Filipe Corte Real

Fonte: eViterbo
Revisão em 16h47min de 10 de junho de 2022 por GMargato (discussão | contribs)
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa


Filipe Corte Real
Nome completo Filipe Alistão Telo de Moniz Corte Real
Outras Grafias Filippe Alistão Tello de Moniz Corte-Real, Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real, Filipe Alistão Telles de Menezes Corte Real
Pai António Lúcio Teles Corte Real
Mãe Isabel Adelaide de Mendonça Corte Real
Cônjuge Maria Emília Ferreira Pinto Corte Real
Filho(s) António Alistão Telles Moniz Corte Real, Filipe Alistão Telles Moniz Corte Real, Cremilde Eulália Telles Moniz Corte Real
Irmão(s) Feliciana Adelaide de Mendonça Telles Moniz Corte Real, Maria das Dore de Mendonça Telles Moniz Corte Real, Isabel Telles Moniz de Mendonça Corte Real, Maria José de Mendonça Telles Moniz Corte Real, António Lúcio Telles Moniz Corte Real
Nascimento 29 abril 1853
Tavira, Faro, Portugal
Morte 20 agosto 1905
Benguela, Angola
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência São Tomé, São Tomé e Príncipe
Data Fim: janeiro de 1883

Residência Portugal
Data Início: janeiro de 1883
Fim: maio de 1883

Residência São Tomé, São Tomé e Príncipe
Data Início: maio de 1883
Fim: setembro de 1887
Cargos
Cargo Desenhador
Data Início: 28 de novembro de 1882
Fim: 03 de maio de 1884

Cargo Condutor auxiliar
Data Início: 24 de janeiro de 1887
Fim: 09 de dezembro de 1887

Cargo Condutor auxiliar
Data Início: 24 de janeiro de 1887
Fim: 20 de outubro de 1891

Cargo Condutor de 2ª classe
Data Início: 26 de outubro de 1901
Fim: 06 de maio de 1903

Cargo Condutor de 2ª classe
Data Início: 21 de maio de 1903
Fim: 12 de outubro de 1903
Actividade
Actividade Projeto de Infraestrutura
Data Início: 17 de dezembro de 1901
Fim: 12 de outubro de 1903
Local de Actividade Benguela, Angola


Biografia

Dados biográficos

Filipe Alistão Teles Moniz Corte Real nasce a 29 de abril de 1853, em Tavira, filho de António Lúcio Teles Moniz Corte Real (natural de Lagoa) e de Dona Isabel Adelaide de Mendonça Corte Real (natural de São Bartolomeu de Messines). Era neto, por via paterna, do Capitão-mor Manuel Raimundo de Teles Moniz Corte Real (natural de Portimão) e de Dona Maria José da Costa e Silva Corte Real (natural de Lagoa) e por via materna de Dom Tomás de Mendonça Pessanha e de Dona Maria do Carmo Mendes Mendonça[1].

Foi batizado no dia 09 de dezembro de 1853, na Igreja Paroquial de Santiago de Tavira, sendo seus padrinhos João José Teixeira de Seixas Braga e Dona Maria José Teixeira da Silveira, ambos naturais de Portimão.[1]

Em 18 de junho de 1870, são-lhe conferidas, por ordem do Rei D. Luís de Portugal, as honras de Moço-Fidalgo da Casa Real[2][3].

A 31 de janeiro de 1884 casa com Maria Emília Pinto Corte Real[4], casamento do qual resultaram pelo menos cinco filhos[5], dos quais António, Filipe e Cremilde são menores em 1902[4].

Carreira

O percurso profissional de Filipe Corte Real começa em 1876, como empregado subalterno na secretaria da Direção das Obras Públicas de Faro. Passados oito meses, é nomeado para chefe da secretaria de Loulé da mesma Direção de Obras Públicas. Desempenha posteriormente funções como pagador subalterno naquela Direção de onde pede licença ainda em 1877[6]. Neste período trabalha sob a tutela do Engenheiro Civil João Macário dos Santos, Major Graduado de Engenharia e Diretor de Obras Públicas do Distrito de Faro[7].

A 29 de dezembro de 1880, requere um lugar como desenhador em contexto ultramarino, posto que lhe é atribuído na Direção de Obras Públicas de São Tomé e Príncipe pelo Ministro da Marinha e do Ultramar, Júlio Marques Vilhena, por portaria régia de 8 de julho de 1881[8][9][10]. Entra em funções nesta Direção de Obras Públicas a 28 de novembro de 1882[11][12].

Inicia funções como condutor auxiliar a 24 de janeiro de 1887, por portaria régia de 20 de dezembro do ano anterior[13]. Será como condutor auxiliar que desempenhará funções, entre fevereiro e agosto de 1887, como Chefe da Secção de Trabalhos na Ilha de Príncipe[14].

A 24 de agosto de 1887 apresenta um requerimento para promoção de 2.ª classe, processo que havia iniciado em julho desse ano e que será arquivado, sem produzir qualquer resultado[14]. É a 24 de setembro deste ano que, ao abrigo de uma licença da junta de saúde, regressa a Lisboa[15], cidade onde permanecerá até 1901. Durante a estada em Lisboa, apresenta requerimentos diversos e infrutíferos para ser transferido para as Direções de Obras Públicas de outras Províncias Ultramarinas, pedidos dos quais não há registo de resposta[16].

Em 1891, permanece em Lisboa, mesmo após lhe ter sido solicitado que se apresentasse ao serviço em São Tomé e Príncipe[17]. Por decreto de 6 de outubro de 1891, é nomeado solicitador da Comarca de Lisboa, cargo que passará a desempenhar a partir do dia 20 do mesmo mês[18].

A 18 de janeiro de 1901, apresenta um requerimento à Direção Geral do Ultramar para ser reintegrado nas Obras Públicas do Ultramar como condutor - neste requerimento, faz referência às dificuldades económicas que alegadamente atravessa[5]. Por decisão de 26 de outubro de 1901, é nomeado condutor provisório de 2.ª classe da Direção de Obras Públicas de Angola[19] - apresenta-se ao serviço a 03 de dezembro do mesmo ano[4]. A 17 de dezembro de 1901 é-lhe atribuída a Direção da Circunscrição de Obras Públicas de Benguela, onde permanecerá até agosto de 1902.

A 14 de agosto de 1902, é presente à Junta de Saúde que lhe concede uma licença de 30 dias. A 25 de setembro do mesmo ano, a Junta de Saúde prescreve-lhe o regresso a Lisboa[4][20].

Por Portaria Régia de 06 de maio de 1903, Filipe Corte Real é nomeado condutor de 2.ª classe da Direção Fiscal do Caminho de Ferro de Benguela, entrando em funções a 21 de maio[21]. A 12 de outubro de 1903, por indicação da Junta de Saúde, regressa à metrópole[22].


Seguiu para o Reino em Janeiro de 1883 por opinião da Junta de Saúde (portaria provincial nº12 de 21 do mesmo mês publicada no Boletim Oficial de 4 de 27 do mesmo mês). Teve 30 dias de licença para se tratar (portaria régia nº13 de 19 de Fevereiro de 1883 publicada no Boletim Oficial nº13 de 5 de Maio do mesmo ano). Teve 60 dias de licença registada (portaria régia nº23 de 27 de Março de 1883 publicada no Boletim Oficial nº13 de 5 de Maio do mesmo ano). Exonerado do lugar de desenhador (portaria régia nº44 de 3 de Maio de 1884 publicada no Boletim Oficial nº22 de 31 do mesmo mês).

Conductor auxiliar (portaria régia nº161A de 20 de Dezembro de 1886 publicada no Boletim Oficial nº5 de 29 de Janeiro de 1887).

Presente na Direcção das Obras Públicas de São Tomé e Príncipe em 24 de Janeiro de 1887 (portaria provincial nº19 de 24 do mesmo mês publicada no Boletim Oficial nº5 de 29 do mesmo mês).

Seguiu para o Reino em 26 de Setembro de 1887 por opinião da Junta de Saúde (portaria provincial nº160 de 23 do mesmo mês publicada no Boletim Oficial nº39 de 24 do mesmo mês). Teve 60 dias de licença para se tratar (portaria régia nº110 de 24 de Outubro de 1887 publicada no Boletim Oficial nº49 de 3 de Dezembro do mesmo ano) .Teve 60 dias de licença registada (portaria régia nº124 de 29 de Dezembro de 1887 publicada no Boletim Oficial nº8 de 25 de Fevereiro de 1888).[23]

__

Conductor auxiliar em S. Tomé entre 1880 e 1885 (? a fonte não é muito clara) Decretos de 23 de Dezembro de 1880 e 29 de Dezembro de 1885 ☂ Exonerado pelo Decreto com força de lei de 19 de Dezembro de 1887 (alteração do quadro de pessoal do serviço de Obras Públicas)

Nomeado por Portaria de 26 de Outubro de 1901, conductor provisório de 2ª classe das Obras publicas do província de Angola.  

- Seguiu para Luanda em 6 de Novembro de 1901

- Mandado regressar ao reino por parecer da Junta de Saude em 25.8.1901onde esteve pelo menos até 13-3-1902.

- Nomeado por portaria regia de 6 de Maio de 1903, conductor de 2ª classe da Direcção fiscal do caminho de ferro de Benguella, seguiu viagem em 21-5-903.

Outras informações

Obras

Notas

  1. 1,0 1,1 Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. Cópia do Registo de Batismo. (P1142917)
  2. Registo Geral de Mercês. Mercês de D. Luís I. liv. 21. f. 170v. (PT-TT-RGM-J-0021_m0344.tif e PT-TT-RGM-J-0021-m0345.tif) Disponível em https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2039897
  3. Um moço-fidalgo é o título menos honroso da primeira ordem de fidalguia. Raminelli 2015 apud Raminelli 2018. Visualizado a 13 de maio, 2022.
  4. 4,0 4,1 4,2 4,3 Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. Nota Biográfica. (P1142992)
  5. 5,0 5,1 Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. (P1142967 e P1142968)
  6. Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. Ficha Referente a 1883. (P1142935)
  7. Arquivo Central da Economia. Acervo Infraestruturas, Transportes e Comunicações. Processos Individuais de Funcionários. Cx. 153. SANTOS, João Macário dos. Disponível em: https://arquivohistorico.sgeconomia.gov.pt/details?id=229801
  8. Observatório Político. "Vilhena, Júlio Marques de (1846-1928)". Visualizado a 13 de maio, 2022.
  9. Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. . (P1142922)
  10. Portaria régia nº79A de 8 de Julho de 1881 publicada no Boletim Oficial nº48 de 2 de Dezembro de 1881
  11. Portaria provincial nº180 do mesmo dia publicada no Boletim Oficial nº48 de 2 de Dezembro do mesmo ano
  12. Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. (P1142941, P1142935 e P1142929)
  13. Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. (P1142941 e P1142966)
  14. 14,0 14,1 Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. (P1142940, P1142941, P1142955)
  15. Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. Portaria da Junta de Saúde de 24 de agosto de 1887. (P1142948)
  16. Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. (P1142956, P1142957 e P1142958)
  17. Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. (P1142959 e P1142960)
  18. Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. (P1142964)
  19. Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. (P1142981)
  20. Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. Guia n.º 414. (P1142987)
  21. Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. (P1142996)
  22. Arquivo Histórico Ultramarino. 771_1_E_F. Processos Individuais. Filippe Alistão Telles Moniz Corte Real. Guia n.º 91 da Repartição da Fazenda Provincial de Angola. (P1142997)
  23. AHSTP, Repertório Simples do Fundo Arquivístico: Câmara Municipal de São Tomé e Príncipe, "Livro de registo de pessoal técnico e de administração (1886-1890)", fl.11.

Fontes

AHSTP, Repertório Simples do Fundo Arquivístico: Câmara Municipal de São Tomé e Príncipe, "Livro de registo de pessoal técnico e de administração (1886-1890)".

AHU. 428 1N SEMU_MU DGU liv 1893_1919 Obras Públicas-Pessoal ULT.

AHU. 905 1N SEMU DGU liv 1880_1892 Reg pessoal das obras públicas ULT.

Bibliografia

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Mafalda Pacheco --

Gonçalo Margato

Departamento de Estudos Políticos, NOVA-FCSH

https://orcid.org/0000-0002-6248-3947

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

Citar este artigo