Grevas
Deriva-se da palavra francesa greves, que antigamente significava uma espécie de botas ou meias de ferro que tomavam dos joelhos até à garganta do pé nos soldados armados de ponto em branco. Certo etimologista moderno deriva greva do latim ocrea, corrompendo-se o vocábulo de ocrea em ocreva e de ocreva em greva. Na sua prosódia, declarando o P. Bento Per. o significado de ocrea, diz bota de soldado, greva feita de pasta de cobre. Com esta interpretação se confirma que grevas eram botas de metal, defensivas das pernas do soldado e por consequência, parte das que chamavam armas brancas. Nem implica dizer o P. B. Per. que as grevas eram feitas de pasta de cobre porque nisto segue a declaração de Calepino, que diz ocrea, militaris calceamenti genus est, ex aere ad obtegendas tibias accommodatum, quo utebantur tantum duarum primarum classium milites; reliqui enim caligis tibias muniebant. Que se as primeiras grevas se fizeram de pasta de cobre, mudado o metal, se fizeram depois de pasta de ferro. Dado pos que ocrea significa o dito calçado militar de cobre ou ferro, parece desnecessário acrescentar-lhe o epíteto aerea ou ferrea. (...)[1].
Referências bibliográficas
- ↑ Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo IV: G), 131.
Bibliografia e Fontes
- Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo IV: Letra F-J. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1713.