Academia Politécnica do Porto

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Item1
(valor desconhecido)
Outras denominações valor desconhecido
Tipo de Instituição valor desconhecido
Data de fundação 1641
Data de extinção valor desconhecido
Antecessora valor desconhecido

Sucessora valor desconhecido


História

A Academia Politécnica do Porto foi criada por decreto de 13 de Janeiro de 1837, sucedendo à extinta Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto, a qual surge por iniciativa privada e concretização régia. O propósito da nova Academia era o do "ensino das ciências industriais" e aqueles a que se destinavam, nomeadamente, engenheiros civis "de todas as classes, tais coo os engenheiros de minas, os engenheiros construtores e os engenheiros de pontes e estradas"; oficiais de marinha; pilotos; comerciantes; agricultores; directores de fábricas e artistas, em geral, demonstravam a extensão que se pretendia da acção da Academia Politécnica[1].

Em 1839, regulava-se as faltas dos alunos e a forma pela qual o seu aproveitamento nas cadeiras era determinado, nomeadamente, por actos públicos, entre outros instrumentos de avaliação[2].

Academia Politécnica do Porto 6:160-181;

10:30-40.

17:115; 261-267; 519; 587.

Outras informações

Consideravam-se estabelecimentos anexos à Academia Politécnica do Porto os estabelecimentos anteriormente anexos à Academia Real de Marinha e Comércio, a que acresciam: 1.º Um gabinete de historia natural industrial; 2.º um gabinete de máquinas; 3.º um laboratório químico, e oficina metalúrgica; 4.º um jardim botânico e experimental"[3]. Apenas em 1844 seria decretado o estabelecimento efectivo do jardim botânico e experimental, e o laboratório químico[4].

Professores

O número de professores proprietários que compunham o corpo docente não é apresentado por José Silvestre Ribeiro, deixando apenas a nota de "Tantos professores proprietários, quantos são os cursos". Estabeleciam-se seis lugares de professor substitutos na qualidade de "demonstradores natos", ou seja, executavam a componente prática das disciplinas. Um substituto encontrava-se especialmente dedicado à cadeira de desenho[5].

Após a Revolução Setembrista, os professores da Academia de Marinha e Comércio do Porto eram reintegrados ou viriam a sê-lo na Academia Politécnica do Porto, ocupando os lugares vagos existentes[6].

Curricula

A oferta curricular apresentada aquando da fundação da Academia Politécnica do Porto compunha-se de seis cursos, a saber, de engenheiro de marinha e de oficial de marinha, com a duração mínima de cinco anos; e de piloto, de comércio, de agricultura e de artes com a duração mínima de três anos[7].

1779-1797
Ano Nome da Cadeira Matérias[8] Livros Professores
Primeiro grupo disciplinar "Aritmética, geometria elementar, trigonometria plana, álgebra até às equações do segundo grau"
Segundo grupo disciplinar

"Continuação da álgebra, sua aplicação à geometria, cálculo diferencial e integral, princípios de mecânica"

Terceiro grupo disciplinar "Geometria descritiva, e suas aplicações"
Quarto grupo disciplinar "Desenho relativo aos diferentes cursos"
Quinto grupo disciplinar "Trigonometria esférica, princípios de astronomia, de geodésia, navegação teórica e prática"
Sexto grupo disciplinar[9] "Artilharia e táctica naval"
Sétimo grupo disciplinar "História natural dos três reinos da natureza aplicada às artes e ofícios"
Oitavo grupo disciplinar "Física e mecânica industriais"
Nono grupo disciplinar "Química, artes químicas, e lavra de minas"
Décimo grupo disciplinar "Botânica, agricultura, economia rural, e veterinária"
Décimo primeiro grupo disciplinar "Comércio e economia industrial"

A oferta disciplinar da Academia no que concerne ao aparelho e manobra navais era assegurada por um mestre, subordinado ao professor de disciplina de navegação, e a arquitectura civil e naval era ministrada na Academia Portuense de Belas Artes. A componente prática do ensino, a saber, "experiência, manipulações, e os mais exercícios práticos [seriam realizados] nos gabinetes da academia, nas oficinas da Academia Portuense de Belas Artes, e nas salas do Conservatório das Artes e Ofícios, que serão para esse fim estabelecimentos comuns". Simultaneamente, era estabelecido que a Academia Politécnica albergasse aulas que correspondiam a aulas leccionadas no Liceu Nacional do Porto, cujos alunos passariam a frequentar em substituição[10].

A partir de 1844 a Academia Politécnica do Porto ministrou os cursos preparatórios requeridos na admissão à Escola do Exército. Simultaneamente permitia-se a nomeação para guardas marinhas dos alunos que tivessem concluído o curso de oficiais de marinha[11].

Sendo indispensável fixar provisoriamente a collocação das nova» cadeiras criadas na Academia Polytechnica do Porto, pelo decreto de 2 de setembro de 1901, emquanto não são reorganizados, como é mester, os cursos professados na mesma Academia Polytechnica: Ha Sua Majestade El-Rei por bem determinar o seguinte : 1. ° A cadeira de physica mathematica (decreto com força de lei de 2 de setembro de 1901, artigo l.°) ficará no 3. ° anno dos tres cursos de engenheiros civis, de obras publicas, de minas e industriaos, assim como no 3.® anno do curso preparatorio para a Escola do Exercito; 2. ° A cadeira de mineralogia (decreto com força de lei de 2 de setembro de 1901, artigo l.°) será professada no 4. ° anno do curso de minas. No próximo anuo lectivo de 1903-1904, o conselho académico organizará, para serem submettidos á approvação superior, os programmas que teem de servir para as novas cadeiras. Paço, em 2 de setembro de 1903. = Luiz Augusto Pimentel Pinto. - d. do g. 196, 4/09/1903. - https://digigov.cepese.pt/pt/pesquisa/listbyyearmonthday?ano=1903&mes=9&tipo=a-diario&filename=1903/09/04/D_0196_1903-09-04&pag=2&txt=Escola%20do%20Exercito

Notas

Sucessoras: Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Faculdade Técnica da Universidade do Porto

  1. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:160.
  2. Ribeiro, 6:163-168.
  3. Ribeiro, 6:162.
  4. Ribeiro, 6:170.
  5. Ribeiro, 6:162.
  6. Ribeiro, 6:169.
  7. Ribeiro, 6:161.
  8. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:160-161.
  9. Esta disciplina foi suprimida por decreto, com força de lei, datado de 20 de Setembro de 1844. Vide, Ribeiro, 6:170.
  10. Ribeiro, 6:161.
  11. Ribeiro, 6:170.

Fontes

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia. Vol. 6. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1876, pp. 160-181.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia. Vol. 10. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1882, pp. 30-40.

Bibliografia

Ligações Internas

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Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

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