Aula de Fortificação de Goa: diferenças entre revisões

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==História==<!--História geral da instituição. Este é o local para colocar toda a informação que justifica o que está na infobox e outra complementar, subdividida em períodos, se necessário-->
==História==<!--História geral da instituição. Este é o local para colocar toda a informação que justifica o que está na infobox e outra complementar, subdividida em períodos, se necessário-->
Inserida num esforço de criação de uma rede de aulas em diversos pontos do império, foram diversas as tentativas de tentar estabelecer uma Aula de Fortificação em Goa.
A primeira notícia que se conhece data de 12 de Novembro de 1674 quando o Conselho Ultramarino fez uma consulta a Luís Serrão Pimental sobre os engenheiros para enviar para a Índia e para o Brasil. Pimentel indicou [[Manuel Barreto da Ponte]] para a Índia “''por ser capaz de ensinar o que tinha aprendido''<ref name=":0">Conselho Ultramarino_Brasil_Bahia. 1674, Novembro, 12, Lisboa. Doc. 2615. Catálogo Luísa da Fonseca. Consulta do Conselho Ultramarino sobre os engenheiros João Lucas Ferreira Simões, de Viana do Castelo, Manuel Barreto da Ponte, João Coutinho e Antonio Correia Pinto, que podem ir para os Estados da India e Brasil. </ref>”. O conselho aprovou ainda que Barreto da Ponte ensinasse " ''a seis sujeitos aos quais o V. Rei com os do Conselho nomearão as porções que hão de ser pagas pela fazenda real para que melhor se apliquem, porque a vista destes aprenderão outros muitos; e sempre sairão alguns sábios para este exercício''"<ref name=":1">Arquivo Nacional da Torre do Tombo. ''Manuel Barreto da Ponte. Carta Patente. Engenheiro do Estado da Índia''. Registo Geral de Mercês, Mercês (Chancelaria) de D. Afonso VI, liv. 18, f. 139v. Transcrita por: Viterbo, ''Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal'', 3: 248 ; Sepúlveda, ''História da Engenharia Militar Portuguesa,'' 16: 250-251.</ref>''',''' ou seja que se estabelecessem seis “partidos” ou seja seis lugares pagos de aprendizagem.
A 16 de Fevereiro de 1675 Manuel Barreto da Ponte foi efetivamente nomeado Engenheiro-mor do Estado da Índia com a obrigação de ensinar na Cidade de Goa para onde partiria nessa monção<ref name=":0" /><ref name=":1" />. Cerca de um mês depois, a 26 de março do mesmo ano, ainda o engenheiro não tinha chegado à Índia, uma consulta do governo de Goa ao Conselho Ultramarino mostrava que existiam preocupações sobre quem seriam os alunos destas aulas. Nesse documento, da Índia chega a advertência de que as aulas deveriam ser dadas "''portugueses casados e não a outros''" assegurando que não houvesse possibilidade de os alunos "''depois se passem aos Mouros''". O parecer do Conselho parece ser que se cumpram as ordens anteriormente enviadas<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Consultas da Índia. ''Sobre o engenheiro que vai à índia ensinar a fortificação a portugueses casados, e não a outros.'' AHU_CU_CONSULTAS DA ÍNDIA, Cod. 212, fl. 43. Vejam-se ainda os documentos posteriores também citados neste verbete.</ref>. Em Janeiro de 1676 Manuel Barreto da Ponte toma posse do seu cargo de engenheiro-mor da Estado da Índia<ref>Historical Archive of Goa. Cartas do vice-rei Luís Furtado e Albuquerque datadas de 22 e 23 de Janeiro de 1676, Livro das Monções nº 39-40, Ms. 48, fls. 132-133, 234-235. Citadas por Mendiratta, “Dispositivos do Sistema Defensivo da Província do Norte do Estado da Índia, 1521-1739”, 118.</ref> <ref name=":2">Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Consultas da Índia. ''Sobre o que escreve o conde vice-rei da índia acerca dos sujeitos que o engenheiro Manuel Barreto da Ponte devia ensinar naquele estado a mesma arte.'' AHU_CU_CONSULTAS DA ÍNDIA, Cod. 212, fl. 58. 28 de Janeiro de 1677.</ref>. O descontentamento e preocupação do governo de Goa continuou, como atesta um conjunto de documentação datado dos anos de 1676 e 1677. Tudo leva a crer que apesar das ordens que levava de Lisboa, Manuel Barreto da Ponte não terá começado a ensinar, pois as hesitações e resistências do Governo de Goa continuavam: "''considerava grande inconveniente'' (...) ''porque depois de aprenderem se devertiam pelos reinos estranhos onde exercitavam o oficio muito em prejuízo do desejado que neste reino''"<ref name=":2" /><ref>AHU_ACL_CU_58_CX054_India_ 1675_1679. 28 de Janeiro de 1677. Cx30. Doc. 68</ref><ref>AHU_ACL_CU_58_CX054_India_ 1675_1679. 28 de Janeiro de 1677. Cx30. Doc. 128. Sobre o que escreveu o Conde Vice-Rei da India à cerca dos Sujeitos que o Engenheiro Manuel Barreto da Ponte devia ensinar naquele Estado a mesma arte.</ref>.
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==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->  
==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->  

Revisão das 19h27min de 28 de agosto de 2023


Aula de Fortificação de Goa
(valor desconhecido)
Outras denominações Aula de Matemática aplicada à Architectura Militar; Aula de Arquitectura Militar
Tipo de Instituição valor desconhecido
Data de fundação valor desconhecido
Data de extinção 1817
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Goa, Índia
Início: 1812
Antecessora valor desconhecido

Sucessora Academia Militar de Goa


História

Inserida num esforço de criação de uma rede de aulas em diversos pontos do império, foram diversas as tentativas de tentar estabelecer uma Aula de Fortificação em Goa. A primeira notícia que se conhece data de 12 de Novembro de 1674 quando o Conselho Ultramarino fez uma consulta a Luís Serrão Pimental sobre os engenheiros para enviar para a Índia e para o Brasil. Pimentel indicou Manuel Barreto da Ponte para a Índia “por ser capaz de ensinar o que tinha aprendido[1]”. O conselho aprovou ainda que Barreto da Ponte ensinasse " a seis sujeitos aos quais o V. Rei com os do Conselho nomearão as porções que hão de ser pagas pela fazenda real para que melhor se apliquem, porque a vista destes aprenderão outros muitos; e sempre sairão alguns sábios para este exercício"[2], ou seja que se estabelecessem seis “partidos” ou seja seis lugares pagos de aprendizagem.

A 16 de Fevereiro de 1675 Manuel Barreto da Ponte foi efetivamente nomeado Engenheiro-mor do Estado da Índia com a obrigação de ensinar na Cidade de Goa para onde partiria nessa monção[1][2]. Cerca de um mês depois, a 26 de março do mesmo ano, ainda o engenheiro não tinha chegado à Índia, uma consulta do governo de Goa ao Conselho Ultramarino mostrava que existiam preocupações sobre quem seriam os alunos destas aulas. Nesse documento, da Índia chega a advertência de que as aulas deveriam ser dadas "portugueses casados e não a outros" assegurando que não houvesse possibilidade de os alunos "depois se passem aos Mouros". O parecer do Conselho parece ser que se cumpram as ordens anteriormente enviadas[3]. Em Janeiro de 1676 Manuel Barreto da Ponte toma posse do seu cargo de engenheiro-mor da Estado da Índia[4] [5]. O descontentamento e preocupação do governo de Goa continuou, como atesta um conjunto de documentação datado dos anos de 1676 e 1677. Tudo leva a crer que apesar das ordens que levava de Lisboa, Manuel Barreto da Ponte não terá começado a ensinar, pois as hesitações e resistências do Governo de Goa continuavam: "considerava grande inconveniente (...) porque depois de aprenderem se devertiam pelos reinos estranhos onde exercitavam o oficio muito em prejuízo do desejado que neste reino"[5][6][7].

Outras informações

Professores

Curricula

Notas

  1. 1,0 1,1 Conselho Ultramarino_Brasil_Bahia. 1674, Novembro, 12, Lisboa. Doc. 2615. Catálogo Luísa da Fonseca. Consulta do Conselho Ultramarino sobre os engenheiros João Lucas Ferreira Simões, de Viana do Castelo, Manuel Barreto da Ponte, João Coutinho e Antonio Correia Pinto, que podem ir para os Estados da India e Brasil.
  2. 2,0 2,1 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Manuel Barreto da Ponte. Carta Patente. Engenheiro do Estado da Índia. Registo Geral de Mercês, Mercês (Chancelaria) de D. Afonso VI, liv. 18, f. 139v. Transcrita por: Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, 3: 248 ; Sepúlveda, História da Engenharia Militar Portuguesa, 16: 250-251.
  3. Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Consultas da Índia. Sobre o engenheiro que vai à índia ensinar a fortificação a portugueses casados, e não a outros. AHU_CU_CONSULTAS DA ÍNDIA, Cod. 212, fl. 43. Vejam-se ainda os documentos posteriores também citados neste verbete.
  4. Historical Archive of Goa. Cartas do vice-rei Luís Furtado e Albuquerque datadas de 22 e 23 de Janeiro de 1676, Livro das Monções nº 39-40, Ms. 48, fls. 132-133, 234-235. Citadas por Mendiratta, “Dispositivos do Sistema Defensivo da Província do Norte do Estado da Índia, 1521-1739”, 118.
  5. 5,0 5,1 Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino. Consultas da Índia. Sobre o que escreve o conde vice-rei da índia acerca dos sujeitos que o engenheiro Manuel Barreto da Ponte devia ensinar naquele estado a mesma arte. AHU_CU_CONSULTAS DA ÍNDIA, Cod. 212, fl. 58. 28 de Janeiro de 1677.
  6. AHU_ACL_CU_58_CX054_India_ 1675_1679. 28 de Janeiro de 1677. Cx30. Doc. 68
  7. AHU_ACL_CU_58_CX054_India_ 1675_1679. 28 de Janeiro de 1677. Cx30. Doc. 128. Sobre o que escreveu o Conde Vice-Rei da India à cerca dos Sujeitos que o Engenheiro Manuel Barreto da Ponte devia ensinar naquele Estado a mesma arte.

Fontes

Bibliografia

Ligações Internas

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Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

https://doi.org/10.34619/yw2n-ufjw

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