Joaquim da Cunha Morais: diferenças entre revisões

Fonte: eViterbo
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
(Carreira)
(Biografia, Carreira, Notas e Categorias)
Linha 218: Linha 218:


===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->
===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->
Joaquim Júlio da Cunha Morais, natural de Luanda, nasceu em 1864<ref name=":0">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Folha de informação pessoal, Informação referida ao ano de 1892" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Era filho de Abílio Simões da Cunha Morais<ref name=":7">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Mapa de inspeção feita pela Junta Militar de Saúde, 20 de dezembro de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref> '''e Carolina da Conceição'''<ref>"Os Cunha Moraes de fio a pavio" in grandmonde.blogspot.com (novembro 2006)</ref>. Casou-se com Maria Matilde Teixeira Pinto Zuzarte de Mendonça - filha de José Júlio de Mendonça e de Maria Rosa Teixeira Pinto -  com quem teve pelo menos quatro filhos<ref name=":10">"Joaquim Júlio da Cunha Moraes" in Geneall.</ref>, a saber: Ângelo da Cunha Morais, em 1897<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Guia nº 91, 10 de março de 1889" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref> (sem descendência), Maria Rosa de Mendonça da Cunha Morais - que casou com José Peixoto de Araújo Teixeira -, Maria Carolina de Mendonça da Cunha Morais (sem descendência) , e Álvaro da Cunha Morais - licenciado em Medicina<ref name=":10" />.
Joaquim Júlio da Cunha Morais, natural de Luanda, nasceu em 1864<ref name=":0">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Folha de informação pessoal, Informação referida ao ano de 1892" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Era filho de Abílio Simões da Cunha Morais<ref name=":7">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Mapa de inspeção feita pela Junta Militar de Saúde, 20 de dezembro de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, relojoeiro e fotógrafo, e Carolina Conceição Simões da Cunha Moraes<ref>"Os Cunha Moraes de fio a pavio" in grandmonde.blogspot.com (novembro 2006)</ref><ref name=":11">Centro Português de Fotografia. "Cunha Morais Maia 1897/1933".</ref>. Casou-se com Maria Matilde Teixeira Pinto Zuzarte de Mendonça (1870?-?) - filha de José Júlio de Mendonça e de Maria Rosa Teixeira Pinto -  com quem teve pelo menos quatro filhos<ref name=":10">"Joaquim Júlio da Cunha Moraes" in Geneall.</ref>, a saber: Ângelo da Cunha Morais, em 1897<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Guia nº 91, 10 de março de 1889" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref> (sem descendência), Maria Rosa de Mendonça da Cunha Morais - que casou com José Peixoto de Araújo Teixeira -, Maria Carolina de Mendonça da Cunha Morais (sem descendência) , e Álvaro da Cunha Morais - licenciado em Medicina<ref name=":10" />.
 
Teve 5 irmãos. Augusto César da Cunha Moraes (1850-1939), José Augusto da Cunha Moraes (1855-1933), Henriqueta da Conceição da Cunha Moraes (1860-?), Maria da Conceição da Cunha Moraes e Alfredo Adelino da Cunha Moraes.


Tinha parte dos preparatórios de liceu<ref name=":3">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Folha de informação pessoal. Informação referida ao ano de 1896" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Formou-se no [[Instituto Industrial e Comercial de Lisboa]], tendo o curso completo de condutor de obras públicas<ref name=":0" /><ref name=":1">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Folha de informação pessoal. Informação referida ao ano de 1894" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref><ref name=":3" /><ref name=":2">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 12 de agosto de 1889" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref><ref name=":4">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna, 25 de setembro de 1889" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Sabia falar francês e um pouco de inglês<ref name=":1" /><ref name=":3" />.
Tinha parte dos preparatórios de liceu<ref name=":3">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Folha de informação pessoal. Informação referida ao ano de 1896" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Formou-se no [[Instituto Industrial e Comercial de Lisboa]], tendo o curso completo de condutor de obras públicas<ref name=":0" /><ref name=":1">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Folha de informação pessoal. Informação referida ao ano de 1894" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref><ref name=":3" /><ref name=":2">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 12 de agosto de 1889" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref><ref name=":4">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna, 25 de setembro de 1889" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Sabia falar francês e um pouco de inglês<ref name=":1" /><ref name=":3" />.
Faleceu no ano de 1963<ref name=":11" />, em Crestuma<ref>Arquivo Português de Fotografia. José Cayolla 1877/1916.
"Joaquim Moraes [com c. de 15 anos] 1880/1880".</ref>, Vila Nova de Gaia.


===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->
===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->
Cunha Morais foi nomeado [[condutor auxiliar]] a 12 de janeiro de 1889<ref name=":0" />, servindo na [[Direcção das Obras Públicas de Angola]] a partir de 4 de março<ref name=":0" /><ref name=":4" />, pediu a promoção a [[Condutor de 2ª classe|condutor]] de 2ª classe a 12 de agosto<ref name=":2" />. O pouco tempo de serviço, muito provavelmente, foi motivo<ref name=":4" /> para apenas ser promovido a 9 de fevereiro do 1893<ref name=":3" /><ref>"Relação dos condutores (...)''.'' Serviços de caminhos de ferro Angola", ''Diário do Governo'' nº 34, de 11 de fevereiro de 1884, 409.</ref>, servindo na fiscalização do Caminho de Ferro de Luanda-Ambaca a partir de 2 de novembro<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Certificado de trabalho de Joaquim de Cunha Morais, 22 de outubro de 1897" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Usufruiu de uma licença, sem vencimento, de 17 a 28 de dezembro de 1895<ref name=":3" />.  
Joaquim Júlio da Cunha Morais foi nomeado [[condutor auxiliar]] a 12 de janeiro de 1889<ref name=":0" />, servindo na [[Direcção das Obras Públicas de Angola]] a partir de 4 de março desse mesmo ano<ref name=":0" /><ref name=":4" />. A 12 de agosto solicitou uma promoção para [[Condutor de 2ª classe|condutor]] de 2ª classe<ref name=":2" />. É muito provável que o pouco tempo de serviço que desempenhou tenha sido o motivo<ref name=":4" /> para que a promoção apenas tenha ocorrido a 9 de fevereiro do 1893<ref name=":3" /><ref>"Relação dos condutores (...)''.'' Serviços de caminhos de ferro Angola", ''Diário do Governo'' nº 34, de 11 de fevereiro de 1884, 409.</ref>. Serviu na fiscalização do Caminho de Ferro de Luanda-Ambaca a partir de 2 de novembro<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Certificado de trabalho de Joaquim de Cunha Morais, 22 de outubro de 1897" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Usufruiu de uma licença, sem vencimento, de 17 a 28 de dezembro de 1895<ref name=":3" />.  


A 7 de agosto de 1898, Morais pediu a promoção a condutor de 1ª classe<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 12 de agosto de 1898" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, obteve-a a 19 de janeiro de 1899<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Promoção de Joaquim da Cunha Morais, 19 de janeiro de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, mas logo em março ausentou-se por licença de saúde, partindo com a sua família para Lisboa<ref name=":5">Cunha, Joaquim de Almeida. "Série mil oitocentos noventa e nove, 10 de março de 1899." in Joaquim Julio da Cunha Moraes, Processo individual, Arquivo Histórico Ultramarino. Angola, 1D. Obras Públicas - Processo Individuais - letras: J. Caixa 768/2, 1876-1932. (P1120927)</ref>. Retornou a Angola, assumindo funções a 9 de abril de 1900<ref name=":8">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna, 26 de dezembro de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, mas a 20 de dezembro foi declarado incapaz<ref name=":9">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna, 22 de dezembro de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref> enviado de volta a Portugal por guia de 26 de dezembro<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Guia nº 565, 26 de dezembro de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Estando no reino em agosto de 1901, tendo uma licença de seis meses recusada e outra ilimitada, onde ficava de fora do quadro dos condutores<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 12 de agosto de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, pediu a exoneração do seu cargo a 21 de agosto, sendo o requerimento aceite a 2 de setembro<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 21 de agosto de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref><ref>Decreto de 2 de setembro de 1901, ''Diário do Governo'' nº 203, de 11 de setembro de 1901, 2446.</ref>.
A 7 de agosto de 1898 pediu a promoção a condutor de 1ª classe<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 12 de agosto de 1898" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Obteve-a a 19 de janeiro de 1899<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Promoção de Joaquim da Cunha Morais, 19 de janeiro de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, mas logo em março ausentou-se por licença de saúde, partindo com a sua família para Lisboa<ref name=":5">Cunha, Joaquim de Almeida. "Série mil oitocentos noventa e nove, 10 de março de 1899." in Joaquim Julio da Cunha Moraes, Processo individual, Arquivo Histórico Ultramarino. Angola, 1D. Obras Públicas - Processo Individuais - letras: J. Caixa 768/2, 1876-1932. (P1120927)</ref>. Retornou a Angola, assumindo funções a 9 de abril de 1900<ref name=":8">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna, 26 de dezembro de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, mas a 20 de dezembro foi declarado incapaz<ref name=":9">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna, 22 de dezembro de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref> e enviado de volta à metrópole por guia de 26 de dezembro<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Guia nº 565, 26 de dezembro de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Estando no reino em agosto de 1901, com uma licença de seis meses recusada, outra ilimitada e fora do quadro dos condutores<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 12 de agosto de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, requereu a exoneração do seu cargo a 21 de agosto, tendo sido aceite a 2 de setembro<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 21 de agosto de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref><ref>Decreto de 2 de setembro de 1901, ''Diário do Governo'' nº 203, de 11 de setembro de 1901, 2446.</ref>.
===Outras Informações===<!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
Em 1884 o ''Diário do Governo'' divulga uma "''Relação dos nomes dos operários ou aprendizes propostos a concurso mandado abrir pela poetaria de 15 de dezembro de 1883''", na qual o seu nome figura como director de uma indústria de lanifícios<ref>"Relação dos nomes dos operários ou aprendizes propostos a concurso mandado abrir pela poetaria de 15 de dezembro de 1883", ''Diário do Governo'' nº 17, de 21 de Janeiro de 1884, 173.</ref>. 


Vítima da malária e hepatite crónicas<ref name=":7" />, a Junta Militar de Saúde de Angola recomendou, em março de 1899, que Morais retornasse à metrópole para cuidados de saúde<ref name=":5" />, sendo-lhe atribuída, a 6 de abril, uma licença de noventa dias para se tratar<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna de licença à 7ª Repartição de Contabilidade, 11 de abril de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. A 7 de julho houve necessidade de estender a licença por mais sessenta dias<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna de licença à 7ª Repartição de Contabilidade, 1 de agosto de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, que se repetiu em meados de setembro devido ao estado anémico em que este se encontrava<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna ao Diretor Geral dos Negócios do Ultramar, 16 de setembro de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. No início do mês de novembro estava, aparentemente, recuperado, mas requereu novamente licença por seis meses para, dessa vez, tratar de negócios de família na cidade do Porto. O pedido foi-lhe recusado. justificado pela sua longa ausência do cargo, sem que esta estivesse relacionada com motivos de saúde<ref name=":6">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 3 de novembro de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Contudo, posteriormente foi-lhe permitida uma licença de quatro meses<ref name=":6" />, à qual voltou a pedir, a 16 de março de 1900, uma extensão até 11 de abril<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 16 de março de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, mas que não foi aceite<ref name=":8" />.


===Outras Informações===<!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
Os problemas de saúde de Morais continuaram, correndo "iminente risco de vida" no final no ano de 1900. Alegando ser o clima angolano a causa desses problemas<ref name=":9" />, em Janeiro de 1901<ref>"Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar. Despachos effectuados na data abaixo indicada. Em 25 do corrente mez", ''Diário do Governo'' nº 22, de 28 de janeiro de 1901, 283.</ref> retornou à metrópole, com uma licença de noventa dias<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Licença, 26 de janeiro de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, estendida em despacho de 25 de abril<ref>"Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar. Despachos effectuados na data abaixo indicada. Em abril do corrente mez", ''Diário do Governo'' nº 97, de 2 de maio de 1901, 1169.</ref> e julho<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 19 de abril de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref><ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 29 de julho de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. A 6 de agosto pediu licença de seis meses<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 6 de agosto de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref> e depois uma licença ilimitada, para tratar de assuntos de família. Ambas rejeitadas.  
Em 1884 o ''Diário do Governo'' divulga uma "''Relação dos nomes dos operários ou aprendizes propostos a concurso mandado abrir pela poetaria de 15 de dezembro de 1883''", na qual o seu nome figura como director da indústria de lanifícios<ref>"Relação dos nomes dos operários ou aprendizes propostos a concurso mandado abrir pela poetaria de 15 de dezembro de 1883", ''Diário do Governo'' nº 17, de 21 de Janeiro de 1884, 173.</ref>. (em Crestuma?) 


Vítima da malária crónica e hepatite crónica<ref name=":7" />, a Junta Militar de Saúde de Angola, em março de 1899, recomendou que Morais retornasse a Portugal para cuidados de saúde<ref name=":5" />, sendo a 6 de abril atribuída uma licença de noventa dias para se tratar<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna de licença à 7ª Repartição de Contabilidade, 11 de abril de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. A 7 de julho houve necessidade de estender a licença por mais sessenta dias<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna de licença à 7ª Repartição de Contabilidade, 1 de agosto de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, o que se voltou a repetir em meados de setembro devido ao estado anémico em que Morais se encontrava<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna ao Diretor Geral dos Negócios do Ultramar, 16 de setembro de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Ao início do mês de novembro estava, aparentemente, recuperado, mas requereu novamente licença por seis meses para, desta vez, tratar de negócios da família na cidade do Porto, o pedido foi rejeitado, pela longa ausência do cargo, ao que não mais se tratava por motivos de saúde<ref name=":6">Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 3 de novembro de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. Contudo, foi permitido ao condutor uma licença do máximo de quatro meses<ref name=":6" />, a que voltou a pedir a 16 de março de 1900 a extensão desta até 11 de abril<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 16 de março de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>, mas tal não foi aceite<ref name=":8" />.  
Em 1905, então industrial, residia em Vila Nova de Gaia, Porto, onde registou o nome "Nova Fundição de Crestuma", a 20 de dezembro<ref>"Registo Internacional de marcas. Registos feitos no Bureau Internacional de Berne"'', Diário do Governo'' nº 294, de 28 de dezembro de 1905, 4528.</ref>, e a a respectiva marca, a 31 de julho de 1906<ref>"Direcção Geral do Commercio e Industria. Registo de marcas"'', Diário do Governo'' nº 169, de 31 de julho de 1906, 2675.</ref>.  


Os problemas de saúdes continuaram, correndo Morais iminente risco de vida ao final do ano de 1900, alegando-se o clima angolano como causa<ref name=":9" />, por isso retornou a Portugal, sendo atribuída licença de noventa dias<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Licença, 26 de janeiro de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref> em Janeiro de 1901<ref>"Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar. Despachos effectuados na data abaixo indicada. Em 25 do corrente mez", ''Diário do Governo'' nº 22, de 28 de janeiro de 1901, 283.</ref>, estendida em despacho de 25 de abril<ref>"Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar. Despachos effectuados na data abaixo indicada. Em abril do corrente mez", ''Diário do Governo'' nº 97, de 2 de maio de 1901, 1169.</ref> e julho<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 19 de abril de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref><ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 29 de julho de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref>. A 6 de agosto pediu licença de seis meses<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 6 de agosto de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.</ref> e depois uma licença ilimitada, para tratar de assuntos de família, ambas rejeitadas.  
Em 1863, seus pais, irmãos e avô paterno, foram para Luanda na sequência da pena de 15 anos de degredo do seu avô, por falsificação de dinheiro. Foi naquela cidade que o seu pai montou um estúdio de fotografia profissional, que encerrou actividade com o seu falecimento, aproximadamente em 1870. Esta actividade foi abraçada inicialmente pelo o seu irmão mais velho, Augusto César, e posteriormente pelo irmão José Augusto. Em 1871, órfãos de pai e mãe, os irmãos Cunha Mores regressaram à metrópole, mais precisamente ao Porto, onde Augusto César se formou em Engenharia e fundou, com os restantes irmãos, a Fábrica de Fitas e Fiação de Algodão ''A. C. Cunha Moraes, em Crestuma''<ref>Maria de Fátima Teixeira, "Companhia de Fiação de Crestuma. Do fio ao pavio" (Dissertação de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2017), 7-153.</ref>''.'' Augusto César não deixou descendência. Anos mais tarde, José Augusto da Cunha Moraes (1855-1933) voltou para Luanda onde montou o seu estúdio de fotografia. Era, então, filiado na Sociedade Portuguesa de Geografia. Realizou uma viagem por Angola cujo objectivo foi "''fotografar os principais aspectos etnográficos e paisagísticos e as mais importantes construções coloniais portuguesas''". Também participou em várias exposições e executou álbuns de fotografia. Não deixou descendência.  


Em 1905, então industrial, residia em Vila Nova de Gaia, Porto, onde registou o nome "Nova Fundição de Crestuma" a 20 de dezembro<ref>"Registo Internacional de marcas. Registos feitos no Bureau Internacional de Berne"'', Diário do Governo'' nº 294, de 28 de dezembro de 1905, 4528.</ref>, e a respectiva marca a 31 de julho de 1906<ref>"Direcção Geral do Commercio e Industria. Registo de marcas"'', Diário do Governo'' nº 169, de 31 de julho de 1906, 2675.</ref>.  
É muito provável que a fotografia tenha estado ao serviço Joaquim Júlio, quer na actividade das Obras Públicas como na Indústria.
==Obras== <!-- Incluí projectos não realizados mas sobre os quais tenhamos informação. Pode incluir informação que não sendo segura, pode ser atribuída; por exemplo: uma determinada obra sobre a qual haja informação de que deve ser atribuída a x pessoa, não deve ser acrescentada na info-box, mas deve constar aqui-->
==Obras== <!-- Incluí projectos não realizados mas sobre os quais tenhamos informação. Pode incluir informação que não sendo segura, pode ser atribuída; por exemplo: uma determinada obra sobre a qual haja informação de que deve ser atribuída a x pessoa, não deve ser acrescentada na info-box, mas deve constar aqui-->


Linha 243: Linha 251:
==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
Centro Português de Fotografia, "Cunha Morais Maia 1897/1933".
Arquivo Português de Fotografia, José Cayolla 1877/1916, "Joaquim Moraes [com c. de 15 anos] 1880/1880".


''Diário do Governo'' nº 17, de 21 de janeiro de 1884.
''Diário do Governo'' nº 17, de 21 de janeiro de 1884.
Linha 258: Linha 270:
==Bibliografia== <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Bibliografia== <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->


==Ligações Externas== <!--Ligações externas a sítios de internet, etc. que não foram utilizadas concretamente na construção da biografia -->
==Ligações Externas== <!--Ligações externas a sítios de internet, etc. que não foram utilizadas concretamente na construção da biografia --><!-- Comentários vossos e bibliografia citada pelas fontes -->
<!-- Comentários vossos e bibliografia citada pelas fontes -->


Joaquim Júlio da Cunha Moraes in Geneall[https://geneall.net/pt/nome/196823/joaquim-julio-da-cunha-moraes/ .]Os Cunha Moraes de fio a pavio in grandmonde.blogspot.com[https://grandmonde.blogspot.com/2006/11/estdio-angola-nos-finais-do-sculo-xix.html?fbclid=IwAR3DcdDw-gahkP9zGkQAm5zEiAQZaloio1VGrxVkY428cdbguw6TRmqdtrM .]
Cunha de Morais Maia in Centro Português de Fotografia[https://digitarq.cpf.arquivos.pt/details?id=1258964 .]


Companhia de Fiação de Crestuma. Do fio ao Pavio[https://hdl.handle.net/10216/103226 .]
Companhia de Fiação de Crestuma. Do fio ao Pavio in repositorio-aberto.up.pt[https://hdl.handle.net/10216/103226 .]
 
Joaquim Júlio da Cunha Moraes in Geneall[https://geneall.net/pt/nome/196823/joaquim-julio-da-cunha-moraes/ .]
 
Os Cunha Moraes de fio a pavio in grandmonde.blogspot.com[https://grandmonde.blogspot.com/2006/11/estdio-angola-nos-finais-do-sculo-xix.html?fbclid=IwAR3DcdDw-gahkP9zGkQAm5zEiAQZaloio1VGrxVkY428cdbguw6TRmqdtrM .]
==Autor(es) do artigo==
==Autor(es) do artigo==
Miguel Ferreira Miranda
Miguel Ferreira Miranda


https://orcid.org/0000-0002-7316-6736
https://orcid.org/0000-0002-7316-6736




Linha 291: Linha 307:
[[Categoria:TechNetEMPIRE]]
[[Categoria:TechNetEMPIRE]]
[[Categoria: Activos Século XIX]]
[[Categoria: Activos Século XIX]]
[[Categoria:Activos Século XX]]
[[Categoria:Portugal]]
[[Categoria:Portugal]]
[[Categoria: Angola]]
[[Categoria: Angola]]
[[Categoria:Lisboa]]
[[Categoria:Lisboa]]
[[Categoria:Porto]]
[[Categoria: Luanda]]
[[Categoria: Luanda]]
[[Categoria: Direcção das Obras Públicas de Angola]]
[[Categoria: Direcção das Obras Públicas de Angola]]
[[Categoria: Instituto Industrial e Comercial de Lisboa]]
[[Categoria: Instituto Industrial e Comercial de Lisboa]]
[[Categoria:Condutores de Obras Públicas]]
[[Categoria:Condutores de Obras Públicas]]

Revisão das 00h36min de 18 de janeiro de 2023


Joaquim da Cunha Morais
Nome completo Joaquim Júlio da Cunha Morais
Outras Grafias Joaquim Julio da Cunha Moraes
Pai Abílio Simões da Cunha Morais
Mãe Carolina Conceição Simões da Cunha Moraes
Cônjuge Maria Matilde Teixeira Pinto Zuzarte de Mendonça
Filho(s) Ângelo da Cunha Morais, Maria Rosa de Mendonça da Cunha Morais, Maria Carolina de Mendonça da Cunha Morais, Álvaro da Cunha Morais
Irmão(s) Augusto César da Cunha Morais, José Augusto da Cunha Morais, Henriqueta da Conceição da Cunha Morais, Maria da Conceição da Cunha Morais, Alfredo Adelino da Cunha Morais
Nascimento 1864
Luanda, Luanda, Angola
Morte 1963
Porto, Porto, Portugal
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência Angola
Data Início: 1864
Fim: março de 1898

Residência Portugal
Data Início: março de 1898
Fim: 1963

Residência Angola
Data Início: abril de 1900
Fim: 26 de dezembro de 1900
Formação
Formação Instrução básica

Formação Condutor de obras
Data Início: 1883
Fim: 04 de agosto de 1888
Local de Formação Lisboa, Lisboa, Portugal
Cargos
Cargo Condutor auxiliar
Data Início: 12 de janeiro de 1899
Fim: 09 de fevereiro de 1893

Cargo Condutor de 2ª classe
Data Início: 09 de fevereiro de 1893
Fim: 19 de janeiro de 1899

Cargo Condutor de 1ª classe
Data Início: 19 de janeiro de 1899
Fim: 02 de setembro de 1901


Biografia

Dados biográficos

Joaquim Júlio da Cunha Morais, natural de Luanda, nasceu em 1864[1]. Era filho de Abílio Simões da Cunha Morais[2], relojoeiro e fotógrafo, e Carolina Conceição Simões da Cunha Moraes[3][4]. Casou-se com Maria Matilde Teixeira Pinto Zuzarte de Mendonça (1870?-?) - filha de José Júlio de Mendonça e de Maria Rosa Teixeira Pinto - com quem teve pelo menos quatro filhos[5], a saber: Ângelo da Cunha Morais, em 1897[6] (sem descendência), Maria Rosa de Mendonça da Cunha Morais - que casou com José Peixoto de Araújo Teixeira -, Maria Carolina de Mendonça da Cunha Morais (sem descendência) , e Álvaro da Cunha Morais - licenciado em Medicina[5].

Teve 5 irmãos. Augusto César da Cunha Moraes (1850-1939), José Augusto da Cunha Moraes (1855-1933), Henriqueta da Conceição da Cunha Moraes (1860-?), Maria da Conceição da Cunha Moraes e Alfredo Adelino da Cunha Moraes.

Tinha parte dos preparatórios de liceu[7]. Formou-se no Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, tendo o curso completo de condutor de obras públicas[1][8][7][9][10]. Sabia falar francês e um pouco de inglês[8][7].

Faleceu no ano de 1963[4], em Crestuma[11], Vila Nova de Gaia.

Carreira

Joaquim Júlio da Cunha Morais foi nomeado condutor auxiliar a 12 de janeiro de 1889[1], servindo na Direcção das Obras Públicas de Angola a partir de 4 de março desse mesmo ano[1][10]. A 12 de agosto solicitou uma promoção para condutor de 2ª classe[9]. É muito provável que o pouco tempo de serviço que desempenhou tenha sido o motivo[10] para que a promoção apenas tenha ocorrido a 9 de fevereiro do 1893[7][12]. Serviu na fiscalização do Caminho de Ferro de Luanda-Ambaca a partir de 2 de novembro[13]. Usufruiu de uma licença, sem vencimento, de 17 a 28 de dezembro de 1895[7].

A 7 de agosto de 1898 pediu a promoção a condutor de 1ª classe[14]. Obteve-a a 19 de janeiro de 1899[15], mas logo em março ausentou-se por licença de saúde, partindo com a sua família para Lisboa[16]. Retornou a Angola, assumindo funções a 9 de abril de 1900[17], mas a 20 de dezembro foi declarado incapaz[18] e enviado de volta à metrópole por guia de 26 de dezembro[19]. Estando no reino em agosto de 1901, com uma licença de seis meses recusada, outra ilimitada e fora do quadro dos condutores[20], requereu a exoneração do seu cargo a 21 de agosto, tendo sido aceite a 2 de setembro[21][22].

Outras Informações

Em 1884 o Diário do Governo divulga uma "Relação dos nomes dos operários ou aprendizes propostos a concurso mandado abrir pela poetaria de 15 de dezembro de 1883", na qual o seu nome figura como director de uma indústria de lanifícios[23].

Vítima da malária e hepatite crónicas[2], a Junta Militar de Saúde de Angola recomendou, em março de 1899, que Morais retornasse à metrópole para cuidados de saúde[16], sendo-lhe atribuída, a 6 de abril, uma licença de noventa dias para se tratar[24]. A 7 de julho houve necessidade de estender a licença por mais sessenta dias[25], que se repetiu em meados de setembro devido ao estado anémico em que este se encontrava[26]. No início do mês de novembro estava, aparentemente, recuperado, mas requereu novamente licença por seis meses para, dessa vez, tratar de negócios de família na cidade do Porto. O pedido foi-lhe recusado. justificado pela sua longa ausência do cargo, sem que esta estivesse relacionada com motivos de saúde[27]. Contudo, posteriormente foi-lhe permitida uma licença de quatro meses[27], à qual voltou a pedir, a 16 de março de 1900, uma extensão até 11 de abril[28], mas que não foi aceite[17].

Os problemas de saúde de Morais continuaram, correndo "iminente risco de vida" no final no ano de 1900. Alegando ser o clima angolano a causa desses problemas[18], em Janeiro de 1901[29] retornou à metrópole, com uma licença de noventa dias[30], estendida em despacho de 25 de abril[31] e julho[32][33]. A 6 de agosto pediu licença de seis meses[34] e depois uma licença ilimitada, para tratar de assuntos de família. Ambas rejeitadas.

Em 1905, então industrial, residia em Vila Nova de Gaia, Porto, onde registou o nome "Nova Fundição de Crestuma", a 20 de dezembro[35], e a a respectiva marca, a 31 de julho de 1906[36].

Em 1863, seus pais, irmãos e avô paterno, foram para Luanda na sequência da pena de 15 anos de degredo do seu avô, por falsificação de dinheiro. Foi naquela cidade que o seu pai montou um estúdio de fotografia profissional, que encerrou actividade com o seu falecimento, aproximadamente em 1870. Esta actividade foi abraçada inicialmente pelo o seu irmão mais velho, Augusto César, e posteriormente pelo irmão José Augusto. Em 1871, órfãos de pai e mãe, os irmãos Cunha Mores regressaram à metrópole, mais precisamente ao Porto, onde Augusto César se formou em Engenharia e fundou, com os restantes irmãos, a Fábrica de Fitas e Fiação de Algodão A. C. Cunha Moraes, em Crestuma[37]. Augusto César não deixou descendência. Anos mais tarde, José Augusto da Cunha Moraes (1855-1933) voltou para Luanda onde montou o seu estúdio de fotografia. Era, então, filiado na Sociedade Portuguesa de Geografia. Realizou uma viagem por Angola cujo objectivo foi "fotografar os principais aspectos etnográficos e paisagísticos e as mais importantes construções coloniais portuguesas". Também participou em várias exposições e executou álbuns de fotografia. Não deixou descendência.

É muito provável que a fotografia tenha estado ao serviço Joaquim Júlio, quer na actividade das Obras Públicas como na Indústria.

Obras

Notas

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Folha de informação pessoal, Informação referida ao ano de 1892" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  2. 2,0 2,1 Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Mapa de inspeção feita pela Junta Militar de Saúde, 20 de dezembro de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  3. "Os Cunha Moraes de fio a pavio" in grandmonde.blogspot.com (novembro 2006)
  4. 4,0 4,1 Centro Português de Fotografia. "Cunha Morais Maia 1897/1933".
  5. 5,0 5,1 "Joaquim Júlio da Cunha Moraes" in Geneall.
  6. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Guia nº 91, 10 de março de 1889" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  7. 7,0 7,1 7,2 7,3 7,4 Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Folha de informação pessoal. Informação referida ao ano de 1896" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  8. 8,0 8,1 Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Folha de informação pessoal. Informação referida ao ano de 1894" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  9. 9,0 9,1 Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 12 de agosto de 1889" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  10. 10,0 10,1 10,2 Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna, 25 de setembro de 1889" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  11. Arquivo Português de Fotografia. José Cayolla 1877/1916. "Joaquim Moraes [com c. de 15 anos] 1880/1880".
  12. "Relação dos condutores (...). Serviços de caminhos de ferro Angola", Diário do Governo nº 34, de 11 de fevereiro de 1884, 409.
  13. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Certificado de trabalho de Joaquim de Cunha Morais, 22 de outubro de 1897" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  14. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 12 de agosto de 1898" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  15. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Promoção de Joaquim da Cunha Morais, 19 de janeiro de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  16. 16,0 16,1 Cunha, Joaquim de Almeida. "Série mil oitocentos noventa e nove, 10 de março de 1899." in Joaquim Julio da Cunha Moraes, Processo individual, Arquivo Histórico Ultramarino. Angola, 1D. Obras Públicas - Processo Individuais - letras: J. Caixa 768/2, 1876-1932. (P1120927)
  17. 17,0 17,1 Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna, 26 de dezembro de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  18. 18,0 18,1 Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna, 22 de dezembro de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  19. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Guia nº 565, 26 de dezembro de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  20. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 12 de agosto de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  21. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 21 de agosto de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  22. Decreto de 2 de setembro de 1901, Diário do Governo nº 203, de 11 de setembro de 1901, 2446.
  23. "Relação dos nomes dos operários ou aprendizes propostos a concurso mandado abrir pela poetaria de 15 de dezembro de 1883", Diário do Governo nº 17, de 21 de Janeiro de 1884, 173.
  24. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna de licença à 7ª Repartição de Contabilidade, 11 de abril de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  25. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna de licença à 7ª Repartição de Contabilidade, 1 de agosto de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  26. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Comunicação interna ao Diretor Geral dos Negócios do Ultramar, 16 de setembro de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  27. 27,0 27,1 Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 3 de novembro de 1899" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  28. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 16 de março de 1900" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  29. "Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar. Despachos effectuados na data abaixo indicada. Em 25 do corrente mez", Diário do Governo nº 22, de 28 de janeiro de 1901, 283.
  30. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Licença, 26 de janeiro de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  31. "Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar. Despachos effectuados na data abaixo indicada. Em abril do corrente mez", Diário do Governo nº 97, de 2 de maio de 1901, 1169.
  32. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 19 de abril de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  33. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 29 de julho de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  34. Arquivo Histórico Ultramarino. "Joaquim Julio da Cunha Moraes - Requerimento a Vossa Majestade, 6 de agosto de 1901" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 768/2, J.
  35. "Registo Internacional de marcas. Registos feitos no Bureau Internacional de Berne", Diário do Governo nº 294, de 28 de dezembro de 1905, 4528.
  36. "Direcção Geral do Commercio e Industria. Registo de marcas", Diário do Governo nº 169, de 31 de julho de 1906, 2675.
  37. Maria de Fátima Teixeira, "Companhia de Fiação de Crestuma. Do fio ao pavio" (Dissertação de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2017), 7-153.

Fontes

Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 768/2, J.

Centro Português de Fotografia, "Cunha Morais Maia 1897/1933".

Arquivo Português de Fotografia, José Cayolla 1877/1916, "Joaquim Moraes [com c. de 15 anos] 1880/1880".

Diário do Governo nº 17, de 21 de janeiro de 1884.

Diário do Governo nº 34, de 11 de fevereiro de 1884.

Diário do Governo nº 22, de 28 de janeiro de 1901.

Diário do Governo nº 97, de 2 de maio de 1901.

Diário do Governo nº 203, de 11 de setembro de 1901.

Diário do Governo nº 294, de 28 de dezembro de 1905.

Bibliografia

Ligações Externas

Cunha de Morais Maia in Centro Português de Fotografia.

Companhia de Fiação de Crestuma. Do fio ao Pavio in repositorio-aberto.up.pt.

Joaquim Júlio da Cunha Moraes in Geneall.

Os Cunha Moraes de fio a pavio in grandmonde.blogspot.com.

Autor(es) do artigo

Miguel Ferreira Miranda

https://orcid.org/0000-0002-7316-6736


Sandra Osório da Silva

Departamento de História, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa

https://orcid.org/0000-0001-7529-5008

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

Citar este artigo