Adriano Gavila: diferenças entre revisões

Fonte: eViterbo
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 211: Linha 211:
Após esta batalha, Gavila, com as mesmas companhias de granadeiros, marchou em direcção a Pondá, tendo ocupado a sua fortificação no dia 11 Junho após debandada da sua guarnição marata.  
Após esta batalha, Gavila, com as mesmas companhias de granadeiros, marchou em direcção a Pondá, tendo ocupado a sua fortificação no dia 11 Junho após debandada da sua guarnição marata.  


Tendo servido quase oito anos no Estado da Índia, Gavila embarcou a 27 de Janeiro de 1746 na nau Vitória, sob o comando do capitão de mar Francisco Pinheiro dos Santos, com destino a Portugal, por via dos portos do sul da Índia e do Cabo Comorim. Entre a carga da nau constava importante volume de diamantes para a corte de Portugal. Porém, a viagem foi atribulada, tendo o mau tempo causado inundações na nave. A nau fundeou no porto de Saint Paul na Ilha de Réunion a 25 de Março de 1747, carecendo de reparações. Os diamantes destinado à corte Portuguesa foram então reenviados para Goa sob escolta de naus francesas. A nau, depois de quebradas suas amarras, naufargou no dia 6 de Abril perto de Saint Paul, tendo se salvado a maior parte da sua marinhagem, sendo que o capitão de mar e os tripulantes, incluindo, presumivelmente, Gavila, estavam em terra. Os portugueses e a fazenda salva da nau foram transportados para a Ilha Maurice, onde chegaram a 5 de Janeiro de 1747.  
Tendo servido quase oito anos no Estado da Índia, Gavila embarcou a 27 de Janeiro de 1746 na nau Vitória, sob o comando do capitão de mar Francisco Pinheiro dos Santos, com destino a Portugal, por via dos portos do sul da Índia e do Cabo Comorim. Entre a carga da nau constava importante volume de diamantes para a corte. Porém, a viagem foi atribulada, tendo o mau tempo causado inundações na naus, e esta veio a fundeoar no porto de Saint Paul na Ilha de Réunion a 25 de Março de 1747, carecendo de reparações urgentes. Os diamantes destinado à corte Portuguesa foram então reenviados para Goa sob escolta de naus francesas. A nau, depois de uma tormenta ter quebrado suas amarras, naufargou no dia 6 de Abril à vista de Saint Paul, salvando-se a maior parte da sua marinhagem, sendo que o capitão de mar e os tripulantes, incluindo, presumivelmente, Gavila, estavam em terra. Os portugueses e a fazenda resgatada da nau foram transportados para a Ilha Maurice, onde chegaram a 5 de Janeiro de 1747. Qual o destino de Gavila? 


===Outras informações=== <!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
===Outras informações=== <!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->

Revisão das 16h54min de 8 de julho de 2021


Adriano Gavila
Nome completo Adriano Gavila
Outras Grafias D. Adriano Gávila, Adriano Gavilá, Adrião Gavila
Pai Filipe António Gavila
Mãe Isabel Maria Rerengues Lanz
Irmão(s) Mariano Gavila
Nascimento
[[Xativa, Espanha]]
Postos
Posto Capitão
Data Início: 11 de março de 1732
Fim: 25 de abril de 1738
Arma Infantaria

Posto Tenente-coronel
Data Início: 25 de abril de 1738
Cargos
Cargo Ajudante de engenheiro
Data Fim: 11 de março de 1732
Local Cargo [[Convento de Mafra, Mafra,-]]

Cargo Engenheiro
Data Fim: 25 de abril de 1738
Local Cargo [[Convento de Mafra, Mafra,-]]

Cargo Engenheiro
Data Início: 25 de abril de 1738
Local Cargo {{#cargo_query:tables=technetempire_coor_dms|fields=_pageName|where=_pageName='Baçaim, Índia' }}
Actividade
Actividade Acompanhamento de obra
Local de Actividade [[Convento de Mafra, Mafra,-]]

Actividade Participação em cerco
Data Início: 1739
Fim: 1739
Local de Actividade [[Baçaim, Índia]]


Biografia

Dados biográficos

Adriano Gavila nasceu em Xativa (Espanha), provavelmente no último quartel do séc. XVII. Filho do engenheiro Filipe António Gavila e de Isabel Maria Rerengues Lanz, Adriano Gavila foi descrito como "nobre valenciano" em publicações de 1746 e de 1755[1].

Carreira

Capitão engenheiro, empregado nas obras de Mafra, onde se distinguiu em obras hidráulicas.

Em 1735 foi dobrado o salário do mesmo posto.

A 25 de Abril de 1738 foi promovido a tenente coronel e mandado servir na Índia[2], onde chegou provavelmente em Setembro ou Outubro desse ano[3]. Em Novembro de 1738, o vice-rei Pedro de Mascarenhas conde de Sandomil comunicava ao general da Província do Norte, Pedro de Melo que o "novo engenheiro Dom Adriano Gavila [...] que veyo do Reino, o teem reputado, e que o senhor conde de Ericeira me escreveo que sendo a Praça de Arronches huma das peyores que tinhamos, elle em breve tempo com poucos meyos a reformara de modo que ficou muito capaz"[4].

Participou no cerco de Baçaim, entre Novembro de 1738 e Maio de 1739, tendo coordenado as opearções de contra-minagem nesse último ano[5][6]. Gavila é referido várias vezes na correspondência entre Baçaim e Goa durante esse período, tendo sido ferido durante o cerco. O seu nome consta como o terceiro signatário do instrumento de rendição de Baçaim, de 16 de Maio 1739 (a seguir ao do general da Província do Norte e do capitão da praça): "D. Adriano de Gavila, Mestre de campo geral em exercicio de engenheiro".

Entre Maio e inícios de Outubro, esteve em Bombaim, tendo chegado à barra de Aguada, Goa, a 8 de Outubro de 1739. Participou na malograda tentativa de reconquista de Bardez, marchando com a força do general Manoel Soares Velho em Novembro de 1739 desde a aldeia de Sinquerim até os muros de Tivim (ca. de 22km), tendo aí participado na tomada do forte de Colvale. A força recuou volvidos pouco dias para a fortificação de Aguada.[7]

Em Junho de 1742, o "tenente coronel engenheiro D. Adriano de Gavila" tomou parte no ataque que o general Manuel Soares Velho chefiou contra as fortificações de Sanguém e Pondá, em Goa, ambas ocupadas por forças maratas, que em Maio dessa ano tinham também invadido Salcete, ameaçando a fortificação de Rachol. De acordo com uma fonte coeva, ambas as fortificações foram "arrasadas".[8]

Segundo o autor da Epanaphora Indica (1746), Gavila foi o "autor daquellas gloriozas acçoens", algo que não fôra reconhecido num livro publicado em 1742. O engenheiro "justificou judicialmente em Goa" o seu papel nas operações militares através de depoimentos de vários oficiais que o acompanharam. Na publicação mais tardia, elucida-se que Gavila comandara efectivamente a força que, partindo de Rachol, conquistou Sanguém, a ca. 30km para sudeste ao longo do Rio Zuari, a 8 de Junho de 1742:

"...marchou D. Adriano sobre esta fortaleza, e escalandoa com tres companhias de granadeiros, a tomou com toda a sua artelharia, muniçoens, e petrechos; passando a sua guarniçaõ à espada; e perdoando só a mulheres, a crianças, e a 40 pessoas, às quaes por commiseraçam concedeu quartel, deixando-as prisioneiras de guerra."

Após esta batalha, Gavila, com as mesmas companhias de granadeiros, marchou em direcção a Pondá, tendo ocupado a sua fortificação no dia 11 Junho após debandada da sua guarnição marata.

Tendo servido quase oito anos no Estado da Índia, Gavila embarcou a 27 de Janeiro de 1746 na nau Vitória, sob o comando do capitão de mar Francisco Pinheiro dos Santos, com destino a Portugal, por via dos portos do sul da Índia e do Cabo Comorim. Entre a carga da nau constava importante volume de diamantes para a corte. Porém, a viagem foi atribulada, tendo o mau tempo causado inundações na naus, e esta veio a fundeoar no porto de Saint Paul na Ilha de Réunion a 25 de Março de 1747, carecendo de reparações urgentes. Os diamantes destinado à corte Portuguesa foram então reenviados para Goa sob escolta de naus francesas. A nau, depois de uma tormenta ter quebrado suas amarras, naufargou no dia 6 de Abril à vista de Saint Paul, salvando-se a maior parte da sua marinhagem, sendo que o capitão de mar e os tripulantes, incluindo, presumivelmente, Gavila, estavam em terra. Os portugueses e a fazenda resgatada da nau foram transportados para a Ilha Maurice, onde chegaram a 5 de Janeiro de 1747. Qual o destino de Gavila?

Outras informações

Obras

Adriano Gavila trabalhou nas obras do Convento de Mafra, e nas reforma setecentista da fortificação de Arronches.

Foi o responsável pelas operações de contra-minagem em Baçaim em 1739, durante os últimos meses do cerco marata àquela fortificação.

Foi o responsável pelas demolições das fortificações de Sanguém e Pondá em 1742, ambas nos territórios das Novas Conquistas, Goa.

Notas

  1. Sousa, Antonio Caetano de, Memorias Historicas, e Genealogicas dos Grandes de Portugal..., Lisboa, Na Regia Officina Sylviana, 1755, p. 140.
  2. Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol I, 415-416
  3. Assento do Senado de Damão datado de 13 de Abril de 1738, cit. in Moniz, António Francisco, Notícias e Documentos para a História de Damão, vol. II, Lisboa, Associação Damão-Diu, 2000, pp. 17, 18.
  4. Carta de Pedro de Mascarenhas, 7/11/1738, Livro de Baçaim nº 7, fl. 118v, Historical Archive of Goa.
  5. Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III, 335
  6. Pissurlencar, Panduranga, "Portugueses e Maratas", Boletim do Instituto Vasco da Gama, nº 12 (1932) p. 85.
  7. Pissurlencar, Panduronga, "Portugueses e Maratas", Boletim do Instituto Vasco da Gama, nº 13 (1932), p. 54.
  8. "Noticias da Índia, Junho de 1742", Papéis vários, Códice nº 677, fl. 412, Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, transc. in Assentos do Conselho de Estado, Pandurang Pissurlencar ed., vol. V (1696-1750), Bastorá: Tipografia Rangel, 1957, pp. 639-640.

Fontes

Bibliografia

  • Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal. Vol I. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1904.
  • Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal. Vol III. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1922.

Ligações Externas


Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

Citar este artigo