José Velho de Azevedo
José Velho de Azevedo | |
---|---|
Nome completo | José Velho de Azevedo |
Outras Grafias | José Coelho de Azevedo |
Pai | Jerónimo Velho de Azevedo |
Mãe | Mécia Coelha |
Cônjuge | Ângela da Silva |
Filho(s) | valor desconhecido |
Irmão(s) | António Velho de Azevedo |
Nascimento | valor desconhecido Almeida, Guarda, Portugal |
Morte | 14 novembro 1724 Belém, Pará, Brasil |
Sexo | Masculino |
Religião | Cristã |
Residência | |
Residência | Almeida, Guarda, Portugal |
Data | Fim: 1693 |
Residência | Belém, Pará, Brasil |
Data | Início: 1693 Fim: 1724 |
Formação | |
Formação | Engenharia Militar |
Data | Início: 1683 Fim: 1693 |
Local de Formação | Almeida, Guarda, Portugal |
Postos | |
Posto | Ajudante |
Data | Fim: 31 de janeiro de 1693 |
Data | Início: 13 de março de 1693 Fim: 12 de agosto de 1702 |
Posto | Tenente-General |
Data | Início: 12 de agosto de 1702 Fim: 12 de junho de 1716 |
Arma | Artilharia |
Cargos | |
Data | Início: 12 de junho de 1716 Fim: 11 de janeiro de 1722 |
Actividade | |
Actividade | Desenho de fortificação |
Data | Início: 1693 Fim: 1725 |
Local de Actividade | Belém, Pará, Brasil |
Actividade | Desenho de arquitectura |
Data | Início: 1695 Fim: 1695 |
Local de Actividade | Pará, Brasil |
Biografia
Dados biográficos
José Velho de Azevedo era filho do engenheiro Jerónimo Velho de Azevedo e Mécia Coelha. Tal como o seu irmão, António Velho de Azevedo, também engenheiro, terá feito a sua formação incial com o próprio pai, em Almeida, onde nasceu, na Aula de Fortificação de Almeida. Depois de ter trabalhado cerca de nove anos nas fortificações da Beira e Trás os Montes, passou para o Estado do Maranhão e Grão Pará em 1693 e lá permanceu até a sua morte, em 1725.
No Maranhão e Grão Pará, além dos vários trabalhos em que esteve envolvido enquanto engenheiro, ocupou várias vezes posto de capitão-mor da capitania do Pará, em algumas circunstâncias interinamente (1698, 1707, 1714) e oficialmente entre 1716 e 1722. Casou-se em Belém com Ângela da Silva. Em 1704 obteve cartas de sesmarias relativas a “três léguas e meia de terras onde possuia um engenho real de açucar e mais légua e meia que pediu, pois as que ocupava já estavam desgastadas pelo prolongado uso”. Em 1722, outra carta de sesmaria confirma que possuia “meia légua de terra no sítio de Guarapiranga, ‘no igarapé que chamam de Peris’, com lavouras de cacau e currais de gado” (1). No seu testamento, além do engenho e das casas de vivenda que tinha em Belém, deixou também determinado o legado de “quarenta horas e cem mil reis por ano para ornato da capela de Nossa Senhora do Socorro” (2).
Carreira
Entre 2 de setembro de 1683 e 31 de janeiro de 1693 serviu como soldado e depois ajudante engenheiro nas fortificações das províncias da Beira e Trás os Montes, assitindo às diversas obras que ali se fizeram, tendo feito nomeadamante vistoria e reparos nas fortificações de Bragança e Montalegre, que se tinham arruinado (3).
Em 13 de março de 1963 foi nomeado sargento-mor com exercício de engenheiro para a capitania do Pará, onde deveria servir por tempo de seis anos. Sentou praça naquela capitania em 1 de julho do mesmo ano.
Em 1695, em carta dirigida a Mendo de Foios Pereira, secretário de estado do rei D. Pedro II, José Velho de Azevedo dá conta dos trabalhos até então realizados referindo-se a “continuação” da fortaleza da Barra de Belém, de que enviou a respectiva planta, assim como às fortificações do Cabo do Norte, as quais diz que “continuou e acabou”, e em Gurupá, onde diz que “desenhou umas pequenas defesas” (4).
Em 1698, alegando que se achava “molestado com doença que o obrigava a mudar de terra”, é o próprio José Velho de Azevedo quem se oferece para passar como sargento-mor para o Rio de Janeiro. Afirmava que saindo do Maranhão poderia chegar ao Rio de Janeiro mais rapidamante que alguém vindo da corte. Pedia ainda que lhe fosse dado o soldo de vinte seis mil reis, tal como o tinham Pedro Correia Rebelo em Pernambuco e José Paes Estevens na Bahia (5).
O Conselho Ultramarino concorda com os argumentos e com o pedido e, com efeito, em 27 de Dezembro de 1698, José Velho de Azevedo foi nomeado sargento-mor ad honorem da capitania do Rio de Janeiro, em substituição de Gregório Gomes Henriques. A sua carta patente determinava que deveria passar por terra do estado do Maranhão para a Bahia e dali embarcar para o Rio de Janeiro (3). Determinava ainda que venceria o soldo pedido, que era maior do que o que se tinha dado aos seus antecessores, mas que tal implicava que seria “obrigado a ensinar aos artilheiros, porque esta foi a razão que moveu a vossa majestade a conceder aquele mesmo acrescentamento ao da Bahia e Pernambuco” (5). A viagem ao Rio de Janeiro não chegou a acontecer e José Velho de Azevedo permaneceu no Pará, onde efetivamente deu lições aos artilheiros. Vide Aula de Fortificação de São Luís.
Em 12 de agosto de 1702 foi nomeado tenente general de artilharia com exercício de engenheiro, posto em que permanceu até 12 de junho de 1716 quando assumiu por patente o cargo de capitão-mor do Pará o qual serviu até 11 de janeiro de 1722 (6).
O governador António Rolim de Moura certificava em 1705 que José Velho de Azevedo “concorreu para a fábrica do novo armazém de pólvora e reedificação da fortaleza desta cidade e trincheiras dela”. Na mesma data os oficiais do senado da camâra de Belém certificavam também que o engenheiro estava empenhado em continuar abra do fortim do porto de Nossa Senhora das Mercês (7).
No requerimento que faz, em 1712, pedindo o hábito da ordem de Cristo, (que não se sabe se o obteve) descreve sinteticamente os seus trabalhos na capitania dizendo que se tinha ocupado “assim em fábricas e desenhos das fortificações e do hospício dos padres piedosos do Gurupá, como na doutrina e exercício da infantaria, dando toda boa forma no que tocava a artilharia”. Afirma ainda que não tendo pedido nunca ajudas de custo, tinha ao contrário em mais de uma ocasião fornecido elementos e materiais para que as obras reais se pudessem realizar. Entre outras circunstâncias, em que tinha fornecido uma canoa, cal, madeira ou que tinha “emprestado” trabalhadores seus para ajudar nas obras, refere expressamente a uma ocasião em que “vendo a pouca condução que havia na expedição de pedras para fazero frontispício da matriz da cidade do Pará ofereceu e doou para este efeito carro, bois e um escravo em que andaram por tempo de sete meses até se findar a dita obra, avantajando-se a quase todos os moradores no donativo” (8).
Outras informações
Obras
Referências bibliográficas
Bibliografia e Fontes
- Cavalcanti, Nireu Oliveira. O Rio de Janeiro setecentista: a vida e a construção da cidade da invasão francesa até a chegada da corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004
- Santos, Fabiano Vilaça. "Os capitães-mores do Pará (1707-1737): trajetórias, governo e dinâmica administrativa no Estado do Maranhão." Topoi (Rio J.) 16, no.31 (Julho/Dezembro 2015).
- Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1922.
- Requerimento de José Velho de Azevedo, para o rei [D. João V, solicitando a Concessão do Hábito da Ordem de Cristo, e uma tença efectiva de duzentos mil réis.]
- Carta do capitão mor [da capitania do Pará, José Velho de Azevedo, para o rei [D. João V], sobre o estado da administração militar da capitania do Pará, com especial destaque para as fortificações, peças de artilharia existentes (armas e munições) e Corpos Militares disponíveis para a defesa daquele Estado.]
- Carta de José Velho de Azevedo, para o rei D. João V, sobre as questões militares sob administração dos ministros da Provedoria da Fazenda Real do Pará.Anexo: carta e provisão (cópia).
Ligações Externas
- José Velho de Azevedo In Wikipédia.
Autor(es) do artigo
DOI
Citar este artigo
- José Velho de Azevedo (última modificação: 08/02/2021). eViterbo. Visitado em 20 de setembro de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Jos%C3%A9_Velho_de_Azevedo