André Ribeiro Coutinho: diferenças entre revisões

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Sidh Losa Mendiratta
Sidh Losa Mendiratta


CES - Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
https://orcid.org/0000-0003-2960-8100
==Financiamento==
==Financiamento==
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
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Revisão das 11h52min de 29 de julho de 2022


André Ribeiro Coutinho
Nome completo André Ribeiro Coutinho
Outras Grafias valor desconhecido
Pai Pascoal Ribeiro Coutinho
Mãe Maria dos Reis
Cônjuge Carlota Ana de Miranda
Filho(s) Eufrásia
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento valor desconhecido
Lisboa, Lisboa, Portugal
Morte 1751
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Sexo Masculino
Religião valor desconhecido
Residência
Residência Lisboa, Lisboa, Portugal
Data Início: 1735
Fim: 25 de março de 1736

Residência Ilha de Santa Catarina, Santa Catarina, Brasil
Data Início: 05 de março de 1737
Fim: 1737
Formação
Formação Instrução básica
Arma Infantaria

Posto Sargento-mor
Data Início: 14 de abril de 1723

Data Início: 1737
Fim: 1738
Arma Cavalaria
Cargos
Cargo Professor
Data Início: 14 de abril de 1723
Local Cargo Índia

Data Início: 1828
Fim: 1734
Local Cargo Baçaim, Índia

Cargo Director
Data Início: 1734
Fim: dezembro de 1734

Cargo Governador
Data Início: dezembro de 1737
Fim: 22 de dezembro de 1740
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Data Início: 1741
Fim: outubro de 1750

Cargo Professor
Data Início: 1741
Fim: outubro de 1750
Actividade
Actividade Desenho de arquitectura
Data Início: maio de 1733
Fim: dezembro de 1733
Local de Actividade Província do Norte, Índia

Actividade Execução de obra
Data Início: 1738
Local de Actividade Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil


Biografia

Dados biográficos

Naceu em Lisboa. Filho de Pascoal Ribeiro Coutinho e de Maria dos Reis, e neto de André Ribeiro Coutinho. Estudou "letras humanas e Filosofia" no Colégio de Santo Antão em Lisboa.[1]

Faleceu no Rio de Janeiro em 1751.

Carreira

Depis de ter assentado "praça de soldado" em Lisboa, Coutinho assistiu no posto de ajudante em várias campanhas da guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714). Em 1716, partiu para os Balcãs, na armada enviada para assistir a República de Veneza na defesa da Ilha de Corfú face aos ataques Otomanos. Após essa batalha, que terminou a 21 de Agosto desse ano, Coutinho participou no cerco e conquista de Belgrado pelo exército Austríaco em 1717. Partiu para a Índia em 14 de Abril de 1723 com o posto de sargento-mor, e encarregue de ensinar a "disciplina" militar "praticada na Europa".[1]

Índia, 1723-1734

Na Índia, Coutinho acompanhou a incursão militar de 1726 sobre a fortificação de Bicholim, Goa, dependente dos Savánts de Vadi e Kudal, mais conhecidos por "Bonsulós".[2] Nessa campanha, comandou o "Regimento de Estado", sendo Coutinho designado como "segundo cabo, e Comadante de toda a Infantaria" da operação, e tendo granjeado elogios por parte do vice-rei João Saldanha da Gama, que o descreveu à metrópole enquanto oficial "muito inteligente na disciplina militar", recomendando a sua promoção.[3] O próprio Coutinho deixou uma descrição do ataque na obra Relação Diaria da Expugnação e rendimento [sic] da Praça de Bicholym.

Nomeado em 1728 feitor e alcaide-mor da cidade de Baçaim na Província do Norte, Coutinho redigiu um importante relatório intitulado Extracto Individual do Estado em que se acha a Infantaria..., onde informava o vice-rei João Saldanha da Gama da situação defensiva daquele território (documento publicado por Joaquim da Cunha Rivara em 1866[4]). Em Agosto desse mesmo ano, o vice-rei João Saldanha da Gama instruia o general da Província do Norte António Casco de Melo a averiguar a capacidade do novo engenheiro francês por ele contratado (muito provavelmente Sarmay) por intermédio de Coutinho "por ser sciente nesta arte" de fortificar "e como prático na lingoa Franceza".[5]

Durante a monção de 1728, Coutinho participou no ataque aos arrabaldes da cidade de Galiana, durante o conflito luso-marata então a decorrer.[6]

Estando em Goa em inícios de 1733 "dando contas da feitoria" de Baçaim ao vice-rei D. Pedro de Mascarenhas, Coutinho regressou à Província do Norte em Maio de 1733 na companhia do novo general da Província, D. Luís Botelho, com a incumbência de delinear a nova fortificação a edificar na vila de Taná.[7]

Coutinho foi o responsável por três soluções distintas para fortificar Taná, ao qual correspondiam três desenhos enviados para Goa em Dezembro de 1733, "ajustados aos preceitos da arte de fortificação em que, por sua curioza aplicação, parecia profeçar bem instruido".[7] Dos três projectos propostos ao vice-rei D. Pedro de Mascarenhas, optou-se pela edificação de uma fortificação que incluía uma "cidadela" envolvida por uma "linha de defesa" de limitado desempenho defensivo. Antes de iniciar a obra, Coutinho foi responsável pelo levantamento topográfico da vila de Taná. Iniciada a obra ainda em 1734, Coutinho regressou a Goa em Dezembro desse ano, deixando a "nova fortedicação em termos de a poder continuar e aperfeiçoar por qualquer outro enginheiro".[7] Efectivamente, foi substituido pelo tenente coronel engenheiro José Lopes de Sá, que dirigiu a obra até a conquista da fortificação inacabada pelo exército marata em Abril de 1737.

Coutinho partiu de Goa em inícios de 1735 com destino a Portugal.[7]

Brasil, 1735-1751

Em finais de 1735 ou inícios de 1736 partiu para o Brasil com o posto de tenente-coronel, tendo servido na Colónia do Sacramento.[1]

Serviu ainda como coronel de um regimento na capitania do Rio de Janeiro, onde faleceu em 1751.


Outras informações

Obras

Coutinho escreveu:

- Prototypo constituido das partes mais essenciaes de um General perfeito, delineado em o perfeitissimo Governador das Armas no Alemtejo o sr. Pedro Mascarenha, Lisboa, por Antonio Pedroso Galrão, 1713.

- Relação diaria da expugnação e rendimento da praça de Bicholym, Lisboa, Na Officina de Miguel Rodrigues, 1728.

- O Capitão de Infanteria portuguez, com a theorica e practica das suas funcções, assim nas Armadas terrestres e navaes, como nas Praças e Corte, Lisboa, na Off. Silviana, 1751; 2 tomos.


Conhecem-se ainda cinco cartas de André Coutinho ao Conde de Unhão D. Rodrigo Xavier Teles estantes na Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Évora.[8]

Notas

  1. 1,0 1,1 1,2 Machado, Diogo Barbosa, Bibliotheca Lusitana, tom. I, Lisboa Occidental, Na Officina de Antonio Isidoro de Fonseca, 1741, p. 172.
  2. "Noticias da India desde o fim do Governo do Vice-Rey Vasco Fernandes Cezar athé o fim do anno de 1738", doc. 29, Ms. 465, fl. 124, Biblioteca Nacional de Portugal.
  3. Carta do vice-rei João Saldanha da Gama ao rei, 20 de Janeiro 1727, Livro das Monções nº 95-A, Ms. 110, fl. 283, Historical Archives of Goa.
  4. Coutinho, André Ribeiro, "Extracto Individual do Estado em que se acha a Infantaria...no anno de 1728", O Chronista de TIssuary, Joaquim da Cunha Rivara (ed.), vol. I, nº 1, Nova Goa, Imprensa Nacional, Janeiro de 1866, pp.
  5. Carta do vice-rei João Saldanha da Gama, 18 de Agosto de 1728, Livro da Correspondência de Baçaim nº 5, Ms. 1253, fls. 20v, 21, Historical Archives of Goa
  6. Cartas do vice-rei João Saldanha da Gama datadas de 10 de Maio, 13 e 17 de Agosto de 1728, Livro de Baçaim nº 5, Ms. 1253, fls. 21, 26, 26v, Historical Archives of Goa.
  7. 7,0 7,1 7,2 7,3 Rellação da guerra que o infil. Maratá fez no Estado da India..., cod. 1605, A. G. Biblioteca Nacional de Portugal, cit. in Pissurlencar, Panduranga, "Portugueses e Maratas (IV): Como se perdeu Baçaim", Boletim do Instituto Vasco da Gama, nº 9, 1931, p. 35.
  8. Segundo Joaquim da Cunha Rivara, as cartas estão no códice CXX/2-1 (Rivara, Joaquim da Cunha, Catalogo dos Mss. da Bibl. Publ. Eborense [comp])

Fontes

Bibliografia

- Prototypo constituido das partes mais essenciaes de um General perfeito, delineado em o perfeitissimo Governador das Armas no Alemtejo o sr. Pedro Mascarenha, Lisboa, por Antonio Pedroso Galrão, 1713.

- Relação diaria da expugnação e rendimento da praça de Bicholym, Lisboa, Na Officina de Miguel Rodrigues, 1728.

- O Capitão de Infanteria portuguez, com a theorica e practica das suas funcções, assim nas Armadas terrestres e navaes, como nas Praças e Corte, Lisboa, na Off. Silviana, 1751; 2 tomos.

Ligações Externas

https://www.hpip.org/pt/heritage/details/1305

Autor(es) do artigo

Sidh Losa Mendiratta

CES - Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra

https://orcid.org/0000-0003-2960-8100

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

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