Ernesto Soares de Andrade: diferenças entre revisões

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===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->
===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->
Ernesto Soares de Andrade nasceu em Lisboa a 3 de Setembro de 1866, e faleceu na sua residência, também em Lisboa, no dia 26 de Junho de 1933, altura em que já se encontrava aposentado, deixando viúva a sua terceira mulher Júlia Soares de Andrade<ref name=":3" />. Nasceu como filho ilegítimo de José Soares de Andrade, solteiro, empregado na Intendência das Obras Públicas do Distrito de Lisboa, natural da freguesia de Santos-o-Velho, da mesma cidade, residente na freguesia de Santa Maria Madalena do Turcifal, Torres Vedras - falecido em 1886<ref>"Comarca de Torres Vedras (...)", ''Diário do Governo'' nº 113, de 21 de Maio de 1886, 1392.</ref>-, e de Dona Isidora Augusta Soares de Andrade, exposta da Santa Casas da Misericórdia de Lisboa, solteira, residente no 2º andar do nº 7 do Beco de Santa Marta da freguesia do Coração de Jesus<ref name=":0">Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela das Obras Públicas de Cabo Verde sobre Ernesto Soares de Andrade, 1905" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.</ref>. Era neto paterno de Manuel Soares de Andrade e de Dona Maria José Pinto Soares. Foi seu padrinho de baptismo - cuja cerimónia se realizou a 16 de Janeiro de 1867 na igreja paroquial da freguesia do Coração de Jesus da cidade de Lisboa - Francisco José Guedes Vilhegas Quinhones de Matos Cabral, solteiro, empregado público, morador no nº 93 da Rua de Santa Marta, da mesma cidade<ref>Arquivo Nacional Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, Baptizados 1862-1879, fl. 66v-67, nº 3.</ref>. A 23 de Agosto de 1876, Ernesto foi legitimado por subsequente matrimónio dos seus progenitores. O seu pai era, então, proprietário, e o seu padrinho, casado e empregado no Ministério das Obras Públicas<ref>Arquivo Nacional Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, legitimações 1863-1911, fl. 24v-25, nº 2.</ref>.
Ernesto Soares de Andrade nasceu em Lisboa a 3 de Setembro de 1866, e faleceu na sua residência, também em Lisboa, no dia 26 de Junho de 1933, altura em que já se encontrava aposentado, deixando viúva a sua terceira mulher Júlia Soares de Andrade<ref name=":3" />. Nasceu como filho ilegítimo de José Soares de Andrade, solteiro, empregado na Intendência das Obras Públicas do Distrito de Lisboa, natural da freguesia de Santos-o-Velho, da mesma cidade, residente na freguesia de Santa Maria Madalena do Turcifal, Torres Vedras - falecido em 1886<ref>"Comarca de Torres Vedras (...)", ''Diário do Governo'' nº 113, de 21 de Maio de 1886, 1392.</ref>-, e de Dona Isidora Augusta Soares de Andrade, exposta da Santa Casas da Misericórdia de Lisboa, solteira, residente no 2º andar do nº 7 do Beco de Santa Marta da freguesia do Coração de Jesus<ref name=":0">Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela das Obras Públicas de Cabo Verde sobre Ernesto Soares de Andrade, 1905" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.</ref>. Era neto paterno de Manuel Soares de Andrade e de Dona Maria José Pinto Soares. Foi seu padrinho de baptismo - cuja cerimónia se realizou a 16 de Janeiro de 1867 na igreja paroquial da freguesia do Coração de Jesus da cidade de Lisboa - Francisco José Guedes Vilhegas Quinhones de Matos Cabral, solteiro, empregado público, morador no nº 93 da Rua de Santa Marta, da mesma cidade<ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, Baptizados 1862-1879, fl. 66v-67, nº 3.</ref>. A 23 de Agosto de 1876, Ernesto foi legitimado por subsequente matrimónio dos seus progenitores. O seu pai era, então, proprietário, e o seu padrinho, casado e empregado no Ministério das Obras Públicas<ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, legitimações 1863-1911, fl. 24v-25, nº 2.</ref>.


Existem informações contraditórias quanto à sua naturalidade. O seu assento de baptismo refere que nasceu na freguesia do Coração de Jesus, onde foi baptizado, enquanto o seu assento de casamento refere que é "''natural de Lisboa, baptizado na freguesia do Coração de Jesus da mesma cidade''"<ref>Arquivo Nacional Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, Casamentos 1895, fl. 1v, nº 1; Arquivo Nacional Torre do Tombo, 3ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, Transcrição de Casamentos 1912, fl. 61v-62, nº 55. </ref>. Por outro lado, o assento de baptismo da sua filha legítima Alice, nascida em 1896 na cidade da Praia, Ilha de Santiago, refere que Ernesto era natural da freguesia de Turcifal, Torres Vedras, de onde era natural o seu pai<ref>FamilySearch, Cabo Verde, Registos Paroquiais 1787-1957, Santiago, São Lourenço dos Órgãos, baptismos 1892-1897, fl. 71v, nº 143.</ref>.  
Existem informações contraditórias quanto à sua naturalidade. O seu assento de baptismo refere que nasceu na freguesia do Coração de Jesus, onde foi baptizado, enquanto o seu assento de casamento refere que é "''natural de Lisboa, baptizado na freguesia do Coração de Jesus da mesma cidade''"<ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, Casamentos 1895, fl. 1v, nº 1; Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 3ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, Transcrição de Casamentos 1912, fl. 61v-62, nº 55. </ref>. Por outro lado, o assento de baptismo da sua filha legítima Alice, nascida em 1896 na cidade da Praia, Ilha de Santiago, refere que Ernesto era natural da freguesia de Turcifal, Torres Vedras, de onde era natural o seu pai<ref>FamilySearch, Cabo Verde, Registos Paroquiais 1787-1957, Santiago, São Lourenço dos Órgãos, baptismos 1892-1897, fl. 71v, nº 143.</ref>.  


Teve três esposas, Maria Semedo, Clotilde da Silva Pereira<ref>Segundo o site de genealogia barrosbrito. </ref> e Júlia Soares de Andrade. O seu primeiro casamento ocorreu entre Julho de 1894, em que surge a referência a Ernesto enquanto solteiro, e Dezembro de 1895, quando surge como casado na Tabela das Obras Públicas de Cabo Verde<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabelas sobre Ernesto Soares de Andrade, 1894-1895" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.</ref>.
Teve três esposas, Maria Semedo, Clotilde da Silva Pereira<ref>Segundo o site de genealogia barrosbrito. </ref> e Júlia Soares de Andrade. O seu primeiro casamento ocorreu entre Julho de 1894, em que surge a referência a Ernesto enquanto solteiro, e Dezembro de 1895, quando surge como casado na Tabela das Obras Públicas de Cabo Verde<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabelas sobre Ernesto Soares de Andrade, 1894-1895" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.</ref>.
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Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 771/1, E-F.  
Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 771/1, E-F.  


Arquivo Nacional Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, Baptizados 1862-1879.  
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, Baptizados 1862-1879.  


Arquivo Nacional Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, Casamentos 1895.  
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, Casamentos 1895.  


Arquivo Nacional Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, Legitimações 1863-1911.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, Legitimações 1863-1911.


Arquivo Nacional Torre do Tombo, 3ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, Transcrição de Casamentos 1912.  
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 3ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, Transcrição de Casamentos 1912.  


Barrosbrito.com, site de genealogia.  
Barrosbrito.com, site de genealogia.  

Revisão das 12h55min de 21 de junho de 2023


Ernesto Soares de Andrade
Nome completo Ernesto Soares de Andrade
Outras Grafias Ernesto Soares d'Andrade
Pai José Soares de Andrade
Mãe Isidora Augusta Soares de Andrade
Cônjuge Maria Semedo, Clotilde da Silva Pereira, Júlia Soares de Andrade
Filho(s) Maria Alice Soares de Andrade, Jorge Soares de Andrade, Ernestina Soares de Andrade
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento 3 setembro 1866
Lisboa, Portugal
Morte 26 junho 1933
Lisboa, Portugal
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência Lisboa, Lisboa, Portugal
Data Início: 03 de setembro de 1866
Fim: 26 de junho de 1933
Residência Cabo Verde
Data Início: 1890
Fim: 1906
Residência Angola
Data Início: 1907
Cargos
Cargo Condutor auxiliar
Data Início: fevereiro de 1886
Fim: outubro de 1889
Cargo Condutor de 2ª classe
Data Início: outubro de 1889
Fim: abril de 1890
Cargo Condutor de 1ª classe
Data Início: abril de 1890
Fim: 1907
Cargo Chefe de secção
Data Início: 1890
Cargo Condutor de 1ª classe
Data Início: dezembro de 1906
Actividade
Actividade Fiscalização
Data Início: 1900
Fim: 1906
Local de Actividade Ilha do Fogo, Cabo Verde
Data Início: 1907
Local de Actividade Angola


Biografia

Dados biográficos

Ernesto Soares de Andrade nasceu em Lisboa a 3 de Setembro de 1866, e faleceu na sua residência, também em Lisboa, no dia 26 de Junho de 1933, altura em que já se encontrava aposentado, deixando viúva a sua terceira mulher Júlia Soares de Andrade[1]. Nasceu como filho ilegítimo de José Soares de Andrade, solteiro, empregado na Intendência das Obras Públicas do Distrito de Lisboa, natural da freguesia de Santos-o-Velho, da mesma cidade, residente na freguesia de Santa Maria Madalena do Turcifal, Torres Vedras - falecido em 1886[2]-, e de Dona Isidora Augusta Soares de Andrade, exposta da Santa Casas da Misericórdia de Lisboa, solteira, residente no 2º andar do nº 7 do Beco de Santa Marta da freguesia do Coração de Jesus[3]. Era neto paterno de Manuel Soares de Andrade e de Dona Maria José Pinto Soares. Foi seu padrinho de baptismo - cuja cerimónia se realizou a 16 de Janeiro de 1867 na igreja paroquial da freguesia do Coração de Jesus da cidade de Lisboa - Francisco José Guedes Vilhegas Quinhones de Matos Cabral, solteiro, empregado público, morador no nº 93 da Rua de Santa Marta, da mesma cidade[4]. A 23 de Agosto de 1876, Ernesto foi legitimado por subsequente matrimónio dos seus progenitores. O seu pai era, então, proprietário, e o seu padrinho, casado e empregado no Ministério das Obras Públicas[5].

Existem informações contraditórias quanto à sua naturalidade. O seu assento de baptismo refere que nasceu na freguesia do Coração de Jesus, onde foi baptizado, enquanto o seu assento de casamento refere que é "natural de Lisboa, baptizado na freguesia do Coração de Jesus da mesma cidade"[6]. Por outro lado, o assento de baptismo da sua filha legítima Alice, nascida em 1896 na cidade da Praia, Ilha de Santiago, refere que Ernesto era natural da freguesia de Turcifal, Torres Vedras, de onde era natural o seu pai[7].

Teve três esposas, Maria Semedo, Clotilde da Silva Pereira[8] e Júlia Soares de Andrade. O seu primeiro casamento ocorreu entre Julho de 1894, em que surge a referência a Ernesto enquanto solteiro, e Dezembro de 1895, quando surge como casado na Tabela das Obras Públicas de Cabo Verde[9].

Teve pelo menos três filhos: Maria Alice, "uma das figuras mais distintas da sociedade lisbonense"[10], nasceu em Dezembro de 1895; Jorge, oficial da marinha mercante à data da morte de seu pai, nasceu em Dezembro de 1898[1][3], e Ernestina, mãe de Amílcar Cabral, nasceu em 1890[11].

No seu registo de matrícula militar foi descrito como tendo 1,60m de altura, cabelos, barba e olhos castanhos, nariz regular, boca regular, rosto comprido, cor natural[12].

Ernesto Soares de Andrade cursou no Real Colégio Militar[13].

Carreira

Ernesto Soares de Andrade foi nomeado condutor auxiliar das Obras Públicas de Cabo Verde em Fevereiro de 1886, onde se apresentou em Março. A sua primeira comissão foi desempenhada enquanto chefe de um partido de trabalhos no interior da ilha de Santiago até Fevereiro de 1887, quando se recolheu à Capital para servir como encarregado do depósito geral. Em Julho de 1887, foi trabalhar para a ilha da Boa Vista, até Novembro, data em que regressou à capital do arquipélago[14].

Requereu uma promoção em Julho de 1888[15]. Foi promovido condutor de 2ª classe em Outubro de 1889 e de 1ª classe em Abril de 1890. Nesse ano serviu como chefe da 1ª secção, bem como chefe da secretaria da direção e encarregado do depósito geral. Ademais, levantou a planta da principal povoação da Ilha Brava e da Vila de Sal-Rei, principal povoação da Ilha da Boa Vista. Essa última planta contém informações históricas e geográficas do local, como são exemplo os edifícios de Estado[16][17].

Em 1892 foi louvado "pelo zelo que empregou na conceção de uma amarra da boia do porta da Furna da Ilha Brava". Em Abril do mesmo ano foi à Ilha do Sal, de onde regressou no mesmo mês[18]. Foi, ainda, nesse mesmo ano que se começaram a agravar os problemas de saúde, que estiveram presentes durante toda a sua carreira e o obrigaram a inúmeras licenças e idas ao reino. Num primeiro momento, teve um problema no aparelho gastrointestinal e urinário, causado pelos condicionalismos naturais da ilha. A Junta de Saúde de Cabo Verde deu-lhe uma licença de quatro meses, a gozar no reino, uma vez que corria perigo de vida. Partiu para Lisboa em Agosto[19]. Já na capital, a Junta de Saúde Naval diagnosticou a Ernesto uma gastroenterite e uma cistite. Possuía, também, tumores hemorroidais, pelos quais se estendeu a sua licença[20]. Ficou um total de 171 dias de licença no reino, até meados do ano de 1893. Entretanto, em Fevereiro de 1893, foi confirmado no posto de condutor de 1ª classe[21][22].

Em Fevereiro de 1894, dirigiu-se à Ilha de S.to Antão, onde o seu trabalho foi sobejamente louvado. No mês seguinte, foi destacado para a secção de Picos, no interior da ilha de Santiago[23]. Em Junho de 1894 seguiu viagem para Lisboa, com o objetivo de se dirigir novamente à Junta de Saúde Naval[24]. Além das doenças antes mencionadas, Ernesto Soares de Andrade padecia de febres palustres, faringite granulosa e reumatismo articular agudo. Esteve a em tratamento no reino, mais propriamente em Sintra, entre Julho de 1894 e Abril de 1895[25].

Seguiu para o Tarrafal em Maio de 1895, mas regressou à capital do arquipélago de Cabo Verde no mesmo mês. Em Junho, foi destacado para a Ilha do Fogo, com a missão de levar água potável aos seus povoados. Ademais, ficou encarregado de levar água da nascente da Ilha do Fogo até à Ilha de São Filipe[26]. Em Setembro de 1896 dirigiu as obras de canalização das águas da Fonte da Água Limba, na ilha do Fogo. Foi vogal de uma comissão de regulamento das oficinas do Estado na cidade de Mindelo, Ilha de São Vicente[3]. Esteve em Lisboa a gozar de licença de Agosto a Dezembro de 1897[21].

Em 1898 foi nomeado chefe da secção de trabalhos de socorros no interior da Ilha de Santiago. Em Agosto partiu para o Tarrafal e foi nomeado chefe de secção de Sotavento. Em Setembro foi às ilhas do Fogo e Brava, regressando à capital do arquipélago em Outubro. Seguiu no mesmo mês para Santiago, onde ficou por 10 dias, e para a Ilha do Fogo, por 7 dias. Em Novembro esteve na Ilha Brava e foi louvado pelo seu comportamento durante a crise alimentícia. Em Dezembro fiscalizou os trabalhos de viação da Ilha do Fogo[27].

No primeiro mês de 1899 foi para o interior da ilha de Santiago. Em Maio viajou para Lisboa à sua custa, acompanhado da sua filha de 4 anos, Alice, e de uma criada, Delfina Pereira[28]. Foi diagnosticado pela Junta de Saúde do Ultramar com impaludismo, uma doença semelhante à malária. Permaneceu de licença no reino de Junho até Novembro de 1899[29].

Em Janeiro de 1900 esteve quatro dias em Santiago. O Diretor das Obras Públicas de Angola louvou os conhecimentos de Ernesto Soares de Andrade sobre os "indígenas" do arquipélago, que, então, o consideravam um aliado pela sua longa permanência naquele território[30]. Em Junho de 1900 pediu 6 meses de licença registada para curar a anemia palustre que o impedia de trabalhar. Viajou para o reino em Julho, com 30 dias de licença da Junta de Saúde de Cabo Verde. No mês seguinte o seu requerimento para ser inspecionado pela Junta de Saúde do Ultramar foi indeferido. Embora tenha reclamado dessa decisão, acabou por receber 30 dias de licença registada sem vencimento. Tal era a gravidade da situação que levou Ernesto a ficar internado no Hospital de S. José, onde as febres altas se juntaram às suas maleitas[31].

Embora enfraquecido, regressou a Cabo Verde em Setembro de 1900. Desempenhou o cargo de chefe de secção de estudos no interior da Ilha de Santiago. Recolheu-se a Praia em Março, seguindo no mesmo mês para o Reino, com 90 dias de licença registada. Em Junho regressou à província, mas no mês seguinte voltou para o reino com 30 dias de licença registada. Em Setembro apresentou-se ao serviço. Durante o final do ano de 1900 esteve em Picos e estudou a construção da estrada da Praia ao Tarrafal[32].

Em Outubro de 1901 seguia de S. Vicente para Lisboa, para gozar de licença[33]. Em 1902 esteve 340 dias de licença. Apresentou-se em Cabo Verde em Janeiro. Seguiu para S. Vicente em Fevereiro como chefe de secção de Barlavento, onde dirigiu os seguintes trabalhos na ilha de S. Vicente: reparações no edifício da secção de Obras Públicas; acabamento do edifício destinado ao depósito de materiais da mesma direção; construção da ponte-cais da Praia da Galé, junto ao ponto de desinfeção; construção da nova ponte-cais da alfandega; reparações no Hospital; e construção do armazém de materiais inflamáveis na ilha de Santo Antão. Por fim, na Ilha D. Maria Pia, dirigiu a substituição da linha férrea do cais à alfândega. Pela sua excelência na execução destas tarefas, o diretor sublinhou que Ernesto Soares de Andrade era "o empregado technico mais intelligente e habilitado da direcção"[34].

Em Junho de 1903 Andrade requereu que o seu vencimento fosse equiparado ao que fora oferecido, nesse mesmo ano, aos condutores de 1ª classe que viessem a servir na província de Cabo Verde. Alegou que recebia o mesmo que um condutor de 2ª classe e que existiam, inclusivamente, condutores de classe inferior a receber um vencimento superior ao seu. E também se queixou dos elevados custos de vida em S. Vicente. Assim, pediu que lhe fosse atribuído um abono de ajudas de custo[35]. A esse requerimento não recebeu a resposta desejada. Aliás, na tabela de 1904, consta a informação de que Ernesto foi advertido por ter sido desagradável para com o governador[36]. É possível que seja referente a esta situação.

De Janeiro até Fevereiro de 1904 esteve a realizar estudos na Ilha de Santo Antão. Regressou a esse local mais duas vezes, em Março e em Junho, intercalado com idas à capital do arquipélago[36]. Em Abril de 1905 deixou a chefia da secção de Barlavento a cargo de Viriato Gomes da Fonseca e dirigiu-se a Lisboa para ser inspecionado de urgência pela Junta de Saúde de Ultramar: foram-lhe concedidos 120 dias de licença[37]. As febres renitentes e a cistite crónica obrigaram-no a ficar doze meses de licença no Reino, até Maio de 1906[38][39].

Enquanto gozava a sua licença no Reino, em Maio de 1905, Ernesto foi requerido de urgência pelo Governador de Moçambique para a Direção dos Caminhos de Ferro Ultramarinos. Pretendiam-no na direção de obras do porto de Lourenço Marques, no posto de condutor de 1ª classe, onde iria auxiliar o engenheiro Ramos Coelho. A repartição das Obras Públicas de Cabo Verde lamentou o sucedido e esforçou-se por manter o agente nos seus quadros: "O conductor Soares d'Andrade é um dos melhores do Ultramar, e a sua saída de Cabo Verde seria muito sentida porque é o único habilitado que existe n'esta província"[40]. A licença acabou por se prolongar no tempo, pelo que o requerimento não se efetivou.

Regressou a Cabo Verde em Maio de 1906. Em Julho foi requerido pelo Governador de Angola para servir no Caminho de Ferro de Moçâmedes, no âmbito da Direção dos Caminhos de Ferro Ultramarinos[41]. Embora tenha recebido uma resposta de lamento por parte das Obras Públicas de Cabo Verde, à semelhança do sucedido com o requerimento de Moçambique, a transferência efetivou-se pelas ordens do Rei de Portugal, em Dezembro de 1906[21]. Em Janeiro de 1907 o Diário do Governo publicou a sua transferência para a Província de Angola, a fim de prestar serviço no caminho-de-ferro de Moçâmedes[42]. Serviu na secção de Estudos de Santo Antão e regressou ao Reino para gozar de licença, em mês desconhecido. Em Outubro esteve em São Vicente para trabalhos de gabinete, relativos à captagem de águas das nascentes da localidade. Conduziu ainda as obras do porto dos Carvoeiros[43].


Outras informações

Em 1905 tornou-se sócio do Monte Pio[44].

Em Agosto de 1905 mudou de morada para a Rua do Marquês Ponte de Lima, Lisboa, nº14 - 1º esq.[45].

Foi um devoto republicano e exerceu vários cargos públicos. Fez parte do gabinete do Ministro do Comércio, Ernesto Navarro (1919-1920)[1].

Obras

Na Ilha de São Vicente, Cabo Verde: construção da ponte-cais da Praia da Galé, construção da ponte-cais da Alfândega, do Hospital e do porto dos Carvoeiros.

Na Ilha de Santo Antão, Cabo Verde: construção do armazém de materiais inflamáveis da Direção das Obras Públicas.

Na Ilha do Fogo, Cabo Verde: canalização das águas da Fonte da Água Limba.

Notas

  1. ↑ 1,0 1,1 1,2 Diário de Lisboa nº 3814, de 26 de junho de 1933, 2.
  2. ↑ "Comarca de Torres Vedras (...)", Diário do Governo nº 113, de 21 de Maio de 1886, 1392.
  3. ↑ 3,0 3,1 3,2 Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela das Obras Públicas de Cabo Verde sobre Ernesto Soares de Andrade, 1905" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  4. ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, Baptizados 1862-1879, fl. 66v-67, nº 3.
  5. ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, legitimações 1863-1911, fl. 24v-25, nº 2.
  6. ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Campo Grande, Paróquia de Coração de Jesus, Casamentos 1895, fl. 1v, nº 1; Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 3ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, Transcrição de Casamentos 1912, fl. 61v-62, nº 55.
  7. ↑ FamilySearch, Cabo Verde, Registos Paroquiais 1787-1957, Santiago, São Lourenço dos Órgãos, baptismos 1892-1897, fl. 71v, nº 143.
  8. ↑ Segundo o site de genealogia barrosbrito.
  9. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabelas sobre Ernesto Soares de Andrade, 1894-1895" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  10. ↑ Ilustração Portugueza nº 505, de 25 de Outubro de 1915, 1.
  11. ↑ Segundo os sites de genealogia: barrosbrito.com, Ernestina Soares de Andrade; FamilySearch, Ernestina Soares de Andrade.
  12. ↑ Arquivo Histórico Militar. Ernesto Soares de Andrade in Livros de Mestres. Unidade de Caçadores, L 2 - Batalhão de Caçadores nº 1 (14 de Abril de 1825 a 1829 e Regimento de Caçadores do Alentejo 1829. 1º Livro de matrícula, 2ª série, das praças de pré do 3º Batalhão do Regimento nº 2 de Caçadores da Rainha.
  13. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela das Obras Públicas de Cabo Verde sobre Ernesto Soares de Andrade, 1903" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  14. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela sobre Ernesto Soares de Andrade, Dezembro 1887" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  15. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela sobre Ernesto Soares de Andrade, Julho 1888" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  16. ↑ Biblioteca Nacional de França, Cabo verde, Villa de Sal-Rei, povoação principal da ilha da Boa Vista. Mapa 1/2 500. (Assinado por Ernesto Soares d'Andrade), Secretaria das Obras Públicas (Boa Vista), 1888.
  17. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela sobre Ernesto Soares de Andrade, Dezembro 1890" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  18. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela sobre Ernesto Soares de Andrade, Dezembro 1892" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  19. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - "Mapa da Junta de Saúde de Cabo Verde sobre Ernesto Soares de Andrade, Julho 1892" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  20. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Mapa da Junta de Saúde Naval sobre Ernesto Soares de Andrade, Novembro 1892" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  21. ↑ 21,0 21,1 21,2 Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Obras Públicas-Pessoal Ultramar,1- 36v" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  22. ↑ "Ministério dos Negócios da Marinha e Ultramar. Direcção Geral do Ultramar. 3ª Repartição - Serviço de obras publicas: Cabo Verve. Condutores de 1ª classe", Decreto de 20 de Agosto de 1892, Diário do Governo nº 34, de 11 de Fevereiro de 1893, 408.
  23. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela sobre Ernesto Soares de Andrade, Julho 1894" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  24. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Guia das Obras Públicas de Cabo Verde, Junho de 1894" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  25. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Mapas da Junta de Saúde Naval sobre Ernesto Soares de Andrade, 1894-1895" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  26. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela sobre Ernesto Soares de Andrade, Dezembro 1895" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  27. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela sobre Ernesto Soares de Andrade, Dezembro 1898" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  28. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Guia das Obras Públicas de Cabo Verde, Maio 1899" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  29. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Mapas da Junta de Saúde do Ultramar sobre Ernesto Soares de Andrade, 1899" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  30. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela sobre Ernesto Soares de Andrade, Março 1900" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  31. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Correspondências de Ernesto Soares de Andrade com as Obras Públicas de Cabo Verde, Agosto 1900" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  32. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela sobre Ernesto Soares de Andrade, Obras Públicas de Cabo Verde, Dezembro 1900" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  33. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Guia das Obras Públicas de Cabo Verde, Outubro 1901" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  34. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela sobre Ernesto Soares de Andrade, Obras Públicas de Cabo Verde, Dezembro 1902" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  35. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Requerimento de Ernesto Soares de Andrade, Obras Públicas de Cabo Verde, Junho 1903" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  36. ↑ 36,0 36,1 Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela sobre Ernesto Soares de Andrade, Obras Públicas de Cabo Verde, Dezembro 1904" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  37. ↑ "Direcção Geral do Ultramar", Diário do Governo nº 112, de 18 de Maio de 1905, 1679.
  38. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Mapas da Junta de Saúde do Ultramar sobre Ernesto Soares de Andrade, 1905-1906" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  39. ↑ "Despachos effectuados nas datas abaixo indicadas", Diário do Governo nº 201, de 7 de Setembro de 1905, 3227; "Despachos effectuados nas datas abaixo indicadas", Diário do Governo nº 268, de 25 de Novembro de 1905, 4117; "Despachos effectuados nas datas abaixo indicadas", Diário do Governo nº 24, de 31 de Janeiro de 1906, 410; "Despachos effectuados nas datas abaixo indicadas", Diário do Governo nº 94, de 28 de Abril de 1906, 1458.
  40. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Correspondências entre a Direção das Obras Públicas de Cabo Verde e a Direção dos Caminhos de Ferro Ultramarinos, 1905" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  41. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Telegrama da Direção dos Caminhos de Ferro Ultramarinos para a Direção das Obras Públicas de Cabo Verde, Julho 1906" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  42. ↑ "Ministério dos Negócios da Marinha e Ultramar. Direcção Geral do Ultramar. 3ª Repartição", Portaria de 26 de Janeiro de 1897 [sic], Diário do Governo nº 14, de 17de Janeiro de 1907, 170.
  43. ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. "Ernesto Soares de Andrade - Tabela sobre Ernesto Soares de Andrade, Obras Públicas de Cabo Verde, Dezembro 1907" in Angola. Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 771/1, E-F.
  44. ↑ "Requerimento de Ernesto Soares de Andrade para se tornar sócio do Monte Pio Official,1905" in "Obras Públicas - Processos Individuais - letras: E-F. Caixa 1". Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU). 1879-1929. Angola.
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Fontes

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Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU), 905 1N. 1880-1892. "Registo de Pessoal das Obras Públicas do Ultramar", 1v, 2.

Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU), 428 1N. 1893-1919. "Obras Públicas - Pessoal do Ultramar", 1, 36v.

Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 771/1, E-F.

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Bibliografia

Ligações Externas

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Biblioteca Nacional de França.

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Ilustração Portugueza nº 505, de 25 de Outubro de 1915. (Lisboa, 1915).

Autor(es) do artigo

Mariana Nicolau

https://orcid.org/0000-0002-1454-1794


Sandra Osório da Silva

Departamento de História, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa

https://orcid.org/0000-0001-7529-5008

Fernando Pires

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

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