Adriano Gavila
Adriano Gavila | |
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Nome completo | Adriano Gavila |
Outras Grafias | D. Adriano Gávila, Adriano Gavilá, Adrião Gavila |
Pai | Filipe António Gavila |
Mãe | Isabel Maria Rerengues Lanz |
Irmão(s) | Mariano Gavila |
Nascimento | [[Xativa, Espanha]] |
Postos | |
Posto | Capitão |
Data | Início: 11 de março de 1732 Fim: 25 de abril de 1738 |
Arma | Infantaria |
Posto | Tenente-coronel |
Data | Início: 25 de abril de 1738 |
Cargos | |
Cargo | Ajudante de engenheiro |
Data | Fim: 11 de março de 1732 |
Local Cargo | [[Convento de Mafra, Mafra,-]] |
Cargo | Engenheiro |
Data | Fim: 25 de abril de 1738 |
Local Cargo | [[Convento de Mafra, Mafra,-]] |
Cargo | Engenheiro |
Data | Início: 25 de abril de 1738 |
Local Cargo | {{#cargo_query:tables=technetempire_coor_dms|fields=_pageName|where=_pageName='Baçaim, Índia' }} |
Actividade | |
Actividade | Acompanhamento de obra |
Local de Actividade | [[Convento de Mafra, Mafra,-]] |
Actividade | Participação em cerco |
Data | Início: 1739 Fim: 1739 |
Local de Actividade | [[Baçaim, Índia]] |
Biografia
Dados biográficos
Adriano Gavila nasceu em Xativa (Espanha), provavelmente no último quartel do séc. XVII. Filho do engenheiro Filipe António Gavila e de Isabel Maria Rerengues Lanz, Adriano Gavila foi descrito como "nobre valenciano" em publicações de 1746 e de 1755[1].
Carreira
Capitão engenheiro, empregado nas obras de Mafra, onde se distinguiu em obras hidráulicas.
Em 1735 foi dobrado o salário do mesmo posto.
A 25 de Abril de 1738 foi promovido a tenente coronel e mandado servir na Índia[2], onde chegou provavelmente em Setembro ou Outubro desse ano[3]. Em Novembro de 1738, o vice-rei Pedro de Mascarenhas conde de Sandomil comunicava ao general da Província do Norte, Pedro de Melo que o "novo engenheiro Dom Adriano Gavila [...] que veyo do Reino, o teem reputado, e que o senhor conde de Ericeira me escreveo que sendo a Praça de Arronches huma das peyores que tinhamos, elle em breve tempo com poucos meyos a reformara de modo que ficou muito capaz"[4].
Participou no cerco de Baçaim, entre Novembro de 1738 e Maio de 1739, tendo coordenado as opearções de contra-minagem nesse último ano[5][6]. Gavila é referido várias vezes na correspondência entre Baçaim e Goa durante esse período, tendo sido ferido durante o cerco. O seu nome consta como o terceiro signatário do instrumento de rendição de Baçaim, de 16 de Maio 1739 (a seguir ao do general da Província do Norte e do capitão da praça): "D. Adriano de Gavila, Mestre de campo geral em exercicio de engenheiro".
Entre Maio e inícios de Outubro, esteve em Bombaim, tendo chegado à barra de Aguada, Goa, a 8 de Outubro de 1739. Participou na malograda tentativa de reconquista de Bardez, marchando com a força do general Manoel Soares Velho em Novembro de 1739 desde a aldeia de Sinquerim até os muros de Tivim (ca. de 22km), tendo aí participado na tomada do forte de Colvale. A força recuou volvidos pouco dias para a fortificação de Aguada.[7]
Em Junho de 1742, o "tenente coronel engenheiro D. Adriano de Gavila" tomou parte no ataque que o general Manuel Soares Velho chefiou contra as fortificações de Sanguém e Pondá, em Goa, ambas ocupadas por forças maratas, que em Maio dessa ano tinham também invadido Salcete, ameaçando a fortificação de Rachol. De acordo com uma fonte coeva, ambas as fortificações foram "arrasadas".[8]
Segundo o autor da Epanaphora Indica (1746), Gavila foi o "autor daquellas gloriozas acçoens", algo que não fôra reconhecido num livro publicado em 1742. O engenheiro "justificou judicialmente em Goa" o seu papel nas operações militares através de depoimentos de vários oficiais que o acompanharam. Na publicação mais tardia, elucida-se que Gavila comandara efectivamente a força que, partindo de Rachol, conquistou Sanguém, a ca. 30km para sudeste ao longo do Rio Zuari, a 8 de Junho de 1742:
"...marchou D. Adriano sobre esta fortaleza, e escalandoa com tres companhias de granadeiros, a tomou com toda a sua artelharia, muniçoens, e petrechos; passando a sua guarniçaõ à espada; e perdoando só a mulheres, a crianças, e a 40 pessoas, às quaes por commiseraçam concedeu quartel, deixando-as prisioneiras de guerra."
Após esta batalha, Gavila, com as mesmas companhias de granadeiros, marchou em direcção a Pondá, tendo ocupado a sua fortificação no dia 11 Junho após debandada da sua guarnição marata.
Tendo servido quase oito anos no Estado da Índia, Gavila embarcou a 27 de Janeiro de 1746 na nau Vitória, sob o comando do capitão de mar Francisco Pinheiro dos Santos, com destino a Portugal, por via dos portos do sul da Índia e do Cabo Comorim. Entre a carga da nau constava importante volume de diamantes para a corte de Portugal. Porém, a viagem foi atribulada, tendo o mau tempo causado inundações na nave. A nau fundeou no porto de Saint Paul na Ilha de Réunion a 25 de Março de 1747, carecendo de reparações. Os diamantes destinado à corte Portuguesa foram então reenviados para Goa sob escolta de naus francesas. A nau, depois de quebradas suas amarras, naufargou no dia 6 de Abril perto de Saint Paul, tendo se salvado a maior parte da sua marinhagem, sendo que o capitão de mar e os tripulantes, incluindo, presumivelmente, Gavila, estavam em terra. Os portugueses e a fazenda salva da nau foram transportados para a Ilha Maurice, onde chegaram a 5 de Janeiro de 1747.
Outras informações
Obras
Adriano Gavila trabalhou nas obras do Convento de Mafra, e nas reforma setecentista da fortificação de Arronches.
Foi o responsável pelas operações de contra-minagem em Baçaim em 1739, durante os últimos meses do cerco marata àquela fortificação.
Foi o responsável pelas demolições das fortificações de Sanguém e Pondá em 1742, ambas nos territórios das Novas Conquistas, Goa.
Notas
- ↑ Sousa, Antonio Caetano de, Memorias Historicas, e Genealogicas dos Grandes de Portugal..., Lisboa, Na Regia Officina Sylviana, 1755, p. 140.
- ↑ Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol I, 415-416
- ↑ Assento do Senado de Damão datado de 13 de Abril de 1738, cit. in Moniz, António Francisco, Notícias e Documentos para a História de Damão, vol. II, Lisboa, Associação Damão-Diu, 2000, pp. 17, 18.
- ↑ Carta de Pedro de Mascarenhas, 7/11/1738, Livro de Baçaim nº 7, fl. 118v, Historical Archive of Goa.
- ↑ Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III, 335
- ↑ Pissurlencar, Panduranga, "Portugueses e Maratas", Boletim do Instituto Vasco da Gama, nº 12 (1932) p. 85.
- ↑ Pissurlencar, Panduronga, "Portugueses e Maratas", Boletim do Instituto Vasco da Gama, nº 13 (1932), p. 54.
- ↑ "Noticias da Índia, Junho de 1742", Papéis vários, Códice nº 677, fl. 412, Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, transc. in Assentos do Conselho de Estado, Pandurang Pissurlencar ed., vol. V (1696-1750), Bastorá: Tipografia Rangel, 1957, pp. 639-640.
Fontes
Bibliografia
- Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal. Vol I. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1904.
- Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal. Vol III. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1922.
Ligações Externas
Autor(es) do artigo
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
Citar este artigo
- Adriano Gavila (última modificação: 08/07/2021). eViterbo. Visitado em 28 de setembro de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Adriano_Gavila