residência | Lisboa, Lisboa, Portugal |
Data | Início: 1735 Fim: 25 de março de 1736 |
Residência | Ilha de Santa Catarina, Santa Catarina, Brasil |
Data | Início: 05 de março de 1737 Fim: 1737 |
Formação | |
Formação | Instrução básica |
Arma | Infantaria |
Posto | Sargento-mor |
Data | Início: 14 de abril de 1723 |
Data | Início: 1737 Fim: 1738 |
Arma | Cavalaria |
Cargos | |
Cargo | Professor |
Data | Início: 14 de abril de 1723 |
Local Cargo | Índia |
Data | Início: 1828 Fim: 1734 |
Local Cargo | Baçaim, Índia |
Cargo | Director |
Data | Início: 1734 Fim: dezembro de 1734 |
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Cargo | Governador |
Data | Início: dezembro de 1737 Fim: 22 de dezembro de 1740 |
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Data | Início: 1741 Fim: outubro de 1750 |
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Cargo | Professor |
Data | Início: 1741 Fim: outubro de 1750 |
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Actividade | |
Actividade | Desenho de arquitectura |
Data | Início: maio de 1733 Fim: dezembro de 1733 |
Local de Actividade | Província do Norte, Índia |
Actividade | Execução de obra |
Data | Início: 1738 |
Local de Actividade | Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil |
Biografia
Dados biográficos
André Ribeiro Coutinho nasceu em Lisboa. Filho de Pascoal Ribeiro Coutinho e de Maria dos Reis, e neto de André Ribeiro Coutinho. Estudou "letras humanas e Filosofia" no Colégio de Santo Antão em Lisboa.[1] Casou-se em Portugal com Carlota Ana de Miranda[2]. No Brasil, nasceu Eufrásia, que ficou registada no 1ºlivro de batizados do Rio Grande, como filha natural de André Ribeiro Coutinho e Ana Maria da Conceição, mineira, casada com Manuel de Almeida [3]. Faleceu no Rio de Janeiro em 1751.
Carreira
Depois de ter assentado "praça de soldado" em Lisboa, Coutinho assistiu no posto de ajudante em várias campanhas da guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714). Em 1716, partiu para os Balcãs, na armada enviada para assistir a República de Veneza na defesa da Ilha de Corfú face aos ataques Otomanos. Após essa batalha, que terminou a 21 de Agosto desse ano, Coutinho participou no cerco e conquista de Belgrado pelo exército Austríaco em 1717. Partiu para a Índia em 14 de Abril de 1723 com o posto de sargento-mor, e encarregue de ensinar a "disciplina" militar "praticada na Europa".[1]
Índia, 1723-1734
Na Índia, Coutinho acompanhou a incursão militar de 1726 sobre a fortificação de Bicholim, Goa, dependente dos Savánts de Vadi e Kudal, mais conhecidos por "Bonsulós".[4] Nessa campanha, comandou o "Regimento de Estado", sendo Coutinho designado como "segundo cabo, e Comadante de toda a Infantaria" da operação, e tendo granjeado elogios por parte do vice-rei João Saldanha da Gama, que o descreveu à metrópole enquanto oficial "muito inteligente na disciplina militar", recomendando a sua promoção.[5] O próprio Coutinho deixou uma descrição do ataque na obra Relação Diaria da Expugnação e rendimento [sic] da Praça de Bicholym.
Nomeado em 1728 feitor e alcaide-mor da cidade de Baçaim na Província do Norte, Coutinho redigiu um importante relatório intitulado Extracto Individual do Estado em que se acha a Infantaria..., onde informava o vice-rei João Saldanha da Gama da situação defensiva daquele território (documento publicado por Joaquim da Cunha Rivara em 1866[6]). Em Agosto desse mesmo ano, o vice-rei João Saldanha da Gama instruia o general da Província do Norte António Casco de Melo a averiguar a capacidade do novo engenheiro francês por ele contratado (muito provavelmente Sarmay) por intermédio de Coutinho "por ser sciente nesta arte" de fortificar "e como prático na lingoa Franceza".[7]
Durante a monção de 1728, Coutinho participou no ataque aos arrabaldes da cidade de Galiana, durante o conflito luso-marata então a decorrer.[8]
Estando em Goa em inícios de 1733 "dando contas da feitoria" de Baçaim ao vice-rei D. Pedro de Mascarenhas, Coutinho regressou à Província do Norte em Maio de 1733 na companhia do novo general da Província, D. Luís Botelho, com a incumbência de delinear a nova fortificação a edificar na vila de Taná.[9]
Coutinho foi o responsável por três soluções distintas para fortificar Taná, ao qual correspondiam três desenhos enviados para Goa em Dezembro de 1733, "ajustados aos preceitos da arte de fortificação em que, por sua curioza aplicação, parecia profeçar bem instruido".[9] Dos três projectos propostos ao vice-rei D. Pedro de Mascarenhas, optou-se pela edificação de uma fortificação que incluía uma "cidadela" envolvida por uma "linha de defesa" de limitado desempenho defensivo. Antes de iniciar a obra, Coutinho foi responsável pelo levantamento topográfico da vila de Taná. Iniciada a obra ainda em 1734, Coutinho regressou a Goa em Dezembro desse ano, deixando a "nova fortedicação em termos de a poder continuar e aperfeiçoar por qualquer outro enginheiro".[9] Efectivamente, foi substituido pelo tenente coronel engenheiro José Lopes de Sá, que dirigiu a obra até a conquista da fortificação inacabada pelo exército marata em Abril de 1737.
Coutinho partiu de Goa em inícios de 1735 com destino a Portugal.[9]
Brasil, 1735-1751
Em finais de 1735 ou inícios de 1736 partiu para o Brasil com o posto de tenente-coronel, tendo servido na Colónia do Sacramento.[1]
Serviu ainda como coronel de um regimento na capitania do Rio de Janeiro, onde faleceu em 1751.
Outras informações
Obras
Coutinho escreveu:
- Prototypo constituido das partes mais essenciaes de um General perfeito, delineado em o perfeitissimo Governador das Armas no Alemtejo o sr. Pedro Mascarenha, Lisboa, por Antonio Pedroso Galrão, 1713.
- Relação diaria da expugnação e rendimento da praça de Bicholym, Lisboa, Na Officina de Miguel Rodrigues, 1728.
- O Capitão de Infanteria portuguez, com a theorica e practica das suas funcções, assim nas Armadas terrestres e navaes, como nas Praças e Corte, Lisboa, na Off. Silviana, 1751; 2 tomos.
Conhecem-se ainda cinco cartas de André Coutinho ao Conde de Unhão D. Rodrigo Xavier Teles estantes na Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Évora.[10]
Notas
- ↑ 1,0 1,1 1,2 Machado, Diogo Barbosa, Bibliotheca Lusitana, tom. I, Lisboa Occidental, Na Officina de Antonio Isidoro de Fonseca, 1741, p. 172.
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. AHU_ACL_CU_012, Cx. 4, D.362(1).
- ↑ Alves, F.N; Torres, L.H. A fundação do Rio Grande de São Pedro, Textos do século XVIII para o estudo da ocupação lusitana no Brasil Meridional. Lisboa /Rio Grande: CLEPUL/Biblioteca Rio-Grandense, 1916, p. 21.
- ↑ "Noticias da India desde o fim do Governo do Vice-Rey Vasco Fernandes Cezar athé o fim do anno de 1738", doc. 29, Ms. 465, fl. 124, Biblioteca Nacional de Portugal.
- ↑ Carta do vice-rei João Saldanha da Gama ao rei, 20 de Janeiro 1727, Livro das Monções nº 95-A, Ms. 110, fl. 283, Historical Archives of Goa.
- ↑ Coutinho, André Ribeiro, "Extracto Individual do Estado em que se acha a Infantaria...no anno de 1728", O Chronista de TIssuary, Joaquim da Cunha Rivara (ed.), vol. I, nº 1, Nova Goa, Imprensa Nacional, Janeiro de 1866, pp.
- ↑ Carta do vice-rei João Saldanha da Gama, 18 de Agosto de 1728, Livro da Correspondência de Baçaim nº 5, Ms. 1253, fls. 20v, 21, Historical Archives of Goa
- ↑ Cartas do vice-rei João Saldanha da Gama datadas de 10 de Maio, 13 e 17 de Agosto de 1728, Livro de Baçaim nº 5, Ms. 1253, fls. 21, 26, 26v, Historical Archives of Goa.
- ↑ 9,0 9,1 9,2 9,3 Rellação da guerra que o infil. Maratá fez no Estado da India..., cod. 1605, A. G. Biblioteca Nacional de Portugal, cit. in Pissurlencar, Panduranga, "Portugueses e Maratas (IV): Como se perdeu Baçaim", Boletim do Instituto Vasco da Gama, nº 9, 1931, p. 35.
- ↑ Segundo Joaquim da Cunha Rivara, as cartas estão no códice CXX/2-1 (Rivara, Joaquim da Cunha, Catalogo dos Mss. da Bibl. Publ. Eborense [comp])
Fontes
Bibliografia
Prototypo constituido das partes mais essenciaes de um General perfeito, delineado em o perfeitissimo Governador das Armas no Alemtejo o sr. Pedro Mascarenha, Lisboa, por Antonio Pedroso Galrão, 1713.
Relação diaria da expugnação e rendimento da praça de Bicholym, Lisboa, Na Officina de Miguel Rodrigues, 1728.
O Capitão de Infanteria portuguez, com a theorica e practica das suas funcções, assim nas Armadas terrestres e navaes, como nas Praças e Corte, Lisboa, na Off. Silviana, 1751; 2 tomos.
Ligações Externas
https://www.hpip.org/pt/heritage/details/1305
Autor(es) do artigo
Sidh Losa Mendiratta
CES - Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
https://orcid.org/0000-0003-2960-8100
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
Citar este artigo
- André Ribeiro Coutinho (última modificação: 16/12/2022). eViterbo. Visitado em 20 de setembro de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Andr%C3%A9_Ribeiro_Coutinho