Carlos Figueiredo de Miranda

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Carlos Figueiredo de Miranda
Nome completo Carlos Figueiredo de Miranda
Outras Grafias valor desconhecido
Pai António José de Miranda
Mãe Maria do Carmo
Cônjuge Felicidade Palmira Pereira
Filho(s) Aurora, Maria
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento 10 janeiro 1866
Lisboa, Lisboa, Portugal
Morte 3 janeiro 1937
Lisboa, Portugal
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência Lisboa, Lisboa, Portugal
Data Início: 10 de janeiro de 1866
Fim: 03 de janeiro de 1937

Residência Angola
Data Início: 1882
Formação
Formação Engenharia Militar
Local de Formação Lisboa, Lisboa, Portugal
Postos
Posto Soldado
Data Início: 1882
Arma Marinha

Posto Tenente
Data Início: 06 de dezembro de 1892
Fim: 09 de setembro de 1916
Arma Marinha

Posto Capitão
Data Início: 09 de setembro de 1916
Fim: 24 de agosto de 1917
Arma Marinha
Cargos
Cargo valor desconhecido
Data Início: 04 de dezembro de 1888
Fim: 03 de agosto de 1930

Cargo Director
Data Início: 1894
Fim: 1895

Cargo Director
Data Início: 22 de novembro de 1910
Fim: 02 de janeiro de 1912

Cargo Director
Data Início: 13 de maio de 1912
Fim: 04 de março de 1913

Cargo Director
Data Início: 05 de maio de 1925

Cargo Presidente
Data Início: março de 1929
Fim: 20 de agosto de 1929
Actividade
Actividade Reparação
Data Início: 1888

Actividade Fiscalização
Data Início: janeiro de 1917

Biografia

Dados biográficos

Carlos Figueiredo de Miranda nasceu a 10 de Janeiro de 1866 na freguesia da Pena, concelho de Lisboa, onde foi baptizado em Setembro do mesmo ano. Era filho de legítimo de António José de Miranda, baptizado nas Mercês, e de Maria do Carmo de Miranda, baptizada em São Pedro de Alcântara, casados em Santa Isabel, tudo de Lisboa, moradores na Travessa do Meio ao Curral. Era neto paterno de Gualdino Joaquim de Miranda e de Ana Perpétua dos Anjos e materno de Luís José e de Carlota Joaquina[1], os últimos de Lisboa[2]. O seu avô materno era, pelo menos em 1828, soldado da Brigada Real da Marinha[3].

Casou em Lisboa, na freguesia dos Anjos, a 14 de Janeiro de 1892 com Felicidade Palmira Pereira de 27 anos, solteira, baptizada na freguesia de São João Baptista de Abrantes, Castelo Branco, moradora em Santa Engrácia no Campo de Santa Clara, nº 56, 1º andar, filha legítima de Guilherme Pereira da Rosa, natural da mesma freguesia, e de Margarida de Jesus, natural da freguesia de São Vicente de Abrantes. Carlos era, então, solteiro, de 26 anos, "engenheiro maquinista manual", residente na Rua da Bombarda[4].

Completou o curso de Engenharia Maquinista da Escola Naval, onde foi classificado para prémio no 2º ano, que não concorreu por motivo de serviço[5].

A sua Cédula pessoal nº 133258, série H, foi emitida a 13 de 1924[1].

Desconhece-se a data e o local do seu óbito.

Carreira

Carlos Figueiredo de Miranda recebeu uma verba de 2$798 da Escola Naval referente ao período de Dezembro de 1881 a Dezembro de 1882[6].

Começou a sua carreira, na Direcção das Obras Públicas de Angola, na Província do Congo com 16 anos, em 1882, onde desempenhou o cargo de praça-ajudante de maquinista naval. Em 1884 foi promovido a ajudante de maquinista de 2ª classe e em 1886 ao de 1ª classe. Passou a maquinista naval de 3ª classe a 6 de Dezembro de 1888[7][8] e de 2ª em 1893[9]. Em 1894 foi exonerado dos serviços que desempenhava na Direcção dos Serviços fabris e nomeado para dirigir os estabelecimentos fabris e de construção do Congo, promovido no mesmo ano a maquinista naval de 1ª classe sem prejuízo de antiguidade[10]. Também era, em 1895, diretor das Construções do Congo[11]. Nesse mesmo ano foi transferido para Cabinda, Angola. Em 1897 era engenheiro maquinista da Armada de Cabinda[5].

O Governador do Congo louvou as suas capacidades. Foi também louvado em 1894 por consertar a lancha canhoneira Zagaia, Guiné[5][12].

Fez serviço no transporte Africa (1890, 1892/1893[13]), na canhoneira Bengo (1890/1891)[14], no transporte India (1891/1892)[15], na canhoeira Zambeze (1892)[16], na canhoneira Rio Lima (1894)[9].

Após sair das Obras Públicas do Ultramar, continuou a trabalhar em Portugal. Em Janeiro de 1917, foi “Contratado o Engenheiro Maquinista Naval Carlos Figueiredo de Miranda para fiscalizar os trabalhos de construção dos novos Diques de Reparação de navios e das Carreiras de Construção e ampliação de Oficinas[17].

Outras informações

Foi seu padrinho de baptismo Pedro Figueiredo, de quem, muito provavelmente, adquiriu o apelido[1].

Falava francês[5].

Sócio (nº 2688) da Sociedade de Geografia de Lisboa desde 1896. Na Lista publicada em 1897, era engenheiro maquinista, da Armada Real, em Cabinda[18].

Em 1926 fez um requerimento ao parlamento, com o objectivo de salvaguardar os seus direitos enquanto maquinista naval: "Do capitão de mar e guerra engenheiro Carlos Figueiredo de Miranda, para que num projecto, que se diz que vai ser apresentado à apreciação da Câmara, sejam salvaguardados os seus direitos, como maquinista naval. Para a comissão de instrução especial e técnica"[19].

Foi admitido sócio do Montepio Oficial no primeiro trimestre de 1894[20].

A 13 de Maio de 1896, por proposta do Ministério dos Negócios da Marinha e Ultramar, foi agraciado com a mercê de Cavaleiro da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo[21][22], e em 1900 foi agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem Militar de São Bento de Avis[23].

Obras

Reparação e construção de embarcações.

Notas

  1. 1,0 1,1 1,2 Arquivo Nacional Torre do Tombo, Lisboa, Paróquia da Pena, Baptismos 1866-1870, fl 24v.
  2. "Carlota Joaquina: Casamentos", Geneall.
  3. Arquivo Nacional Torre do Tombo, Lisboa, Paróquia da Lapa, Casamentos 1811-1829, fl. 378.
  4. Arquivo Nacional Torre do Tombo, Lisboa, Paróquia dos Anjos, Casamentos 1892, fl. 2-2v.
  5. 5,0 5,1 5,2 5,3 Arquivo Histórico Ultramarino. "Carlos Figueiredo de Miranda - Processo individual de Carlos Figueiredo de Miranda" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D,
  6. "Escola Naval", Diário do Governo nº 69, de 29 de Março de 1883, 738.
  7. "Esquadrilha de operações do districto do Congo. Em 6 de dezembro de 1888", Diário do Governo nº 84, de 13 de Abril de 1889, 864.
  8. "Ministerio dos Negocios da marinha e ultramar - Direcção geral da marinha. 2ª Repartição", Diário do Governo nº 25, de 31 de Janeiro de 1889, 246.
  9. 9,0 9,1 "Em 18 de dezembro", Diário do Governo nº 35, de 15 de Fevereiro de 1894, 390.
  10. "Machinistas navaes supranumerarios (...)", Diário do Governo nº 47, de 28 de Fevereiro de 1896, 473.
  11. "Em 15", Diário do Governo nº 216, de 24 de Setembro de 1894, 2557.
  12. "Por determinação do conselho do almirantado", Diário do Governo nº 127, de 8 de Junho de 1894, 1469.
  13. "Em 1 de fevereiro", Diário do Governo nº 38, de 18 de Fevereiro de 1892, 346.
  14. "Em 15 (de fevereiro)", Diário do Governo nº 60 de 15 de Março de 1890, 558.
  15. "Ordem geral nº 5. Em 24 (de Janeiro de 1891)", Diário do Governo nº 27 de Janeiro de 1981, 257.
  16. "Em 5", Diário do Governo nº 91, de 25 de Abril de 1892, 865.
  17. Arquivo dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra, Atas do Conselho de Administração do Porto de Lisboa, Lisboa, Livro n.º 7, Ata n.º 477 de 18 de Janeiro de 1917..
  18. Sociedade Geographia de Lisboa, "Primeira Classe: Sócios Ordinários", Lista de Sócios para Assembleia Geral de 1897, (1897), 13.
  19. "Requerimentos", Diário da Câmara dos Deputados Sessão nº 30, de 4 de Fevereiro de 1926 (Lisboa, 1926): 3.
  20. Derocção do Monte Pio Official", Diário do Governo nº 146, de 3 de Julho de 1894, 1725.
  21. Forjaz, Jorge, Mercês Honoríficas do Século XIX (1890-1899) (s.l. [Ponta Delgada]: Letras Lavadas, 2019), 186.
  22. "Direcção geral de administração política e civil". Maio 13", Diário do Governo nº 109, de 16 de Maio de 1896, [1197].
  23. "Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar", Diário do Governo nº 157, de 17 de Julho de 1900, 1918.

Fontes

Arquivo Nacional Torre do Tombo, Lisboa, Paróquia da Lapa, Casamentos 1811-1829, fl. 378.

Arquivo Nacional Torre do Tombo, Lisboa, Paróquia da Pena, Baptismos 1866-1870, fl. 24v.

Arquivo Nacional Torre do Tombo, Lisboa, Paróquia dos Anjos, Casamentos 1892, fl. 2-2v.

Arquivo dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra, Atas do Conselho de Administração do Porto de Lisboa, Lisboa, Livro n.º 7, Acta n.º 477 de 18 de Janeiro de 1917.

Arquivo dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra, Atas do Conselho de Administração do Porto de Lisboa, Lisboa, Livro n.º 9, Ata n.º 600 de 24 de Maio de 1919.

Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.

Diário do Governo nº 69, de 29 de Março de 1883.

Diário do Governo nº 25, de 31 de Janeiro de 1889.

Diário do Governo nº 84, de 13 de Abril de 1889.

Diário do Governo nº 60, de 15 de Março de 1890.

Diário do Governo nº 27, de Janeiro de 1981.

Diário do Governo nº 38, de 18 de Fevereiro de 1892.

Diário do Governo nº 91, de 25 de Abril de 1892.

Diário do Governo nº 35, de 15 de Fevereiro de 1894.

Diário do Governo nº 127, de 8 de Junho de 1894.

Diário do Governo nº 146, de 3 de Julho de 1894.

Diário do Governo nº 216, de 24 de Setembro de 1894.

Diário do Governo nº 47, de 28 de Fevereiro de 1896.

Diário do Governo nº 109, de 16 de Maio de 1896.

Diário do Governo nº 157, de 17 de Julho de 1900.

"Requerimentos". Diário da Câmara dos Deputados Sessão nº 30, de 4 de Fevereiro de 1926 (Lisboa, 1926): 3.

Bibliografia

Sociedade Geographia de Lisboa. "Primeira Classe: Sócios Ordinários". Lista de Sócios para Assembleia Geral de 1897, (1897), 13.

Forjaz, Jorge. Mercês Honoríficas do Século XIX (1890-1899). s.l. [Ponta Delgada]: Letras Lavadas, 2019.

Ligações Externas

Carlos Figueiredo de Miranda in Geneall.

Carlota Joaquina in Geneall.

"Requerimentos". Diário da Câmara dos Deputados Sessão nº 30, de 4 de Fevereiro de 1926 (Lisboa, 1926): 3.

Arquivo dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra, Atas do Conselho de Administração do Porto de Lisboa, Livro n.º 9, Ata n.º 600 de 24 de Maio de 1919, Lisboa.

Arquivo dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra, Atas do Conselho de Administração do Porto de Lisboa, Livro n.º 7, Acta n.º 477 de 18 de Janeiro de 1917, Lisboa.


Autor(es) do artigo

Mariana Nicolau

https://orcid.org/0000-0002-1454-1794


Sandra Osório da Silva

Departamento de História, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa.

https://orcid.org/0000-0001-7529-5008

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

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