José Luís Monteiro: diferenças entre revisões

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Ainda criança entrou para a Academia de Belas Artes, onde se matriculou na aula de desenho, estudando ao mesmo tempo que ia aprendendo o ofício de canteiro. Entre 1864 e 1866 obteve sempre o prémio de 20000 réis no concurso de meia estátua e estátua (gesso) e no de modelo vivo e em 1867 recebeu a medalha de prata no concurso de arquitectura. De seguida estudou escultura, mas teve de abandonar a carreira temporariamente.
Ainda criança entrou para a Academia de Belas Artes, onde se matriculou na aula de desenho, estudando ao mesmo tempo que ia aprendendo o ofício de canteiro. Entre 1864 e 1866 obteve sempre o prémio de 20000 réis no concurso de meia estátua e estátua (gesso) e no de modelo vivo e em 1867 recebeu a medalha de prata no concurso de arquitectura. De seguida estudou escultura, mas teve de abandonar a carreira temporariamente.


Em 1871 foi aprovado como pensionista do Estado para o estrangeiro, mas a morte do seu pai atrasou-lhe a partida por dois anos, e só partiu para Paris a 18 de março de 1873<ref>Viterbo, Francisco de Sousa <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i> (Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências) [https://archive.org/details/diccionariohisto03vite Vol III (1922)], 381-382.</ref>.
Em 1871 foi aprovado como pensionista do Estado para o estrangeiro, mas a morte do seu pai atrasou-lhe a partida por dois anos, e só partiu para Paris a 18 de março de 1873<ref>Viterbo, <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i>, [https://archive.org/details/diccionariohisto03vite Vol III], 382.</ref>.


Foi admitido na Escola de Belas Artes de Paris a 17 de outubro de 1873 na segunda classe de arquitectura. A 28 de maio de 1874 obteve a medalha de prata no exame de matemática, a 11 de junho a terceira medalha em desenho de ornamento, a 23 de julho a segunda medalha na mesma cadeira, a 4 de agosto medalhas nos exames de estereotomia e perspectiva. Por ter sido o aluno que mais prémios ganhou nesse ano, concederam-lhe o prémio Muller Soehnée de 539 francos. A 2 de agosto terminou os estudos da segunda classe pelo concurso de construção em que recebeu a segunda medalha.
Foi admitido na Escola de Belas Artes de Paris a 17 de outubro de 1873 na segunda classe de arquitectura. A 28 de maio de 1874 obteve a medalha de prata no exame de matemática, a 11 de junho a terceira medalha em desenho de ornamento, a 23 de julho a segunda medalha na mesma cadeira, a 4 de agosto medalhas nos exames de estereotomia e perspectiva. Por ter sido o aluno que mais prémios ganhou nesse ano, concederam-lhe o prémio Muller Soehnée de 539 francos. A 2 de agosto terminou os estudos da segunda classe pelo concurso de construção em que recebeu a segunda medalha.
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Na primeira classe, obteve a 30 de novembro de 1875, 31 de janeiro e 18 de maio de 1876, terceiras medalhas nos concursos de desenho de ornamento, valendo-lhe uma segunda medalha a 27 de junho de 1876 por ser o estudante que mais medalhas ganhara nos concursos de ornamento daquele ano. A 8 de fevereiro de 1877 alcançou a segunda medalha no concurso de arquitectura que lhe deu o direito ao certificado de capacidade, concedido a 11 de agosto desse ano. A 6 de junho de 1877 ganhou mais uma medalha em concurso de arquitectura.
Na primeira classe, obteve a 30 de novembro de 1875, 31 de janeiro e 18 de maio de 1876, terceiras medalhas nos concursos de desenho de ornamento, valendo-lhe uma segunda medalha a 27 de junho de 1876 por ser o estudante que mais medalhas ganhara nos concursos de ornamento daquele ano. A 8 de fevereiro de 1877 alcançou a segunda medalha no concurso de arquitectura que lhe deu o direito ao certificado de capacidade, concedido a 11 de agosto desse ano. A 6 de junho de 1877 ganhou mais uma medalha em concurso de arquitectura.


A 25 de fevereiro de 1878 ganhou a segunda medalha e um prémio de 400 francos no concurso de decoração e composição. A 28 de novembro desse ano foi-lhe passado o diploma de arquitecto. Nesse ano colaborou nos trabalhos de instalação da exposição portuguesa no Champ de Mars<ref>Viterbo, Francisco de Sousa <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i> (Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências) [https://archive.org/details/diccionariohisto03vite Vol III (1922)], 383.</ref>.  
A 25 de fevereiro de 1878 ganhou a segunda medalha e um prémio de 400 francos no concurso de decoração e composição. A 28 de novembro desse ano foi-lhe passado o diploma de arquitecto. Nesse ano colaborou nos trabalhos de instalação da exposição portuguesa no Champ de Mars<ref>Viterbo, <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i>, [https://archive.org/details/diccionariohisto03vite Vol III], 383.</ref>.  


Obtido o diploma viajou para Itália onde esteve três meses. Em Roma concluiu um estudo de restauro do templo de António e Faustino, trabalho que apresentou à Academia de Belas Artes de Lisboa, ao regressar a Portugal, e pelo qual foi nomeado académico de mérito.  
Obtido o diploma viajou para Itália onde esteve três meses. Em Roma concluiu um estudo de restauro do templo de António e Faustino, trabalho que apresentou à Academia de Belas Artes de Lisboa, ao regressar a Portugal, e pelo qual foi nomeado académico de mérito.  
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Desenhou e dirigiu a obra do pavilhão que se construiu no Terreiro do Paço por ocasião do centenário de Camões e projectou o carro da cidade de Lisboa no centenário do Marquês de Pombal. Foi membro da comissão da Exposição de Arte Ornamental de 1882, dirigindo a construção das vitrines.
Desenhou e dirigiu a obra do pavilhão que se construiu no Terreiro do Paço por ocasião do centenário de Camões e projectou o carro da cidade de Lisboa no centenário do Marquês de Pombal. Foi membro da comissão da Exposição de Arte Ornamental de 1882, dirigindo a construção das vitrines.


Foi agraciado com o grau de oficial da ordem de Santiago, que não aceitou<ref>Viterbo, Francisco de Sousa <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i> (Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências) [https://archive.org/details/diccionariohisto03vite Vol III (1922)], 384-385.</ref>.
Foi agraciado com o grau de oficial da ordem de Santiago, que não aceitou<ref>Viterbo, <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i>, [https://archive.org/details/diccionariohisto03vite Vol III], 384-385.</ref>.
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==Bibliografia e Fontes==
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*[http://repositorio.ul.pt/handle/10451/18359 Faria, Alberto, "Três desenhos da aula de Arquitectura do Mestre Monteiro." <i>Arte teoria</i> 16-17 (2013/14): 107-113.]
*[http://repositorio.ul.pt/handle/10451/18359 Faria, Alberto. "Três desenhos da aula de Arquitectura do Mestre Monteiro." <i>Arte teoria</i> 16-17 (2013/14): 107-113.]
*Ferreira, Fátima G. Cordeiro, <i>Mestre José Luiz Monteiro na arquitectura da transição do século: monografia</i>. [Lisboa]: Associação dos Arquitectos Portugueses, 1990.
*Ferreira, Fátima G. Cordeiro. <i>Mestre José Luiz Monteiro na arquitectura da transição do século: monografia</i>. [Lisboa]: Associação dos Arquitectos Portugueses, 1990.
*[http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/52.pdf Tojal, Alexandre Arménio, "O Arquitecto José Luís Monteiro e as Artes Decorativas: o Mobiliário da Sala das Sessões." <i>Cadernos do Arquivo Municipal de Lisboa</i> 1, nº 5 (2001): 49-62].
*[http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/52.pdf Tojal, Alexandre Arménio. "O Arquitecto José Luís Monteiro e as Artes Decorativas: o Mobiliário da Sala das Sessões." <i>Cadernos do Arquivo Municipal de Lisboa</i> 1, nº 5 (2001): 49-62].
*Viegas, Inês Morais (coord.), <i>José Luís Monteiro: marcos de um percurso = steps of a long journey</i>. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. Pelouro da Cultura. Departamento de Património Cultural. Divisão de Arquivos, 1998.
*Viegas, Inês Morais (coord.). <i>José Luís Monteiro: marcos de um percurso = steps of a long journey</i>. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. Pelouro da Cultura. Departamento de Património Cultural. Divisão de Arquivos, 1998.
*Viterbo, Francisco de Sousa <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i> (Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências) [https://archive.org/details/diccionariohisto03vite Vol III (1922)].
*Viterbo, Francisco de Sousa. <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i>, [https://archive.org/details/diccionariohisto03vite Vol III]. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1922.


==Ligações Externas==   
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Revisão das 13h39min de 25 de outubro de 2017


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José Luís Monteiro
Nascimento 25 de outubro de 1848
Lisboa, Portugal
Morte 27 de janeiro de 1942 (93 anos)
Lisboa, Portugal
Sexo masculino

Biografia

Dados biográficos

José Luís Monteiro nasceu em Lisboa a 25 de outubro de 1848. O seu pai era dono de uma pequena loja de canteiro.

Ainda criança entrou para a Academia de Belas Artes, onde se matriculou na aula de desenho, estudando ao mesmo tempo que ia aprendendo o ofício de canteiro. Entre 1864 e 1866 obteve sempre o prémio de 20000 réis no concurso de meia estátua e estátua (gesso) e no de modelo vivo e em 1867 recebeu a medalha de prata no concurso de arquitectura. De seguida estudou escultura, mas teve de abandonar a carreira temporariamente.

Em 1871 foi aprovado como pensionista do Estado para o estrangeiro, mas a morte do seu pai atrasou-lhe a partida por dois anos, e só partiu para Paris a 18 de março de 1873[1].

Foi admitido na Escola de Belas Artes de Paris a 17 de outubro de 1873 na segunda classe de arquitectura. A 28 de maio de 1874 obteve a medalha de prata no exame de matemática, a 11 de junho a terceira medalha em desenho de ornamento, a 23 de julho a segunda medalha na mesma cadeira, a 4 de agosto medalhas nos exames de estereotomia e perspectiva. Por ter sido o aluno que mais prémios ganhou nesse ano, concederam-lhe o prémio Muller Soehnée de 539 francos. A 2 de agosto terminou os estudos da segunda classe pelo concurso de construção em que recebeu a segunda medalha.

Na primeira classe, obteve a 30 de novembro de 1875, 31 de janeiro e 18 de maio de 1876, terceiras medalhas nos concursos de desenho de ornamento, valendo-lhe uma segunda medalha a 27 de junho de 1876 por ser o estudante que mais medalhas ganhara nos concursos de ornamento daquele ano. A 8 de fevereiro de 1877 alcançou a segunda medalha no concurso de arquitectura que lhe deu o direito ao certificado de capacidade, concedido a 11 de agosto desse ano. A 6 de junho de 1877 ganhou mais uma medalha em concurso de arquitectura.

A 25 de fevereiro de 1878 ganhou a segunda medalha e um prémio de 400 francos no concurso de decoração e composição. A 28 de novembro desse ano foi-lhe passado o diploma de arquitecto. Nesse ano colaborou nos trabalhos de instalação da exposição portuguesa no Champ de Mars[2].

Obtido o diploma viajou para Itália onde esteve três meses. Em Roma concluiu um estudo de restauro do templo de António e Faustino, trabalho que apresentou à Academia de Belas Artes de Lisboa, ao regressar a Portugal, e pelo qual foi nomeado académico de mérito.

Carreira

Durante a primeira classe trabalhou ano e meio na construção do Hôtel de Ville de Paris, recebendo nos últimos dez meses 150 francos mensais.

Ainda em Paris, candidatara-se a arquitecto da câmara de Lisboa, sob a condição de apenas começar a trabalhar quando regressasse de Itália, pelo que tomou posse do cargo a 1 de abril de 1880, pouco depois de regressar. Apresentou os trabalhos que executara em Itália à Sociedade Promotora de Belas Artes de Lisboa, pelo que recebeu uma medalha de prata.

A 23 de junho de 1881 foi nomeado professor de arquitectura da Escola de Belas Artes. Obteve uma recompensa na exposição de belas artes de Madrid e foi agraciado a 11 de outubro de 1881 com o grau de cavaleiro de Isabel a Católica.

Desenhou e dirigiu a obra do pavilhão que se construiu no Terreiro do Paço por ocasião do centenário de Camões e projectou o carro da cidade de Lisboa no centenário do Marquês de Pombal. Foi membro da comissão da Exposição de Arte Ornamental de 1882, dirigindo a construção das vitrines.

Foi agraciado com o grau de oficial da ordem de Santiago, que não aceitou[3].

Outras informações

Obras

  • 1890 - Fachada da Estação do Rossio, Lisboa.
  • Avenida Palace, Lisboa.
  • Casas da família Biester, em Sintra.
  • Casa do Conde de Castro Guimarães no Torel.
  • Casa do Duque de Palmela, em Cascais.
  • Casa de D. Maria Pia no Estoril.
  • Casa da Condessa de Cuba em Paço de Arcos.
  • Casa de Santos Jorge em Rio Frio.
  • Igreja dos Anjos, Lisboa.
  • Capela do cemitério de Benfica, Lisboa.
  • Escola Froebel, Jardim da Estrela, Lisboa.
  • Mercado central da Avenida da Liberdade (não concluído), Lisboa.
  • Escola Castilho (não concluída)[4].

Referências bibliográficas

  1. Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III, 382.
  2. Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III, 383.
  3. Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III, 384-385.
  4. Viterbo, Francisco de Sousa Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal (Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências) Vol III (1922), 387-388.

Bibliografia e Fontes

Ligações Externas

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