Aula de Artilharia, Geometria, Fortificação e Desenho de Tavira

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Aula de Artilharia, Geometria, Fortificação e Desenho de Tavira
(valor desconhecido)
Outras denominações Aula de Artilharia de Tavira, Aula Regimental de Artilharia de Tavira
Tipo de Instituição Ensino Militar
Data de fundação 1789
Data de extinção 1834
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Tavira, Tavira, Faro,-
Antecessora valor desconhecido

Sucessora valor desconhecido


História

A Aula de Artilharia, Aula Regimental de Artilharia, ou Aula de Artilharia, Geometria, Fortificação e Desenho de Tavira foi uma instituição de ensino militar criada em 1789, anexa ao respectivo Regimento. Estabeleceu-se "na praça de Tavira pelo Conde de Vale de Reis, governador e capitão-general do reino do Algarve"[1] [2].

A sua criação enquadra-se no conjunto de reformas sobre a instrução de artilharia levadas a cabo na segunda metade do século XVIII, pelo conde de Lippe, Frederico de Eschaumburgo-Lipa. Não sendo certa a data de extinção das Aulas de Artilharia, alguns autores indicam o seu término em 1834[3].

Outras informações

Professores

Curricula

O plano de estudos decretado em 1763 determinava que se observassem, sob pena de expulsão das Aulas e Regimentos, "precisa, e inalteravelmente" os tratados escolhidos dos quais "se farão traduções Portuguesas para os que não possuem a língua Francesa"[4].

Estabelecia-se que se observasse três dias de prática nas aulas regimentais [5], uma disposição constante no alvará de 9 de Abril de 1762, que especificava o horário em que deveriam decorrer, nomeadamente, "hora e meia de manhã e uma hora de tarde"[6].

Plano de estudos em 1763
Ano Nome da Cadeira Matérias Livros[7] Professores
Aula de Artilharia, Geometria, Fortificação e Desenho de Tavira Curso de Matemática, por Monsieur Bellidoro.

"Para a Arte de lançar as Bombas se deve seguir Monsieur du Lacq naquela parte do seu livro intitulado, Mecanismo de Artilharia, que trata desta matéria", e, em alternativa, "farão o uso do Bombardeiro Francês Monsieur Bellidoro".

"Os seis Artífices pertencentes à Companhia dos mesmos Bombardeiros devem estudar, entender, e praticar todas as diferentes composições de fogos de Artificio, que servem para a Guerra, pelas explicações do Monsieur de Saint Remy".

"Para a Ciência das Minas se devem seguir as obras de Monsieur de La-Valiere o Pai, de Monsieur de Lorme, e de Monsieur Bellidoro", inclusos nas "Memórias de Saint Remy".

"Para a Engenharia, e Fortificações (...) se deve seguir o livro intitulado: O Ataque, e defensa das Praças, por Monsieur de Vauban".

"Para o Estudo dos Mineiros, e Bombeiros, se deve seguir a Ciência dos Engenheiros do mesmo Monsieur Bellidoro nas partes em que tem uma conexão imediata com a profissão dos sobreditos".

"Para o Exercício das Peças de Campanha [em peças de calibre inferior à peça de bateria, de 6 libras ou menos] se há de seguir o Método, que se estabeleceu nos dois o Método, que se estabeleceu nos dous Campamentos que no presente ano se fizeram junta à Cidade de Évora, e na vizinhança de Belém".

Professor proprietário entre 1788 e 1797; e 1811: José Sande de Vasconcelos[8].



Professor proprietário em 1911: Baltasar de Azevedo Coutinho[9].


Notas

  1. Fernando Pessanha. “Baltazar de Azevedo Coutinho e o mapa da Grande Batalha do Guadiana". Visualizado em 19 Agosto, 2022.
  2. Direcção-Geral do Património Cultural, "Núcleo urbano da cidade de Tavira". Visualizado em 19 Agosto, 2022.
  3. Borges, "O conde de Lippe e o ensino militar em Portugal", 534.
  4. Governo Português. "Plano, que Sua Magestade manda seguir, e observar no Estabelecimento, Estudos, e Exercicios das Aulas dos Regimentos de Artilheria." Em Collecção de Legislação Portugueza. Legislação de 1763 a 1774. Lisboa: Typografia Maigrense, 1829, 47-49.
  5. Governo Português. "Plano, que Sua Magestade manda seguir, e observar no Estabelecimento, Estudos, e Exercicios das Aulas dos Regimentos de Artilheria." Em Collecção de Legislação Portugueza. Legislação de 1763 a 1774. Lisboa: Typografia Maigrense, 1829, 49.
  6. Cordeiro, Apontamentos para a Historia da Artilharia, 263.
  7. Para uma descrição dos exercícios, a forma como deveriam ser realizados e indicações práticas para os oficiais vide, Governo Português. "Plano, que Sua Magestade manda seguir, e observar no Estabelecimento, Estudos, e Exercicios das Aulas dos Regimentos de Artilheria." Em Collecção de Legislação Portugueza. Legislação de 1763 a 1774. Lisboa: Typografia Maigrense, 1829, 47-49.
  8. Direcção-Geral do Património Cultural, "Núcleo urbano da cidade de Tavira". Visualizado em 19 Agosto, 2022.
  9. Fernando Pessanha. “Baltazar de Azevedo Coutinho e o mapa da Grande Batalha do Guadiana". Visualizado em 19 Agosto, 2022.

Fontes

Bibliografia

Borges, João Vieira. "O conde de Lippe e o ensino militar em Portugal." Em 250 anos da chegada do conde de Lippe a Portugal: necessidades, reformas e consequências da presença de militares estrangeiros no exército português. Actas do XXI Colóquio de História Militar. Lisboa: Comissão Portuguesa de História Militar, 2013.

Direcção-Geral do Património Cultural, "Núcleo urbano da cidade de Tavira". Visualizado em 19 Agosto, 2022.

Fernando Pessanha. “Baltazar de Azevedo Coutinho e o mapa da Grande Batalha do Guadiana". Visualizado em 19 Agosto, 2022.

Ligações Internas

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Categoria: Aula de Artilharia, Geometria, Fortificação e Desenho de Tavira

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

João de Almeida Barata

https://orcid.org/0000-0001-9048-0447

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

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