Daniel Pedro Müller: diferenças entre revisões

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Com o fim do governo de Franca e Horta, em 1811, transferiu-se ao [[Real Corpo de Engenheiros do Rio de Janeiro|Real Corpo de Engenheiros]], sendo promovido, a 24 de Junho desse ano<ref>Lago, ''Brigadeiros e Generais de D. João VI e D. Pedro I no Brasil'', 22.</ref>, ao posto de tenente-coronel, e enviado para o levantamento cartográfico na comarca de Paranaguá e Curitiba, então, regiões constituintes da capitania de São Paulo. No correr da década de 1810 formou em sua casa uma das maiores livrarias particulares de São Paulo, constituída por um conjunto de mais de 750 livros, dentre os quais destacavam-se as obras de Ciências, Geografia e História. Referência de erudição em São Paulo nas primeiras décadas do Oitocentos, Müller era chamado a ensinar a língua francesa aos jovens paulistas, além de ser incumbido pelo governo para receber alguns dos viajantes que passaram pela cidade, como os botânicos e naturalistas germânicos, Johan Baptist von Spix e Carl Friedrich von Martius.
Com o fim do governo de Franca e Horta, em 1811, transferiu-se ao [[Real Corpo de Engenheiros do Rio de Janeiro|Real Corpo de Engenheiros]], sendo promovido, a 24 de Junho desse ano<ref>Lago, ''Brigadeiros e Generais de D. João VI e D. Pedro I no Brasil'', 22.</ref>, ao posto de tenente-coronel, e enviado para o levantamento cartográfico na comarca de Paranaguá e Curitiba, então, regiões constituintes da capitania de São Paulo. No correr da década de 1810 formou em sua casa uma das maiores livrarias particulares de São Paulo, constituída por um conjunto de mais de 750 livros, dentre os quais destacavam-se as obras de Ciências, Geografia e História. Referência de erudição em São Paulo nas primeiras décadas do Oitocentos, Müller era chamado a ensinar a língua francesa aos jovens paulistas, além de ser incumbido pelo governo para receber alguns dos viajantes que passaram pela cidade, como os botânicos e naturalistas germânicos, Johan Baptist von Spix e Carl Friedrich von Martius.


No corpo de engenheiros, Müller foi responsável por diversas obras na capital, das quais se destacam a estrada do Piques (atual Rua da Consolação), a ponte do Carmo, a pirâmide e chafariz do Piques (atual Largo da Memória, no Anhangabaú), além da construção de arquibancadas de madeira no Largo dos Curros (atual Praça da República), onde a população assistia às touradas. No campo da cartografia, foi designado a levantar mapas da então comarca de Paranaguá e Curitiba. Sobre esses mapas, sabe-se de uma carta manuscrita intitulada <i>Mappa do Campo de Guarapuav[a] e territórios cor[...]</i>, pertencente à coleção cartográfica da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
No corpo de engenheiros, Müller foi responsável por diversas obras na capital, das quais se destacam a estrada do Piques (atual Rua da Consolação), a ponte do Carmo, a pirâmide e chafariz do Piques (atual Largo da Memória, no Anhangabaú), além da construção de arquibancadas de madeira no Largo dos Curros (atual Praça da República), onde a população assistia às touradas. No campo da cartografia, foi designado a levantar mapas da, então, comarca de Paranaguá e Curitiba. Sobre esses mapas, sabe-se de uma carta manuscrita intitulada <i>Mappa do Campo de Guarapuav[a] e territórios cor[...]</i>, pertencente à coleção cartográfica da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.


No decorrer dos anos entre 1819 e 1821, David Müller dedicou-se igualmente à administração da Capitania de São Paulo, tendo ocupado diversos cargos durante o governo de João Carlos Augusto de Oeynhausen. Nomeadamente, o cargo de diretor da Real Fábrica d' Armas, instalada em São Paulo em Junho de 1820, e de inspector do Real Trem; de operários prussianos especializados em trabalhar ferro e aço; e de inspector-geral das estradas da capitania. Ocupou, ainda, o cargo de “Delegado do Inspetor-Geral das Fortalezas e Portos de Guerra do Reino do Brazil da província de São Paulo”, por proposta do tenente-general, e Inspetor-Geral, Alexandre Eloy Portelli e em função do seu trabalho na defesa da costa paulista<ref>Oberacker Jr, ''O movimento autonomista no Brasil'', 35-39.</ref>.
No decorrer dos anos entre 1819 e 1821, David Müller dedicou-se igualmente à administração da Capitania de São Paulo, tendo ocupado diversos cargos durante o governo de João Carlos Augusto de Oeynhausen. Nomeadamente, o cargo de diretor da Real Fábrica d' Armas, instalada em São Paulo em Junho de 1820, e de inspector do Real Trem; de operários prussianos especializados em trabalhar ferro e aço; e de inspector-geral das estradas da capitania. Ocupou, ainda, o cargo de “Delegado do Inspetor-Geral das Fortalezas e Portos de Guerra do Reino do Brazil da província de São Paulo”, por proposta do tenente-general, e Inspetor-Geral, Alexandre Eloy Portelli e em função do seu trabalho na defesa da costa paulista<ref>Oberacker Jr, ''O movimento autonomista no Brasil'', 35-39.</ref>.
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Museu Paulista, Universidade de São Paulo (MP-USP)
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https://orcid.org/0000-0001-5938-4924


==Financiamento==
==Financiamento==

Revisão das 13h46min de 20 de junho de 2023


Daniel Pedro Müller
Nome completo Daniel Pedro Müller
Outras Grafias Daniel Pedro Muller
Pai Johann Wilhelm Christian Müller
Mãe Anna Elizabeth Möller
Cônjuge Gertrudes Maria do Carmo, Maria Fausta de Castro
Filho(s) Guilhermina Müller Beaurepaire, Carolina Müller das Dores, Emília Müller de Faria, Elisa Müller de Campos, Augusta Henriqueta Müller de Figueiredo, Daniel Pedro Müller, filho, Antônio Manuel de Melo
Irmão(s) Doroteia Müller, Guilhermina Müller, Cristiano Frederico Müller
Nascimento 26 dezembro 1785
Oeiras, Lisboa, Portugal
Morte 1 agosto 1841
São Paulo, São Paulo, Brasil
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência Lisboa, Lisboa, Portugal
Data Início: 1785
Fim: 1802

Residência São Paulo, São Paulo, Brasil
Data Início: 1802
Fim: 1841
Formação
Formação Engenharia Militar
Data Início: 1795
Fim: 1800

Formação Engenharia Militar
Data Início: outubro de 1800
Fim: 1802
Instituição de Formação Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho
Postos
Posto 2º Tenente
Data Início: outubro de 1800
Fim: 1802
Arma Artilharia

Posto Tenente-coronel
Data Início: 24 de junho de 1811
Fim: 22 de janeiro de 1825
Arma Engenharia

Posto Marechal
Data Início: 01 de junho de 1829
Fim: 01 de agosto de 1841
Arma Engenharia

Data Início: 1795
Fim: outubro de 1800
Arma Artilharia

Posto Capitão
Data Início: 1802
Fim: 13 de maio de 1806
Arma Infantaria

Posto Sargento-mor
Data Início: 13 de maio de 1806
Fim: 24 de junho de 1811
Arma Infantaria
Cargos
Cargo valor desconhecido
Data Início: 1802
Fim: 1804

Cargo Professor
Data Início: 1804

Cargo Director
Data Início: 1820

Cargo Governador
Data Início: dezembro de 1821
Fim: julho de 1822

Cargo Governador
Data Início: 1825
Fim: 1828
Actividade
Actividade Levantamento do território
Data Início: 24 de junho de 1811
Fim: 1829
Local de Actividade Paraná, Brasil

Actividade Inspecção
Data Início: 1819
Fim: 1821
Local de Actividade São Paulo, São Paulo, Brasil

Actividade Projeto de Infraestrutura
Data Início: 1829
Fim: 1836
Local de Actividade São Paulo, São Paulo, Brasil

Actividade Levantamento do território
Data Início: 1835
Fim: 1841
Local de Actividade São Paulo, São Paulo, Brasil

Actividade Autoria de texto
Data Início: 1837
Fim: 1838
Local de Actividade São Paulo, Brasil


Biografia

Dados biográficos

Daniel Pedro Muller nasceu em Oeiras em 26 de dezembro de 1785, com ascendência germânica, sendo filho de Johann Wilhelm Christian Müller (1752-1814) e Anna Elizabeth Möller, e neto materno de Heinrich Möller, que exercera larga actividade negocial junto da feitoria Hanseática e da Bolsa de Lisboa[1]. O seu pai era natural de Göttingen e transferiu-se para Lisboa em 1773, com fim de assumir a posição de primeiro pastor luterano da Congregação Evangélica Alemã. Mais tarde, já em serviço de D. Maria I, ocupou o cargo de diretor da Imprensa Régia, bem como o de secretário da Academia Real das Ciências de Lisboa[2]. Juntamente com Anna Möller, perfilhou também Doroteia (1780-1827), Guilhermina (1781-1830) e Cristiano Frederico (1783-1806), irmãos de Daniel Pedro[1].

Daniel Müller iniciou a sua vida conjugal, entre 1804 e 1805, com Gertrudes Maria do Carmo, de origem paulista, São Paulo, Brasil. Destas primeiras núpcias, descenderam cinco filhas e um filho. Mais precisamente, Guilhermina Müller Beaurepaire, casada em segundas núpcias com o brigadeiro Henrique de Beaurepaire Rohan; Carolina Müller das Dores, casada com o coronel Leandro Mariano das Dores; Emília Müller de Faria, casada com Manuel José de Faria, natural de Portugal, tendo sido residentes no Rio de Janeiro; Elisa Müller de Campos, casada com o dr. Felizardo Pinheiro de Campos, tendo sido residentes no Rio de Janeiro; Augusta Henriqueta Müller de Figueiredo, casada com o desembargador Antônio Ladislau de Figueiredo Rocha, tendo residido na Bahia; e Daniel Pedro Müller filho, solteiro, que faleceu aos 25 anos de idade em 25 de janeiro de 1842, na condição de oficial da Guarda Nacional[3].

As segundas núpcias realizaram-se juntamente com Maria Fausta de Castro em 1818, encontrando-se esta na condição de viúva do ex-governador, e capitão general de São Paulo, Antônio de Melo e Castro Mendonça (1797-1802). Do casamento de Maria Castro com Daniel Müller não resultariam filhos próprios, sobrevindo apenas um filho do casamento anterior, a saber, Antônio Manuel de Melo. Segundo informação constante de peça necrológica à data do seu falecimento, Daniel Pedro Müller, "virtuosos padrasto", ter-se-á ocupado da educação do seu enteado - o qual se considerava "dotado de extraordinários talentos" -, razão pela qual o autor do texto não hesitou em designar Antônio Manuel como "um outro Müller". Este, cujo percurso incidiu na engenharia de carreira militar, veio a ocupar o lugar de ministro da Guerra brasileiro em duas datas, 1847 e 1863[4].

Daniel Pedro Müller faleceu no dia 1 de agosto de 1841, em São Paulo, encontrando-se os seus restos, ao que parece, depositados anonimamente na cripta da Igreja da Ordem Terceira do Carmo.

Carreira

Assentou praça como cadete do Regimento de Artilharia da Corte em 1795, tendo frequentado, em simultâneo, as aulas do curso de matemática da Academia Real de Marinha de Lisboa[5]. Em função, alcança o posto de segundo-tenente da segunda companhia do Regimento de Artilharia em outubro de 1800[6], data em que prossegue estudos na Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho, que concluiu dois anos mais tarde[5].

Finda a sua formação, foi promovido a capitão de infantaria, agregado à primeira plana da corte, sendo destacado rapidamente para a, então, capitania de São Paulo, em exercício de ajudante de ordens do governador recém-nomeado, o capitão general Antônio José da Franca e Horta (1802-1811). Desembarcou na vila de Santos em Novembro de 1802, tendo seguido para a cidade de São Paulo[7].

Em 1804, foi nomeado, pelo governador, professor de uma “Aula de Desenho”, ministrada a alguns militares da “Brigada de Artilheria”. Dois anos mais tarde, a 13 de Maio, foi promovido ao posto de sargento-mor graduado em tenente-coronel de infantaria[8].

Nos primeiros anos em que serviu como ajudante de ordens, Müller se destacou rapidamente, sendo escolhido pelo governo, juntamente com José Arouche de Toledo Rendon, para representar os paulistas nos preparativos das festividades de recepção da família real portuguesa em 1808. Neste mesmo ano foi agraciado com o hábito da Ordem de Cristo por decreto do príncipe regente João.

Com o fim do governo de Franca e Horta, em 1811, transferiu-se ao Real Corpo de Engenheiros, sendo promovido, a 24 de Junho desse ano[9], ao posto de tenente-coronel, e enviado para o levantamento cartográfico na comarca de Paranaguá e Curitiba, então, regiões constituintes da capitania de São Paulo. No correr da década de 1810 formou em sua casa uma das maiores livrarias particulares de São Paulo, constituída por um conjunto de mais de 750 livros, dentre os quais destacavam-se as obras de Ciências, Geografia e História. Referência de erudição em São Paulo nas primeiras décadas do Oitocentos, Müller era chamado a ensinar a língua francesa aos jovens paulistas, além de ser incumbido pelo governo para receber alguns dos viajantes que passaram pela cidade, como os botânicos e naturalistas germânicos, Johan Baptist von Spix e Carl Friedrich von Martius.

No corpo de engenheiros, Müller foi responsável por diversas obras na capital, das quais se destacam a estrada do Piques (atual Rua da Consolação), a ponte do Carmo, a pirâmide e chafariz do Piques (atual Largo da Memória, no Anhangabaú), além da construção de arquibancadas de madeira no Largo dos Curros (atual Praça da República), onde a população assistia às touradas. No campo da cartografia, foi designado a levantar mapas da, então, comarca de Paranaguá e Curitiba. Sobre esses mapas, sabe-se de uma carta manuscrita intitulada Mappa do Campo de Guarapuav[a] e territórios cor[...], pertencente à coleção cartográfica da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

No decorrer dos anos entre 1819 e 1821, David Müller dedicou-se igualmente à administração da Capitania de São Paulo, tendo ocupado diversos cargos durante o governo de João Carlos Augusto de Oeynhausen. Nomeadamente, o cargo de diretor da Real Fábrica d' Armas, instalada em São Paulo em Junho de 1820, e de inspector do Real Trem; de operários prussianos especializados em trabalhar ferro e aço; e de inspector-geral das estradas da capitania. Ocupou, ainda, o cargo de “Delegado do Inspetor-Geral das Fortalezas e Portos de Guerra do Reino do Brazil da província de São Paulo”, por proposta do tenente-general, e Inspetor-Geral, Alexandre Eloy Portelli e em função do seu trabalho na defesa da costa paulista[10].

Em junho de 1821, foi escolhido por povo e tropa como membro do Governo Provisório de São Paulo para representar os assuntos militares. Permaneceu no Brasil após a Independência, jurando a Constituição de 1824, fazendo-se, dessa forma, cidadão brasileiro. Serviu como militar fora de São Paulo até sua reforma em 1829, quando foi promovido ao posto de marechal de campo.

De volta a província de São Paulo, recebeu encomendas de diversos trabalhos, como o projeto de um cemitério afastado da cidade (1829); o muro de arrimo no morro do Carmo (1830); a planta do hospital da irmandade da Santa Casa de Misericórida (1830); a planta da casa de correção “em forma de panóptico radiante” (1832); o plano das obras de adaptação para estabelecimento das sessões da Câmara no Mosteiro de São Bento (1833) e os desenhos para a nova Ponte Grande (1836). O ano de 1835, no entanto, talvez tenha sido o mais significativo para sua vida profissional. Com a criação das assembleias legislativas provinciais naquele ano, os deputados de São Paulo encomendaram a Daniel Pedro Müller a elaboração de uma estatística e de um mapa da província de São Paulo. Trata-se do Ensaio d’um quadro estatístico da Província de São Paulo e Mappa Chorographico da Província de São Paulo.

Sobre o ensaio estatístico, impresso em 1838, trata-se de obra muito similar aos trabalhos de aritmética política inglesa, que usavam registros administrativos, principalmente os registros do estado civil, organizados de modo a atender fins estatísticos. O Mappa Chorographico da Provincia de São Paulo, por sua vez, teve seu desenho concluído em 1837, mas só foi impresso em Paris no ano de 1841. Trata-se da primeira representação impressa contendo a totalidade da província de São Paulo. A impressão de dezenas de cópias deste mapa não só ampliou a circulação e consumo do mesmo, mas desempenhou papel importante ao criar padrões de representação para o território provincial, repercutindo na produção de cartógrafos e editores de mapas já a partir da década de 1840 e durante toda a segunda metade do Oitocentos.

Entre os anos de 1836-37, trabalhou ainda na organização do Gabinete Topográfico de São Paulo, uma escola voltada à formação teórico-prática de engenheiros construtores de estradas. Nos primeiros anos participou de seu planejamento, indicando os livros e instrumentos que deveriam ser adquiridos para as aulas. Assumiu a direção do Gabinete em 1841, quando propôs uma reformulação geral de seu currículo, estatutos e regulamentos originais, prevendo a concessão de uma carta de “engenheiro civil” aos alunos que concluíssem com proveito os dois anos do curso.

Nos anos finais de sua vida, Müller ainda produziu uma obra intitulada Alphabeto Encyclopedico ou Cathecismo da Mocidade, do qual parece não haver restado um único exemplar impresso. Trata-se de uma coleção de obras gerais sobre determinados assuntos, tais como gramática, história e matemática, por exemplo, que chegaram a ter alguns volumes publicados às custas do próprio Müller.

Em 1839, foi convidado pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fundado no ano anterior, a se tornar sócio honorário daquela instituição. Já no ano seguinte ofereceu ao dito instituto uma memória sobre os Campos de Guarapuava, que recolheu, certamente, durante o período em que trabalhou no levantamento cartográfico da região, além de cópias de seu Alphabeto Encyclopédico e um exemplar de seu Mappa Chorographico da Provincia de São Paulo.

Em 1841, porém, encontrava-se muito endividado em razão do alto investimento realizado para a publicação de seu Alphabeto Encyclopédico. Ao julgar não ter alternativas para honrar os compromissos junto a seus credores, Daniel Pedro Müller suicidou-se nas águas do rio Pinheiros, que corria nos fundos de sua propriedade, tendo seu corpo sido encontrado junto à ponte que cruzava aquele rio[2].

Outras informações

Obras

  • Levantamento cartográfico na comarca de Paranaguá e Curitiba, então parte da capitania de São Paulo, 1811.
  • Estrada do Piques (atual Rua da Consolação), São Paulo.
  • Ponte do Carmo, São Paulo.
  • Pirâmide e chafariz do Piques (atual Largo da Memória, no Anhangabaú), São Paulo.
  • Construção de arquibancadas de madeira no Largo dos Curros (atual Praça da República), São Paulo.
  • Carta manuscrita intitulada Mappa do Campo de Guarapuav[a] e territórios cor[...], pertencente à coleção cartográfica da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
  • Projeto de um cemitério afastado da cidade (1829), São Paulo.
  • Muro de arrimo no morro do Carmo (1830), São Paulo.
  • Planta do hospital da irmandade da Santa Casa de Misericórida (1830), São Paulo.
  • Planta da casa de correção “em forma de panóptico radiante” (1832), São Paulo.
  • Plano das obras de adaptação para estabelecimento das sessões da Câmara no Mosteiro de São Bento (1833), São Paulo.
  • Desenhos para a nova Ponte Grande (1836), São Paulo.
  • Ensaio d’um quadro estatístico da Província de São Paulo, 1838.
  • Mappa Chorographico da Província de São Paulo, 1837.
  • Alphabeto Encyclopedico ou Cathecismo da Mocidade.
  • Memória sobre os Campos de Guarapuava[2].

Notas

  1. 1,0 1,1 Ferro, "Intelectuais alemães em Portugal", 320-324.
  2. 2,0 2,1 2,2 Tavares, A Engenharia Militar Portuguesa na Construção do Brasil, 121
  3. Franco, "Sobre o Marechal de Campo Daniel Pedro Müller", 29.
  4. "Necrologia do Marechal de Campo Daniel Pedro Müller", 2.
  5. 5,0 5,1 Arquivo Histórico Militar, mç. nº1, proc. nº 58. Processo do ex-aluno da Escola do Exército Daniel Pedro Müller.
  6. Madureira dos Santos, "Catálogo dos decretos do extinto Conselho de Guerra", 425.
  7. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. Maria I, liv. 67, fl. 100. Carta Patente de 30 de agosto de 1802; Madureira dos Santos, "Catálogo dos decretos do extinto Conselho de Guerra", 548.
  8. Arquivo Histórico Ultramarino, Conselho Ultramarino, s. Brasil-São Paulo, cx. 54, doc. 4484. Decreto de 13 de Maio de 1806; Lago, Brigadeiros e Generais de D. João VI e D. Pedro I no Brasil, 21.
  9. Lago, Brigadeiros e Generais de D. João VI e D. Pedro I no Brasil, 22.
  10. Oberacker Jr, O movimento autonomista no Brasil, 35-39.

Fontes

Arquivo Histórico Militar, mç. nº1, proc. nº 58. Processo do ex-aluno da Escola do Exército Daniel Pedro Müller.

Arquivo Histórico Ultramarino, Conselho Ultramarino, s. Brasil-São Paulo, cx. 54, doc. 4484. Decreto de 13 de Maio de 1806.Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. Maria I, liv. 67, fl. 100. Carta Patente de 30 de agosto de 1802.

"Necrologia do Marechal de Campo Daniel Pedro Müller." Diário do Rio de Janeiro 20, no. 193 (30Ago/ 1841): 2.

Bibliografia

Beier, José Rogério. "Artefatos de Poder: Daniel Pedro Muller, a Assembleia Legislativa e a Construção Territorial da Província de São Paulo (1835-1849)." Dissertação de Mestrado. FFLCH-USP, 2015.

Ferro, João Pedro. "Intelectuais alemães em Portugal: Johann Wilhelm Christian Müller (1752-1814)." Em

Portugal-Alemanha-África, 320-324. Lisboa: Edições Colibri, 1996.

Francisco de Assis Carvalho Franco, "Sobre o Marechal de Campo Daniel Pedro Müller." Revista do Instituto de Estudos Genealógicos 3, no. 5 (Jan/Jun 1939): 29.

José Rogério Beier, “Um engenheiro militar português em São Paulo: a trajetória de Daniel Pedro Muller e sua contribuição para a transição da engenharia militar para a engenharia civil na província paulista (1802-1841).” Navigator 10, no. 20 (2014): 29-42.

Lago, Coronel Laurênio. Brigadeiros e Generais de D. João VI e D. Pedro I no Brasil: dados biográficos (1808-1831). Rio de Janeiro: Imprensa Militar, 1938.

Madureira dos Santos, Cel. Horácio. "Catálogo dos decretos do extinto Conselho de Guerra na parte não publicada pelo General Cláudio de Chaby." Em Separata do Boletim do Arquivo Histórico Militar, 425; 548. Vol. 5. Lisboa: Arquivo Histórico Militar, 1965. Tavares, Gen. Aurelio de Lyra. A Engenharia Militar Portuguesa na Construção do Brasil. Rio de Janeiro: Estado-Maior do Exército, 1965.

Oberacker Jr, Carlos. O movimento autonomista no Brasil. Lisboa: Cosmos, 1977.

Tavares, Gen. Aurelio de Lyra. A Engenharia Militar Portuguesa na Construção do Brasil. Rio de Janeiro: Estado-Maior do Exército, 1965.

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

José Rogério Beier

Museu Paulista, Universidade de São Paulo (MP-USP)

https://orcid.org/0000-0001-5938-4924

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, Brasil (Processo: 21/09464-6)

DOI

https://doi.org/10.34619/rfpr-n3qq

Citar este artigo

Beier, José Rogério. "Daniel Pedro Müller", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 20/06/2023). Consultado a 11 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Daniel_Pedro_M%C3%BCller. DOI: https://doi.org/10.34619/rfpr-n3qq